::.Leve.::

[Esse que SOU]

Minha foto
[EU sou o que você não pode VER]

30 de nov. de 2009

PÁGINAS

PÁGINAS do meu livro, abertas,
páginas das MINHAS horas, incertas,
páginas DOS meus sites prediletos,
sem QUERER carregar.
São ARMAS contra o que conheço,
contra o que REZO.
São carmas,
COISAS sem sentido,
e SÓ agora eu entendo a significância
DA aurora,
perdida nessa NOITE sem fim.






ABISMO

EU tenho tentado saber mais
SOBRE quem sou,
enquanto ME perco nos
JOGOS de olhar e
sentir.
ESSE ato ensandecido de continuar
VENDO no outro,
o ABISMO mais querido
a SE jogar.

SILÊNCIO

QUANDO do silêncio eu fujo,
me REFUGIO na multidão
e na LOUCURA indesejável
dos CARNAVAIS silenciosos
que SE formam
nas RUAS, em pleno dia
BRANCO.





JANELAS ERMAS

Gosto de JOGAR com a brincadeira DE fazer da DOR, brinquedo.
É JOGO de cartas, que MARCO com doses de SANGUE e saudade.
DO tempo que vivi AGORA, na hora de IR me faz como TROCO da mora,
e já NÃO pago mais os EXTRAS da transgressão que é a vida,
sem a ILUSÃO.
PASSOS atrasados, CORES sem nuance alguma, porta fechada,
JANELA erma deixada aberta, e essa SUA cara de abismo.

UM DIA

Um dia é muito POUCO
para caber em meus instantes
de LOUCURA,
um DIA é tanto mais
para brincar
de AGONIA.
UM dia é pouco
no que ME admira,
mas um dia é DEMAIS
prá ter
você em REVELIA.
E um dia AINDA te digo,
não me VALEU a busca
e fantasia.




AYER

[As marcas de 'AYER' não passam, nem com as de AMANHÃ]

ACERCA DE TI

DISCORDANDO de todas as teorias
EU tenho tido
a BOA revelação
dos OLHOS,
a CALMA solução dos
ATOS,
e vivido no TOM certo
de primavera.





LUZES

[LUZES]
São os melhores conceitos
de ALMA.
E na PALMA da mão se
guarda a
SUA herança.






*Não creio em ALMAS, mas sei que compõe bem em poesia.

INSANAMENTE

EM minha carta de alforria
sempre ESTIVERA escrito
o MEU destino aprisionado
em MEIO às causas e
EFEITOS do teu
beijo,
INSANAMENTE mordaz.

EU, TEMPLO

NADA que escrevo é obra literária,
senão pelo DONAIRE da coisa
que é FODA, sem ser plena.
Mas, ANTES de quem sou
existe o QUE escrevo,
ato DESCABIDO do meu narcisismo,
desidério,
ANTE perigo.
A vida se INCITA em olhos,
se EXCITA em traços
se AGITA em abraços
e HABITA na carne clarificada
do QUE restou desse
BEIJO.
É um DESAFORO esse ofício
de DEIXAR cair sobre o chão
a ARMA em riste que é a
PALAVRA,
errática,
CONTROVERSA,
mas VERDADEIRA.
Sabes me VER sem que saiba
de ONDE venho?
Não,
seria IMPOSSÍVEL olhar-me
em CLAUSURA,
e não SABER que a confluência
da PALAVRA me
transita.
Eu SOU apenas via de acesso,
e a PALAVRA se conecta.

IDÍLIO

A graça DESSE idílio
é o QUANTO tudo parece
menor SE eu vejo
PELO seus olhos.
PORQUE no resto do tempo,
eu SOU pequeno e gigante
sem ENTENDER a sua
sutil diferença.

DÚVIDAS

AS duas coisas sobre as
quais EU tenho mais medo
SOBRE o amor
é QUE ou pode-se ser
PIOR que eu,
o que ME deixa desconfortável,
ou que SEJA muito melhor
que EU,
o que ME desespera.
Enquanto NÃO acho o meio
TERMO,
tô preferindo a dúvida
ENTRE o desconforto
e o DESESPERO,
e TENTO.

SEM PERDAS

[NADA se perde na cuminância do OLHAR]

29 de nov. de 2009

MEIO COPO VAZIO

ACONTECE que tudo que
está PELA metade,
representa SEMPRE
a metade da VONTADE de
permanecer.
Acontece QUE tudo que
falta UM pedaço,
tem sempre um PEDAÇO
a se OFERECER.
Acontece que TUDO que
se PARECE, pode não ser,
MAS te agrada o ato
de TE confundir.
Acontece que TUDO isso pode
ser BESTEIRA,
mas que MANEIRA melhor
você TEM de se
entender?





ESSE calor
que sinto
calma em DESVÃOS,
e hoje
PENSO que é
preciso um POUCO mais
solidão.
Solidão DOS ventos,
dos TEMPOS mornos,
sem RESPOSTA
e consolação.
E quem me PERGUNTAR se
tenho HORAS a ceder,
nada de PALAVRAS,
os meus OLHOS são os
donos da intenção.

LUZES DO JAPÃO

AS luzes no Japão,
a ESSA hora choram a
TUA ausência,
SOL do meu dia,
VOZ de alegria,
cor de MINHA calmaria
e criança.






JANELAS

AS minhas janelas estão
TODAS fechadas.
Fadadas AO silêncio
do QUE está por dentro,
INDIFERENTE ao ócio
que se MOLDA por
fora.
Agora as MINHAS janelas
estão INCERTAS.

SABIA

DESDE menino eu sabia
da DIFICULDADE que era
SER humano.
UM tom sempre acinzentado sobre
OS olhos dos que
ERRAM,
e o SILÊNCIO glorioso
dos QUE vencem.
Dúvidas e DÍVIDAS nunca
sanadas,
DATAS e doutrinhas falsamente
LEVADAS à sério.
E eu,
NADA certo,
e NUNCA erro.
TODOS cabotinos* que
se ENREDAM numa história
FARSA,
num falso JEITO de ser,
FELIZ ou fracasso,
por GOSTO ou necessidade.




*Mau comediante





AMOR ALHEIO

'Só SE tem certeza
que é o FIM,
quando SE faz o fim
DO amor alheio'.
Amor PRIMEIRO, passa,
o segundo TAMBÉM,
mas NA caça do terceiro,
SE tem na vida
à ALTEZA
em BUSCA do seu amor
inteiro.

NÃO IDENTIFICADO

Já não me IDENTIFICO com as cores
que TEMOS,
ser humano PRÁ mim
é menos,
e NÃO sei onde me achar
EM tempos,
de GUERRA e mansidão.






OLHOS VERDES

São nas SUAS cores que
me PERCO,
me remendo,
EM desejos e doçuras.
EM seus olhos, VERDES
e variantes, me vejo
em REFLEXÃO,
convexo DO que sou,
e me ALTERO,
em carne e POESIA do teu
gesto.
Eu sou SEM cor,
e me furto,
NA entrega de refletir
em TI,
o que o VERDE de tuas
retinas em AMPARAM,
me ancoram em
SI.




TRP Nogueira.





ESTIO

É quando MAIS sinto falta
do TEMPO que as
estações MUDAM suas rotas.
Ainda não ME acostumei
à primavera,
e LÁ me vem o estio
FIGURAR em minha pele.






UM TREM PRAS ESTRELAS

EU virei suco,
PARTE da puta que o
pariu,
CARNE da placa que o
FERIU,
arma do DEDO que
o AGIU,
em TRAMA,
ardis e DELICADEZAS.
Os meus CRIMES são todos
cometidos,
EM calma e
calamidade.






DEVASSO

UM tanto devasso
NO quarto do ACASO
em meio À tua
arqué.
NO teu caso
eu SOU apenas pecado,
o RESTO é
virtude,
vicissitude DA minha
boca.

AMOR ABISSAL

ESSA carne,
esse corpo, CREPÚSCULO,
corrente em MINHAS veias.
Tua BOCA me chupa, reluta em
ME deixar,
e eu MARCO-me em teus
dentes, TATUAGEM,
tesouro meu.
Esse ENCAIXE,
enlace dos meus DEDOS em
teus SEIOS, sombra doce
de QUEM te deseja, em profunda
ALEGRIA.
VOCÊ grita,
você CHORA,
rememora a PRIMEIRA vez,
o GOZO abissal do nosso
ELO,
tão secreto e DEFINITIVO.
TUA alma, carregada do
MEU perfume,
minha CALMA, perdida no
ALTO das suas coxas,
BRANCAS, suscetíveis,
SUPRIMIDAS em meu traço,
e o NOSSO passo segue,
em DIREÇÃO ao ápice,
dos hirtos de nossos
CORPOS, molhados,
MANCHADOS com a cor
DESSE amor.





À Carol (cunhada).

28 de nov. de 2009

DÚVIDA

[TENHO tentado entender o que a VIDA, da vida quer.]

NOITE

No elo MAIOR que estabelecemos
com a NOITE,
eu me calo,
e DESVELO-me como
parte de uma ARTE
que não tem RAZÃO em ser
noveau.

VELHO DIÁRIO

No meu VELHO diário,
tudo o que CONTO
é o que de FATO não se
DESVELOU como traço
de história minha.
São HORAS e datas que
não reconheço EM meu
calendário.
UM passado fustigado
À ferro quente,
em CADÊNCIA,
coisa de SAMBA canção.
O meu velho DIÁRIO
conta a HISTÓRIA do homem
que não FUI,
aquele QUE apenas sonhei,
em demasia VONTADE de
diferençar as CORES
das minhas DORES de
agora.





EYES

[COISA que não sei escrever, eu CHORO.
Lágrimas SÃO verbos que
EU escondo nos olhos.]

CONSERVO-TE

EU te conservei em palavras,
COMO parte do que te
DEVO,
do que EMPRESTO na 'contenteza'
de SER algures em ti.
Eu TE abraço em silêncio,
COM medo da tua ida,
e o BARULHO que
fará meu CORAÇÃO sem
os TEUS passos,
OS nossos filhos,
FRESTAS e fantasias.

CHORO DE FOGO

QUANDO chorei fogo,
tudo EM mim fora
transformado EM cinzas.
De CARNAVAL,
de ilusões,
PIERROT e bedel.

PROCEDENTE EM SER

Não SEI se há procedência
em SER assim,
GENTE,
ser de SACIEDADE nenhuma
que SE quer sempre,
em MAIS,
muito mais do que
se TEM.
DO pouco eu faço muito,
e DO todo eu não
TENHO nada.
Coisa ESTRANHA essa de ser
maior quando se PARTE,
em pedacinhos MENORES,
em viagens DISTANTES,
e sempre MENOS na adequação
das SOMAS.

NEM FECHO OS OLHOS

NEM mesmo fecho os olhos,
é tudo COISA de não querer
sonhar.
Nem mesmo SAIO de casa,
me PARECE calma de querer
ficar, e ESPERAR,
não MUDAR, mas ver tudo
passar.
Nem MESMO sei esconder,
marcas, MORDIDAS,
mentiras e MOLDURAS dos quadros,
sem FOTOS,
com rostos COLORIDOS de
alegrias que NÃO conheço
tanto ASSIM.
UM ar de superação
NA derrota,
um CAIS, enquanto o mar
entra em PARADA, total,
silêncio de
ÁGUAS.






COMBUSTÃO

NOTA-se que na falta
que FAZ um coração,
o resto DO corpo corre,
em FUNÇÃO da culpa,
da LUTA em querer permanecer
sobrevivente.
Tudo que EVADE de mim
é por PRECISÃO,
em minhas colisões,
TUDO se refaz em fogo,
COMBUSTÃO.

PRO DIA NASCER FELIZ

[O QUE és,
em mim
é TÃO desimportante.]

27 de nov. de 2009

NAS MÃOS

NOUTRO som de desassôssego
eu me CARREGUEI nas mãos,
e DEI-me, enfim,
um TANTO de
calmaria.

QUERO UM BEM

OS fatos insistem em me
COLOCAR contrário ao desejo
de TE ver.
É distância,
DOMINÂNCIA,
diretriz.
Tudo em MIM criou raiz,
e TENHO medo
de DAQUI sair.
Apenas VOLTE,
que te quero BEM.




(Coisas escritas no calor do bucolismo fantasiado, no sol de novembro, nas coisas de outubro, no amor de setembro...)

DIÁLOGO EM SI

[Amor, já era hora de PARTIR,

te perdi na HORA de chegar

e ME deixei assim.

Coisa de ROMÂNTICO tolo

que SOFRE e permanece na dor.

Não, não SOU eu,

esse é VOCÊ.

Coisa de GENTE, que eu nem

quis SER.

Tá,

TÔ fora daqui,

mas SEI

que eu já SAÍ...]

26 de nov. de 2009

QUASE NADA

Quase NADA do que sei
é essencial
prá SER feliz,
mas AINDA sim,
eu SEI de coisas
que MUDAM tudo.





VERSOS E VONTADES

MEUS versos e
minhas VONTADES estão
fazendo FILA prá
te VER chegar.
Tudo EM festeja,
o TEU abraço
CASTO,
conspícuo,
só MEU.
Meus VERSOS e
MINHAS vontades
me ALTERAM a rota de
SEGUIR,
só prá te
esperar.





COISA DE AMOR

NAS ruas,
calçadas TEM teu nome
'pixado'
CASTELOS se formam
com a TUA presença,
AUSENTE...
PESSOAS sorriem,
falseiam o QUE é em
você é PURA
alegria.
Lá FORA todos entraram
em minha VIDA,
mas ninguém SE
apresentou COM teu nome,
nada ERA igual,
mesmo sendo CONTEMPORÂNEO.
E em CASA,
os livros dizem sempre
o que VOCÊ diria,
já nem LEIO,
lamento NÃO teres
chegado.





ALUCINADO

MEL e luz,
e tudo PARECE escurecer
quando TEU céu da boca
ME sai sem
dizer PRÁ onde.






CASTELO DE AREIA

É na perdição do que
CHAMAMOS de vida
que EU me acho.
NAS coisas não acontecidas
que ME instalo,
e FAÇO das lágrimas
que SECARAM,
castelo de AREIA,
onde te ABRIGO,
no hoje.
AMANHÃ na ventania dos
MEUS lábios, por
CERTO que teu corpo
ESTARÁ no longe
DO que pensei.
E se ME perco na chuva,
é da ÁGUA que
renasço,
em CARMA e
condição,
COISA minha

DIA DE DOIDEIRA

[A loucura QUANDO comigo é mansa... Chega a SER normal.]

25 de nov. de 2009

DE FATO É

Talvez,
o que é,
de fato,
nem seja...
Mas e daí?
Querer é assim.
Apenas se NECESSITA.

NÃO SOU EU

EU já não sou
EU.
Não sou QUEM da vida esperava,
SOU o átimo instante
entre o QUE precede
a DOR e alegria,
o GOZO,
que se esquece no
FINAL.





SOL SOZINHO

O sol VIVE sozinho nos
FIOS do teu cabelo.
À ermo procurando POR mim,
que AGORA já parti.

DO ENCONTRO

EU me desconheço no SILÊNCIO...







CURRICULUM

O que é PARTE de mim está
agora PERDIDO,
o que ME forma é pura
contestação.
O que me ABRIGA,
a solidão.
O que me CATIVA,
sensação.
O que me tira do SÉRIO,
intenção.
O que me LEVA até você,
SALVAÇÃO.
O que me afasta do RESTO do mundo,
ABOMINAÇÃO





DO CONTRÁRIO

DO contrário,
EU permaneceria no
SILÊNCIO das palavras que
CALO,
e não SABERIA que
em POESIA eu manipulo
a TUA agonia.

24 de nov. de 2009

ETERNA DÚVIDA

MAS é tão simples SER
humano, que eu
não ENTENDO porque ainda
TENHO dúvidas.
É tão BOM viver em falseio
com OS olhos,
ARDIS à flor da pele,
SORRISOS erguidos como
TAÇAS, de um veneno
VIVO, doce e AMARGO.
É tão BONITO ser visto,
OBSERVADO, dilacerado em olhos
e COMENDAS,
o que TODOS precisam é
AÇÃO,
o resto é TERREMOTO.
E eu,
SEMPRE na dúvida,
ENTRE o que sou
e a VERDADE do resto mundo.
SABE?
Eu não quero ser HUMANO,
não me QUERO entre a gente
que FIGURA linda nas ruas,
e EM seus pés
CRESCEM armas e açoites,
NUM eterno zurzir
QUE meus ouvidos
se CALAM.
É tanta DOR na farsa,
que CHEGO a crer que ser humano
é VERDADE,
e nem É.

CARNE, NUA

NOUTRORA
em braços que já não
conheço MAIS,
eu me LEMBREI
do tom iluminado
da SUA pele.
Coisa DE te querer ter,
intimamente,
MINHA parte,
meu deleite,
minha CARNE, nua.

AVESSO

No AVESSO da parede
eu COMEÇO a me lembrar
de VOCÊ,
VOZ e violácea alegria.
TOM de criança tola,
QUE sorri e chora
COMO fosse um ofício
SÓ seu.

ERRINHO À TOA

Um dia você erra,
no outro
você chora.
Em minha historia
o verbo 'querer'
nao se conjuga
no passado.
Porque quero
e não queria.

ALGO ASSIM

DOS teus fantasmas
eu SÓ entendo o medo,
MAS sei que os meus me
ASSUSTAM,
não saem do PEITO,
me ARRASTAM num espetáculo
clownesco*,
SEM armas,
em chamas,
meio BRÁS cubas,
póstumas memórias.
EU tô por FORA de mim
e DENTRO dessa ilusão
carmim.
MAS, dos meus fantasmas
eu já NÃO entendo mais,
nem PRECISO,
os meus fantasmas
SÃO sempre você,
em NUANCE e nostalgia.



*circense, teatralesco.

PATARATAS

ERA prá ser a sua opção,
MAS eu vi que amor
SEMPRE fora pesado demais
em SUAS mãos.
não EU que não saiba
também LIDAR com a falta,
A PERDA ou o esquecimento,
não é isso.
É muito MAIOR,
porque eu não SEI lidar
com a CULPA de ter
tentado.
Não era PRÁ ser assim,
cor de OUTONO e vazios
passam POR mim,
mas SABE?
Nada ME dói.
Talvez SEJA isso que
feriu a tua CONDUTA,
inadequada AO que se
propunha no PRINCÍPIO,
na criação DAS suas vagas
PATARATAS*.




*Mentirinhas.

GUERRA

EM guerra,
EU rio...
ORA prá alegrar o pelotão
de HOMEM só,
ora REVOLTO
eu INVADO tudo em
águas e VIAJO em
buscas DOS mares.
COISA de vulcão querendo
EM erupção se
SALVAR.





DERRAMAMENTO

Há UM derramento de mim
EM todas as partes,
FLUÍDOS, florestas,
fantasias e FALÉSIAS,
tudo a ERMO canalizado
no MEIO do meu jardim.
CARNES, constelações,
CONSPÍCUAS arestas,
e TUDO se esquivando do
MEU, assim.
são OSSOS, ócios,
ÂNSIAS, tudo cheirando a
ALECRIM.
Querendo ir,
PARTIR de mim um terço
e FAZER dividendo
desse PRODUTO que restou
de MIM,
somente ALMA,
dormente CALMA,
na PALMA da minha mão,
mão de ARLEQUIM.

COMO FILHOS-DAS-MÃES

E saiu, COMO saem os filhos
das MÃES,
como caem MANGAS dos pés.
Era HORA de ir,
CHEGAR em casa,
e VER-se partir pro outro
lugar, AQUELE um que não
se CONHECE,
mas pensa-se em MORAR por lá.



À Sammy, que me apresentou Leonardo Petersen.

AMOR NÃO

AMOR só é amor,
quando EXPULSO de você
encontra OUTRO alguém
em QUEM viver.
Amor só é amor,
SE do alto dos seus medos
ELE se jogar
e SABER que não vai
machucar SEU
coração.
Se não,
é amor NÃO.

DO LOUCO

Quando CAIO na normalidade,
LOGO recorro
ao DESAJEITO do caos,
porque SER normal
é me PERDER na frieza
dos OUTROS.
SOU louco, quente,
RENTE aos olhos dos que
ME vêem de FATO.





CASAMATA, CASOMORRAS

NAS casamatas da minha
GUERRA,
eu acerto SEMPRE
na CALMA.
E tiro da ALMA
a pura hegemonia de
SER só, ainda que
em MULTIDÃO.
Assim, a VIDA se encarrega
de TE fazer sofrer,
eu NÃO.

FAZ-SE

POESIA se constrói com
armas em RISTE
e janelas ABERTAS
ao combate.

CÃO RAIVOSO

PÕE em mim um pouco
de CALMA,
que te DEVOLVO tudo
em ALEGRIA.
EU sou cão raivoso,
HOMEM louco de proposição
NENHUMA,
mas SOU também saudade,
REENCONTRO, alteridade.
Essa COISA toda de
querer BEM e mal, sem
tempo, SEM jeito de ser
diferente.
Dá-ME de si um tanto
de ALMA,
que te RENOVO a flauta
dos SONHOS,
cantada em VERSO,
e soneto.
PORQUE sou água,
e não ME remeto
a obstáculos.
EU sou puro e PROEMINENTE,
contaminado com a ação
do VERBO,
com o sentido do TOQUE,
e levo a REBOQUE essa
culpa de SER
prolixo.

23 de nov. de 2009

PUNHETAS

Paixões e PUNHETAS
são as maiores ALEGRIAS
do homem.

DIAS UTERINOS

[MEUS dias são sempre
uterinos.
COMEÇAM de dentro
e SAEM em luz
e FANTASIA.]

QUANDO O MEU AMOR CHEGOU

QUANDO o meu amor chegou
eu já ESTAVA de partida,
era HORA de sair
SECAR as águas dos olhos
e DAR ao veio dos rios
NOVOS contornos,
OLHOS e arrojos.
Quando o MEU amor chegou
JÁ era tarde,
hora de DORMIR,
decisão de SEGUIR sem verbos,
AÇÕES e metonímias.
Quando o meu AMOR chegou
EU estava todo encharcado de
ALEGRIA,
e não CABIA mais a ele
PERMANECER aqui,
comigo e MINHA alegria.

FALA

É no meu SILÊNCIO
que mais CONSIGO reconhecer
em MIM,
a fala.
Tudo TRANSPARECE,
e silencia,
tudo ENALTECE
e vagueia POR mim,
sons e SINAIS
do que SOU e
vejo.




UM PAR

[Nada em mim é você,
nada EM você sou eu,
MAS quando olhamo-NOS
há um certo cintilar
de COISAS,
como FOSSÊMOS um
par.]



Não tenho certeza se postei este texto antes, mas posto novamente.

ELETIVO

EU tenho andado sem tempo
PROS pecados
e PATUSCADAS que
se amontoam NAS ruas
do DEVIR.
É coisa de SER diferente,
FISGADO pelo que
se chama de
SOLIDÃO eletiva.

HÁ MUITA COISA

Há muito em MIM
e pouco se SABE.
São MEDOS,
metamorfoses,
MONOSSÍLABAS que recolho
INTRIGADO e
silencioso.
HÁ muita coisa por aqui,
DORES,
dormências,
DEMÊNCIAS,
dissoluções,
DISCREPÂNCIAS e
desamor.
Tudo AMIÚDE guardado,
tudo SEM importância,
sem REVERÊNCIA,
sem alteridade.
PERDIDO no escaninho
da MINHA calma,
doentia.

DE BRINCADEIRA

Eu deito POR sobre o
RELENTO dos meus olhos
e nÃO vejo nada mais
QUE equações não-matemáticas,
COISAS fluídas,
VÍCIOS e vontades.
UMA coisa estranha essa
de BRINCAR consigo,
desejo LOUCO do toque,
e de REBOQUE
se achega o CALOR
do CORPO,
que tinha FÉRIAS vencidas
de MIM.
Agora TUDO é brincadeira,
até o FOGARÉU que deixei
ECLODIR lá fora.

A CENA MUDA

JOGO fora todos aqueles
RECADOS,
e os RETRATOS permanecem
SOBRE a mesa.
É coisa de não ESQUECER.

ORUN*

É no céu,
que as CORES se coadunam
com MAIOR verdade,
porque AQUI,
em meus OLHOS,
tudo NUBLOU,
se PERDEU na carnificina da
VIDA, tudo
vermelho, sem correção.
É no CÉU que todos
querem RESIDIR,
mas a mim
não VALE,
não me ALEGRA,
prefiro a OBSERVAÇÃO
que a VIVÊNCIA.
De RESTO,
me deixa AQUI, embaixo,
que ME encaixo melhor
no AYÈ**.




*Céu;
**Terra.

MORRERIA SEM DOER

E eu,
cá com minhas próprias
submersões lacrimais
já desisto há muito tempo
de querer essa coisa,
esse peso,
desacerto.
Eu pararia agora...
Morreria sem doer,
mas há trabalho,
compromissos,
então
deixo a NOITE
prá morrer,
em mim,
nas minhas COISAS
catalizadas.
MORRER me parece um passo
gigante, prá ESSA humanidade
tola,
QUE ama e se justifica em
ERROS, porque amaram
DEMAIS.
Eu já não AMO,
e odeio com facilidade.
Eu já não CHAMO,
mas grito EM silêncio,
eu já não ACORDO,
pois nem DURMO.





Monólogo de Despedida.

DESFEITO

[Tudo
muda de rumo,
e mudou.
Eu
não me acostumo
a ser igual.]





Monólogo de Despedida.

COSTUMES

Eu me ACOSTUMEI com a dor
e o DESATINO,
e tudo ME pareceu mais
simples QUANDO senti.
Agora,
SINTO tanto por não
SENTIR nada,
que até me ENGANO
quando me VEJO
sofrêgo,
o que NÃO se faz
em VERDADE.




Monólogo de Despedida.

SEM ME SENTIR

[QUANDO em silêncio,
TUDO em volta
parece GRITANTE.]




Monólogo de Despedida.

22 de nov. de 2009

ALÉM-MAR DE MIM

Estou PARA além das
suas EXPECTATIVAS,
aquém DAS minhas
PRÓPRIAS perspectivas,
e NIVELADO com o
que QUERO de mim.
SOU um tanto diverso
DO que esperam,
MAS em mim
EU sou da conta certa
POR ser assim.

ESSA DOR

DOR de ser humano
é ESSA que se sente
na BOCA do estômago
quando a NOITE chega
e o PAVOR da solidão
te ASSOMBRA.
Dor de SER assim,
é essa QUE se esconde,
quando NO meio
da NOITE,
o CHEIRO de quem tu
amas se APAGA,
se DEFLAGRA em ti,
finalmente,
o FIM.
DOR insuportável de
se CONSEGUIR sobreviver,
dor INCONCEBÍVEL de
se SABER escrever sobre.
POBRE de quem se deixa
SABOREAR pelos DENTES da
dor.
NOBRE dos que se agigantam
DELA,
e seguem.

MOÇO BOBO

O moço BOBO
que desfere no outro
sempre a DESILUSÃO.
Queria eu,
ser diferente
nessa HORA,
e manter-me IMPÁVIDO,
quando a dor chegar.
Mas, não...
EU não era assim,
e permaneço FALHO,
como galho de árvore
que CAI
e se derruba
em CHÃO frio.

QUALQUER

Qualquer,
COISA que se faça e
se ALIMENTE.
qualquer,
HOMEM, mata, rasa
CORTE, mulher.
Qualquer,
TENTAÇÃO, tentar te encontrar
e SIM, achar.
QUALQUER,
arma, VERSO, gozo
e SENTIMENTO.
qualquer,
QUERER, casar,
se DAR e se vier,
é BOM.
Qualquer,
UM, de nós,
DAQUELES ali,
todos SEREMOS sim,
nossos.
Qualquer,
QUE seja o medo,
imaterial, IMEMORIAL,
sentido frágil,
é QUE tem realeza.
Qualquer QUE seja o meio
AINDA vale
mais que
a FRAQUEZA.

DAS QUEDAS D'ÁGUA

DO alto do meu universo,
o ÚNICO pensamento que
PAIRA sobre o intento
de SEGUIR é
a QUEDA.
As fraturas de sonhos,
as FRAGOLAS*
adocicadas que me SABOREIAM
os lábios,
os CANAIS em manchas
que ME percorrem em
águas.
CARNE exaurida de ser
amada,
PARTE de mim que se
DESFAZ em cascata,
FRUTO que se perde
em estiada.
DA queda eu me abstenho,
MAS não das dores e
delícias QUE me acuso
todas AS noites.





*morango

ERRÁTICO*

A pedra ATIRADA dos que
NUNCA erraram,
não FERE aos que
SE arriscam aos
SEGREDOS
do PECADO.




*Errante

CLEPSIDRA*

Na imagem da CLEPSIDRA
era tu QUE me figurava
em IDA,
era EU que ficava ali,
PARADO,
vendo o escoar das
nossas HORAS,
sobrevivendo ao tempo
QUE sai e não retorna.
Quando DEIXEI de te ver,
deixei TAMBÉM de
querer SABER a importância
da ÁGUA que esvai,
e cai em DESESPERO,
pela IDA.




*Relógio que indica o escoamento das águas.

[TUDO]

Tudo
o que somos
é moda...
Tudo
é apenas réplica
do início,
sem remendos
nem reservas.

MOLDE

NOS moldes que
desagregam a HIPOCRISIA,
assim, eu
SOU.
Feito em LENÇÓIS de cor
nenhuma,
FORJADO em fogo
e FRESTAS,
talhado PRO que é difícil,
PRO inominável,
EU fui criado
prá SER revés
daquilo QUE és,
serás, SEMPRE,
e EU serei saudade.

NA PELE

PRA pele,
o que TE impele a ser
ASSIM é o toque.
NA pele,
o que REPELE seus
medos,
SÃO os instintos.
Pela PELE,
o que mais INSERE
em ti,
é a CALMA, perdida.
COM a pele,
me MARCAS,
manchas em MIM
o teu CHEIRO,
meu DEGELO,
minha PARTE mais querida.
EM tua pele
eu REFAÇO os meus pecados,
TODOS, cheirando a
JASMIM.




T...





CADAFALSO*

E do alto do meu TABLADO,
eu SONHO a queda
de QUEM aqui chegou,
FERIU e esqueceu-se
de SE entender como
CULPADO.
do ALTO do cadafalso,
ESPERO a rima torta,
QUE te encolha e
SUPONHA de você
minúsculo,
SEM alças,
sem PALMAS a te agradar.
Porque DE baixo
tudo é mais SIMPLES,
mas também é tudo MENOS
real.



*Forca.

CAPITULAR*

PORQUE fui eu a descontar no
MUNDO as dores
que SENTI,
todo o RESTO do sistema
se PERDEU,
se confundiu ENTRE
cousas e consistências,
CONSÓRCIOS de amor
e desequilíbrio.
Não ME componho mais em
ARTE,
não reponho MEDOS,
e tudo tem parecido
COMO novela repetida,
VÊEM-me pela AÇÃO diária,
não PORQUE sou feriado.




*maior.

MONÓICO

Mira
teus olhos
SOBRE os meus,
e ainda será pouco
o TEU costume
de viver cá,
comigo.
QUERO mais,
intenso,
fervente,
QUERO entre as pernas,
entre OS corpos,
entre a FAÇA
de mim o seu
MONÓICO,
o SEU fado cantado
em silêncio.

21 de nov. de 2009

QUERERES

A malandragem do QUERER
sempre burla a
PACIÊNCIA que é viver.
Queremos,
AGORA,
sem hora prá COMEÇAR
e tudo termina NUM
olhar.
Queremos o QUE amanhã virá,
MAS é hoje,
nesse EXATO instante
e ANTE ao que chegou
já queremos OUTRORA.
Queremos CARINHO, abrigo
e condição,
AMIGOS, perdão prá salvação,
SEM saber que no HOJE
só reside
o QUERER.
A culpa é de AMANHÃ,
o medo NÃO de hoje
e NADA é tão relevante
ASSIM.

ME ENCANTA

MAS,
o que mais me encanta
em TI,
é o ERRO,
o coloquial,
a BÚSSOLA invertida
que ME ancora em mar
e SOLSTÍCIO.
UM encanto demarcado,
em REFORMA agrária,
invasão,
SEM-terra,
querendo-me todo,
POR partes,
e ARDO sempre que tuas
mãos
me ACONSELHAM seguir.
É coisa de SENTIR,
saber de SI como hóspede,
e SEI que tu me tens
como ARMA em mãos,
engatilhado,
PRO estilhaço
do GOZO,
gosto de QUEM quer bem.

PRECE

Que o futuro também
seja um PRESENTE,
não tão imediato,
que dure e
SUSSURRE
em nossos ouvidos,
um TRATO,
de querer bem.

NADA EM MIM

Nada em mim é você,
nada EM você sou eu,
MAS quando olhamo-NOS
há um certo cintilar
de COISAS,
como FOSSÊMOS um
par.

20 de nov. de 2009

CAIS

Nos falta o ar,
o sono, o sossego
por sermos tão iguais
e tão distantes.
Em noites brancas
derramamos vinho.
Cada um em seu lençol
e mordemos a ponta da fronha.
NOS falta cais
um MAR a nos aproximar
e FAZER de nós
NÁUFRAGOS em ilha
de sonhos e sabores.






Dan e Ana

PAREDES

Na parede do seu quarto
me desenhei.
Traços em giz de cera
espalhados com algodão.
Eternos borrões
como maquiagem
nos olhos molhados.
OLHOS de sereia,
pura serenidade intacta
NA boca carmim.
Olhos de COLOMBINA
dentro do meu QUARTO
à luz de TOM azul.
Eu, você
e o DESEJO,
fonte do meu
ENSEJO de ser teu.




Dan e Ana

MEU MAR-EM-ANA

Ela: Para ser meu
basta ser único...
alguém que me acompanhe
nas noites em que
não sei o que digo
não sei o que penso
apenas estou aqui.


Ele: ESTEJA apenas,
apenas SEJA aqui, agora
a minha RAINHA,
nua,
em NOITE branca da sua
PELE,
no pelo do meu PEITO
sob o teu cabelo.
Seja, REVEJA em si
o que NOS falta,
e de ASSALTO me tome
em teu ABRAÇO.




Dan e Ana

CANTO E ENCANTO

Em algum lugar de mim
escondi meus amores.
São tantas ruas....
que ainda me perco.
Em algum lugar de mim
enterrei meus rancores.
São muitos pedaços
espalhados.
Mil peças
de um quebra-cabeça.
Como uma singela brincadeira
que de criança
não tem nada.
EM algum lugar de mim
te ACHEI,
como parte,
íntegra como ARTE,
cantinho mais
GOSTOSO de mim,
e ERA você.




Dan e Ana

LEVE-ME

E me leve
em seus braços,
me tire dessa guerra
que esconde minas
em campos.
Os mesmos
em que adubamos
flores.
REVELE-me em teus campos
me REFAÇA em tuas flores
acompanha-me EM noites
em que a DOR pareça
insuportável,
APENAS me deixa ser seu.




Dan e Ana

MEU MAR-E-ANA

Como delírios
de um poeta
mergulhado em absinto
e louco para acordar
em fantasias.
DELÍRIOS de agora,
de outrora e
QUEM sabe próxima
estação.
SINTO-me entregue,
disforme QUANDO
não ESTÁS aqui.




Dan e Ana

DIGO SIM

E digo sim
aos seus devaneios,
as loucuras tão suas
que se espalham nas minhas.
São tão mornas
as noites sem trocas.
Não quero mais
seguir sozinha.
SIGA comigo,
numa trilha SÓ nossa,
num CAMPO minado
de LAÇOS e sensações
que só em TI
eu posso me FAZER
sentir.




Dan e Ana

PÃO E COMIDA

EU quero,
reitero os VOTOS de prá
SEMPRE,
e sempre meu corpo
CHAMA o teu.
COMO carma,
tua CARNE me alimenta
me FORJA em alegria
e DESESPERO, quando
longe.
A cada dia
me sinto mais consumida
pelo que me puxa,
me empurra
me faz levantar.
São lampejos,
sons e arquejos
que me tiram o sono
sempre que me enlaço
em você.
É UM passo dado,
um traço MARCADO naquele
QUADRO,
art noveau.
E quando TE quero,
te DISPO em olhos,
línguas
e ALEIVOSIAS.



Dan e Ana

MEU MAR-E-ANA

VOLTA e meia
acordo,
IMAGINO que estás longe,
e POR mais que minhas
mãos CONSIGAM te enxergar
em TOQUES,
é preciso MAIS,
é preciso DENTRO
é preciso ARDER em você.
E quero
sempre mais.
Ousar nos toques
sem querer acordar.
O longe me faz imaginar
o que não vejo
mas sinto arder
dentro de mim.



Dan e Ana

DIÁLOGO DE AMOR

Ele: Apenas ME queria,
FAÇA-me caber em teus
braços
QUE do resto eu cuido.
Tenho CASA, mistério
e ABRAÇOS.


Ela: Entrego-te, então,
o lampião da varanda,
minhas cortinas de renda,
meu colo.



Dan e Ana

MEU MAR-E-ANA

TENHO tanto a te mostrar
que PAREÇO louco
quando TU chegas.
É OBRA de um destino
qualquer
QUERER-te minha,
INTEIRA,
como se fosses minha
COSTELA,
ela que te forma,
FIGURA em você,
como ARTE, do meu
CORPO.
Quero ser
apenas teu fio de prumo.
Mas penso que, assim, é querer demais.




Dan e Ana

LAÇOS COMPARTIDOS (MEU MAR-E-ANA)

Compartilhar sonhos
expectativas
abandonos.
Tudo o que peço
é um pouco
do seu sangue.
Compartir um tanto
do SEU laço
e FAÇO dos seus dias
UM eterno carnaval,
de CONTOS e ciladas
em ESQUINAS do
seu CORPO.




Dan e Ana

MEU MAR-E-ANA

Dá-me UM pedaço de si
QUE eu faço cobertor
a me ALINHAR com os
RAIOS desse sol
que BRILHA na luz
dos SEUS cabelos,
menina.
De você,
não quero pedaços
mas todo seu abandono.
O meu abandono
é em TEUS braços
que NO acaso dos meus
SONHOS se fazem inteiramente
MEUS.



Dan e Ana

MEU MAR-E-ANA

Pra você
empresto
minha moringa...
único objeto
que levo nas minhas
idas e vindas
mudanças...
novas vidas...
Prá VOCÊ entrego as
minhas ILHAS,
carma de ME esconder,
NAS ondas do meu
MAR que acaba sempre
EM Ana.



Dan e Ana

MEU MAR-E-ANA

Voracidade
Paixão...
Obra a quatro mãos
só possível
a corações que explodem
quando cruzam olhares
sem artifícios
e se perdem
no que a voz
trai e revela
o que há de mais guardado,
invisível
e ainda não
explícito a nós.
VOLIÇÃO, entrega
posto que é DO amor
que a gente sobrevive,
POR favor,
queira-me alimentar,
DAR-me de si
um INSTANTE
e mata e minha fome,
SEDE de querer bem.



Dan e Ana

MEU MAR-E-ANA

Levo em meus anseios
todo produto
dos meu sonhos
e não tenho argumento
para explicar
como andam os meus dias.
Seguem sozinhos,
distantes de mim..
Uma certa calma
tardia e instigante
que me faz acreditar
que para meus desencontros
só me resta rezar.
TENS o medo natural dos
que SOFRERAM,
mas esquece-se
DE que para haver encontros
não é PRECISO haver
artifícios de OLHARES,
basta a entrega,
o FASCÍNIO da voz,
sem mesmo que HAJA
o instante VORAZ das mãos,
umas SOBRE as outras.

MEU MAR-E-ANA

Diga lá coração,
diz-me agora o que em TUA hora
é saudade.
PEÇA-me passagem
e FAZ triagem do peito
que QUERO te entregar.
Para a saudade
não há empecilho,
passagem
ou hora marcada.
É sorrateira
na forma delicada
de dizer,
de sentir,
de envolver os sentidos.
Única.
Indecifrável.
Para a calma disforme do que
PROMETO
em anseio te quero
e REZO que me queiras
TAMBÉM, como produto
de SONHO,
como homem e
ARGUMENTO dos seus dias.



Dan e Ana

MEUS CAROS,

Tudo aqui de DENTRO
é por FORA feio,
tudo aí de fora
é AQUI dentro,
incerto.
Tudo QUE se repete
na VIDA é posto
que de CONVENIÊNCIA vivemos.

AVARANDADO

Peito EXTRAVASA,
a calma se cansa DE esperar,
a PRESSA pára de chegar,
em HORA errada,
O silêncio PREVÊ carnaval,
as fábricas SE cansaram
de CAPITALIZAR e agora
querem SOCIALIZAR a vida,
os MEUS íntimos olhares,
AGORA públicos
te VÊEM do alto do
avarandado
e TE querem,
COMO o sol quer água,
como SOU e quero alma,
a ME descansar o
CORPO.

É NOITE

É noite,
as COISAS correm em destino
próprio,
as CORES coadunam com as
VERDADES e nuances,
os MEDOS se afogam em desejos
e ROUPAS rasgadas.
E eu,
DE dentro da minha bolha
SUAVIZO os traços e telhas
quabrados,
AMBOS em favor
da NOITE,
que queria ENTRAR.

TATIBITATE

O que PARECE mais difícil
em SE pronunciar
é o MAIS simples e
arraigado NO ser,
a VONTADE,
a volição DE se viver,
a PROSÓDIA certa
em ANÚNCIO de jornal.
É esse o ASSUNTO que amanhã
não SERÁ esquecido,
do quando VOCÊ se entrega,
do QUANTO você carrega do
OUTRO,
quando PARTE.






PROS PENSANTES

[Quando MAIS me odeiam, é que EU entendo o significado de ser]

PROCÊ

[Quando TUA boca se
rende AO meu beijo,
FAZ-se feriado
NACIONAL.]

MALDITO POETA

EU sou o POETA maldito
que EM risco de ser
silenciado
se ABRE ao vazio dos
atrasos
e PERDE a hora
no fundo DOS navios.
Sim, PORQUE eu sou o último
a me ABANDONAR em
bravios mares,
em CAROS castiçais e
PROMESSAS que só iluminaram
a PROA das mentiras
CONTADAS em tua
BOCA,
meu MAIOR inimigo
DE agora.

PESOS E MEDIDAS³

[NADA do que sei é a pura
VERDADE,
mas que desgraça SERIA,
eu carregar TAL peso
sem a DEVIDA vontade.]

SADISMO

NOTA-se que quando a dor
EMERGE dos olhos alheios,
a COR do dia parece
menos ínfima
que EM dias normais.
É DO regalo do homem
CRER que há dor e prazer
EM tudo que remete
o OUTRO ao desconsolo.
É coisa DE
ser sensato,
quando enfim, se é
SOMENTE sádico.

SERENIDADE

EU sempre mantive em mim
a serenidade acorrentada,
PRÁ parecer menos
insensível ao INSTANTE de
guerra que não CESSA
no mundo DOS outros.
Agora QUE me apronto prá
SAIR,
ela SE 'desgarra'
dos MEUS grilhões
e IMPEDE-me de ser como
você é.
[A minha SERENIDADE me enloquece,
me ENFRAQUECE mesmo
QUANDO a deixo passar].

TROCA

VER em mim o belo
não SUSCITA o real,
assim COMO vender elos
de AMOR não
me FAZ crer que
não ÉS mau.

'ALUMIAR'

EU era mais moço
naquele FUTURO que não
chegou.
E AGORA sou denso,
como PARTE de navio
que se ALEVANTOU em queda,
se PERDEU em mar.
EU já fui menor
em OUTROS tempos,
coisa de MESQUINHEZ e
trapaça,
COISA de homem sem um
gole DE cachaça na alma,
a SE 'alumiar' os pensares.
MAS, no agora que resido,
REGISTRO o dom
de estar a um PASSO da lucidez,
e preferindo, SEMPRE,
a loucura
como CONSEQUÊNCIA dos
atos.

O TODO

o todo
sempre é bonito,
em todos
por isso,
quero o DETALHE,
a discrepância,
a ÂNSIA que o ser
de diferentes TONS sente
em SE prostar
humano
e DEUS,
como a todos
que FORAM feitos
em sua IMAGEM
e semelhança,
COISA de mãe.

PENSAMENTO CONVERTIDO

[leve-o
levemente
entre
os teus
aconchegos,
que sim,
te fará
BEM.]

FUTURO/PRETÉRITO

PASSEIO entre as coisas que o meu
PASSADO resguardou em
informes de JORNAL,
e me deslumbro
NO instante em que
o TAL amor se aportou
na MINHA baía,
como CARMA,
carne adocicada e
deleitada entre MEUS dedos.
É um PRESENTE que nem
pressente a INTENÇÃO e
o ENSEJO.
Percebo-me perdido,
PLEONASTICAMNETE calado,
hermeticamente ISOLADO
desse FUTURO-pretérito que nos
RONDA
com a SUA possível sorte
de SER mundano.

CÓDIGO BINÁRIO

NOVIDADE é o meu encanto
pelo QUE as horas me dão,
os DIAS me tiram
e o ÓCIO me agrega.
Não me canso MAIS de esperar,
PORQUE é no vão
das COISAS não acontecidas
que RESIDE a magnífica
MAGIA de ser humano.
POSTO, que de fato
SOMOS projéteis,
armas LANÇADAS em guerra,
ROMPANTES de amores
mal RESOLVIDOS,
códigos BINÁRIOS em
ZEROS e uns números que não
SEI.
Deve SER isso que define
QUEM entendemos por ser,
e quem AFASTAMOS por
merecer.

POUCO GESTO

[Cada canto de MIM é um pedaço do SEM fim que deduzo em palavras]

[+]

ISSO tudo
é PARTE de mim
que não SE aconchega
mais.

SCRIPTUS MORTIS

EU estou morrendo aos pouquinhos,
CALMANENTE sinto o frio
TORPOR da inércia,
a FALTA,
o SILÊNCIO,
a ausência de ESPAÇO.
E eu, que sempre ACHEI morte,
ser COISA de vãos.
MEUS sentidos se aguçam,
meus MEDOS se camuflam,
minhas HORAS se amontoam
em EXTRAS, férias que nunca tirei,
FOTOS que desmarquei,
sonhos QUE apaguei da rolleiflex.
Eu ESTOU morrendo, aos tantos,
AOS berros silenciosos,
e MEUS olhos negligenciam ao mundo
ESSA dor,
esse ÁTIMO de cataclisma
e CARNAVAL.
Meus pensamentos SE perdem,
meu sono se ESQUECE de voltar,
e na penumbra do QUARTO,
eu ardo em calor
e FRIO,
sem entender QUEM sou,
e ONDE mesmo que me encontrei
da ÚLTIMA vez.

DOER MENOS

ERA meu, aquele braço
de MAR que se foi,
se ESQUECEU de voltar,
e FELIZ permaneceu
longe DO meu
altar.





[Eu queria doer menos
onde ESTACIONO meus olhos]





PARTI

MOLHO-me nas águas que
não CONHEÇO,
e parecem tanto COM
as lágrimas que DISPENSEI
no verão passado.
UM abstrato abraço de águas
que ME invade,
LAÇO constante
que não ENTENDO,
e me refugio EM horas
passadas.
De repente algo em mim
começa a DOER.
FERVER em graus
que não entendo os níveis,
ARDER em caos,
que me abstenho
do produto disso tudo.
E, quando DIGO bom dia,
eu queria MESMO
era dizer COISA alguma.

ANTI-REFLEXO

No PASSO dessa vida,
a IDA é só um instante,
e a VOLTA, um sonho
arredio.
NOS astros dessa trilha,
o MEDO é reverência
e a VERDADE consoante
que VEM depois.
É BOM se ter mudanças,
mas, MELHOR ainda
é SE olhar no espelho
e SABER que não
esqueceu-se DO outro lado,
o ANTI-reflexo,
o sinônimo de QUEM
você é.

SEM CONTAR

Já deixei DE contar
os dias EM que morro,
prostrado na CAMA solitária,
ESQUECIDO ao meio
pedaço QUE ficou
do quarto,
QUANDO partiste.

RESISTO

EU sabia das minhas fraquezas
e PERDIÇÕES,
MAS pelas intenções
eu ABRI mão de ver
PÁSSAROS voar,
esqueci de VER o vento
passar,
e o tempo DESNECESSÁRIO me tocar
com sua mão DE
descanso e solidão.
EU tô tentando andar
contra a MINHA maré,
te querendo,
me PERDENDO nas suas
falsas agruras
e DORES egóicas.
VOU parar prá ver
se DE fato existo,
ou APENAS resisto
ao FRACASSO de existir,
em TEUS olhos,
sinônimos DA minha
dor.

MESA POSTA

NOS meus mais recônditos cantinhos
de ALMA,
a calma PERDIDA parece,
enfim, encontrada.
É tudo tão AZUL com meu
'eu'
que DO lado de fora
vêem-me APENAS como borrão,
torreão de PAPEL
que se deixa LEVAR nas
enxurradas d'uma água
QUE desconheço.
NOS seixos dos meus olhos
o REENCONTRO é certo
e a ALEGRIA é
POSTA em mesa branda
e CAFÉ quentinho.

LUZES

LUZES não são para iluminar
CANTINHOS,
criar CLIMAS de desejo
e SEDUÇÃO,
nem NORTEAR homens
em descaminhos.
Luzes SÃO para pensar,
FAZER você ver
que ALÉM dela
existe a ESCURIDÃO,
o passo PRO abismo,
a DOR da revelação.
Luzes são GUIAS,
não REFLETEM dias nem noites,
não ABSTRAEM filhas e foices,
POIS a cor do sentido
só SE mostra em real estilo,
em LUZ própria,
próprio DE cada um.
Luz é FOLIA do que já
não COMEMORAMOS mais.

AGORA É TARDE

NOUTRO plano,
eu TOMARIA conta
dos MEUS medos
e TE deixaria partir
pro ALÉM-mar
das minhas INTEÇÕES.
MAS, agora
é TARDE a escolher caminhos
QUE não sei
onde VÃO terminar.

PRONTO

PRONTO pro acaso
do DIA de hoje.
Investindo NO abraço
do DIA de
amanhã.

19 de nov. de 2009

CUME

Não creio em desistências,
mas, em mudanças
de PLANOS,
fugas,
novas ferramentas.
E tudo culmina
no irreversível

EU TENHO FACES

PORÉM,
esses OLHOS que tenho
não inquirem NADA.
EU tenho faces,
FASES que carrego comigo
COMO arte,
eu SOU carne e osso,
ORA torço prá
SER mais deus,
menos TORPE,
mas SIM,
meus OLHOS não
admitem NADA,
eu TENHO fardos a carregar
em MI maior.

HOMENS

HOMENS
Desacordam
quando eram prá sonhar.
Homens
são PROJÉTEIS mal alçados
em sonhos,
são PESADOS morteiros
que evadem
da VIDA
quando a hora mais ASSÍDUA
era ficar.

PRÁ FALAR DE AMOR

PRÁ falar de amor
é PRECISO paz,
é preciso um CAIS de
intenções
e SAUDOSAS horas
a se ENTREGAR.
Prá FALAR de amor
é preciso MAIS,
um tanto mais que
SE tenha,
e se FALTAR
é preciso BUSCAR,
cintalações,
sem PENSAR,
porque prá falar de AMOR
é preciso
ir atrás,
DO que se quer.




MÚLTIPLAS MULTIDÕES

Eu tenho CALMA,
alma DESERTA
que perpetra no sonho
o INTENSO desejo
de SER feliz.
Várias SÃO as estações
que o MUNDO me cerca,
me REVESTE do revés
que é SER só,
MAS eu só,
sou MULTIDÃO.






NADA MAIS

UM cheiro de saudade
que me RODEIA,
um BEIJO de amor
que me NORTEIA,
e toda a SUA pele
como guia dos
MEUS instintos,
instantes de VIDA
em que somos SÓ você
e EU,
e nada MAIS.

18 de nov. de 2009

NÃO ME CAIBO POUCO

No muito DO tempo
que SE perdeu,
eu NÃO me caibo
pouco.
É tanto dever DE
ser gente,
que eu TENHO medo
das aragens.
PREFIRO correr os riscos
do furação,
que ESPERAR o frescor
das BRISAS.

DESPEJO

HOJE fui despejado do
meu CORAÇÃO canalha,
que se DESDOBRA em não
sofrer,
e IMPRIME em mim
a marca DE ser só,
ser SÃO, em guerra,
e nunca LOUCO o bastante.

COISA FEITA

COISA de ser,
humano é PERIGOSO.
coisa DE sentir,
viver é DANOSO.
Coisa de amar,
deixar-se PELO outro
é outra HISTÓRIA.
Coisa de SONHAR,
e EM pesadelos
encontramo-nos.
Coisa de SEGUIR,
e ontem JÁ nem significa
mais.

AO INVERSO

SE agora,
eu MORRESSE, tanto que eu deveria
sofrer,
pelas FALTAS, pecados
e INGLÓRIOS instantes que
passaram.
Tanto QUE me faria falta
a vivência DO porvir,
o ENCONTRO de amanhã,
e DEPOIS.
Tantos DESENCONTROS, e morrer
parece a saída MENOS interessante.
MEU peito agora arde,
FALTA-me ar,
falta-me ARTE em insistir.
Sinto TUDO desflorar,
outonar COMO ontem,
e ainda NÃO me preparei
pro 'DESACHEGO'.
Tudo me some,
ME turba o agora,
me CONSOME em verso
e DESORDEM.
MAS, eu não morreria
sem ANTES dizer-me a mim
QUE me valeu a pena
TER errado,
matado tantos SENTIMENTOS,
tantos FALSÁRIOS e fuligens,
e eu ACEITARIA isso
como prêmio.
PORQUE a minha história
é DO sem fim,
e amanhã quando RENASÇO
abro-me ao INVERSO,
inverno SECRETO.

ON THE RADIO

No MALDITO rádio,
que DESLIGADO não pára
de TOCAR a sua canção,
não EXISTEM outras
notícias,
OUTROS remendos pros
MEUS ferimentos.
É só teu nome QUE pelas
ONDAS eu descrevo,
que PELO toque,
em BRAILE eu sinto,
que PELO sonho, revivo
como EM madrugadas já
DESCANSADAS.

SOMA

O que TENHO no peito,
somado AOS minutos
ELEITOS nessa
vida,
não SERIAM o bastante
a me ACALMAR
enquanto ESSA noite passa
e EM mim
figura SOMENTE
a DOR disfarçada
de TORPOR.



[A cor do AMOR é perdida entre os
pingos da CHUVA]

O QUE NEM É

CONTEI ao meu corpo da
SAUDADE que sinto,
do CALOR que admito
e dos BEIJOS que ressussito
nos BANHOS de cada
dia.
É um DELEITE abrir-me
AO que me resta,
APENAS corpo,
sem CALMA,
alma fugídia
e SONS de insatisfação.
Eu me ASSUMO em padaços,
traço de uma RETA
curva
e SALTO de um sapato
já quebrado,
AO meio.
Isso é que sou,
o que JÁ não é,
mas SONHA.

NEM TUDO

NEM tudo que é poesia
se FORMA pela consequência
DA dor.
Nem tudo que é DOR
se CONSTRÓI no ritmo
da descrença.
NEM tudo que é NIILISMO
se PROMETE ao peito
que AMA.
E nem tudo que é AMOR
nos FAZ feliz.


[Amor as VEZES é corte nas veias]

ACUSO NO SILÊNCIO

SOU eu
quem mais pensa
em te dizer as coisas
que acuso no silêncio,
porque é
na TUA boca
que me RESGUARDO
os maiores desejos.

MUITO

Não QUERO muito,
mas o que quero,
quero-o MUITO.
Não VEJO muito,
mas o QUE vejo
é muito POR mim.
Não SONHO muito,
mas se SONHO
é muito o QUE há de vir.
Não REAJO muito,
mas QUANDO reajo,
assumo FORMA de tempestade
e ARDO os olhos
dos QUE me ferem,
assim.
Não MUITO,
mas muito eu FAÇO
existir.

NO FUNDO

Lá no FUNDO,
dentro em MIm
há culpa,
MEDO e medições
de SAUDADE.
COISA que me invade e
deixo SE perder na imensidão
DO ar que vivi.
Lá NO dentro que é fora
do QUE é de mim
eu SEI mais,
um POUCO menos que ontem,
COISA de perder a memória
ou ACHAR a glória
de SER incesto
do PRÓPRIO beijo.

NÃO SAIA

Não saia HOJE,
não beba agora,
não perca a hora
de SE ver chegar,
amanhã,
outra HORA,
outro instante,
SEU.

VILÃO

EU me sinto mais humano,
QUANDO sou o vilão
da SUA novela,
quando ME perco em destinos
não MEUS,
nos canais que
DESCONHEÇO.
É quando mais me REPRESENTO,
sendo eu, HUMANO,
pouco covalente,
MUITO disperso,
e um TANTO assim,
avesso AOS
fins TRISTES e recomeços
cansados.

FERIDA ABERTA

Te assusta aquilo que te escapa.
Te SUPRIME tudo o que
te DESFAZ de ser
você.

ATREVIMENTO

ODEIO dor de dormência,
a MINHA deliquência
à TODA prova me
mantém intacto
entre CORPOS e corredores
que PERCORRO,
como AVE,
de rapina,
de ABUSO.
Eu não ME atrevo a
CORROMPER meus próprios NOMES,
aqueles que ME dou
nas NOITES de frio
e DESORDEM em mim.

17 de nov. de 2009

SEJAMOS NÓS

EU em você,
é NÓS.
UMA parte do todo
que me FORMA,
um nó indizível
que ME torna teu.




T...





MÃO INVERSA

Existem os QUE me amam,
os que ODEIAM de fato,
e ao ACASO tem os que
não me CONHECEM.
Há ALGUMAS pessoas que me
QUEREM bem,
outras só ME querem
e TEM os que nunca me
QUISERAM.
São TANTAS gentes,
rostos e MENTIRAS
que é difícil SABER
onde COMEÇA e termina
a minha vida.
TEM pessoas que me abusam,
que ME amam em mão inversa (odeiam)
e FORJAM carícias e
CORES nos olhos.
Mas, ADMIRO mesmo os que
se ASSUMEM,
sendo amores, AMANTES
ou oponentes.
POIS, são por esses que
ME permito co-existir
COM a farsa que se instaurou
SOBRE a vida nesse
SÉCULO XXI.

MÁSCARAS CAEM

[As máscaras vão CAIR.
E tudo
que um dia VOCÊ
se despiu
terá que VOLTAR
a vestir]

PARTIDAS

Mas é tão BOM te sonhar comigo.
Mas é TÃO bom te querer em abrigo, meu.
E sei QUE dos meus braços
a TUA ida depende só
do NOVO dia chegar.
MAS, eu sei que das partidas
é que SOMOS feitos,
e DAS chegadas, refeitos.
São lágrimas, SÃO horas,
são somas de VIDAS que se esquecem
no DEVIR das emoções.
E, eu, na RACIONALIDADE dos loucos
VEJO você indo,
eu VOLTANDO
e os TEMPOS nos curando marcas
e MATIZES de cor
que não QUEM é.

ERA PRÁ SER ASSIM

ERA prá ser assim,
um BOCADO doloroso,
um pouco SÁDICO em ver a dor
alheia,
e UMA pitada de maldade
QUE não me esquece
de SER humano.
Era PRÁ ser ali,
naquele OUTRO instante
que me PERDI nas carnes e
contemplações,
NO exato momento da
PARTIDA,
e não FUI embora quando era
PRÁ ir.
Era prá SER agora,
o MOMENTO da mudança,
a CHANCE de ser feliz,
e não FOI,
não QUISESTE que fosse
BOM, nem alívio.
Era prá ser DOR,
que te corrói,
que EMANA das lágrimas e assume
uma FORMA densa,
de TEMPESTADE, furação
ou COISA assim.
E foi,
saiu,
EVADIU-se de mim,
morreu NO jardim,
pereceu no SONHO de ser
feliz.




(Texto antigo que resguardo na cor dos meus OLHOS... negros como a noite)

CAMA/RADA

CAMA,
terra ARADA com desejos
e DISSOLUÇÕES,
todos SUJOS de sexo
e sensações,
DOLOROSAS,
dantescas,
DOMINANTES,
deliciosas.
CALMA,
cor de QUERER ir além,
CHEGAR perto do gozo
e SUMIR,
morrer no INSTANTE em que
se NASCE,
nascer DO ventre num
TURBILHÃO de fantasias,
e SE entregar ao último
SUSPIRO,
antes do PRÓXIMO.

MEDO DE SI

O medo
de ser
feliz
é SEMPRE
maior que
o MEDO
de ser
sozinho.

MISTERIOSA DONA ESPERANÇA

MISTERIOSA dona esperança
que ME contempla
e CONTRADIZ,
me CONFORTA e
me alimenta em ALMA
e alcaçuz.
Misteriosa DONA esperança
QUE me vem
que me VAI
e traz de mim
o QUE já perdi,
sem TEMPO,
sem demora
SEM hora prá me
DEIXAR.





[SIM]

Não me DÓI o que
PASSOU,
mas o que NÃO virá a
SER.

16 de nov. de 2009

TANTO EM MIM

TANTO eu em ti,
tanto VOCÊ em mim
que as VEZES me sinto
PARTE,
ora inteiro.
E sabes?
Eu gosto de SER assim,
pedaço que TE forma,
parte QUE me cabe.




T...

COISAS

NO meio desse turbilhão de
COISAS não sentidas
ainda ME sobra espaço
prá NÃO sentir
saudade.

NÃO FUI À RUA

Eu que não consegui mover
os pés a ir à rua
e ir mais longe.
Voltei do ponto de partida
e FIZ uma nova estratégia
de chegada.
Cá estou,
escrevendo coisas sem SENTIDO
e sentindo coisas
sem ESCREVÊ-las.
Faz BEM brincar de dissolver
ice bergs
e TRANSITAR entre as calçadas
de UMA vida,
minha,
TUA,
daquele um que se foi,
DAQUELE um que se chegou.
Eu não ME vejo em apêndice
OU culpa.
ACONTECEU.
E me desculpa seu EU não fui
ou não SOU bonzinho.
É que NA minha noite
eu sou o CRÍTICO e ator,
monólogo e PASTELÃO.

TANTO SIM, TANTO NÃO

É tanto SIM,
é tanto NÃO
que CHEGO a pensar no
MUNDO como uma via
de uma SÓ mão.
Na unilateralidade DAS coisas
que nem EXISTEM
dizem SIM ao amor,
não a DOR,
mas, NUNCA talvez ao porvir.
É TANTO sim
é TANTO não
que já não ME embriago
em HORAS sem pensar,
NO clarão escurecido do
CÉU,
que em PLENO inverno
me INVADE o sol de verão.
É tanto sim
é tanto não,
que JÁ é chegada a hora
de não SERMOS mais apenas
PAIXÃO.

PRO DIA DE AMANHÃ

DEVE ser assim
que UM coração sofre.
MAS,
eu não SEI,
eu não VIVI.

NÃO TE ACHEI, MAS TE PERDI

VOCÊ nunca existiu,
eu NUNCA te vi,
MAS isso sempre foi pouco
PRÁ quem sonha.
Não TE toquei,
era tudo MENTIRA,
utopia da PINDORAMA sonhada.
Não te RECONHECI na estação
de TREM, vago como o
CORAÇÃO ansiado
de minha MÃO perdida.
Eu não te APRESENTEI a mim,
não te COLORI em meus dedos,
não TE coloquei em meu
COLO,
nem te ACHEI.
Tudo FARSA e feriado,
tudo FOSSA e festejo.
E cada VEZ mais perto daquela
ILUSÃO, não vista,
nem SONHADA
eu TE recebi,
e não ERA quem eu previa,
não, não ERA.
Não FOSTE tu que esperou
por MESES um carinho
que ME furtou a vida.
E AGORA só resta o nada,
NADA de amor,
nada de DOR,
sem COR e arrepio.
Eu não TE achei,
MAS por certo que te
PERDI.





SÃO SINS

São SONS,
sins que espero OUVIR.
São SINOS,
sono ETERNO de querer
BEM,
e desacordo sempre
QUE me esqueço em TI.
SAMBA, soleira de porta,
PORTÃO maltrapilho em meu
ACASO.
E eu continuo OUVINDO
os sons da SUA boca silenciosa,
que ME acorda
COM o remir dos seus
SUSPIROS,
roucos,
RENTES ao meu sonho,
SIMPLES em minha veia,
SÁBADO em meu dia,
sina DE ser seu.



T...





POR MIM, ESCRAVO

MAS é tão simples seguir em
FRENTE,
e não VER aquém do que ficou.
OLHAR o imaginário e verdadeiro
REALISMO,
quando da SUA janela, translúcida,
VÊS em mim o pecado
e a PERDIÇÃO.
É bom quando o VERÃO em ti
não TRAZ chuva, mas
MOLHA o quintal alheio,
QUEM de mim se alegra quando
no FRIO, o sol rebenta o céu
COMO desassossêgo.
É POR mim que escrevo,
é por MIM escravo,
pela ESCADA eu desço
e PELO veio eu me
ACABO.

ROMÂNTICO

No meu ROMANTISMO bobo,
eu me AGARRO em teus
OMBROS
e te acho mais em mim
QUANDO durmo,
tua mão em MIM,
teu cheiro EM meu
passado,
TEU beijo em presente
de MIM,
e futuramente,
TUA alma entregue,
SEM forças,
enlaçada em minha
CALMA de outrora.




T...





TÁ BATENDO MAIS FORTE

FALO alto,
grito bem BAIXINHO
teu nome,
TUA hora me demora chegar,
e o CORPO se espera
quente.
PENSO alto,
SUSSURRO teu nome
no quarto,
à espera QUE se
lembre DOS meus abraços
e NÃO se afaste
mais assim.




T...





SABE-SE DE MIM

SABE-se de mim que na hora
do ADEUS
eu SONHO e busco
o NOVO,
desvencilhado de MENTIRAS e
amarras,
CASAS de alguém que
QUERO entrar.
OLHO em volta
e teu CHEIRO já me percorre
como CORPO aberto
que sou.
Em TORNO dos meus sonhos
meu ABRAÇO te encontra
e se REFAZ pro verão.




EM NÓS

Tudo em mim
é CHEGADA,
tudo em ti
é PARTIDA.
Tudo em NÓS
é retorno,
remendo SEM fundo,
pro mundo
sem FIM.




T...

15 de nov. de 2009

MOSAICO

Existe
tanto de MIM lá fora.
Que mais PAREÇO
um mosaico,
daquilo que me RESTOU.

PARTICULARES

Há um INFINITO em mim,
que ORA público,
particular
me ENGENDRA,
me REMENDA em carne,
OSSO e colisões.

DIGA LÁ...

O AMOR não é definitivo.
É apenas DETERMINANTE.





Vamos ESPERAR prá ver.

PIOR

EU sou pior,
SOU impróprio,
o RECLUSO sorriso
nunca antes OFERTADO.
UM poço de arrogância
NO sem fim
do desconhecimento.
As cartas QUE me escrevi
nos invernos PASSADOS
de ontem
se PERDERAM sobre a mesa,
sobre o SENTIDO sarcástico
de PALAVRAS que
ainda não NEGUEI.

SEGUIMENTO DOS DIAS

FATO é que a vida tem
se DIGNADO apenas ao controle
das HORAS e o seguimento dos
DIAS,
MAS o todo que é o tempo
decorrido ENTRE o dia
e a NOITE,
eu já não SEI mais como
LIDAR.

DOR HUMANA

A MAIOR dor do ser humano
é a DORMÊNCIA.
Querer BEM e querer mal,
DORMIR sem ou dormir MAL,
AMAR pouco ou amar o TAL.
Nada ENTÃO se coaduna com
DEVIR, de dormir,
adormecer,
ADOECER em si,
POR alguém.
A maior DOR do homem
é o DESAJEITO,
a culpa e PERDA do eleito.

14 de nov. de 2009

VERDE-ALEGRIA

TOCA em meu peito as tuas mãos,
COMO que fossem elas
PARTE do que me alimenta.
Eu não ENTENDO
o porquê SEU cheiro
não se ESCANDALIZA em meu suor.
Cada UM dos meus atentos olhares
ACABAM se perdendo na
IMENSIDÃO verde-alegria
QUE estampam seus olhos.
SOU um catéter
QUE invade o espaço de suas
HORAS, e te rouba
numa CONTRA-dança de quem
NÃO quer mais
SE soltar,
do ABRAÇO,
laço desejoso que não
SE quer desfazer em
ÁRDUOS minutos de
separação.




T...




REFAÇO

CABE a mim a decisão
de TE colher em
ASTROS e estrelas
das NOITES que crio
e REFAÇO no acaso
dos MEUS abraços,
sonhados
em TEU outono.

ARDER

A música INVADE os meus
OUVIDOS,
assim COMO seus dentes
ARDEM em meus sentidos,
de PELE, partes de mim
e CARNE que sou,
mantenho-me TEU,
sem VONTADE de ir.

AMANHECER

PARA amanhecer contigo,
PRECISO apenas de sonhos
e SINAIS dos seus olhos,
que DE resto
o TEMPO favorece com
meu RELÓGIO
que anda CANSADO,
e me permite VIVER
os DIAS, como fossem anos.





T...

ME QUERER EM SI

CONHEÇO bem o teu jeito,
a TUA cura de me querer
em SI,
como pedaço DOS
seus instintos,
INSANOS feito a noite
QUE não se oprime
PELO dia.
E eu CONTINUO entregue
ao TEU arisco
ENSEJO.





T...

É COISA DE QUERER

É pele,
é PALMA da mão,
é PERDIDO em teu corpo
que ME acho.
É parte,
é ponte EM mim e teu
acaso,
COISA de carne,
CORAÇÃO e conversa.
É pólo, OPOSTO,
posto que TE espero
em QUERÊNCIAS e vontades.
É DOLO, culpa de querer
BEM,
e caibo BEM em teus
BRAÇOS.





T...

13 de nov. de 2009

SEMPRE ANOITECE

SEMPRE amanhece.
Talvez SEJA esse o problema.
Encarar a CONTINUIDADE dá medo,
incerteza DE chegadas,
VONTADE de partidas,
DESEJO de saídas,
emergências e ciladas.
Sempre ANOITECE.
De certo QUE isso enlouquece
o HOMEM,
e não HÁ como conciliar
ESTADOS de entrega
e COBRANÇA,
não se PODE conter a fluidez
de HORAS,
nem PARAR um escândalo na
ESQUINA.

ISSO AÍ

Há TÃO pouca beleza no mundo
que NOS acostumamos a
ESCONDER dos olhos
a NUANCE do vazio.
O resto de TEMPO que me
RESTA,
me valeria MUITO enxergar
melhor o contorno
do UNIVERSO.

BETTER






TRAGO no silêncio um certo
AR de contentamento.
PORQUE em mim,
quando tudo PÁRA,
o mundo SE permite,
enfim, girar.

ESVAIR

Lá FORA,
a vida que RECAI sobre mim
se ESVAI,
de ESGOTO à esgoto
se REFAZ
permeia SOLEIRAS e
solidões,
RETRAI os braços
e CONDICIONA os olhos.
sorriso ABERTO,
incerto de SI,
acobertando o PORVIR,
e nada é tão
SIMPLES quanto dizer
ADEUS.
Mas, nem Deus se entende
QUANDO o tempo
se ESCONDE do frio.

AFORA ISSO

Noite AFORA,
agora eu caio dentro
de MEU próprio instante
de RELÓGIO quebrado
e inválido.
Quem de MIM mais sabe
ser EGOÍSTA é o olho
DIREIRO,
aquele que não SONHA nem
reanima o PEITO
em caminho de SOL.

SAI DESSA

Enquanto TENTO entender
o SER que é humano,
o RESTO do mundo gira,
e SE perde em parabólicas
e CAMARADAS.





Tanto e, NO entanto
eu SOU daqui
e não DE lá.





SEM O QUE FAZER

Mudando de ASSUNTO...


Entro em casa, ABRO portas, fecho janelas obscuras do que se PASSOU e olho prá TV desligada. É como se eu pudesse VER as coisas, ALI, em tela escura acontecendo.
A chuva lá FORA se propaga como chamas de um incêncio RAIVOSO, que tudo consome,
e me TIRA o silêncio como companheiro.
Sob meus PÉS, o chão anseia a minha presença.
O teto SORRI prá mim, como que sorrisse debilmente na PRAIA aos transeuntes perdidos
na COSTA litorânea do marasmo.
Deito-me em FAVOR do frio à espera de algum CALOR, e na soleira dos meus DEVANEIOS
algo paira, QUERENDO adentrar meus intantes de claustrofobia e fugência.
Eu nunca SABEREI do que se trata, PORTAS abertas, não deixam NADA em mim sair,
se FECHADAS, sim algo ENTRARIA.
Já não SEI sobre o que escrevo, NEM quanto me é válido permanecer PENSANTE.
Mas, à DESPEITO dos pensares eu VEJO, além de tudo, eu vejo.
E nada REPRESENTA perigo, nem o próprio perigo ME assusta.

TUDO

Tudo o que somos
é moda...
Tudo
é apenas réplica
do início,
sem remendos
nem reservas.
Tudo é APENAS métrica,
uma matemática confusa
de SER e saber coisa
nenhuma,
de VIVER e morrer
sem HORA alguma prá
dar.
MAS, o que não é,
é o que SE vê,
tão LOGO sejamos loucos
e RACIONAIS demais
prá entender DO real
nada ser CONCRETO.

HOJE

HOJE acordei
imaginando QUE cores
e DIVERSÕES estão
atreladas AO vermelho,
da SUA pele marcada
PELAS minhas investidas
de DESEJO
e loucura.




T...

LÓGICAS DISTINTAS

Ambos,
PERTENCEMOS à lógicas
diferentes DE vida
e espaço.
O meu TEMPO se refaz nos
MARES revoltos de
AMANHÃ,
e a sua LUCIDEZ se esvai
quando a MINHA paz
se AFIRMA.
Nos ODIAMOS,
nos QUEREMOS mal,
MAL nos vemos de ontem
em DIANTE,
e quando FOR a hora
SABEREMOS mais um pouco
sobre o QUE será da
VIDA e do espaço que
DEIXAMOS de usar.

12 de nov. de 2009

NÃO ACONTECIMENTOS

NO acúmulo de coisas
não ACONTECIDAS
eu DEIXEI acinzentar o céu.
No ENCONTRO de águas
revoltas,
eu CAÍ em tentações
e PELEJAS,
sem ânimo,
SEM forças,
na CORRENTEZA do rio
que CORRE em mim,
e quando FALEI,
algo FALHOU em meus olhos,
não SEI se luz,
não SEI paixão,
MAS onde tudo que esteve
ANTES em mim,
HOJE vaga em meio
ao CORDÃO estranho dos meandros
d'uma ÁGUA desobedecida
de AGORA.

A BENÇÃO

Enquanto ME olham de cima
COM ar de superioridade,
EU os olho
de FRENTE,
como quem apenas VÊ
obstáculos.

NOUTRORA

NOUTRA hora
eu QUERO chegar bem perto
DOS rostos escondidos
NO espelho
e VÊ-los,
assim como SÃO,
sozinhos,
INSTÁVEIS,
solúveis,
POLUENTES como
um QUADRO negro,
sem o QUE ensinar.

COISA QUE SOU

COISA eu sei fazer melhor
é OLHAR pros lados
e NÃO enxergar nada
QUE me impeça de
SEGUIR.
Coisa QUE me faz mais feliz
é ANDAR em rumos opostos
e AINDA sim
me ACHAR pertinente na
LINHA de chegada.
Coisa que PRATICO,
ora SER o passado dos que vivem
um FUTURO longínquo,
SONHO dos que não se acham
ou SER o futuro
DOS que já morreram
sem SABER.

1/2

TUDO em mim é
METADE, se não encontro
TEU lábio em meu
VEIO, nascente
DO que já preciso há
MUITO.





T...

INCERTO

JOGO areia nos meus planos,
a última PÁ de cal
no CORPO recebido em céus
e SOLIDÕES,
e minhas CORES continuam
FRIAS.
MORA em mim a contenção
de IR por lá,
e ME perco nos caminhos de
cá.
HORAS, dias, decisões
e NADA confirma a verdade
de ONDE chegar.
SEM repitir amiúde os gestos,
AGORA choro,
e ROUBO a cena,
o ESPÍRITO,
espião de mim MESMO.
E quando RIO,
pareço MAR,
boca e SONS não audíveis me
DIZEM que eu passei
POR aqui.

11 de nov. de 2009

CORPO

Era, enfim o TEU corpo,
ali PROSTRADO sobre aquela
CAMA, mal amada,
AGUERRIDA de um calor
que não SE acalmava.
ERA seu o beijo, pedinte,
CLAUSTROFÓBICO, que me gritava,
me PEDIA em socorro
e serranias.
UMA geografia marcada pelos meus
LÁBIOS, torrente,
que QUEIMA em brasa e
ARREPEIO.
E nada MAIS em mim
se FAZIA em conserto,
POIS a magia do querer,
é não TER acertos.

(mas, tentativas)




T...

PONTO DE PARTIDA

Não VEJA o outro como
espelho,
MAS como referência,
PONTO de partida
e não PRODUTO final.
Não SEREMOS nada mais que
projetos MAL trapilhos
de SONHOS mal
tratados.




Para Joelma...

JOGOS

Tô FAZENDO da minha fúria
ESTADO de conservação,
AMADURECIMENTO do ser
QUE venho gestando,
ESPERANDO a hora em que
AS lágrimas me sejam
ALIADAS,
e não MAIS prova de fraqueza.
Aprendi a JOGAR os jogos
dos DESONESTOS,
e brinco todos os dias
de VENCER.

DO PECADO

Me estranha na CAMA,
me arranha,
me LANÇA sobre o teu féu,
UM véu de noiva desesperada.
ME machuca na calma,
PERCA meu tempo,
meus OLHOS,
esfinge de MONOLITO.
Me ABRASA sem chama,
VELA apagada
NOITE arriscada,
DEDOS em riste do
amanhã QUE não chega.
MAS, tudo tem seu tempo,
e AGORA em guerra,]
eu FAÇO do pecado,
perdão.

MUITO POUCO

Pouco de mim é um tanto
DEMAIS pros que se perdem
EM querer muito
e SER menos...

Deixa SER, que o VERÃO té chegando.

CHEGADA

NOS teus olhos cor
de QUERER bem,
eu me PERDI em noites,
querendo ENCONTRAR
o dia,
e o encontrei.




T...




TE ENCONTRAR

ENTRE cores,
e SABORES, eu descobri
VOCÊ...
Inteiramente entregue,
AO toque,
ao fustigado ABRAÇO,
ao corpo cansado,
e o GOZO.

9 de nov. de 2009

DE VIRGEM

EU sou de virgem,
FILHO de uma terra estranha,
e DE vertigens mil.
SEM sono,
SONHOS escassos e caros
demais.
Eu SOU assim,
SEM cores e cobertas,
com PORTE e perdas sem
volta.
Eu sou DESPERTO,
sem promessas QUE acontecerão,
em MIM é tudo farsa,
FORÇA dizimada de ser,
mas SOU de virgem,
criado NUMA esfera
de VÍCIOS e virtudes,
sem PONTOS, portas
ou janelas.

RASGO

EU me rasgo
em OBCENOS desejos
e CAIO,
em tentações vindouras,
e LADRO contra as janelas
FECHADAS,
e PARTO em busca das minhas
respostas incertas,
e PASSO dos meus limites
impostos,
e SALTO em meio ao vão
dos ACASOS,
e ATO-me em mãos e modorras
do ASFALTO,
CAIO,
saio do caminho,
de soslaio eu PENSO um pouco
mais EM mim.

ENQUANTO FUJO

Enquanto FUJO do que sinto,
eu SINTO mais,
extravasa,
DIVAGA em mim como
PARTE, de uma art noveau.
Enquanto PARTO,
arco com as DÚVIDAS da ida
e VOLTO,
sem pressa, nessa VONTADE
de te VER,
ter em TI um pacto,
um PRATO cheio
de AMOR.

MAR

Há muito MAR em minha frente,
nem TENTE ultrapassar.
MARavilhoso,
MARcante.
aMAR é assim,
QUANDO falta algo,
o OUTRO lado da cama
FICA vazio.
Não SOU distante do que
quero,
MAS se eu quero
PEÇO ao mar que me
alague em DESEJOS e porventuras
DE você e de mim.

GO

EM mim o que se confunde
com os DEFEITOS
são os DESVÃOS,
os desidérios todos
que TENHO, alimentados no subsolo
dos meus SONHOS.
O que SE entende com as
virtudes,
SÃO meus silêncios
guardados em CAIXAS de papel
nenhum, e
VIVO entre um e outro encanto,
ORA virtuoso, ora
HUMANO.

FEITO

É o que FAÇO,
parte DE mim se joga
CONTRA os muros,
e a OUTRA parte
FOGE do local
do CRIME.
SOU 2,
sou DUO constante.

8 de nov. de 2009

NÃO MAIS

Na vida,
QUERER bem é opção
e não NECESSIDADE.
Não compreendo PORQUE tanta
entrega SE no fim
o que VALE são os
seus OLHOS prostrados sobre
a CARNE nua de quem se quer,
bem.
O maior PROBLEMA do querer
é como se quer,
e EU já não quero mais.

IR

Amanhã é DIA de se
FAZER uma parte do
que eu JÁ não posso...
SEGUIR.

ASSIM QUE SOMOS

Tornando-me FORTE ao passo
que as QUEDAS me constroem
em PEDAÇOS do que ficou
prá TRÁS.
Tudo aqui é NOVO,
intimamente DESCONHECIDO,
e nem por ISSO eu me faço
ignorante QUANTO à mudança
de SER quem sou
e PASSAR a ser um outro
EU, sem face,
em FASE de destruições calamitosas
e SÓIS azul no céu
da SUA boca cansada
de ALGO em si mesmo
que não SE pode lutar,
VOCÊ mesmo.
É assim que NOS segmentamos,
eu ME perco, sou achado
e VOCÊ acha o perdido
sem APOIO.

MODA

DAQUILO que sei,
nada FAZ sentido.
Eu não SOU louco,
nem REAL,
a contento da VERDADE
eu sou inverno.

É ASSIM

Preciso de alguém
que entenda o alcance
do que sinto,
penso
e administro nas veias.

À DRUMMOND DAS ENCARNAÇÕES

AINDA que te faltem instantes,
ainda que TE acabem em revanches,
AINDA que te percam em semblantes
EU serei prá você aqui, de LONGE.
Ainda que TE fate a memória,
ainda que te ESCAPEM as vitórias,
ainda QUE se perca sem glórias,
eu PENSAREI em ti.
Ainda que NAS horas incertas teu relógio não te mereça,
AINDA que sem horas o seu TEMPO te adormeça,
ainda que em SILÊNCIO teu olho chore de tristeza,
EU me farei vivo por ti.
Ainda que EM sonhos você se desperdice,
ainda QUE em estações você não se economize,
ainda que NOS bosques teu peito te escravize,
EU serei teu guia e VILÃO por aqui.
E, ainda,
SE nunca mais NOS virmos,
não te PREOCUPES,
que eu não SOU invisível aos
DESEJOS dos que me cercam,
e INTENSO aos braços dos que me
ACALENTAM,
sou teu SONO.

7 de nov. de 2009

LOGO ALI

No FIM de tudo, ainda me
RESTOU a caminhada.
E seu eu PENSAR um pouco
melhor,
CONSIGO ainda obter
um POUCO de bom senso
COM a distância do
VISGO de olhos incandescentes
COMO o seu.

DESRITMO INTENSO

SIM,
foram meus passos a conduzir
o silêncio
e a ESQUIZOFRENIA
dos olhares tumultuados
e ARDENTES.
Era uma CALDEIRA de quereres,
de SABER
que não seria assim.
EU perdido entre os escombros
da noite passada,
ACORDADO com o relógio da parede
QUEBRADO,
desacordado
das verdades QUE não sei mais,
em ACORDO
com o medo e o intento
de IR,
atrás do que nunca soube.
EU não podia
permanecer ali,
CLAUSTROFÓBICO,
climático,
torrencial,
ALVEJADO de balas
e bolas de gude,
QUE me aliviaram
o peito
de UM desritmo intenso.

MOÇO

SOU um moço chamado de
SEU.
Eu, notadamente mais
SILENCIOSO,
esperançoso das horas noturnas
em QUE olhos não me sejam mais
PRÓPRIOS do desejo,
nem ÓCIOS sejam tão importantes
QUANTO o conforto
do DESDÉM.
Não FUI feito prá viver
em GUERRA sem ação
e nem SUPORTO vida sem
ACESSO.

AVISO

SÓ me considerarei pronto
QUANDO em silêncio
eu NÃO precisar mais
LEMBRAR de quem fui
e SOFRER pelo que tu
te TORNASTE.

DESCRENTE

MAIS adiante
haverá um TEMPO em que não
SE saberá mais
como SER feliz,
e nos restará APENAS
o caminho da FARSA,
das sátiras doridas
DE quem não tem mais
ONDE pisar.

5 de nov. de 2009

CONTINHAS

Em mim não há mais ESPAÇO,
já não CAIBO tanto assim.
EU sou miúdo, GIGANTE em tempos
de GUERRA,
e AGORA viajante,
ANDO perdido nas esferas
DE uma vida TOLA
e sem PARAFUSOS postos
à prova.
Não SEI de onde venho,
NEM quando cheguei,
mas EM mim o que me vale
é SE parti,
porque AQUI a divisão
GERA crescimento
e a ADIÇÃO me faz menor.

ENGANOS

ENQUANTO me perco entre
as CORES das minhas
LOUCURAS, o mundo gira
SE enganando quando
AO rumo tomado.

À VOCÊ

Dia DESSES, numa das minhas loucuras temporãs, FIQUEI 24 horas ligado sem parar de assistir meus SHOWS prediletos.
Lá se FORAM, GAL amiúde, Bethânia e seu perfume musical, MARISA e toda a sua obra, ELIS e seu refinado gosto.
Não HAVIA me dado conta que o mundo ainda GIRAVA, tudo tão entregue a mim, que nada mais me FAZIA falta, exceto, que EU odeio manter-me preso ao QUE não me vale a pena, ou não me RETORNA em juros e correções.
ME impressionei sobre o quanto tudo o ACONTECE fora de mim é desinteressante, DE como a sensibilidade dos OUTROS é pautada no toque e não NO olhar, em o QUANTO me dá asco SER humano e ter que dividir UMA classe com quem se perde em bobagens e frivolidades SUPOSTAS.
TODOS fechados em seus quartinhos meticulosos, COM seus géis, suas ARMAS de "amor" temporário, e SEUS relógios quebrados.
DA escotilha dos SEUS barcos não conseguem enxergar o mundo, e SE perdem entre cores e COBERTAS quentes.
UMA verdadeira mentira ESSA de que somos todos humanos...

Não que eu SEJA nenhum darwinista, mas CREIO numa seleção natural, e, portanto, DEVÍAMOS estar em classes diferentes.
Não POR gostos, ou CORES de pele e penduricalhos...
O que nos DEFINE é a ação, e tenho estado com PREGUIÇA de quem se veste de futilidades e SE esconde na cortina azul da ignorância.
Não SEI quanto tempo me resta, MAS atesto com toda a certeza DOS meus desenganos.
ANDO preferindo ser IRRACIONAL, à ter cabeça de minhoca.

ANGEL

AS vezes pareço um louco, desses que correm e atiram pedras.
As VEZES sou como criança, sem interesses e presunções.
Mas, quase SEMPRE eu me cego, prá não viver a DOR de ser enganado.





NUNCA FUI

Não me FIZ forjado entre
LANÇAS e fogos de artíficios,
não SOU homem de muitas
ou POUCAS palavras,
elas ME dominam.
Nunca MANDEI flores sem
certezas,
e NUNCA tive certeza
de TUDO aquilo que não
FIZ.
não ME valeram a pena tantas
LÁGRIMAS,
tanto SUOR derramado,
pelo MEDO
e SEI que é cedo demais
prá DESISTIR.
Mas, a resistência ME sufoca
me TRANSBORDA a alma
de DESEJOS,
vontades de PERMANECER assim,
no céu do MEU
intenso silêncio.

SIM, SÃO LÁGRIMAS NOS OLHOS

Não SABEMOS qual o dia
ou o BEIJO mais importante
DE nossas vidas,
ATÉ que estejamos
VIVENCIANDO-o,
intensamente.

CONSELHO

ANTES da queda,
temos o medo.
E depois DELA,
sobra-nos APENAS
a coragem,
e a OBRIGAÇÃO
de seguir em FRENTE.

FRASE

ONTEM eu era
viajante,
HOJE sou
saudade.

4 de nov. de 2009

COISA BOA

Coisa BOA essa de sonhar
e querer,
BUSCAR em si
aquilo QUE ainda não se tem.
COISA boa querer
viver e POSSUIR em carne
e DESEJO o que te
assombra, TE chama a
atenção
e EFEITO.
Coisa BOA me resgatar
em SEUS dias
e FAZER de mim um
ensejo, DO café
da MANHÃ.
Coisa boa SER mastigado
DELICADAMENTE em teus
lábios e dentes TODOS
como SE eu fosse
o GOZO mais doce
que vivi.

EM MIM AGORA

Eu sou um homem
em eterna contemplação da mudança.
À espera
de um instante de sobriedade
que me faça ver o quando construí,
e o quanto preciso refazer.
A música me oferece esse legado.
A poesia me fortalece
enquanto ser pensante.
E a vida me oferece o tempo necessário.
Eu poderia destrinchar
mil possibilidades de ser alguém,
mas prefiro ser apenas um projeto,
de alguém que se deseja
e se quer inteiro em tudo.
Não me basta ser somente gente,
mas preciso também
de um pouco de loucura
e genialidade a me acompanhar.
Afinal,
o que somos pode ser tão pouco,
ou tanto que nem vejamos.
Não espero da vida
o que ela não tem a me oferecer,
e a recebo todos os dias como um recomeço,
sem tropeços
e novas coleções de amor.

CHUVA NO BREJO

Os dias são incansáveis,
TERRENOS,
querem chão como segurança.
Eu, AO contrário
espero as CHUVAS, quedas
e COMPORTAS abertas
na INTENSIDADE de quem sou,
SEM medo,
sem ALMA,
na calma INSANA dos loucos.





3 de nov. de 2009

PRÁ DORMIR ATÉ MAIS TARDE

Não me ouça,
não me VEJA,
não me assista...

M
E

S
I
N
T
A

A POESIA

A poesia,
AS vezes se concentra,
SE confronta em mim,
ARMADA, solitária
e intensa.
A poesia,
as VEZES se condensa,
REPENSA seus atos
em MIM,
como SEU átrio,
válvula de ESCAPE dos seus
próprios INSULTOS.
A POESIA,
se conforta,
se CONTORCE em meu
peito,
e SEI que se faz
presente em MIM.
MEIO arte,
meio PARTE,
encarte DOS meus
ensejos.

DAQUI

TANTO que pensei nas
DIFERENÇAS e me esqueci
de SUPOR os complementos.
EU não daria certo nunca
COM meu espelho.
Seríamos UM casal
CONVEXO demais
aos OLHOS do meu
mundo.



CONSELHO

Em mim,
o que vale é o SILÊNCIO...
Os gritos
já me cansaram a ALMA!!!

DESABAFO

EU sou aquele que não suporta
VER finais felizes
em FILMES e ficções
sólidas de FALSAS ilusões
e BEIJOS ardilosos.
Sempre ACHEI que vivenciar
as COISAS, me fariam
crer QUE vale a pena
viver.
No ENTANTO,
a realidade é tão igualmente
FALSA aos HAPPY ends da TV,
porque AQUI vive-se
o DURANTE felizes, prá no
FIM perdermos tudo.
E AS ficções, de maneira
TRAIÇOEIRA nos fazem crer
na DESGRAÇA, para só então
NOS minutos finais
de UMA vida personagem
TUDO ter valido a pena.
Não há CONCEITO de felicidade
se DOS dois lados
SOMOS enganados.

VELHICE

Aquele QUE sou
ainda ESTÁ por vir.
Aqui é SÓ rascunho
PEDAÇO de folha rasgada
PELAS mentiras contadas
POR mim e pelos
OUTROS,
um côro de VOZES cansadas
que AMANHÃ, caladas me
ensurdecerão.
Aqui é APENAS o louco
que CHORA lágrimas de um sangue
COR nenhuma
e SE alimenta DOS restos
de UMA vida que
ainda VAI existir.
EU sempre soube que na
MINHA vida
a VELHICE seria a minha
MELHOR fase.

NO END

Em MIM,
o fim nunca é um fim,
MAS um retrocesso,
um RECOMEÇO,
em reembolso,
ENFIM.
Aqui nos MEUS olhos,
NADA se forma frágil,
não SE contorce forte,
SÃO apenas cortes que
TENHO,
mas NO fim tudo
começa em MIM.

FALTA DE AR

TEM qualquer coisas de
FALTA de ar
na LIBERDADE.
Não SEI bem,
mas ACHO que a prisão
que é a VIDA não
nos torna APTOS a ser
livres.
E quando LIVRES
não estamos aptos
a SONHAR.

FAGOTE

COM o meu fagote
eu TOCO o som dos
SONHOS,
e sombras da noite.
Assumo a minha MENOS forma
humana e SATISFAÇO-me em pedaços
de norte e SUL,
mais ao LESTE do que
me acontecia.
Os sons SÃO em mim
saudade,
e o SILÊNCIO solidão.

À CAIO FERNANDO ABREU

Nada de sobreviver
ao fio da navalha
dos outros.
Que se cortem...
A minha especialidade
é paciente terminal,

RAGE

Traduzo tudo em palavras,
mal traçadas...
E a vida
finge ser mais colorida
em meu cinza céu.

LOGO CEDO

Impressionante
que QUANDO alguém erra,
PARECE sempre
que estamos certos.
E quase NUNCA
estar certo
é vantagem no jogo.

2 de nov. de 2009

MEU RECORTE

POR baixo dos meus óculos
há UMA cegueira incurável,
IMPERTINENTE,
impertigada,
que me ARRASTA aos
terrenos, AOS teatros da dor
e ME abusa
me AGUÇA a falta de sonhar,
e DESACORDO,
como em TODOS os dias,
sem ACORDO,
sem recordações de ontem.
UMA mútua falta de sentir
QUE me acolhe,
me entende e
FORTALECE,
um senso DE não mais ser,
de SER só,
e me BASTA esse corpo
que já não me PERTENCE,
em asco e vontade,
MISTURADOS no âmago de quem
SOU,
em CARNE e inglória do
QUE restou, em mim,
EM mente,
na mentira LEVE que amanhã
tudo MUDA,
na MANHÃ seguinte ao meu
DESAPEGO,
o meu RECORTE do que
não SOBROU no ontem
de HOJE.

NOTÓRIO

F
O
R
A

o que sou,

E
X
I
S
T
E
M

ainda os meus

P
E
S
A
D
E
L
O
S

É UM JOGO

É um JOGO de querência,
de CARÊNCIA e
insolidez.
É UM jogo de cartas,
MARCADAS na pele
QUENTE da noite fria.
É um jogo de SOBREVIVÊNCIA,
de vivência e
solidão à SÓS.
APENAS jogo,
apenas TROCO da vida
pros que AMAM e não
entendem o quanto AMAR
significa sentir DOR.




PERDER PRÁ MUDAR = MUDAR PRÁ PERDER

As mudanças NUNCA me foram facultadas
como PARCEIRAS.
Ao contrário,
MUDEI porque perdi,
ou mudei PRÁ não perder,
e perdi.
Tudo se PARECE com um jogo
sujo de PERDER
e sobreviver.
E EM meio ÀS minhas muitas
lástimas do que nunca
TIVE
eu RECAIO sempre sobre o mesmo
caminho,
a DÚVIDA entre perder prá mudar,
ou MUDAR prá perder.
É uma questão DE escolha.
Por ISSO não vejo sentido
em TER livre arbítrio,
nas ESCOLHAS pré-determinadas.

FIEL







TEM dias,
que a CHUVA parece mais
fiel companheira,
QUE a solidão.

O AMOR

PODERIA sim, o amor
estar EM todos os lugares
e SE transbordar como
RIO em inundação de
SAUDADES,
mas,
ELE (o amor) se comporta
ESTRANHO,
não quer tumulto,
quando o PROVOCA,
não QUER carícias, quando
EXIGE contato,
não quer SUBORNO,
quando te aumenta a temperatura
dos SONHOS.
É mais FÁCIL amar,
quando NÃO se cobra resultados,
e SE pensa mais no trabalho
que se TEM
do que SOMENTE nos pormenores
do VIVER.
Amor é prática
e não SOLUÇÃO teórica.





CANÇÃO PARA UM GRANDE AMOR

TUDO em mim já passou,
ROSAS e moendas que me quebraram
as PERNAS,
histórias e LENDAS,
que mentiram em mim a PURA estação
de UM ano bom,
cores e CARNAVAIS
que a FELICIDADE se embriagou
e me DEIXOU pelado,
EM tese no fim, de tudo.
Tudo em MIM já passou,
outonos e FALÉSIAS, que eu brincava
de ME esconder em teu
COLO, cansado,
sentidos e FLORESTAS,
que me orientavam,
NORTEAVAM o descaminho sonhado,
PONTEIROS e pragas
que me AFASTAVAM da dor,
e DAVAM-me mais um tempo
contigo.
Tudo em mim JÁ passou,
AMORES, moléstias, maldições.
CALORES, cobertas e colisões.
SABORES, soberbas e separações.
ENTRA que te quero quente,
e o FRIO lá fora,
chama o MEU nome.




1 de nov. de 2009

DOIS

Quando o MEU peito ferve
em CONTRADIÇÃO,
eu ME entrego
e ACEITO o ser que sou
em OUTRA versão.

O MEU AMOR

EM mim, o amor é uma CARTA, desendereçada.

O SEU AMOR

O amor é UM verme,
que ASSUME a forma humana,
e me CHAMA...
pelo NOME.
Amor é ENXAME de sentires,
de DOBRARES,
de seres que SE aglomeram
em SEU peito,
um DESRESPEITO com a solidão.
O amor é COMO um cão,
que LADRA,
assusta e MATA,
com medo,
COM pretextos desconhecidos.

NO EXCESSO

Não NOS bastamos como seres,
POR isso,
o excesso, AS vezes parece
mais AGRADÁVEL.
Precisamos o TEMPO todo
chamar a ATENÇÃO,
e o MUITAS vezes não quer
ser chamado.
Então,
quando a VIDA não
bastar,
é NECESSÁRIO que se faça
um NOVO caminho.
E o CAMINHO está em seus
OLHOS, apenas.

A MORTE

A morte é UMA espécie de
DESAGRAVO com Deus,
um DESENCONTRO com seus
intuitos e TAREFAS,
um DESCUIDO com a alma,
um DESLIZE com a própria
calma,
UM choque na lama.
A MORTE é o instante
que PRECEDE o desenlace,
a FALTA de encaixe com a vida,
apenas UM gesto sem saída,
e PRONTO, a morte
FAZ-se viva em teus lamentos.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::