::.Leve.::

[Esse que SOU]

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[EU sou o que você não pode VER]

31 de mar. de 2010

MEU GOZO

PRÁ não ser injusto
em meu GOZO,
pouco o DIVIDO
AO sabor alheio.

SEM AÇÃO

SAUDADE é verbo sem ação,
MAS que no presente se
CONJUGA.

SEM CHARME

Não HÁ charme nenhum
em SER só,
nem ALARDE algum
em CHORAR.
EU sei dos meus aquéns
na VIDA,
e tenho PERDIDO tempo
no silenciar DAS noites.

ÉRAMOS TANTOS

Não SABÍAMOS onde chegar,
nem COMO haveríamos
de PARAR,
mas ÍAMOS fortes,
fáceis e FEROZES,
num JOGO louco de querer
e conquistar.
UMA febre rouca
de SE espantar.
Amando, GOZANDO,
gastando da VIDA
as POUCAS horas
indo além.
ÉRAMOS dois, dúzias e
TANTO mais,
sem TEMPO,
sem medo ou salvação.
ERA o meu,
perto DO seu,
coração.

CICATRIZES Nº 2

Não QUEIRA curar as pequenas
FERIDAS do peito.
ELAS não cicatrizam
EM tempo algum.
FAÇA por si,
mais UMA tentativa
DE não mais se
FERIR.

ORGIA

São MEUS os maiores
FEITOS e desastres
ACONTECIDOS em meio
ao NOSSO
orgíaco CARNAVAL.

NÃO

[Não, eu NÃO me atrevo ao SILÊNCIO...]
Eu SOU denso demais
para BANCAR o simplório
COITADO que se acusa
NA dor de calar a voz,
QUANDO o peito
RESISTE em se manter
parado.
PREFIRO o ardor da voz
que a DELÍCIA erma
da BOCA fechada.
Eu QUERO gorjeios
e GALANTEIOS nos ouvidos.

30 de mar. de 2010

DESATOS OS NÓS

Ando COM pouco a dizer,
porque OS sonhos estão
fervilhando SOB às
CALÇAS e comendas que tenho.
Tudo se ESVAI,
como gozo derramado,
e NEM sei o que dizer
quando ACORDO em madrugadas
MOLHADO,
manchado do MEU próprio
desejo.
E desato os NÓS da roupa,
sem MEDO.

CALA-ME

Quando TUDO o que eu te
disser PARECER loucura,
me CALE com os olhos,
aos INVÉS de com
lágrimas.

29 de mar. de 2010

ESCREVO

Não ESCREVO palavras alguma
PARA comover,
ou FAZER doer
o PEITO de alguém,
AO contrário,
FIRO-me com o que penso
e FAÇO.
Se TARDO a contornar
as DORES
é PORQUE acho que faltam-me
NOTAS na condução
das MINHAS melodias.




Nada ESCREVO para ser lido,
mas PARA me despir dos
PENSAMENTOS intransigentes
que ME assolam.

ATO-ME

ATO-me
em ESTADO letárgico de
SAUDADE.
Ato-ME
em HORAS de veraneio
em MEIO ao ar revolto
do MAR, azedo.
Ato-me
em CONSOANTES sem sons,
silenciosas, SABEDORAS
de SI.
Ato-me
em TONS de cinza
quando o VERÃO requer
o preto.
Ato-me
NO tarde amanhecer
do DOMINGO que perdi
o SONO.

DIGO

Não TENHO tanto o que dizer, mas ACABO dizendo o que não é PRÁ ser recolhido.

AGUERRIDO

Em minhas MÃOS trago bombas
de GÁS lacrimogêneo,
LÁGRIMAS e lambanças.
São LAMENTOS torpes
de UM tempo rude,
em GUERRA,
eu aguerrido de OUTRORAS,
num PORVIR sem reservas,
sem FUTUROS,
e essa CAUSA
que me FAZ sentir,
sem TER como ir.

27 de mar. de 2010

DOMINGOS E DEVANEIOS

Não PASSOU de saudade
a DOR que me acolheu
em DEVANEIOS
e DISTRAÇÕES de
fins de SEMANA.
Os DOMINGOS têm sido
VAZIOS, sem as devidas
CORES de carnaval na
SOLEIRA de casa.

EMUDECI

Emudeci,

quando a tua mão ESTEVE ausente,

teu SORRISO descontente,

e meus OLHOS invejosos do teu

CORPO.

EMUDECI,

quando a NOITE ficou quente,

o TEU cheiro era a semente

de TODO o meu penar.

25 de mar. de 2010

TALVEZ, ASSIM

Talvez eu AINDA ame, um dia.
Mas, isso já nem me interessa.
Tô pasmado com a querência,
o desejo,
o desfecho do gozo.

É HORA

Essa é a HORA de chegar na minha
GLÓRIA silenciosa
de PODER dormir e acordar
sem TRANSES,
sem CHOROS e velas a me
espelhar a ESCURIDÃO de
casa.

MAIS QUE NADA

Antes de MAIS nada,
GOSTARIA eu,
de DIZER
que NADA versado
NA clareza translúcida
DESSE português ruim
SERIA capaz de fazer notar
ao MUNDO,
a importância DA
minha INDIFERENÇA.

A SAUDADE NÃO CAIU MUITO BEM

Não.
A SAUDADE não fez muito bem.
A CIDADE com suas canções
simbióticas
me ASSUSTAM,
o TEMPO parado me percorre
a ESPINHA,
e MEU jeito se confunde,
menino.
Não,
a saudade NÃO caiu
muito BEM,
e EU sonâmbulo,
sedimentado SEM peito,
ARDI,
de LEMBRANÇAS.

PARANDO

Quanto a MIM,
sei que não FOI fácil
parar.
Cansado,
e DORIDO,
eu me aquieto na
NOITE que se passa,
e DURMO,
na esperança DE não
PRECISAR mais seguir.

24 de mar. de 2010

DITADURA DOS OLHOS

Não,
POR favor, não mande flores.
Não me ACORDE na hora
exata.
Não me QUEIRA intenso nesse
FRIO de verão,
em PLENA águas de março.
Não me FAÇA rir por qualquer
coisa,
não me QUEIRA à toa em suas
NOITES,
nem me ACORDE dos sonhos
nas TARDES que desconheço.
Eu preciso de MAIS ateção,
eu SEI,
de olhar um TANTO mais
para meus BOCADOS, de medos,
de MAUS olhados,
ARDO, sim.
Eu ardo QUANDO tu passas,
mas não TE quero me seduzindo,
e ENTOA tua canção em
silêncio, DE agora em diante,
TE peço.
Tua VOZ cancionada em meus
OUVIDOS,
é a pura VERSÃO de uma
ditadura dos OLHOS,
e nem POSSO mudar de direção
quando TU não passas
por AQUI.

ESPELHADO

É estranho
VER-se
tão longe,
no REFLEXO
próximo do
ESPELHO.

23 de mar. de 2010

CONTRAMÃO

VAZIO.
Há um vazio RESSOANDO
cansado,
no LADO direito da
cama.
um vazio ARFANTE de
vontades,
carne QUE clama companhia
sem ARTE alguma.
UMA parte desconhecida
que ARDE,
invade OS desencontros,
e REPARTE
o que já NEM tememos mais,
a SOLIDÃO.
São TORREÕES d'uma saudade,
e QUEM sabe um dia
preenchemos ESSAS tardes
sozinhas,
de um POUCO de contramão.

O QUE PRECISO É...

O que eu SINTO,
as VEZES me escapa
às MÃOS.
E AS vezes exala feito
canção DE carnaval.
O que QUERO me alimenta,
mas o QUE preciso
é inanição.

ESTAÇÃO

Não SÃO das flores
que ARGUMENTO primaveras,
nem DO sol
que admito o verão.
As minhas ESTAÇÕES são
ditadas EM conformidade
ao MEU coração,
que EMBORA arredio,
se ALIMENTA das muitas
canções ESCUTADAS
em silêncio e SOLIDÃO.

SENDO

Posso NUTRIR
poucos sentimentos
O que NÃO quer dizer
que OS alimento pouco.
Sou em EXCESSO
ao que ME é concedido.

A VERDADE

Se me DISSERES que da distância
TIRAS aprendizado,
EU digo que tiro
solidão.
Se NEGAS que choras
de saudade,
EU choro até
de EMOÇÃO.
Se DIZ-me que sonhas
para ALCANÇAR futuros,
eu DIGO que meus sonhos
são SEM razão.
SE preferes a verdade
como ARMA,
eu DEVO disdizer-te
QUE a tenho,
como SENSAÇÃO.

ANTES E DEPOIS

Antes QUE eu me arrependa
POR ter chegado
tão LONGE,
eu me ARREPENDI de ter
demorado TANTO
a SAIR do lugar.
COISA estranha essa
de se PERDER
no próprio CAMINHO.

TANTO ASSIM

Muito de MIM
é tão POUCO
para explicar
ESSE excesso
que me ASSOLA.

18 de mar. de 2010

E SÓ

E tudo segue
a trajetória da solidão
desmesurada e descontente,
porque nunca ela é só.

NÃO ME CUSTA

Não ME custa ser eu,
esse UM que te dá amor
sem SOBRSSALTOS.
Esse,
o AMOR de canto dos
OLHOS.
Amor DE sensação
sem LUCIDEZ,
de OLHAR fotogênico
e desmedido.
Não me CUSTA ser eu,
o ARAUTO que te anuncia
em ânsia, à CHEGADA
abrasada ao PEITO meu.
Esse LEITO que te recebe,
e CEDE da própria cama
o SABOR do descanso,
que SÓ em teu corpo
eu TENHO.

PRÁ RIR NÉ?

Me CANSEI dos dias
em que ACREDITO em tudo.
A DESCRENÇA é um mal
necessário.

HORA PARCA

ESSA hora parca
que NÃO quer passar,
esse TEMPO todo
a me DELETAR
(a idéia),
essa COISA toda
a me CONFORMAR
(a espinha reta),
sem QUERER e sem
parar.
Sem ENTENDER, e a
me COMPENSAR (as falhas,
sem FALSA modéstia).

SEGUINDO

Não TENTO mais seguir
em VÃOS.
Meus CAMINHOS tortos,
revoltos CONTRA
a solidão
me ACALMAM,
revelam UM longo rito
em tempos DE perdição.

TRAJETOS

Em tempo DE mudar a
trajetória DOS olhos,
eu VI você.
Intrigante, em SILÊNCIO,
e provocando um CARNAVAL
imenso em MEU coração.
Agora, NO alcance
das MÃOS,
tua BOCA mais parece um curare
que me ENTORPECE,
em MAIOR deleite
que PRÓPRIO alvorecer
sobre a TUA pele.

15 de mar. de 2010

LÁGRIMAS SECAS

Minhas LÁGRIMAS
quando SECAS,
não é que deixam DE
existir.
Elas APENAS se acalma
no BALANÇO
do devir.

EX-QUADROS

Na PAREDE, o nosso retrato,
um FATO.
No relógio, o PONTEIRO
das HORAS ao acaso
se PERDE.
No CARRO, o medo de tarde,
reparte SOBRE mim
o seu CUSTO.
No quarto, SOZINHO,
DESCUBRO sobre a mesa
um relicário,
faltando a MINHA aliança,
ainda no DEDO.
As FOTOS rasgadas
nos REVELAM como ex, que somos.
Ex-QUADROS,
vidas UNAS, duplicadas
sem ALARDE, num rio
de água CORRENTE dos olhos.

TODO CHARME

Toda LIBERDADE
tem seu CHARME.
E, todo charme,
tem um QUÊ de prisão.

13 de mar. de 2010

MAIS...

Muito mais QUE distâncias
eu AMEALHEI silêncios
POR todas as partes dos
MEUS olhos.
Enquanto CHOVE,
eu contabilizo os ÁTIMOS
dos SEGUNDOS que o tempo
reverbera.

O SONHADOR

Amanhã,
TALVEZ o sonho seja o
MESMO,
MAS por certo , o sonhador
SERÁ outro,
no ÍNTIMO.

NO CAOS DAS RUAS

MESMO no caos das ruas
que TRANSITO,
eu CONSIGO manter-me
intacto ao SABOR arredio
das HORAS.

12 de mar. de 2010

AS MÃOS

Nem sempre
o que tenho nas mãos
são carícias.
As vezes PÉROLAS,
as VEZES pormenores,
AFASIA.
Mas, sempre tenho algo
nas MÃOS,
nunca VAZIAS.

PRÁ SER

NO silêncio
HÁ somente uma ESPERA.
A sua.

CRER

E de TANTO imaginar as verdades
que EU não sei contar,
me AFASTO dos medos
que não TENHO,
e nem SEI mais andar.
Enfim, CALO-me,
ato o FUTURO em caixas menores
e REFAÇO meus detalhes,
AGORA esmaecidos pelo papel
AMASSADO de ontem.

SE PODES VER

Se PODES me ver,
de FATO podes entender o
peso que É saber-se de longe,
ao LONGE,
e somente,
NO longe dos teus olhos.
O perto PRÁ mim,
agora se CONFUNDE com o
PASSADO, porque o presente,
sempre SE perde na próxima
ESTAÇÃO.

AGORA

TUDO o que tenho nas
mãos,
são o BRANCO das folhas
nos DIAS e uma idéia.
Agora, eu GESTO um outrora
FUTURO.

MEUS CADÁVERES

Estavam ALI os meus sonhos.
PROSTRADOS, postergados
num AMANHÃ que desconheci.
HOJE, ainda vasculho os meus
cadáveres
em BUSCA de vê-los
novamente.

EM RASCUNHO

NA desculpa da tua
ausência,
eu REDESENHO teu rosto
nas PAREDES
dessas HORAS que me
aprisionam.
E, só eu SEI o peso
que é manter-te
na REDOMA dos olhos,
apenas EM rascunho.

SABER-SE

Mais SIMPLES que
a sabedoria do SILÊNCIO
é SABER-se só,
ainda que NA côrte feita,
PELOS que te querem
pelas COSTAS.

10 de mar. de 2010

TUA HISTÓRIA

Não me OLHE como se eu fosse
apenas UM traço de toda a tua
HISTÓRIA.
Os seus capítulos são
APENAS contados em
MENTIRAS, logo,
eu SOU um delas,
dedicadas aos meus próprios
OUVIDOS.

SE FALTAM

Quando as minhas palavras faltam,

não por SUA própria inexistência,

mas POR intenção

é que MEU peito fala em ver

você mais de PERTO.

8 de mar. de 2010

TUDO ESTRANHO

Das saudades que sinto,
os teus CAFÉS e companhia
são do que mais sofro
nas manhãs frias
e noites quentes
que têm me acompanhado.
Como é estranho viver
sem abrir a tua geladeira
e os teus segredos.

AFORISMOS

EM que mais confio
SÃO meus desacertos nos
OLHOS.
Eles sempre ME dão
um outro PONTO de
vista.

QUERO MAIS NÃO

Mas, onde FORAM parar
meus desajustes?
Que JÁ chego a desconfiar
de LOUCURAS,
POR tanto me orientar
nas CERTEZAS
que nem QUERO mais

7 de mar. de 2010

DOS DIAS ASSIM

DO que restou em mim,
AINDA posso sentir o
silêncio e a SAUDADE,
soberbos a me
CONFUNDIR as intenções.

DA DOR

A CORRENTEZA do sorriso
se APÓIA no desterro
da DOR.
EM mim, doem mais
os dias de SOL
em SILÊNCIO,
que os DIAS de chuva
em PATUSCADA.

SMILE

NOUTRO instante
hei de GARIMPAR na tua
boca,
o SORRISO mais reluzente
do TEU vitral.

PLURAL

AMOR não se conjuga em
primeira PESSOA,
mas TAMBÉM no plural.

ISSO AÍ

O que NÃO é mais possível
se TORNA sempre
indispensável.

SEM ATENÇÃO

No ENTANTO,
nada novo aqui tem me
surpreendido.
Os mesmos JOGOS,
jogadas,
MUITOS olhos e pouca
visão.
NADA desconhecido me
desperta MAIS a atenção.

TE SIGO

Não temas a distância,
pois do silêncio
entre nossos olhos,
existe a batida do coração,
que te segue.

2 de mar. de 2010

DOR E DORMÊNCIA

Quando, ENFIM,
me acostumei com a DOR,
eu DESCOBRI o peso
da dormência.

TODO FIM

DEPOIS de todo fim,
existe sempre a REAL imagem
de quem SOMOS,
o recomeço.

HORAS CERTAS

Quando o SOFRIMENTO passa
e se TORNA outra coisa,
a GENTE descobre o elo
certo das HORAS
que ainda VIRÃO.

CANTOS DA BOCA

NOS cantos dos olhos,
a POEIRA acumula seus medos
e PORÇÕES de preguiça.
Nos CANTOS da boca,
a HORA não passa,
e CALAMO-nos em nós
sem desatar.

ETÉREO

Sentado NO quarto
eu ALTERO em devaneios
as CORES das paredes
QUE invento,
um DIVISOR de águas,
redentor sedento.
E quando RECOBRO a
lucidez,
enfim, me ALCANÇO
na tumultuada fonte
DESGASTADA de amanhã.
Eu TENHO medos e maneiras
de SER.
Eu SOU etéreo,
e não MENOS
mundano.

SEM

No COMEÇO éramos intensos,
perdizes NOS céus encantados.
Mas, NO fim,
nos confundimos COM a falta
de VISÃO e o ermo
FRIO da boca solitária.
SOMOS agora,
o NÓ sem desatar da vida,
uma falta de SENTIDO.

ENTREATO DO BEIJO

Mas, é tão BOM perder-se
no ENTREATO do beijo
e deixar-se SUGAR sem medo,
que a VIDA até parece
um SONHO.

BOCAS

Das BOCAS que conheci,
APENAS uma não me sai
da CABEÇA,
ESSA que nunca beijei,
mas JÁ suspeito o gosto
intangível de ALEGRIA
que me seduziu.

O MOÇO

O MOÇO anda perdido
nos achados D'UMA cidade
de FARÓIS e figuras
sonoras, ESTRANHAS,
entranhamente dentro,
do ONDE que já desconheço.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::