::.Leve.::

[Esse que SOU]

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[EU sou o que você não pode VER]

30 de mar. de 2009

CHEGANÇA

Eu que CHEGUEI a pé
e SEM fazer barulho,
ME perdi em TUAS curvas
e CRISTAIS,
querendo APENAS
o beijo
e NADA mais.

SALIVO SONHOS

Dia a dia eu SONHO noites.

FAKE

Eu tenho VISTO muitos olhos
e ELES nada me
DIZEM,
porque NÃO entendo
a língua dos HOMENS da
bem-aventurança e SUAS cargas
de SONHOS perdidos,
ME parece tudo falso
e INDECISO.
Eu quero VER
somente o QUE não se enxerga
com a LATÊNCIA dos olhos,
mas COM as mãos
da ALMA.

CONFISSÃO Nº 47

Sente-se do MEU lado
e me OUÇA silenciar
PALAVRAS,
para PODER gritar
intenções
em TEUS ouvidos.

REDEMOINHO

Monta sobre MIM as tuas
alegrias
e FAZ do meu CARNAVAL
o teu estado de ESPIRÍTO,
maior,
DENSO
e descolado.
Anda sobre MEUS sonhos
e DESARRUMA minhas malas
PORQUE ir embora
COM tua PELE quente
é MORRER no mar
e não matar a SEDE.
Chore NOS meus instintos
e me DEIXA gozar
ABRAÇOS com a tua
ALMA, ela me FALA
palavras e SILÊNCIOS que ainda
desconhecia.
Sem seu ABISMO
eu seria APENAS
redemoinho.

MARCAS SEM SINAIS

O meu SORRISO deixa marcas
em tua BOCA, e os meus
SINAIS somem
como a LUA enviesada
AO lado da sua ALMA.
As minhas ARTES são sinais
de SONS e sóis em seus
DIAS de fontes e
AIS.
Os meus ABRAÇOS são
marcas QUE ficam nas PORTAS
da tua casa,
e EM frente aos teus
olhos de CRIANÇA linda.
Sem descaminhos e VINHOS
me EMBRIAGO,
me REFAÇO em festas e
JANELAS, como estas
QUE deixam as MINHAS marcas
e sinais NA tua
CALMA.

BARQUINHO DE LUZ

Não sei ONDE caminhar,
senão POR entre os meus
ESQUECIMENTOS.
São deles que ME faço tolo
e VIVO em meio
ao DESEQUILÍBRIO do abraço,
SÃO por eles que COLECIONO
barquinhos de LUZES foscas
e FANTÁSTICAS.
São dos meus ESQUECIMENTOS
que crio
VIDAS,
não minhas,
MAS de ILUSÃO,
sim, eu SOU
ilusão.

29 de mar. de 2009

INCERTO QUERER

No tempo dos MEUS quereres
era TUDO incerto,
VERSO em decassílabo,
ALMA em contradição.
No tempo da minha
SOLIDÃO
havia uma MULTIDÃO em
mim
e AINDA assim, me senti
PARTIDO,
entre o FRIO e a escuridão.
No tempo INVERNADO da
intenção
eu VI rios secarem,
BOCAS se separarem em
DOR,
e eu de LONGE,
solto e SEM a sorte do
AMOR.

POESIA INCIDENTAL

A POESIA transcende
o DOM supremo do
HOMEM
sentir-se e se
FAZER sentido
pelo OUTRO.

CONFISSÃO Nº 47

A desventurança dos MEUS
olhos, é SOMENTE a tua
AUSÊNCIA.

...

A solidão é INERENTE
aos HOMENS de coração
cálido
e OLHOS impertinentes.

CARETA

Entre as TRANSAS e caretas
do NOSSO suor há um
CALOR na cor da
vida,
QUE faz meus POROS saltitar.
Nas folhas e BRUMAS dos
teus OLHOS
saltam SONHOS e gozos
incoerentes COM o mundo,
porque NOSSO sexo é
satisfação dos ATOS instáveis
do INSTINTO.

MORTAS INTENÇÕES

Esse meu CORAÇÃO com
seus ELOS entreabertos
reclama UMA presença nãoTIDA,
algo inconcebido.
Não SOUBE como criar
as VERDADES certas a te
IMPELIR
em direção AO meu
palácio APOTEÓTICO da
solidão.
E lá me ENCONTRO,
residindo QUARTOS e salas
inesperedas
DAS mortas intenções.

ABRAÇO

Manda-me UM sinal,
um PEDAÇO de sonho
ao menos,
eu PRECISO crer na tua
amadurecência e
intenção.
Assim, me ENTREGO a
você,
na MULTIDÃO dos teus
ABRAÇOS.

CONFISSÃO Nº 46

No perigeu DOS instantes
em QUE choro
há UMA dor que não
CESSA,
uma CALMA sem regresso
e TU que de longe
ME olha.

ESCUDO

Manda-ME sonhos porFAVOR,
que a REALIDADE fere
tanto quanto a
EXCITAÇÃO.
Deixa-me PERIGAR em meio
às tuas encostas,
que DESSA queda eu sei
me SALVAR.
Solta-me o GRITO
preso na GARGANTA
que a MINHA ânsia
é meu ESCUDO a
me lancear.

SEM CORAÇÃO

No tocante à FALTA
de coração, sim,
eu ASSUMO essa
AUSÊNCIA,
esse VAZIO que clama
uma ALMA
a preencher o DRAMA
que é VIVER sem
emoção.

ARAUTO INSONE

FOI importante que eu
PERDESSE sonhos
e intenções, PARA que o
mundo REPOUSASSE
em mim tranquilidade.
As minhas VESTES perdidas,
agora DECORAM
o VERSO do arauto
INSONE.

ANTI-DESEJO

Anti ao MEU viver
há uma ROSA impúrpura
da SOLIDÃO
que insiste em ME fazer
impávido,
ao ÁVIDO afã em ser.
DEIXEI de querer ser,
se POSSO mimetizar
idéias.

POUCO DE DOR

Há em MIM tristeza,
um POUCO de lágrimas
e sonhos FENECIDOS.
Não SEI bem como ter
esperança e ALEGRIA,
se na DOR eu fiz
moradia.
Mas, a minha DOR e
agonia não me
MALTRATAM.
É somente UMA maneira
de manter-me sóbrio
em MEIO a tanta
HIPOCRISIA.

CONFISSÃO Nº 45

AS minhas
águas de
MARÇO rolam
ao DELEITE dos instantes
que me SOBRAM.

LESTES

Eu não SERIA certo,
não FOSSEM lágrimas ingesto
e constelações DE olhos
que AMIÚDE riem daDOR,
do DESCOMPASSAR do peito,
o LEITO da minha
SORTE.
Eu não SERIA lestes
e as minhas MÃOS apontassem
NORTES.
SERIA sim, apenas feixe
incompreendido de DESEJOS.
E este SOU eu,
o contrário QUE é visto,
o REVÉS do que é tido
em vida.

PRISÃO DO ACASO

MOVO meu olho no
ESPELHO e do
RETROVISOR do carro
VEJO o que é
passado,
o QUE deixou de SER,
de SER fato.
E com Os olhos
pretéritos
POR querer,
EU quebro os vidros
da LENTE
e quem SENTE a minha dor
fica PRESO
ao acaso.

FAZ-DE-CONTA

QUANDO brinco de
FAZ-de-conta
a CONTA do brincar
se DIVIDE em matar
heróis
e ENVENENAR os reis.

ESPETÁCULO DA DESILUSÃO

Antes que EU me tornasse
impróprio AOS deleites
da VIDA
ASSUMI minha porção
PERDIZ, invalidado
para COMOVER espectros
e espectadores
no ESPETÁCULO insumo
da desilusão.

TRANSITAR

Foram entre GALHOS
e espinhos, QUE conheci
os DITOS caminhos
dessa VIDA.
Não foi FÁCIL
nem ARDIL,
cada CENTÍMETRO de
conquista ME deixou
MAIS sozinho
e EXPANDIDO por entre
armas e COLISÕES,
numa SOLIDÃO que só eu
sei TRANSITAR
EM busca do ânimo
e ESTÍMULO.

RASCUNHO E SAMBA

Muito de MIM é passado,
RASCUNHO içado em
contato com a INCONFORMAÇÃO.
Muito de mim É
PRESENTE, premente
como SAMBA-canção

QUENTE

O AMOR não se acaba
nem MUDA de endereço,
POIS em sua trajetória
TORTUOSA e perene,
o AMOR se mostra
QUENTE-frio
quando precisa.

23 de mar. de 2009

CONFISSÃO Nº 44

Saudosismo e SUOR.
Duas coisas QUE me
compõe,
em MEIO à guerra
e à TRANSIÇÃO,
do ser

21 de mar. de 2009

VOLIÇÕES

DORAVANTE há o que
se DIZER em favor das
VOLIÇÕES.
Porque são DELAS que
compomos NUANCES
e intensidades nos
DEVANEIOS, afãs.
Não precisa MUITO a querer
fazer para REMIR dúvidas
e DESENGANOS
e SE acertar aos planos.
Assim,
a VIDA entende o recado
e as VONTADES;
Nossas MELHORES
conselheiras.

CONFISSÃO N° 43

AMAR é enxergar-se
em ALGUÉM,
ainda que EM pequena
PARCELA.
É espelhar-SE na intenção
de PODER buscar
a COMPLETUDE
ao VER-se.

DISCÓRDIA

Entre SONHOS e
tempestades,
a MELHOR escolha é
a dúvida.
O homem AINDA não
possui DISCERNIMENTO
entre a DOR e a
delícia.
Não, não.
NÃO é conselho,
apenas ALITERAÇÃO do
meu PENAR.

CORAÇÃO ARDIL

Há um PEITO vazio,
aqui, EM mim.
Mas, não SEI como abrandar
esse FRIO,
que INTERPELA e se
interessa
em ME ver ausente, logo
em MIM.
JURO!
Não sei SECAR essas lágrimas
OPOSTAS,
nem ADMOESTAR meus
OLHOS
na esperança única
de me SAFAR do eco vadio,
nesse IMENSO e vazio
coração,
e SEUS ardis.

ANTI-ATO

O anti-REFLEXO do olhos
é a LÁGRIMA
que CATALISADA
enfraquece a alma.
A anti-VERDADE da fala
é o GRITO,
que INSISTE em existir
em noites de FRIO
e DESOLAÇÃO.
A ANTE-sala da dor
é a INGRATIDÃO,
que DEGENERA, dilacera
e subtrai.
o ANTI-ato da solidão
é a DESCOBERTA.
E para isso figurar em SEU céu
é PRECISO manter a calma,
olhos LIMPOS e alma
clara.

GESTOS ERRANTES

São ENTRE teus olhos
e GESTOS errantes
que MINHAS mãos
claudicantes FAZEM
seus encantos.
São ELAS que em dias
frios
LÊEM teus lábios,
e em NOITES de abandono
caem em TEU casto
abraço em busca DE
calor.
MÃOS que na dúvida,
DUVIDAM da hora de ir,
e PERMANECEM até
SEU sono incidir
em meus OLHOs.

ÉDIPO-REI

Sono do meu SER
sem etéreos ABRAÇOS
e ANDO a querer teus
mistérios.
SONHO de ser
seu remédio,
o médio OLHAR sem
ter TEUS histéricos
SUSSURROS
e me ÉDIPO-rei
nas NOSSAS artes
e CARNES quentes
do LUAR.

PARTE DO MEU AMANHÃ

Samba do meu AMOR
e instante.
Antes de SER teu,
eu era UNÍSSONO e
distante.
Samba do meu
ENREDO
e mistério,
EU só quero parte
do TEU corpo,
PORQUE a outra porção
é DO meu amanhã,
e a QUERO.

EXPERIMENTO

A sua EXPERIÊNCIA em minha
VIDA
foi a AMÁLGAMA das minhas
DORES,
a restauração da MINHA
calma e
CALOR.
Não tive VOCÊ em
meu DOSSEL,
MAS soube administrar a
TUA presença,
com ALEGRIA e
fervor.

DESENTENDIMENTO

Não CONDIDERO a violência,
pois ENTENDO o
entendimento COMO
revés DA
adequação.

CONFISSÃO N°42

É intangível a TUA
presença em MEU
olhar,
PORQUE a tua pele
REFLETE a luz solar
do DIA,
que irradia CONTORNOS
e me oferece
MORADIA.

MEU COLO É TEU

Não PRECISE do meu colo,
apenas em SILÊNCIO,
se ABRA
fale aos MEUS ouvidos
frases prá me ALEGRAR.
Quando quiser COLO,
venha QUE eu decoro
teus DIAS
com FLORES e orbes de
harmonia.
Saia desse DESCASO obtuso
e se refugie
na MINHA moradia,
sonhada em MADREPÉROLA
e elegias.

Há desordem em MEU
peito.
Há de HAVER uma forte
tempestade nesse LEITO
de morte.
Há um MOTE,
uma FALSA sorte em ser
simbiótico
Há cataclisma,
CARNAVAL,
carnalismo MARGINAL.
Hão de VER meu silêncio
imperar.
Hão de RECEBER procelas
e CORTES nesse penar.
Há RUBOR e norte
nesse CAMINHAR.

20 de mar. de 2009

DESENCONTRO

Nos meu CAMINHOS do mar
EU desencontrei teus
OLHOS intemperes e
CHOQUEI-me com a
ausência de JEITOS e subversivos
ALVOS de corpos e
CELESTES sinônimos.
ABRA-me a você
e RECEBA-te em mim,
como PARTE,
não ponderada,
e inteira.

19 de mar. de 2009

CONFISSÃO Nº 41

EU sou feito
de DEIXAR
de SER.

18 de mar. de 2009

CONFISSÃO Nº 40

O ARRANHA-céu

da sua BOCA me deixa

LOUCO

em contato COM o

acaso cálido do

TEU abraço.

SEM OBSTÁCULOS

Não há OBSTÁCULOS para
os OLHOS
quando o AMOR quer compensar
a DISTÂNCIA com
ilusão.
Um erro pensar QUE o
sonho degenera a intenção,
ou AINDA,
ofusca a VERDADE.
O sonho é PARA poucos,
e muitos,
FALSAMENTE se iludem
quando na VERDADE,
sim deliram.

OUTROS CAMINHOS

CADA passo que nos leva
a OUTRO caminho ou
ESPAÇO;
acaba POR revelar o quão
DESNECESSÁRIO
é se TER destino, pois
NADA é definitivo, ao contrário,
o QUE se tem é
somente RASCUNHO,
que passado à LIMPO
nos TORNA menos
imprescíndivel.

NUNCA DERRAMADAS AS LÁGRIMAS

Desse AMOR
só sei CONTAR as lágrimas,
que NUNCA derramadas
me AFETAM em calor
e dependência.
Aprendi MUITO pouco com
olhares e PALAVRAS,
me INTERESSO mais no
silêncio,
em que CORTEJO a tua
pele com línguas E
linguagens DELICADAS.
Delícias que SÓ aprendemos
a COMPOR em meio
À solidão.

CADA MÁQUINA - CADA MUNDO

A máquina do MEU
mundo, que não DRUMONIANA,
me deixa QUIETO,
catársico.
Não é MÁQUINA do
tempo,
nem máquina DE
mudanças, pois não
se TRATA de ser ou não
SER,
VER ou não ver obstáculos
em caminhos
e ARESTAS, mas
em VER na máquina
um MUNDO que se abre,
sem COBRAR nem esperar
respaldos,
APENAS concentrar-se
em si.
ÚNICO foco de verdade
em CADA máquina
e cada MUNDO.

14 de mar. de 2009

CONFISSÃO Nº 39

CHOVA lá fora
e aqui DENTRO o deserto
se FAZ presente;
brincando de ÓASIS
com meus lábios
QUENTES e morenos.

SOLDADO

DORAVANTE serei eu
o pedaço MAIS casto
de mim MESMO,
um ERMO soldado
em guerra com a SOLIDÃO,
mas seu alido
CONTRA o amor.

AMANHÃ É TUDO E NADA

Sim,
amanhã PODE tudo
acontecer,
inclusive o NADA,
ou o que QUERES que
aconteça,
QUE seja em nós uma glória,
ou FARSA de amor
e AMARGURA.
Amanhã o tempo MUDA,
a cena muda e a VOZ
aguda se FAZ silenciar.
Amanhã PODE ser que seja
tarde, MESMO que acordes
cedo,
OU cedo demais prá
QUEM quer descansar.
Amanhã talvez SEJA ótimo,
ou pior que ONTEM,
mas só SABEREMOS
se deixarmos o amanhã CHEGAR.

13 de mar. de 2009

CONFISSÃO Nº 38

Inadequado ao CONSUMO
e ao apêgo.
Numa BOA, eu tô
em PAZ,
e em solidão CONFESSA.

LEILÃO

ANTES que eu me desconheça
é melhor PEGAR as tralhas
sair caminhando
e QUEM sabe fazer
uma CARTINHA de amor
sem destinatários.
Assim eu SOFRO menos
e CHORO na medida
dos MEUS olhos.
E quem receber a CARTA, ainda
que sem DESTINOS,
terá a resposta da
minha ALMA.
Amor é BURRO e inconsciente,
TOLO e prepotente.
Cansei de AMAR,
vou ABRIR leilão de um
coração CANSADO
e vazio.

12 de mar. de 2009

ME OLHE E ENTENDA

Eu to PROCURANDO sonhos
e ILUSÕES nas minhas
horas de indecisão,
NOS meus mares profundos
de ALITERAÇÕES e
enleios.
Eu não SEI bem como
enxergar sem o CALOR
do escuro, MAS entendo bem
os SINAIS na minha PELE
lisa e estranha.
Dqui prá FRENTE
não tente me ENTENDER
somente,
me OLHE e se deixe
envolver.

MUNDO VÃO

Mundo VÃO,
o mundo que Me guarda
e me CONSERVA em
eterna confusão.
A confusão DOs sonhos
perdidos em ilusão.
A minha vã ATRAÇÃO de
ser eu,
HOMEM em perdição.

FASES

Tudo se RESUME à
maravilhosa
EXECUÇÃO dos
desejos,
assim é a VIDA.
Noutra VIDA talvez
façamos o contrário,
ou o REVERSO do
agora.

SEM FIM

Há um LUGAR onde te
encontrar,
QUE seja fora do meu
PEITO?
Não.
PORQUE um sem o outro
é MAR sem ondas
é LAR sem alegria.
Dia sem COR.
Eu sem VOCÊ e
você sem MIM
é saudade SEM fim.

HÁ UM LUTO

É na SOLIDÃO dos meus
dias
que DESCUBRO onde existem
MINAS de alegrias em meio
AS lágrimas de agonia.
Tudo tão INSONE em mim
que não ENCONTRO descanso
ainda que DURMA ou
desmaie.
Há um LUTO eterno
que LUTA em me deixar
cansado,
e SOFRO dos meus maus
bocados e DISSABORES.

FALSO E VERDADEIRO

Não SOU fato nem
verdade,
SOU ato em
liberdade, ato de
insurreição,
INSURGÊNCIA de adequação.
Eu sou FALSO e forasteiro,
VERDADE e conselheiro,
quando NECESSITO ser.
E assim desenho NOSSOS elos
em SAUDADE e desespero,
leve desespero.

AMO-TE

Amo as TUAS mãos
como QUE se fossem minhas
e eu AS usasse
para SER feliz.
Amo teus OLHOS como
que fossem MEUS
e EU pudesse enxergar
DA vida somente os belos
castelos de CARINHOS
e ofegâncias.
Amo TEUS passos, que
como meus,
te LEVAM aos meus
encantos NUMA alcôva
cálida e GENEROSA de
lembranças NOSSAS.
AMO teus sonhos,
porque SÃO deles
que tiro VIDA da verdade
que é VIVER ao
longe de VOCÊ.

DISFARCES

Existem OLHOS que
variam as CORES
para disfarçar a DOR
sentida à ALMA caída
e o VERSO insone.
OLHOS que da queda
saíram do ABANDONO
e encontraram DESCANSO
em saudade.

TRANSEUNTE MAIOR

D'onde HÁ de haver
verdade em mim
SE nas mãos que tenho
o MEDO é meu
capitólio discente do
CORPO.
Portanto,
e SEM tantos amores
eu ME convenci cedo
a encontrar a SOLIDÃO
como MADRE e o
silêncio como TRANSEUNTE
maior dos meus
ERROS.

CONTATO

ONDE há poesia em mim
se SOU letárgico e
previsível DEMAIS à
loucura da indecisão?
Não,
não SOU poeta.
Eu sou instante e
TEOREMA,
saudade e INVASÃO.

SEM MEDIDAS, EU

As minhas MEDIDAS
são todas SEM
cautela.
Nada planejado e FAÇO
tudo acontecer.
Há um HOMEM sem
medidas MORANDO dentro
em mim,
e o DESCONHEÇO em
noites de SAUDADES,
mas o VEJO sempre forte
quando MEU carnaval
recebe AS cinzas do que
PASSOU e nunca deixou
de SER
forasteiro.

DESABAFO Nº 2

EU poderia sair
e VER teu rosto,
POSTO em saudade e
contemplações de
AMOR.
Mas, não SERIA digno
fazer da tua FACE,
PARTE do meu porto
em SOLITUDE e
anarquia.
Eu poderia VER-te ontem
e sonhar CONTIGO
o amanhã,
numa MANHÃ de feriado,
mas não SERIA digno dos
meus SONHOS
QUERER prender-te
em DELÍRIOS,
se teus HORÁRIOS nas minhas
HORAS
são fontes de lembranças
e DESUMANIDADES.
Ainda que de longe a minha
PRESENÇA seja forte
eu sinto QUE tua cegueira
me ABRIU os olhos
a VER que a felicidade
em sua VIDA,
era estar longe
DO eu,
que viveu por VOCÊ.

POBRE HOMEM

ONDE pensei encontrar
amor
DESCOBRI os vãos da
vida,
PERDIDA em vultos
e lamentações.
Onde EU desisti da vida
nada BROTOU nem
nada ACHOU chão
seguro de ADEQUAÇÃO.
Eu sou ROTO,
pobre HOMEM em
larga DESTRUIÇÃO
de si.

EXASPERO

Há muito menos
SAUDADE que dor
nesse INSTANTE de
exasperação e DESRITMO,
meu CORAÇÃO distante
não enxerga BEM teus
olhos CHOROSOS
e foge
DESSA voz que me
alucina sonhos e
SABORES.

DISFARÇADOS OLHOS

Para não SER tragado
pelos TEUs olhos sinistros
e SUNTUOSOS
eu ME segurei
em SAUDADES e solidões
do DESENCANTO para
não me VER entregue
ao enredo dos
teus LUMES,
disfarçados OLHOS.

11 de mar. de 2009

CONFISSÃO Nº 37

EU aprendi a te amar
como QUEM ama
pássaros em REVOADA,
é pura alegria INCONTIDA,
ainda que APRISIONADA.

E SOU

Não sou VESTE nem aldeão,
não SOU frágil nem
ESCAPE de salvação.
Não vejo em andanças
MINHAS, uma mina de
ALUVIÃO.
EU sou haste, baste-me ser
SOZINHO prá ser melhor
e alívio.
Não, não HÁ nada errado
em SER sacana,
há em mim
UMA gana de ser
quem SOU,
e sou, assim.

10 de mar. de 2009

Do Amor (Khalil Gibran)

Quando o amor o chamar
Se guie
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados
E quando ele vos envolver com suas asas
Cedei-lhe
Embora a espada oculta na sua plumagem possa feri-vos
E quando ele vos falar
Acreditai nele
Embora a sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento devasta o jardim
Pois da mesma forma que o amor vos coroa,
assim ele vos crucifica
E da mesma forma que contribui para o vosso crescimento
Trabalha para vossa poda
E da mesma forma que alcança vossa
altura e acaricia vossos ramos mais tenros
que se embalam ao sol
Assim também desce até vossas raízes e
a sacode no seu apego à terra
Como feixes de trigo ele vos aperta junto ao seu coração
Ele vos debulha para expor a vossa nudez
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas
Ele vos mói até extrema brancura
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis
Então ele vos leva ao fogo sagrado e
vos transforma no pão místico do banquete divino
Todas essas coisas o amor operará
em vos para que conheçais os segredos de vossos corações
E com esse conhecimento vos convertais
no pão místico do banquete divino
Todavia se no vosso temor procurardes
somente a paz do amor, o gozo do amor
Então seria melhor para vós
que cobrísseis vossa nudez,
abandonásseis a ira do amor
Para entrar num mundo sem estações onde rireis,
mas não todos os vossos risos
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas
O amor nada dá,
se não de si próprio
E nada recebe, se não de si próprio
O amor não possui nem se deixa possuir
Pois o amor basta-se a si mesmo
Quando um de vós ama,
que não diga 'Deus está no meu coração'
Mas que diga antes
'Eu estou no coração de Deus'
E não imagineis que possais dirigir
o curso do amor pois o amor se vos achar dignos
determinará ele próprio vosso curso
O amor não tem outro desejo
se não o de atingir a sua plenitude
Se contudo amardes e precisardes ter desejos
Sejam estes os vossos desejos
De vos diluirdes no amor e serdes
como um riacho que canta sua melodia para a noite
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria
De acordardes na aurora com o coração alado e
agradecerdes por um novo dia de amor
De descansardes ao meio-dia
e meditardes sobre o êxtase do amor
De voltardes pra casa à noite com gratidão
E de adormecerdes
com uma prece no coração para o bem-amado
E nos lábios uma canção de bem-aventurança

OLHOS



Existem POESIAS,

que somente os OLHOS

seriam CAPAZES de

eliciar!

FLECHA

Há um ARCO
e uma FLECHA em meus
acenos,
TUDO a ser lançado
CONTRA ou à favor
dos que ME olham,
eu preciso APENAS de uma
intenção,
uma LEVE inversão de
SONHOS e lá está,
EM você uma FLECHA
estancada
COMO arma que FERE
e salva
DAS mortes
e sorteia DORES em quem
me ALVEJA com olhos e BOCAS
vis e vãs.

CONFISSÃO Nº 36

Antes que ME acabem
o SABOR dos dias,
eu QUERO aqui pedir
abrigo e CASTIGO
ao meu CORPO,
que é SEU,
mas sonha em SER
mais que PARTE,
sonha ser
INTEIRO.

NÃO ME ABRACE

É no MEU silêncio
que ENCONTRO as verdades
antes ESQUECIDAS.
Não me ABRACE,
não alastre
em MIM teu fogo,
teu PECADO,
tua GLÓRIA infame
ao invés de NOTÓRIAS
fugas
do meu LAÇO.
Ando CALADO na medida
do MISTÉRIO,
na intenção de MISÉRIA
e solidão
DORIDA.

CIGARRA

Tua voz me PARECE uma sessão
de AMOR e tortura,
tão DOCE e vil pela certeza
em TER-me sob os teus
ABRAÇOS e laços.
Uma finalidade única de AMAR
e ter-me em TEUS casos
de AMOR.
Sou teu EUNUCO,
e tu a minha CIGARRA
que fala-me do ARDOR
e me faz sentir o CALOR
dos sonhos todos
que TENS ao me fazer
teu CASTO amante,
SENHOR.
Só sei que não VIVO sem as
tuas mudanças
de VOZ, de ventos,
intentos em me FAZER feliz.

MÃE

SOIS a minha maior intenção
nesse MUNDO,
existir e CONFRONTAR beleza
ao ACASO.
Tu és a DIVINA e graciosa
forma de SER,
mulher.

MEUS OLHOS

MEUS olhos foram feitos
para CINTILAR tua pele
por SOBRE cores e
SABORES insólitos,
impermeados.
Meus olhos são FERAS que acertam
suas GARRAS em outras
pontes que NÃO a tua
boca.
Meus olhos são ARMAS que
branqueadas,
TENTAM encenar teu corpo
em TOM de agudeza
e CLARIDADE.
Meus OLHOS são claros
e FARTOS da saudade
de te AMAR

ENTREGA-SE

Entrega-se um PEITO
em revolta e PARTIDA,
d'um homem em CONSTANTE
intriga de si para
SI mesmo.
TÔ fazendo entrega dos meus
PEDAÇOS, em domicílio
em FALSA morada,
em CASAS e armadas.
Não sei como me GUARDAR
até quando o CARNAVAL chegar,
e quero-me DAR ao céu da
sua BOCA,
à rota das SUAS palavras
e castas ENTRECOSTAS
dos teus BEIJOS.
Quem quiser VER-me entregue
ao SEU próprio travesseiro,
BASTA crer que estou
em teu JANEIRO.

CASO

Que me DÊEM dores,
que me dêem
ABRAÇOS,
eu quero é
CASOS de amor.

9 de mar. de 2009

MUDEZ DOS OLHOS

DAS palavras eu fiz
CAMINHO seguinte de
SOLIDÃO,
afastamento e
CONTESTAÇÃO.
Segui dias e HORAS ininterruptas
de INVASÃO solista
do medo,
SEM odes nem saudações.
Do meu silêncio tô
FAZENDO zelo
e CASARIL prá morar,
prá CONSEGUIR inferir menos
lágrimas e DORES nesse
momento.
Não sei CERTO ou errado,
sei APENAS que sigo,
sozinho, TRAGADO
pela mudez INCERTA dos
meus OLHOS.

CANSADO

Tremendos SÃO os meus
arroubos de AMOR
que me LEVAM e me trazem
ao TEU comovido ABRAÇO,
lasso.
Eu não TÔ sabendo que
caminho SEGUIR, mas
que bom seria TER em tuas
mãos AS minhas ÓRBITAS e
em teus PÉS,
o meu DESCANSO.

CONFISSÃO Nº 35

A arte DESOBRIGA
a mentira de
SER verdadeira.

MINHAS PARTES

Eu tenho uma METADE
que é
FATO,
argumentação.
E outra pouca,
que é DÚVIDA e solidão.
Tenho um PEDAÇO
que é mistério
e outro que é
ESCANCARO,
sem CONTER vontades
se entrega.
Há ainda uma PARTE esquecida,
que é CULPA
e outra, evidente que
não é saudade,
mas LEMBRANÇA.
Sou tantos, e tão POUCO
me vejo,
pelo ÍNTEGRO desejo
e pelo FALSO ensejo
de ser, não
SENDO.

5 de mar. de 2009

ANTIMIM

D'onde eu VIM
há um TEMPO atrás
far-se-ia IMPORTANTE ser
rei, NOS surtos de
AGORAFOBIA.
Hoje, sozinho
NÃO dizer não
QUAL é meu pão
de CADA dia.
Sem dias, eu TENHO
prá SOBREVIVER,
e nem sei COMO se faz esse
negócio.

CONFISSÃO N° 34

NOTICIAM em minha vida
uma partida TRISTE
e inconsolada
dos MEUS instintos.
Porque já não
PRECISO mais tencionar instantes
em MEIO a espasmos
e discrepâncias
emocionais.
DE agora em frente,
ao MEU passado,
acontecerão APENAS
revisões de VIDA,
pois já NÃO me
adapto mais ÀS invariâncias
do meu
TEMPO.

OBSERVADOR

TUDO o que vejo é passado
é do LADO de fora
o ESTRAGO partido entre
meu RETROVISOR
e a tua POUCA visão.
UM estático espaço
ENTRE voz e TROVÃO.
Não SOU um furacão instante,
NEM perene, SOU sonho
e frustração.
No meu ESPAÇO de observação,
mas CHORO corpos e ALMAS
de aluicinações.
MEU caminho é MANHÃ,
mas é também admoestação.
Se observo ao LONGE
é somente PORQUE
não tenho FORMA e condução
prá TE enxergar
em vãos.

IDENTIDADE

Há uma IDENTIDADE entre
o que SOU e o que
passou a SER em mim
ESCARA.
Tudo ferido,
MARCADO pelo desacerto dos
olhos, e CONTEXTOS.
Eu não SOU o dono das
minhas VONTADAS, mas
fiei em MINHA estada
a CERTEZA da indecência em
QUERER a fome como
ELO de partida.
Pode SER que nada faça
SENTIDO,
mas sinto MUITO durante
TEMPOS ter-me legado
o VAZIO como esconderijo.

FINS

Antes QUE o
tempo ACABE,
dá-ME VERSOS,
enleados,
SONHOS.

4 de mar. de 2009

CONFISSÃO N° 33

Quando EU parar é
PORQUE da vida
não TEREI mais licenças
em MATAR ou
morrer
de FOME.

ANTES O MEDO

Antes o MEDO que a
coragem de SOFRER e
chorar,
POIS do medo se
FAZ pontes e perenes
SAUDADES,
e da CORAGEM faz-se
ÓDIOS e alegres maldades.
Nessa caminhada EU páro
e sem olhar ME perco,
PORQUE perder-se
é DAR a chance em
ser ACHADO,
ou novamente PERDIDO,
mas PREFIRO o medo,
ante a CORAGEM de
ser INSTÁVEL.

PORTA DE ENTRADA

A porta de ENTRADA dos
meus SONHOS
estão nas SAÍDAS de emergências
da VIDA,
que contida INSISTE em me
FAZER sereno,
quando o MEDO deveria medir-me
pelo CANSAÇO e não
pela ESSÊNCIA profusa
e CONTEMPORÂNEA do susto.
Essa porta é de ENTRADA e
de FUGA,
sem SAÍDAS e estreitas VIAS,
sem vida eu SOU,
mas SEI a entrada
das minhas ESTRADAS.

MORADA

NO submundo dos meus
ENTREATOS
eu vejo o CONTRACENSO
que é EXISTIR a ermo,
sem ARESIA
e festa.
SEM conspirações e CASTELOS
eu me CALO
e abro VEIAS em braços
alheios, QUE me possam
servir de GUIA nessa morada
FRIA chamada
INSTANTE.

CONFISSÃO N° 32

Só POR um instante
EU pensei que
das minhas SAÍDAS,
alguma me SERIA de
valia
nessa VIDA.
E não ERA verdade,
nem ASSIM.

FULGOR

Não há ESPAÇO nos meus
castelos de ARAME
a receber TEU colo,
pois das MINHAS horas
sobraram APENAS dias,
que são POUCOS a fazer
da minha VIDA
a tua MORADIA.
A iminência de EXISTIR me
dói
e ME faz insistir nos MEDOS
que desagradados
me EXASPERAM a fuga
e FOGEM com você de
MIM.

CONFISSÃO N° 31

Não me OLHEM assim,
apenas há EM mim
a emergência do
SILÊNCIO, para
que em MINHA multidão
eu VEJA o som
do BATUQUE disfarçado
de CORAÇÃO.

NÃO MAIS

Não mais EU vejo
aquilo que o TEMPO esqueceu
em minha CALÇADA,
porque ao ME desfazer
dos SONHOS
eu me DESFIZ da vida,
que atirada em meus
BRAÇOS
perderam a hora
da PARTIDA.

SOMBRAS

EU tenho sombras

nos olhos QUE compoem as

minhas DORES

e as minhas FALTAS.

Eu tenho SOMBRAS

que caladas alçam VÔOS

e caem em SAUDADES

dilaceradas.

Eu tenho SOMBRAS

em árvores e ARMAS

de amor perdido

que MASSACRAM e destratam

a minha TEZ fracassada.

Eu tenho sombras

de TEMPOS passados,

que não CESSARAM

nem se ESQUECERAM em

me lamentar

a INEXISTÊNCIA do sonho,

que FALHOU em minhas

HORAS,

a sombra da HORAS, mortas.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::