::.Leve.::

[Esse que SOU]

Minha foto
[EU sou o que você não pode VER]

30 de dez. de 2009

SORRIA

Dá-se de SI um imenso sorriso
QUE o mundo se ajusta
prá te RECEBER em
abrigo e DESALINHO.

DEIXA IR

DEIXE em paz meu coração que
SONHA e segue em seus
DIVERSOS desrumos,
em suas DIREÇÕES tortas,
e tonto ME deixa.
Deixe MEU coração calar
AO menos agora,
que DE tempos em tempos
ELE revolta
AS águas do meu rio
e CHORA.
Então deixe meu CORAÇÃO
ir embora,
que ELE se cansou das
SUAS calmas, seus CARMAS
e condoídos
INTANTES de ser gente,
quando ERA de ser mais
rente aos meus OLHOS.

ACASO

Temos medo de tudo quanto é COISA que se assemelha ao desconhecido no próprio ESPELHO.
E nada mais INTERESSA quando o pacto com o lógico olho
SE fecha, e retesta o traço das mãos sobre o fato do acaso
ser SOMENTE a vida.
Vida é lance que se ACABA em segundos se não visto.

MY FRIENDS

Adoro esse jeito de ser,
meio ALL star,
meio FUGA,
meio mau,
um tanto TAL que somos.
E somos prá além disso,
o BEM,
o bom,
que só os maus sabem.



[Aos amigos, eternos...]

FINS

NOS fins de um TEMPO somente meu,
agora me ABRO pro que é nosso,
e TE recebo,
aceito TEU nome junto ao
MEU,
e sei QUE tua calma
se CONFUNDE com a palma
DOS meus sonhos.
De RESTO,
deixo o crédito do silêncio
AO sono,
que nem CHEGA mais.

SENTE-SE

Entra e SENTE-se,
aqui no MEU mundo sua
senha é ACEITA.
Basta CALAR-se no momento
da PARTIDA,
e dar-se o CARNAVAL na
volta, DEPOIS das
cinzas.
Em minhas MÃOS os meus
SONHOS são livres
e QUASE sempre se
DEIXAM por aqui,
à ESPERA dos dias de verão
QUE irão
MUDAR meu tom de
HARMONIA.

PROJETO

SOU de mim o que ainda é
PROJETO,
porque me TESTO,
me faço PASSO pro
infinito.

SEI LÁ

[Muda que o MUNDO muda junto]

SEGUE

E de tudo
se FAZ passo
pro novo laço
de vida.
E siga então
essa dita vida...

28 de dez. de 2009

REALIDADE MÍTICA

EU que me perdi em histórias
e TORMENTAS,
hoje sei de
ONDE partem os dardos
QUE me ferem
e me ELEVAM ao estado
único de SER
quem não mais SOU,
mesmo ainda
SENDO,
este de casa ABERTA,
de calma SELETA
e sonho esquecido,
NA moldura da própria
REALIDADE mastigada,
mítica.

DOR DE SER

Era tanta dor
de ser,
QUE riam,
não sendo mais nada,
sendo só a si,
e ao outro
em TRAÇOS.

25 de dez. de 2009

FORA DE MIM

Lá FORA
a chuva cai
e REFAZ
os meus caminhos
de imensidão
e SAUDADE.

DEMAIS EM MIM

MEUS tons em preto e branco
já não SÃO apenas os
MEUS nortes e lestes,
MAS me coordenam
em CHEGADAS e partidas,
todas.
E sei QUE demais em mim
é MESMO o toque
de CONTRASTE
em cores que ME aproximam
do PRETO e do branco,
SEMPRE.

SIM

[Prá
QUALQUER
lugar
eu

VI,
que o
FUTURO

está
por
vir]

DONZEL

DO meu cauim só bebem
os ELEITOS em guerra
e SEMÂNTICA,
d'uma VONTADE que eu
NEM sei mais
COMO servir-me.
E TODOS deliciam-se
em MINHAS dores
e DOCES dormências
de HOMEM e donzel.

NOVELA

MELHOR evitar os transtornos
do AMOR,
quando VOCÊ opta pelo
CUIDAR de si
e das SUAS próprias
CONDIÇÕES de guerra
e PAZ.
O RESTO é só atuação.

SOB NOSSAS AÇÕES

Quando OLHO para o chão
é que REALMENTE entendo
a DENSIDADE do horizonte
à MINHA frente.
Pois nada SE faz com
OLHOS voltados ao
PORVIR,
mas COM atenções derivadas
do QUE está sob
nossas AÇÕES,
aos pés.

RESPOSTA

[TORNO imperdoável tudo AQUILO que me tira o DOM de ser quem sou]

POUCAS CINZAS

A DOR de ser apenas humano
ainda ME consome,
NO estado de perder
e GANHAR,
sabendo eu QUE mais importante
é SEGUIR de mãos
VAZIAS, para que me
CAIBAM ainda os deslizes de
UM futuro sem glórias,
MAS também sem lágrimas.
Estas QUE decaem cotidianamente,
EM mim.
A única PALAVRA que não
sei CONJUGAR como verbo
INDIRETO de ser,
é o TEMPO,
que me ACOLHE em manto
de SAUDADE de uma época
que NEM viverei mais.
E no SEXO discreto das noites
ENCOBERTAS pelas mentiras,
eu DEITO a minha cabeça
NO verso,
e DURMO, sem poesia,
nem EIRA nem beira
da MINHA folia,
já SILENCIADA, sem a quarta-feira
de CINZAS,
poucas cinzas.

MENOS ÁRTICO

BASICAMENTE em mim o que
COMPÕE o silêncio,
são AS muitas horas
de SAUDADE e contenção
em QUE palavra e alarde
já NÃO condiciona
RECURSO de sobrevivência.
E DEIXO o meu
ATO e espiríto em solução
de ÁGUA e reservas,
únicos ELEMENTOS que me
tornam MENOS ártico.

INVERNO DE DEZEMBRO

NO inverno,
NAS dúvidas,
displicências e
DECADÊNCIAS,
é sempre onde o HOMEM
equaliza
as SUAS dores.
Eu, POR minha vez,
ME salvo nos decretos
da DOR,
e me ACALMO quando sei
QUE lá fora chove,
ainda QUE caia sobre
MIM as águas que
não LAVAM os gestos
dos que SE foram,
nem dos QUE virão.

TEMPO VIRÁ

NEM adianta mais chorar,
que NO tempo que virá
o ENSEJO da dor
não SERÁ mais a minha
compreensão,
APENAS sua fuga.

FERIADOS NACIONAIS

Não FORAM em mim que as lágrimas
FICARAM marcadas
como CICATRIZES na pele,
mas NAS horas que não
PASSARAM
e TORNARAM a vida um tanto
MAIS claustrofóbica
QUE os espaços vazios
do SILÊNCIO de outrém.
EM mim já não abalam
MAIS os relógios quebrados,
MAS o feriados nacionais
QUE decretam o entorno
DESSAS cicatrizes,
NÃO minhas,
nossas.

AO PASSADO

Se me sento,
algo em mim resfria,
como que o PASSADO desse voltas
em MINHAS veias,
e me CONDENASSE ao silêncio
das cadeiras,
não de RODAS,
mas de BALANÇO.

24 de dez. de 2009

JÁ DORMINDO

NOS últimos minutos dos dias
que ESTRANHO em minha mente,
o RESTO do mundo sempre
me PARECE novela
das OITO.
E eu SEI que do mundo
que CONSTRUO,
a verdade é SEMPRE a tangente
dos MEUS abraços.

DEIXA VIR

DEIXA vir do coração a vontade
do BEIJO,
mas o ENSEJO da querência
quem DESTINA no abraço
é o DESEJO,
da cabeça,
do CORPO,
do carnalismo,
das MÁS condições
de TEMPO que te aconchega
ao OUTRO.

DEIXA PARAR

Só, se caminha APENAS em um destino.
Em DUO se faz promessas
se FAZ arremessos
de GOL e festa.
E nada FAZ mais sentido
FORA do pacto de abraço
mútuo.

E DAÍ?

De tudo o que passou
só ME resta o que virá.

DE AMOR EU JÁ MORRI

O AMOR se faz naquilo
que JÁ nem somos mais.
Se ADEQUA nos versos
que nem ESCRITOS são.
Se ADMITE no silêncio
DAS noites de carnaval.
E SE aproxima de
MIM,
quando da MINHA viagem
ao ESTADO do sem fim.
O amor só APARECE
quando a validade do
BEIJO já passou.
E me BASTA somente a
expectativa,
QUE de amor eu já
morri
DIVERSAS vezes.

22 de dez. de 2009

AS PLACAS

As PLACAS que seguem a
minha DIREÇÃO te pedem
prá NÃO olhar prá trás.
Prá não DEIXAR teus
SONHOS no demais do
futuro.
E tu ME perdes quando
olhas do LADO,
e NO retrovisor
te PAREÇO em cacos,
ao MEIO,
não mais
EM mim.

DIGO

DIGO-me sempre,
SENTE-se, mas sei o quanto
é DIFÍCIL se entender
em PLENO verão,
instante de CALOR e desconforto
com o RESTO de vida
que SOBRA nos últimos dias
de DEZEMBRO.
Já nem LEMBRO teu nome.
DIGO,
já nem lembro os MEUS
entornos e ESQUINAS.

EM DEMASIA

Já não me ASSUSTAM mais as distâncias,
os DIZERES ruins,
Os dissabores sentidos
em AMARGOR de boca
CALADA.
O sons do 'I LOVE for you'
já não SÃO mais tônicos,
não SILÁBICOS e calmos.
CALMA se confunde com
DESISTÊNCIA,
palavra se DEPRIME em
agressão,
e a POESIA perde o tom de
REVERSO e se torna
apenas DOR, em demasia.

EM TEU NOME

não TENHO medo de estar
lá FORA,
mas de PERMANECER aqui dentro,
SEM querer sair.
SEM querer ir além,
pro ALÉM das coisas todas
que DESAPROPRIEI em mim,
EM gesto e palavra.
Nas MINHAS condições
de SER eu, mais ou menos
HUMANO,
eu ainda não descrevo
BEM as sensações
que não SINTO,
nem o VAZIO que me abandonou.
ESTOU preenchido agora
de COISAS e calores
que já nem SEI mais
COMO saber de onde vens.
Então SE atine pro anúncio
e DIGA-me
teu NOME.

DIZ QUE NÃO

CADA um dos meus lados
são OPOSTOS ao que olho.
Cada um dos MEUS medos
são TORTOS ao que
COLHO.

SOU AGORA

Só o que não ME pode acontecer
é DO silêncio me molhar
com TUAS lágrimas e
LAMENTAÇÕES do ontem,
sem EXPECTATIVAS do hoje.
POIS, eu sou agora,
e JÁ me passo em segundos,
QUANDO me formo em outro,
em TERÇAS partes
de TANTOS que
ainda SEREI.

SONHOS E SERPENTINAS

LEVE a você os sonhos
e SERPENTINAS
que meu CARNAVAL canibal
se FAZ sempre
quando TU dormes
e eu DESACORDO
com tua BELEZA
e gosto ADOCICADO,
e EU me afogo
em TEUS gestos
e gentilezas.

PODE SER NÉ?

Pode ser QUE eu não saiba mais
CAMINHAR.
Mas, pode SER que o mundo,
então se PERDEU em velocidade.

NEM QUE EU CAIA

Nem que eu CAIA,
nem QUE eu saia antes
VOCÊ há de me ouvir,
há de VIR em minha
direção.
EM colisão com meu
PEITO,
meu abraço alado
em TEU encontro,
tonto de QUERER-te,
tanto de SABER-te
em mim.
FEITO carne,
que se ADEQUA
no que já desconheço
no TRAÇO.

LÁGRIMA

Até CHORAR, vale a pena
QUANDO no fundo da calma
os SEUS olhos se abrem
à VERDADE do presente
e a ILUSÃO do futuro.
De RESTO, a lágrima nunca
CONDECORA o homem
em SUAS glórias.

ÉDEN

TE encontro
no silêncio de AMANHÃ,
no meu JARDIM,
do Éden.

20 de dez. de 2009

PÚBLICO E ALVO

EU me particularizo sempre
NAQUILO que não é meu
e é PÚBLICO,
como o infinito,
DE dois,
de DEZ,
das milhões de
GENTES que me habitam,
e SÃO minhas,
quando NÃO são.

SEM SENTIDO

DIANTE do que a vida nos
TIRA,
eu aprendi a TIRAR
da vida a SUA própria
expectativa DE me ver
ASSIM, perdido.
EU caio, e permanceço
CALADO,
no ATO de fazer da dor
APENAS palco
DE vida sem sentido
ALGUM, prá ela
que me PENSA dominar,
sem SABER que eu
é que PERMITO o
jogo.

LÁ DE FORA

Não HÁ em mim espaço prá gerar
uma SAUDADE que me caiba.
Tudo em MEU excesso me
RETESTA,
como num JOGO de
saber QUEM sofre mais.
Não há em MIM saudades
do que NÃO penso,
do NÃO caibo,
das MINHAS próprias decisões.
O que PASSOU e
quem FICOU não interessa.
ME valem mais os
DIAS em que eu
CAMINHO a ermo no
DESERTO lá de fora.

MOLDADO

Na HORA que a minha hora
chegar,
eu QUERO estar em contato
com o PRECÁRIO,
o perdido,
PROSCRITO por opção.
Que SÓ assim eu saberei
o DOM de ser
MOLDADO no gesto
e não NO afeto.

DITO

O que TEM me faltado em
PALAVRAS,
sobrou-me EM
sensações.

19 de dez. de 2009

FATOS

[DOU-me o tempo certo
prá descobrir que TUDO
está errado.
Porque quando é CERTO,
me contento com o fato.
MAS, o errado me atrai em convexo,
e saio, em BUSCA do que
posso testar.]

DO TODO

O outro apenas é.
Eu estou,
constantemente em estados
que desconheço.
Agora,
eu sou metade.
Porque do todo
já me enganei uma vez.

QUEM SOU?

QUEM sou?
Eu SOU
Daqueles que desobrigam
o outro a ser
somente sujeição.
Eu tô prá além
das sensações humanas.
Eu sou etílico.

FALTA AR

Só eu SEI o quanto me custou sonhar em VÃO.
Só EU sei o tanto que SOFRI em tanto tempo, assim.
SÓ eu sei de onde tirei forças PRÁ seguir.
Só eu sei QUE tenho ainda tanto MEDO prá
sentir.
E sei TUDO quanto eu possa sentir.
PORQUE dos meus acasos, eu já me adaptei
com as ESQUINAS tortas
e OS rostos sedentos do que JÁ não sou.

NADA AQUI

Não ERAM as minhas dores que regressavam quando CHOREI.
MAS, a falta delas. TUDO em mim se fez ausente
quando DOS meus medos eu me fiz forte.
O acúmulo de COISAS na espinha,
o desajeito das MÃOS,
o silêncio NAS retinas estampado.
Era eu... ESSE novo homem que desacordou quando,
ENFIM, existiu.
Nada AQUI é verdade.
Mas, a MENTIRA também se furtou de
COMPARECER.

EM MIM, POESIA

A POESIA corre em mim
como SANGUE enviesado em
VEIAS nos dedos
e NOS arcabouços de
SONHOS.
É como ARMA bombeada em
meu CORPO,
que me ACOLHE,
me assopra a carne,
e FERE-me como faca,
de CORTE finos e
sonolentos.
Tudo que é MATÉRIA de
poesia em MIM
me ADORMECE,
me FAZ diminuir o ritmo
da DOR
e oferece-me em TALHERES
de prata.
POIS, prá mim o prato
mais SABOROSO na poesia
são os MEUS olhares,
as MINHAS críticas e
DISSABORES.

ANTES QUE A CANÇÃO ACABE

ANTES que a canção acabe,
TE peço:
ouça meu RISO solto
de quem SE adianta em te
QUERER feliz,
e se AGIGANTA com teu
anseio de SEGUIR.


[Te espero chegar]

DIAS E NOITES

Não QUERO viver, simplesmente.
Nem DEVO morrer, de repente.
TUDO em mim pertence
a uma CONJUNÇÃO de astros
e ESFERAS que formam
a MINHA atmosfera.
DIAS e noites,
ESTAÇÕES e horários,
tudo PERDIDO na mesma
intenção,
SEGUIR.

LÁ ME ACHEI

Nas muitas
CASAS,
carros,
CORES,
casos,
CHEIROS,
cantos,
BANCOS de jardim,
eu QUIS te encontrar.
Nos BARES,
barcos,
BARDOS,
beiras,
BORDADOS,
e brincadeiras eu
sonhei te ABRAÇAR.
Nos LARES,
altares,
festas,
FALÉSIAS,
fronteiras
e FLORESTAS
eu achei que iria
te ALCANÇAR.
E NADA me fora concedido,
que POR hora eu era
SEU, e você era
desse MUNDO que se partiu.
AGORA sou meu
e VOCÊ se perdeu.

SEM TRUQUES

Tanto CHOVE quanto pesa em mim
ESSE silêncio torpe.
É noite,
e EU ainda achava dia.
CEGUEIRA mudada de espaço,
DÚVIDA de mim.

LITTLE ASHES*

As minhas CINZAS dizem pouco,
na VERDADE elas não dizem
nada.
SÃO apenas silenciadas
PELO fechar dessa urna
que ME guarda e me fornece
a SOLIDÃO de eunuco.
As MINHAS poucas cinzas
são INATAS,
já não precisam mais
de MIM,
e saem,
me DEIXANDO vazio no
ABSOLUTO sonho de uma
FELICIDADE que na caixa
eu não TEREI chances de
VIVER.
E, caibo MAIS, quando
estou EM estado de letargia
e INCOMPREENSÃO das minhas
horas,
de DESACORDO e pesadelos.
Eu me ENCOLHO, na esperança
que as MINHAS poucas cinzas
RETORNEM e me salvem
dessa ALMA aprisionada em
CORPO algum.



À Garcia Lorca.
*POUCAS CINZAS

MIRA

Há em mim o TEU beijo,
como MIRA dos meus
OBJETIVOS,
como IRA dos deuses que
ME afastam do teu
ABRAÇO.
Há em mim um CÁLICE de
calma e solidão
que te AGAURDA,
espera a tua CHEGADA
sem chance de QUERER
desistir de tua
PALMA da mão
sobre a minha.




BOM DEMAIS

BOM mesmo é saber de si
ante à saber
DO mundo.
POIS teu mundo,
se resume
AO que se é.
O resto é só
ABSTRAÇÃO.





XODÓ

COLO de querer bem,
ALMA de fazer xodó,
BEIJO, abraço e saudade
tudo se EMANA num só.
CALMA, perdida em fala,
palma BATIDA em mãos leves,
neve nos OLHOS quentes
de QUEM alimenta-se em
sonhos e SEMENTES.
Lentes dos olhos que ME
vêem,
LÁGRIMAS de retinas que
me acusam,
E sim, eu SOU o dono
da TUA insônia.
Eu me ATO em teus sapatos
como CADARÇO encarnado
em TEUS gestos,
de IR e vir.

JULGO-OS

Os diversos JULGAMENTOS não me conferem incertezas
PERANTE ao que sou,
MAS me reinventa,
ME apropria em ser
ASSIM,
pura dissimulação em ESTADO petrificado
de CONTROLE.
Eu sou um TANTO vítima do que me DIZEM,
mas vitimizo OS que o fazem comigo, sempre.



[Aos que me JULGAM]

EVERYTHUNG, NOTHING

O tudo.
o ALGO e o
nada,
SÃO componentes de
UMA mesma afeição,
a NARCÍSICA.
Tudo PARTE do egóico
e morre no
UMBIGO.

POIS SIM

VOCÊ diz que me ama,
me ENGANA e eu deixo.
Aproveito o ENSEJO e
parto pro BEIJO,
de outrém.
VocÊ diz que TE assusto,
e ASSUMO o pecado
de SER assim,
eu CAIO no meio,
MAS não no fim.

PRÁ ESQUENTAR

HOMEM quando pensa,
RESOLVE sempre fazer o que menos
APRECIA.
A verdade não é QUALIDADE,
mas dever,
e a MENTIRA não é bônus,
mas DIREITO.
TUDO processado no intento
de SER gente.
É assim que somos
e SABEMOS,
mas mentimos NO direito
de SER diferente.

TALVEZ NÃO

Talvez já não haja mais um saída correta pros MEUS intentos amargos,
não HAJAM mais abstratos sonhos a me conduzir nas ESCADAS.
AS latas de saudade já estão todas abertas,
e SINTO-as, em mim.
TALVEZ não me seja mais simples assim, olhar em frente e VER à frente,
COISA de jovem que anda sem destino.
HOMEM para além do mundo vê em FRENTE, o que o passado
lhe DEIXOU, em lembranças, em IMPOSTOS, taxas nunca pagas.
Talvez NÃO seja boa hora prá DIZER, mas que digo,
COMO parte do meu próprio conforto,
porque ESSA tortura me acaba,
DESÁGUA em mim uma torrente de cansaço
QUE me fecho em CARNE e osso,
me fecho em ALMA e calabouço,
não POR medo,
mas POR não mais ter noção do que me venha
a SER certezas.



[Ao amargar das horas que CESSAM o que de bom a VIDA tem]

NÃO

Não olhe,
NÃO faça nada.
Não CAIA,
não chova em meus
OLHOS,
não VÁ em busca.
Não vá AINDA, vá.
CHEGUE mais cedo não.
Não caia mais em
TENTAÇÃO.
Não me ABRAÇE,
não abrase o que em
MIM é frio,
não SE deixe esfriar.

NASCE, ENFIM

SONS de noites devastadas em
CHUVAS e sóis buliçosos nascem.
São SINS de nãos que a gente
se ACOSTUMA a derramar nas
MÃOS alheias.
AS decisões não são TOMADAS
em fato de SER próprio
de VIDA,
mas ATO de instante
que PASSA.
SILÊNCIOS e arruaças são
VISÍVEIS à luz dos
DIAS, e lá se confere
o SEMI-áridorido
DOS sons de noites
molhadas e PERDIDAS em
saudade aterrizada em
SONS, sins, sinais,
sinônimos, sabedorias,
sudoreses, SEMÂNTICAS.
Somos a DÚVIDA no presente
e a SAUDADE do futuro.

18 de dez. de 2009

CINZAS E SILÊNCIO

PRÁ que tanto cinza
NAS palavras?
Prá que TANTO silêncio
nas CORES?
A vida segue,
o RIO seca e se acomoda
em OUTRAS águas.
AJA além do que seu penar
te PROJETE.
FAÇA mais por si,
e POR alguém, ainda que
DESCONHECIDO.

O SILÊNCIO POUSA

[QUANDO o silêncio doma a minha
fala,
a ALMA cala em si os
segredos MAIS incertos de
VIDA e morte.
Já não SE sabe mais o norte
QUE me conduz em
idas e VINDAS novas.]

DITO E FEITO

DORME agora,
que na MANHÃ seguinte
em TEUS olhos não farão mais
AS lágrimas que hoje caem.
É o tempo QUE age
quando o PENSAR ainda
teima em VOLTAR nos tempos
de ALGURES que já não se
FAZ mais.





PRÁ SI

TALVEZ me sejam mais válidos os instantes em que
SAÍ de mim e parti à colisão,
do que QUANDO admiti fraquezas
e chorei CALADO em meu canto desnorteado.
A lua nunca MÍNGUA em meus olhos,
e o SOL não se finda nesse momento.
É de SE esperar que a vida
DIGA a mim que não se pode PARAR.
Nem asseverar VERDADES sem antes
HAVER as mentiras advindas dos
SEMBLANTES de quem imprimo em carbono
NAS fotos que desconheço.

CÁ DO PEITO

ESTOU em terra,
em SEGREDO,
degredado do meu próprio
MAR.
Sem bússolas,
NEM artes a me acompanhar.
EM campana eu busco
RESPOSTAS,
sem NORTES e nascentes,
o que é em MIM saudade
eu deixo CÁ do peito,
sempre LATENTE.

NOS dias que ainda virão o significado
de SER não terá mais importância.
NO futuro seremos apenas
REMINISCÊNCIAS.

JÁ NEM ERA

QUANDO eu passei a não querer mais
SER amado
é QUE em si o amor floresceu.
Quando eu JÁ não senti
saudade, é que o PEITO, enfim
me DEU a sua mão.
Quando EU saí porta à fora
da SOLIDÃO, é que me fizeram
companhia ao CORAÇÃO.
Quando eu NÃO mais caí em tentação
é que SINÔNIMOS de lembranças
saíram da MINHA intenção.
Já nem ERA mais vontade
de VIVER em paixão.

VOZ

Só PARECE que tudo é igual,
mas TUDO se difere em suas
MÍNIMAS semelhanças.
COISA de plágio regrado
pelo RÁDIO que não te toca,
MAS me faz ouvir
TUA voz.



[À tua voz]

EM BUSCA DE CHUVA

ERA de ser assim,
como queremos,
COMO quisermos ser.
Era.
ALGO passou e deixou de
SER.
Algo em MIM se afaga,
afasta da PELE o tom
de MELANCOLIA.
MODORRA, cansaço externo,
extenso em MEU corpo.
E PASSO por entre as nuvens
de ALGODÃO do quarto,
SAIO em busca
de CHUVA,
água sedenta de
CHÃO.

IRREVERSÍVEL

[O que eu VEJO já se confunde com o que DESPISTO]

O GOZO

O LAMENTO é como
o GOZO,
lento.
EM acento de continuação.
Em PONTO de partida
da DESERÇÃO do que se
ALTERA, em fato,
em ATO descabido,
do OUTRO lado do
gesto.

17 de dez. de 2009

DECISÃO

NAS minhas horas de perdição,
eu AINDA prefiro o som
DOCE das guerras,
QUE o silêncio arredio
DAS noites em paz
ESTANCADA.

À QUEM SE DESTINA

Não ERAM os teus olhos que eu procurava
VER, quando saí pela porta
SEM querer voltar.
Então, não FAÇA do seu presente
o NOSSO passado
inglório.

AMO

Eu amo,
chamo teu nome
como remédio.
E pro meu tédio,
eu quero o seu EU.
PORQUE contigo eu sou
MAIS eu².




Aos amigos todos.

MALDIÇÃO

O amor é MALDIÇÃO que todos
buscam,
querem
RABISCAM e
aderem em
seus CORPOS.

DADOS

[ME tiram do sério os ARES de sabedoria, e os GESTOS de hipocrisia... Mas, ainda conservo EM mim esses dados de VIDA que nunca PASSAM, nem rolam errados]

SO KISS ME

Não diga muita COISA.
Aliás, não DIGA nada.
O silêncio me PARECE exatamente com o que eu esperava.
VOCÊ aqui,
por PERTO,
de certo EM mim,
em MARCA,
tatuagem,
palavra QUE não se estanca,
MESMO em olhares.
Então não me FAÇA ir,
nem em PEÇA prá ficar.
Vamos ANDAR,
sair de um CANTO pro outro,
de UM mundo em busca
de OUTROS tantos lá fora,
AQUI dentro de nós,
no FUNDO,
na FALTA do que já
preenchemos,
sem CALMA.

EU NÃO

VOCÊ não sou eu,
eu já NÃO sou eu,
que me VEJO e sou além desse
TODO que me apodera a
CALMA,
desse OMBRO que me acolhe
em BRASAS.

EU, NÃO

VOCÊ não sou,
eu já NÃO sou eu,
que me VEJO e sou além desse
TODO que me apodera a
CALMA,
desse OMBRO que me acolhe
em BRASAS.

16 de dez. de 2009

PRÁ DORMIR

[QUERO um domingo todo meu, EM plena SEGUNDA-feira.]

DESEJOS?

TUDO tão calmo que me sinto inconstante
nessa COISA de paz e amor.
Tudo em SILÊNCIO
como era de SER.
MAS, me assusta viver em calamidade
de INÉRCIA.
E ao mesmo tempo ME sinto feliz,
de AO menos na madrugada
a VIDA se redimir aos meus
COMANDOS.

MIRA

O que TRAGO no pensamento
é PORQUE ignoro.
O que trago em VERBO
é porque VERSO a verdade
somente em SOLIDÃO.
O que em MIM é mira
é PURA arte em
contemplação.

NEM UM NEM OUTRO

[O que não me SALVA, também já não me CAUSA destruição]

ESSE TIPO DE GOSTAR

Desse TIPO de gostar eu estou
FARTO, e parto logo
prá OUTRA.
Já me CANSEI de desculpas,
mentiras e SONHOS nunca
vingados.
CALMO permaneço,
MAS quando me perco,
ENLOUQUEÇO os meus sentimentos,
POR tê-los escravizado.
DESSE tipo de gostar eu estou
AFASTADO,
e prefiro o silêncio
que me ACOLHE, e
recolhe do PRESENTE o que
me SOBRA de condição prá
SEGUIR.

15 de dez. de 2009

MEU TEMPO

[MEU tempo sempre me diz a HORA certa de parar e não PENSAR mais, me diz o instante EXATO em que devo SER um tanto além de todos, MAIS sempre menos do que realmente SOU. E aceito as CONDIÇÕES desse tempo. Agora EU chovo, quente, delirante]

GASTANDO DAS COISAS

NOUTRA era, tão longínqua
quanto o ONTEM que mal
terminou em MINUTOS,
eu FUI além das tordesilhas,
QUEBREI os meus tratados
de SILÊNCIO,
invadi casas e CORAÇÕES selvagens
e me DEIXEI expulsar
de CALMAS doces e gentis.
AFINAL,
eu sou de UMA raça sem pretensão
de SER, e ferozmente me
ADEQUO ao sustento da falta de voz.
Agora,
COMO não tenho tempo e solução
de HORAS,
eu vivo GASTANDO das coisas
as suas FUSÕES de vida
e morte.
E vivo no ENTREMEIO do que
começa com o que TERMINA.

SÓ VOU GOSTAR SE FOR ALEGRIA

MEUS pés de alegria se deram
a BROTAR, sem chuva,
num VERÃO intenso e
CHUVOSO.
ALEGRIA se fez presente,
coisa de ÉPOCAS que nos
séculos em que TENHO vivido
já não se PENSAVA ter.
Alegria me CULPOU de sua
vinda, e de tão
CONTENTE eu me coloquei
a VIVER,
dela.

PAREMOS

Vamos PARAR por enquanto de tecer
ESSE ato de proximidade
que NÃO nos alimenta
nem FUNDAMENTA em si
o FATO de mais humanos,
que nem CHEGAREMOS a ser.
PAREMOS, pois de chorar,
que as LÁGRIMAS são carmas que
NOS acompanham estação
APÓS estação.
DEIXEMOS de lado o lado
torto da VIDA,
que de DOR já nos
BASTAM as da infância,
JÁ curadas.

EXTRAPOLA

[O que DÓI em mim, de fato, não FALTA em no meu TODO como parte, mas me EXCEDE.]

LOGO EU

LOGO eu
que não SABIA das cores os seus
SABORES
não sabia de mim e dos meus
AMORES,
saí de casa CEDO,
saí dos meus APUROS tão tarde
que o SOL já não era presente.
Logo EU
que não VIVI valores,
não PREVI senhores de verdades em
mim,
não ABRI as portas e os desamores
ENTRARAM, assim mesmo.
Logo eu
que POR hora sou silente,
que POR horas sou sobrevivente de
uma GUERRA com meu mundinho
CALADO,
agora SAIO de mim
e PERCO a condição de ser
quem nem MAIS entendia
EM mim.




SEM MÃO DUPLA

NA nudez do que desconheço,
a VERDADE parece-me apenas um traço
LANCEADO sobre o que
é DE fato tentador,
o PASSO em falso,
a queda,
ESTA que todos nos propomos,
AO amar,
SER de si um louco
em BUSCA do outro lado
de UMA vida sem mão
DUPLA.

NOS FALTA

HÁ muito que eu sabia que seria assim...
Não somos PARECIDOS,
não somos TALHADOS um pro outro,
mas em NÓS o que se aproxima de
UMA verdade,
é o PLEXO das circunstâncias
que NOS cerca.
SOMOS produtos de uma mesma
SÍNTESE nervosa,
de UM algarismo sem
DIVIDENDOS.
SOMOS parte do que
NOS falta, agora.

RESSALVA

[SALVO o que não tem mais jeito, o MEU resto é o todo do teu BEIJO]

14 de dez. de 2009

RECADINHO


[VOCÊ pode viver a loucura que quiser,
desde QUE se concentre na LUCIDEZ necessária ao DEVIR]

ME MUDEI


[E desde então eu me MUDEI pros seus
horários. E me vejo SEMPRE atrás
do relógio QUE te guia,
que te ASSOMBRA com o implacável
TEMPO, agora meu amigo]

COMO CORAÇÃO



[Moras em mim, como coração.
TUDO que deflagro, disfarço,
em TI, peito meu.]





É ISSO AÍ




[Já sem PALAVRAS, sem apelos, sem APOIOS, me apinho de querer]






ENSEJO DE SER

ME olho, e sei
que ainda me CAIBO bem
nos meus anseios e SOLITUDES.
Sou de FÁCIL adaptação,
de CORES e confusões cálidas.
Lá FORA a estrada que não me cabe,
FOGE-me,
e se FAZ maior no VAZIO.
Sem descaminhos eu PASSO pros outros
PLANOS de inércia e
ENTREGA do beijo,
do ensejo de SER.

PRÁ DORMIR

DOS meus beijos só me RESTAM lábios calados, querentes de LOUCURAS e colisões de corpos.

CHOCOLATE

É um vício, AMAR a quem se quer sonhar.
COMO desses de chocolate que
A GENTE se apega,
se ENTREGA em mordidas e
LAMBIDAS doces.
É um ALÍVIO querer o que se
PODE ter,
e ser DE quem se quer,
assim,
DE pronto,
sem PRESSA,
com nenhuma VONTADE de
esperar.

COISA DE PELE

NOS meus sonhos,
a tua PELE era clarividente
como SÃO meus olhos,
minhas intenções,
MEUS poços d'água limpa.
PELE de quem se entrega,
se achega EM meus braços
e DORME calma.
Na alma DOS que se querem
o ETÉREO é sempre o que
se PERDE entre os dedos
e se ACHA entre os
LAÇOS, não quebrados.

FACTO

A minha HISTÓRIA é simplesmente
FATO de um pouco de
MEMÓRIA retorcida,
é VIDA tragada em meus
DESEJOS,
e nada do que
EU faça,
será melhor DO que depois.
EU quero o agora,
mas o ANTES já me quer
APÓS,
e estou numa LUTA com a
minha HORA,
que não me REPARA,
mas me esquenta em VERÃO
de corpo e
CALMA.

DOCE E DOMADO

FALA prá mim que é cedo. Que eu ME volto em teu jeito DOCE e domado.
Eu SOU fera, mas sou seu CICERONE, homem de onde em mim
TUDO se faz aqui, no PEITO.

LIRAS NO CÉU

Tudo o QUE é meu
RESIDE naquilo que já me
PASSOU.
É uma coisa ESTRANHA,
de sentir-se SEMPRE forasteiro
quando ERA de me sentir
ENTREGUE.
Mas, SEI de mim como
as nuvens SABEM de suas
chuvas,
e CAEM,
águas e colisões,
MOLHANDO a alma dos
que COMO eu
se PERDEM, em si,
em BUSCA do outro.

SINTO-ME FRIO

PASSA por mim um certo frio,
estado de CONSTANTE de sensações
nenhuma,
e DEIXO-me sem roupa,
sem ELA,
sem COISAS a me
consolar.
É calor o que SINTO
e sinto um POUCO mais
de FRIO.

DOIS OU MAIS

SEM dúvidas, eu me divido em DOIS ou mais.




CONFUSOS DIAS

NOS meus mais confusos dias,
EU sempre soube que aqui CHEGARIA, sem medo, sem tempo, SEM erros.

ACIMA DE NÓS

Há dias em que QUEREMOS tudo
e NADA nos falta,
mas nada TEMOS.
DIAS de querer mais além
do QUE somos,
e estamos ESTACIONADOS em
nós mesmos.
E acima disso,
o MEDO macula a coisa
de SER ousado e entregue.
PRÁ isso, existem os minutos
de LOUCURA sem que se
precise SER somente tolo.

EM OPOSIÇÃO

EM oposição a tudo que sou,
eu ACABO sendo o meu fantoche
e ME uso, sem estimas nem
condescendências,
AFINAL o que de mim seria
sem MEU próprio ato
de DESMANTELO em correr
e VER as gentes todas
sem SINS, sem nãos,
COM as mãos ascesas*
sem que te SOUBESSEM,
enfim,
SERES.





*Ascesas - Superiores, Levantadas.

CRESÇA E DESAPAREÇA

É coisa de DANÇA essa que nos pega e nos ACORDA às madrugadas sem que TENHAMOS tempo de ser mais, e SOMOS pro além disso TUDO.

SELETO

DESDE que me descobri seleto, tatuei-me prá ALÉM da compreensão alheia.
CORRENDO no mundo sem preocupação eu JÁ não precisei mais de OLHARES, já
que meus AFORAS estavam ali por MIM.
E fui POESIA desde então.

ALUNTE

Quem de MIM está por perto e preso
em MEUS olhos é o meu
MAU gosto, que insiste em
AINDA ser melhor, maior,
no ALUNTE do que já
desconheço,
e DESCONHECES-me.

HABITADO NO DENTRO

FALTA-me tanto a ser gente como
a GENTE que anda por aí,
que SAIO dos meus medos
e ME atraso em horas
incontáveis.
RUAS me atravessam,
réus me ATREVEM a ser como
SOU,
e saio de mim
prá ONDE já nem sei.
É BEM hora de me valer
POR entre as cortinas de
FUMAÇA d'uma guerra
que SINTO fria,
o MEU eu,
e a minha GENTE toda
habitada no DENTRO,
que nunca MAIS foi igual.

12 de dez. de 2009

POR FORA

POR fora eu sou manso,
mas DE dentro ninguém
SABE onde me
ESCONDO.
Refaço os caminhos jamais
PERCORRIDOS,
e lido bem
com a SAUDADE e
o desterro.
Por FORA eu sou criança,
mas POR dentro me
PEGA o fogo de ser
quente,
e eu já NEM sei mais
tanto de MIM.

SEM MAIS

Não QUERO mais delongas,
se APRONTE e saia
que a NOITE cai em nossas
CABEÇAS,
e eu preciso de
UM pouco mais de
IRONIA,
antes que a VAZIA caixa
das PANDORAS me aflore
em SONHOS e tudo
vá POR água acima.




CALMA VIR

MORA em mim o acaso do que
eu MAIS desejo.
E no TEU beijo nunca
BEIJADO eu vejo
que é MEU.
Não ME adianto em CHEGAR antes
em TUA vida,
pois SEI esperar a
CALMA vir de longe
e ME adequar em teu
JEITO de criança.

LOUCA LUCIDEZ

POR onde passaram as minhas
mãos,
O teu corpo SE perdeu
em CALAFRIOS e desejos
TODOS amontoados sobre
os MEUS olhos,
de BRAÇOS dados com
minha LOUCA lucidez.

11 de dez. de 2009

QUEM?

QUEM tem medo de mim que
FUJA,
quem ÓDIO alimente se achegue
e VAMOS resolver,
quem ME ame, por favor
não CHAME meu nome em vão.
QUEM foi e quer voltar
não FAÇA isso.
Quem VEIO e já quer ir,
QUE vá, assim tudo se
AJEITA do meu jeito, melhor.
Quem ENTROU já não pode
agora SAIR,
quem caiu, TRATE de levantar
que a QUEDA é só processo
e não RESPOSTA.
Quem SILENCIOU, que agora
permaneça em GRITO contido,
que em MIM a multidão que
me FORMA, já me faz
muita ALGAZARRA torpe.
Quem me QUER,
um dia não QUERERÁ, então
desista de AGORA já.
E quem AINDA sonha,
se ALIMENTE disso...
O sonho IMANTA os maiores
PROJETOS,
eu EM você.

ALEGRIA DESABRIDA

AS alegrias agora estão todas
DESABRIDAS,
desabrigadas em meu
PEITO,
querentes de SAIR e subverter
o MUNDO,
esse meu mundo LOUCO e
cirandeiro.

ALMA EM BRASA

ENQUANTO o sol se entrega todo ao DIA que se passa, eu me VELO, numa questão única de me PRESERVAR e fazer de MIM, meu elo com a vida, que já ando DESCOMPROMISSADO.

DEUSA DE ISOPOR

Tudo bem,
tá TUDO certo.
Já não ME valem mais artifícios
em QUERER-te por aqui.
NOSSOS polos opostos se
colidiram,
FECHARAM as ruas dos meus
DESEJOS,
e tudo o que
SOBROU foi o teu rosto,
delirante,
COMO se já não fosses mais
VOCÊ em minha vida.
É triste a COISA da ida,
mas AINDA sim me sinto
BEM,
na ESPERA de outras janelas
que SE abram,
ou AO menos não se fechem.
De resto,
VAI...
Que eu CONSIGO andar ainda
que SEM as pernas que te
emprestei.

É SEXTA QUENTE

MANDE todos sairem de perto,
PORQUE no seio da loucura
a MINHA calma se esvai
e EU me vejo em tons
que não PREVIA.
Não FAÇO mais elegias
de AMOR,
pois aqui NO peito o que
ME conforta é a DOR
e o SILÊNCIO do que
esperei ter.
Mande TODAS as almas vindouras
FUGIREM,
que no meu LEITO de morte
o que SOBRA é a sorte
de não ter VIVIDO em vão
os MEUS sentires.
E o ódio SE abrigou no que
era AMOR,
e tudo virou em MIM
desastre POLAR.

10 de dez. de 2009

ELA

Há ALGUÉM com quem eu divido
CAFÉS e consonâncias,
alguém de CARÍCIAS, e entendimentos
mesmo que à DISTÂNCIA.
Somos tantos PARA sermos só
dois,
QUE as vezes precisamos de
SUBTERFÚGIOS a nos saudar
em MUDANÇAS.
NEM o tempo ou a saudade
nos CONFUNDE, porque nós
somos ASSIM,
pequenas partes de UM todo
só nosso,
QUEBRA-cabeça de sonhos
SONHADOS em DUO.




Nora...

SEPARAR

É o TEMPO em seu instante de loucura
que SEPARA o início do
FIM,
nos DEIXANDO à mercê do que
SE passa durante
na EXPECTATIVA de um outro
semblante acontecido,
SOMENTE em sonhos.

REFLEXOS

O que me DÓI nem sempre é o que FERE, mas o que torna espaçado o ABRAÇO.

CORAÇÃO DERRAMA

CADA vez que sinto o cheiro doce
dos SEUS desejos
o MEU coração se derrama
em PÓ,
perdido nos ladrilhos do
SEU quarto.
Espalhado COMO cinzas
de uma QUARTA sem
carnaval.

O PEDIDO

ENQUANTO o peito arde na saudade
de te REVER uma vez mais,
os MEUS olhos buscam
uma MANEIRA de te aprisionar
em meu LEITO, uma noite,
um INSTANTE que seja
em que eu POSSA te domar
e FAZER de você
o MEU céu nas noites escuras.

OLHOS FECHADOS

MEUS olhos se fecham e ainda TE vêem.
Não sei DIZER, mas sinto que você impregnou em MIM,
como PARTE de quem sou
ou PARTE do que serei, ainda.

EVERY THING

TODAS as coisas que colho em árvores
e SOLIDÕES são prá te
resguardar em SEGURANÇA.
UM abraço cálido,
um CHEIRO de flor e alma,
a minha CALMA perdida, reencontrada.
Eu já não SEI mais como proceder,
tudo AGORA é você,
boca, NUCA e desejos,
PELE e pintinha que me afetam,
ruborizam a MINHA carne branca
e SONHADORA.
Te quero,
e QUERO mais ainda o teu
ABUSADO jeito de se
PERDER,
nem querendo MAIS achar.




[I X]

BEIJO

MINHA boca, à sós,
confabula um JEITO de
te ROUBAR meu
próximo BEIJO.



[Segredo intangível]

FAÇA SUA PARTE

FAÇA sua parte e me abra seus portões
que EU já me fiz teu,
AGORA quero entrar.
Faça a NOSSA arte,
de SERMOS sós, um,
VÁRIOS em padaços,
que se COMUNGAM no fim do
BEIJO.

ACONTECE

E do teu cheiro
eu FAÇO um pacto
com tua carne.
De me fazer teu,
entregue.
CICERONE nas tuas andanças,
um POBRE plebeu em
tua CIRANDA.

EM DESGRAÇA

É de PERDER a cebeça quando te vejo, e SINTO teu cheiro transitar por todas as VIAS de minha alma, já sem CALMA alguma neste instante.
Você INVADE as ruas com teu deleite, e me deixa LOUCO sem saber onde quebrar as minhas CORRENTES e ir-me ao teu ENCONTRO, puramente em devaneios.
Oh ALMA impiedosa, da próxima vez, MATA-me antes de me deixar SENTIR-te tão próxima.

DIÁLOGO

ELA:Desde que acordei,
mesmo fazendo uma coisa aqui,
outra ali..
ele fica aqui..
martelando em minha cabeça,
com aquele sorriso
que me morde a pele,
o pescoço...
os pelos..
Não me larga!
Não me deixa um segudo tentar ser eu
sozinha de novo..
( acho que nem quero);
Já o espalhei por essa mesa com os olhos,
por diversas vezes..
Meu colo já virou abrigo
de sua presença,
e sim, ele virou musica!



ELE: Ela que me consome a calma,
me fez LEVANTAR diversas vezes
em NOITES que já nem contabilizo.
Ela que de um LEVANTE só
me tirou a CALÇA,
o corpo NÚ em suas mãos,
frágil eu ERA,
porque ela me FEZ premente,
coisa de QUEM morreria sem teu
toque.
MOSTRA-me tua carne,
que em meus OLHOS
o sol ainda não figurou.
Dá-me TEU charme como perfume,
que eu PRECISO existir nesse dia
SEM a tua presença ainda.
REVELE-me em teu seixo mais
profundo
que eu ME entrego em nuvens
e NÉVOAS, que de sua boca
saia,
a me BUSCAR a pele,
como BRISA.



Sammy e Dan.

9 de dez. de 2009

DICA DA NOITE

É de SER mais humano quando a madrugada TRAZ consigo a sensação de que o tempo não passa POR nós, e, ao contrário, SOMOS nós que atravessamos SEU contorno em BUSCA do que venham a ser os MOTIVOS de seguir.
Uns calor humano,
outros FELICIDADE,
há os que PREFEREM sexo,
e OS cédulos que buscam
AMOR,
sem entender que
PRÁ se amar, antes é preciso
'emburrecer-se.'

DESEJOSO

São NOS teus cabelos que me redecoro
as SENSAÇÕES.
Me entrego POR completo em
teus CACHOS, ainda que lisos,
e me ACALMO em tua pele branca,
saturada dos MEUS dedos comprimindo-a,
COMO parte do que
me FAZ forte,
como carne QUE precisa de corte,
em MEUS dentes,
LOUCOS por te consumir até a
ESPINHA, sem pena,
sem CALMA,
alma dilacerada EM desejos
e incandescências.

PERDER-ME EM HORAS

FAZ-me perder em horas
de QUEM sou
e o RESTO das suas conduções
são todas EM função
de ME enlouquecer a cabeça,
SEM roupa,
pele MOLHADA,
alma encharcada do que chamo
DESEJO,
e me entrego fortemente
ao TEU abraço
dissoluto DO que eras
até ONTEM.

MEIO DÁLI

MEUS olhos se recusam ao que
é CONCEITUAL e tachista,
coisa que REPUGNA é ver
o quanto as GENTES lá fora
se PROSTRAM diante ao
MODELO,
o parâmetro INCERTO das suas
realidades.
TALVEZ todos deveriam
se DAR a chance de
VER o mundo meio
assim,
COMO Dáli*.
Não EM sua obra,
mas em SUA reflexão.





*Salvador Dáli - Pintor Surrealista.

NOITE QUENTE

É coisa de amar as gentes...
Deixa rolar,
deixa molhar o corpo.

EU SEI

O que me é tão desconhecido
já FAZ parte de mim.
Assim, como ARTE se faz na cousa de
ser INDECENTE, parte de mim se esvai
no IRREAL e prolixo.

ENTORPECIDO

POR hora me bastam os sorrisos tolos
e a SENSAÇÃO etérea de entorpecimento
de UM álcool que ainda
não BEBI.

QUERO-TE ALEGRIA

NO silêncio das minhas horas matutinas
há ALGO que não se cala em mim,
e DE uma saudade enorme
EU grito teu nome desconhecido.
PEÇO aos ventos que me ouçam
e TRAGAM você prá mim,
COMO num tour de viagem utópica,
EM desertos e águas sem fim.
ANCORA-me alegria em teu peito,
que AGORA refeito da dor
meu CHÃO se abre a te
consumir.
QUERO-te alegria dentro de mim,
e DE fora das minhas janelas
eu VEJO-te no sem-fim
dos MEUS olhos de horizontes
LONGÍNQUOS.
Eu aprendi a SER maior,
quando eu FUI menino.

NOUTRA DIREÇÃO

MEU destino corre sempre prá outro MAR.
E lá eu ASSEGURO chuvas e sóis intactos,
sem PACTOS de sangue e solidão.
Lá eu me ACHO e perco-me nas
águas de MIM mesmo.
A minha vida é PRODUTO de outra
dimensão,
d'outro TAMANHO.

BRINCAR DE SER

NUMA noite inteira eu sonhei
FESTAS de carnes e sonantes
que ME vêem perdido entre
OS corpos dissonantes
de AGORA.
ERAM gentes de muitos tipos,
tarefas e TORMENTAS,
gente SEM fé de ser gente,
COM alma poética e
LAMA nos pés.
E desde então,
DEIXEI-me brincar de ser
QUEM não me interessa,
AMAR a quem não vale
a PRESSA,
e deixo o RELÓGIO seguir,
em posição de RETORNO.

ERA PRÁ SER ASSIM

UM corpo que se perde em meio à loucura da
vida que TRANSGRIDE as almas.
A calma PERDIDA em papel de pão
e POESIA malferida.
Era prá ser ASSIM,
uma menina apaixonada,
OUTRA parte agora
ENCARTADA em suas mãos,
e o BEIJO mais que doce,
DELICIOSAMENTE entregue
ao QUE já nem sabíamos mais
SOBREVIVER.











Ingrid e Jéo

COISA DE OFÍCIO

OFÍCIO delicioso e nefasto
esse que TOMO como meu,
e ESCREVO-me em linhas que nunca
DESFAÇO.
Ofício MALQUERENTE, desses
que é preciso DOER prá saber a
ALEGRIA e beleza dos tons
de FIM de semana.
Ofício SAUDÁVEL, saber-se de si
e da SOLIDÃO como etérea amiga,
QUE se esvai em minhas mãos
e CANETAS.
OFÍCIO desastroso ter que sonhar
e NÃO fazer-se real,
POIS de realidade,
não me VALERIAM tantos escritos.
Ofício HUMANO e metamorfoseado
em SOLIDEZ, disso que eu chamo
SAUDADE, meu peito arde
e SINTO a vontade alcançada
de DOER.
Ofício sem RESPOSTAS,
de um JEITO que eu, somente em
ALMA* fingidora
poderia DAR contornos a um
CORPO sem modorras
e mediocridades.
POBRE desse homem que sou
e QUE altero todas as manhãs
quando me PERCO em escrever-me
em LINHAS laterais do
que SINTO, e pressinto,
e SUCINTAMENTE me abraço,
no cálido SILÊNCIO do
quarto.




*Não creio em ALMAS. Alusão ao poeta FINGIDOR.

E AQUI DENTRO CHOVE

ERA prá ser somente um instante,
um TOM de loucura e
BREVIDADE,
o sabor da CHUVA e da
fertilidade dos LAÇOS.
ACASO formado em meus lábios,
TONS que se perderam no
CAIS das horas
partidas EM naus naufragadas.
Era SOMENTE um sonho, a realidade
permeada PELO que é, enfim,
VERDADE, a mentira.
ELA quando contada, de fato,
TORNA-se unânime em se
CATEQUIZAR nos moldes dos
CRENTES.
Era algo DISTANTE, pouco fremente,
e NA lente dos meus óculos
quebrados,
VIA-se o turbante azul
DAQUELE que seria o dono
do MEDO.
LEDO engano de quem pensa
QUE o tempo se refugia nas cavernas,
ENQUANTO no verão vindouro,
HOMENS e mulheres brincavam na
AREIA tenra de
ONTEM.
ELE chega,
reassume o COMANDO e desdita
tudo o QUE um dia dissemos:
- Te amo.
EIS que o amor, antes verdade,
MESMO em absoluta mentira
DECAI sobre o chão frio
do QUE agora é metade
de NÓS:
- O vento que sopra desajeitado
LÁ fora.
E aqui DENTRO, chove.

PORÇÕES DO TEMPO

O TEMPO se encarrega sempre
de nos CONTEMPLAR com a solidão
necessária,
e a SAUDADE desmedida.

ESTRANHAMENTE RARO

ERA de se esperar que
com o findar da
NOITE,
o dia se fizesse
CLARO e estranhamente
raro em
MEUS olhos.
ESSA coisa de um dia
após o OUTRO
não me fascina,
MAS sinto uma séria calma
em NÃO ter perdido
a minha loucura
no SONO.
REUNO as roupas espalhadas
e SAIO para ver o clima
que se DEIXOU esquentar
pelo SOL à beira do seu colapso
de CALOR diário.

8 de dez. de 2009

RELATO

E um DIA eu disse à vida:
EU não sou SEU.
E ela me RESPONDEU:
- Nem eu.
De lá prá CÁ, temos nos
FALADO pouco.

ÀS ESCONDIDAS

NOS meus versos secretos eu REVELO sempre às escondidas, COISAS e partidas, aquelas que SEMPRE nos deixam, e DEIXAMOS de ser, sempre por ELAS.

BASTILHA

PARA além de tudo o que conhecemos há sempre o QUE de mais interessante o universo RESERVA da vida,
a BASTILHA do beijo.
Único artifício QUE vale a pena.

DE VEZ EM NOITES

É natural que com a chegada das noites, OS sonhos nossos de cada dia pareçam ter mais IMPORTÂNCIA, e cremos por ser MELHOR, que o tempo aliado, será de BOA sorte no devir dos aconteceres.
E no LUGAR de onde partimos, HÁ sempre uma face perdida em nossas CALMAS ancoradas nas músicas da FM que se repetem incessantemente.
OS beijos não dados, SONHOS mal traçados, linhas MAL planejadas, e os caminhos, QUE errados ou não, CERTAMENTE te levarão a algum lugar.
É disso que FALO quando me lembro toda NOITE das noites que vivo a esperar CENTELHAS de um fogaréu que NUNCA se emana, mas TAMBÉM não se desfalece.

SONS E LIVROS

SOU livre, e em minha
COR os tons são livros
que RESGUARDO sons amealhados
em VIDA,
e nas MINHAS diversas mortes.
Na minha SORTE,
ao NORTE do teu corpo,
eu ME rendo
e quero ATER-me em teu
GEMIDO.

PONTEIROS

Já que o TEMPO conspira a favor
dos SEUS ponteiros,
eu DO meu lado
abuso DOS meus inteiros.
PORQUE de metade,
já me BASTA um passado imerso
em águas MOLHADAS em meu rosto.

NÃO HÁ DE SER

NEM entre lágrimas,
nem ENTRE risos
o homem HÁ de ser semelhante
em SI com o que não
TE pareça espelho.

VERTIGENS DE OUTROS DIAS

... E ando SEMPRE em lado oposto aos MEUS desastres e universos PARALELOS.
No meu CAMPO minado, já não FALO mais os mesmos desaforos.
AFORA isso, não continuo SENDO o mesmo de hoje.

INVERSO

[Nas minhas POSSIBILIDADES não reconheço as entrelinhas do seu ASFALTO.]

NÃO FICAREI

Não, não me PEÇA prá ficar.
Eu já senti e SOFRI demais
por ESPERAR os vãos da sua
VIDA se acabarem
prá EU entrar.
Já me FURTEI lágrimas demais
NAS noites de abandono
e CALOR intenso,
já me CAUSEI danos demais
e INTENTOS torpes
de QUERER ir, sem poder
nem VOLTAR.
EU não me posso mais viver
em GUERRA eterna com
meus SENTIDOS,
e tudo o que ME sobraram
foram os IDOS das mentiras suas
contadas em MEUS ouvidos,
quando MAIS acreditei
que EU era feliz.

MY MISTAKE

No ENTORNO dos erros que todos
cometemos, APENAS os loucos
é QUE são inocentes.
E quanto AOS perdidos?
ACHADOS?
Sofridos e SANGRADOS?
Não se SABE ao certo porque
a CULPA é redentora dos
oprimidos,
MAS eu tenho em mim a certeza
de QUE eu não me prestei
BONS serviços
sendo VÍTIMA das coisas que
ME feriram
ONTEM.
E eu PERDI-me,
não ME achei,
sofri e SANGREI sem ter um voto
de APARÊNCIA cega
do MEU erro, que nem
COMETI.

À TODA PROVA

[AQUI fora, é exatamente como ERA lá dentro. Apenas um AR frio de sentir-se MENOS.]

FERA

No PROSSEGUIR das coisas que o mundo
eleva PELO tempo,
a gente DESCOBRE que fora
do CORPO, o que acontece
não TEM muito valor,
mas o que SUPÕE-se acontecer
POR dentro,
é irrelevante.
VALOR real tem o que a gente
se OBRIGA a não sentir.
COITADO de mim que não
VIVER descrevendo-me insensível,
ainda que EU pareça
travestido de ALGO inominável
aos OLHOS dos que
me FEREM.

TRANCO

Sinto saudade
de algo que me reparte
ao meio e me
DESCONTROLA por inteiro.
E sobrevivo
aos TRANCOS e barrancos
das MINHAS solidões
propostas.

PEITO INSANO

Preciso encher a cara
e esvaziar um peito insano.
É um PROJETO de vida esse
que me OBRIGA a querer
um tanto MENOS de mim agora.
SER intenso nunca foi
INTERESSANTE.
SEMPRE fui propenso ao
DESACHEGO do que
perdi.

SANIDADE DESCONHECIDA

[EM desespero silencioso na FALTA de uma sanidade que não RECONHEÇO como minha.]

DEIXA FALAR

ME deixa sentir um pouco mais
dessa DOR que
eu não ME aguento mais sobre
o MEU corpo.
É cansaço intenso em DEMASIA
que me deixa louco
e RESSEQUIDO.
PÕE em minhas uma bomba dessas
que DESTRÓI uma cidade,
PORQUE arde em mim uma
LEMBRANÇA desgastada em minha
PELE,
como praga que se AGIGANTA em
meu devaneio.
SORVE da minha boca
a MATANÇA desse ar que me provoca
ARREPIOS,
e ALGUM dia,
TALVEZ,
me traga um tanto MAIS
do já que não tenho, nem em
SAUDADE.

SINAL DE RÁDIO

E quando EU me dei conta
VOCÊ estava lá.
MARCANDO rosto e risos em
meu LADO,
armas em RISTE,
um lado meu TORPE de quem
PENSAVA ser parte,
da MINHA carne
e consciência.
E quando PENSEI mudar,
já não podia MAIS,
você mudou-se de
MIM, prá uma outra estação,
de RÁDIO,
dessas que MEU sinal já não
ACOMPANHA mais.

LIBERDADES

POR mais que eu tente manter-me NA corda
bamba DA bondade,
eu AINDA prefiro a certeza
DE quem sou,
em DUO eterno com o que
PROMOVE e o que
DEMOVE.
De resto,
que SE danem conceitos e
concepções,
SUJEITOS e sujeições.
EU quero das liberdades
apenas o SINÔNIMO, porque de palavra
eu ENTENDO,
na prática.

MINHA MEDIDA

MINHA medida é na perdição
que eu ACHO.
Acabo sempre OPTANDO pelo que
me REGRIDE como face
que estou à FRENTE.






COISA de quem precisa saber
SEMPRE de onde vem a sua
CONEXÃO com esse mundo.

7 de dez. de 2009

MEU ASTROLÁBIO







Em meu ASTROLÁBIO, a única estrela que
se PERDE,
é a minha.
PREFIRO olhar as mais
incandescentes.
ASSIM, eu me atenho aos espetáculos
que me PROPORCIONAM e nego
a minha PRÓPRIA consoante.

BÚSSOLA






SEMPRE que me oriento, sinto-me PERDIDO.
Coisa de quem SUPÕE-se na autarquia.

O AGORA TODO

De todo o agora que SEI de mim,
já não ENTENDO tanto prá que serve o
AMANHÃ.

SINTO E SÓ

SEI que o que sinto
é SENTIDO de ser um ser
em FREQUÊNCIA própria,
sem JEITO,
com medo,
COM o feito de
SER, e sentir,
nada MAIS, e só.


(Adaptado - Mônica Besser)





DIVAGO

NOS dias em que não me conheço mais
SINTO que a diversão de ser
FORASTEIRO em mim
é BASTANTE agradável,
ASSIM brinco de conhecer meu
mundo COMO fosse a primeira
VEZ.
E divago SOBRE ser assim,
ora QUEM devia
ora QUEM não previa.

POR AÍ

Dizer que sei que sou
é MERA inverdade enquanto sei
que JÁ vou, indo.
POR fora e por aí,
SEM que eu precise mesmo
saber de MIM.

DE SER ASSIM

EU nasço do que é
transitório,
e JÁ nem é mais verdade.
SOU espiríto de mudança
e POSSO me fazer
sentir, NA calma
dos DESESPERADOS.

6 de dez. de 2009

OUÇA-SE

Nada DO que se mostra em meio
à NÉVOA desse domingo
é VERDEIRAMENTE mentira.
Os traços mais SUTIS de quem
SOMOS, fica sempre à mercê da
SOLIDÃO necessária e a hora
INCERTA de acordar.



DESLEIXO DE GENTE

No desleixo de ser GENTE,
eu ainda me habituo
a conviver com teu lirismo
DOCE e diverso
de tudo que já vivi.
De TODAS as minhas perdas
a única que NÃO me refiz
é o SENTIR como prática de
uma VIDA.
Pois, HOJE sinto o que não
me é VERDADEIRO, o rarefeito
me ATRAVESSA os poros
e IMPURECE o que em
MIM um dia foi versado
na COISA de ser
mais HUMANO.

AUTORRETRATO*

Muito do HOMEM que sou
tem se descoberto diante
do QUE você ainda será.
COISA de quem amadurece
ao intento de SEGUIR.
E te olho COM olhos já perdidos
na incompreensão DAS suas
escolhas.
Esse MENINO que desfiguro no
ESPELHO, ainda me recobra a
memória de QUE um dia
FOMOS apenas um.














*O erro gramatical é proposital.

LENTES DESMESURADAS

Quando eu DISSER que é hora de parar e ver
o CÉU, será então, a hora de SEGUIR o ritmo do
SOL,
no ABISSAL desejo de revestir os olhos
em LENTES desmesuradas do que já
NÃO me adequo mais.
É coisa de CEGUEIRA, essa de não mais
ver em FRENTE,
somente ao LONGE se vê o além.

DEVANEIOS DA MADRUGADA

É no INSTANTE em que o silêncio evade
meu CARNAVAL que sinto a
verdadeira INTENSIDADE da loucura.
POSTO que é por ela
que eu ME desvisto do meu
MAIOR intento,
a MULTIDÃO.

AUTA CHUVA

CHUVA não se faz apenas em ÁGUAS que recaem sobre nós,
de UM céu alado, em NUVENS indecisas.
MAS, se faz também no DESDIZER de quem somos,
NO refazer de coisas nunca feitas,
CHUVA se constrói em mim,
NOS dias em que quem sou
DEIXA de ser importante sobre
o meu ESTADO,
letárgico e DESCONEXO
de todo o MEU resto,
ser.

POR VOCÊ, POR MIM

POR você,
por MIM,
digo apenas QUE vou
por aí.
PELA segurança nacional
da VIDA que assumo,
pelo CHEIRO doce do silêncio,
pelas HORAS que me acostumo
a VER o mundo incógnito e
DECRESCENTE,
pelas MÃOS e malediscências
dos que ME adoram ao in verso
eu PRECISO e digo
que NÃO tô por aqui.
Eu sigo SEMPRE,
atemporal,
INFORMAL ao jeito de ser gente,
e MUDO sempre de rotas
e RANGIDOS ao abrir
a PORTA da frente.

SONHOS

Quando eu ACORDEI dos sonhos intranquilos
que SONHEI
vi que o MEU mundo era melhor
no SONO.
Na realidade, a realidade não
é tão CATIVANTE assim.

NÃO PRÁ MIM

Se me fosse satisfatória a explicação,
de CERTO que recorria à minha mãr,
prá me DIZER, o porquê de tudo
ASSIM, em mim,
ter a COR de domingo.
É de UMA frieza o ser se saber
mais
QUE o resto do mundo.
É de uma DORIDA certeza ver-se mais
que QUALQUER um seria capaz.
POR isso, que admito amar-me.
Pois não ESPERO que me acolham em tetos
de VIDRO de beijos cristalizados.
EU sempre quis do mundo
APENAS a calma,
PORQUE os aplausos não foram
FEITOS prá mim.

NÃO SABER

[Sentir é coisa de QUEM
já não sabe mais
como ENTENDER de certo,
as coisas]

FOI-SE

OS meus medos foram
se ACABRUNHANDO,
se escondendo e FUGINDO das
minhas LOUCURAS instadas
em NECESSIDADE de agora.
Já não SEI se de mim sobrarão
a ALMA ou os pedaços
miúdos de UMA calma esquecida
NO passado.

O BAILE DOS MENINOS FUGITIVOS

Tão LONGE eram seus olhos perante
às minhas CONDIÇÕES de amar-te,
que MEUS meninos que
me HABITAM todos,
saíram em DESABALADA carreira
em BUSCA de intenções.
E nunca MAIS se soube de festas
FORA dos meus domínios.

5 de dez. de 2009

COISAS DO SÁBADO

[Hoje eu VOU me acabar na rua... Me despedir da LUA e esperar o SOL nascer]

PAPO

Quando BEBO, eu rememoro as alegrias PERDIDAS em esquinas de sobriedade.


(Papo de BÊBO)

SEM MEMÓRIA

O meu sorriso EXALA como o vento ecoa nos quatro cantos DESSE mundo.
É bom SABER de si tanto quanto SABEM
de todo o RESTO.
De resto,
ME cabe somente sentir.
O findar,
o FURTAR das horas.
O chegar e o
PARTIR de memórias.
Eu SOU sem memória.

REVERSO

Numa vida morta, a APOSTA maior é construir o novo. Fazer nascer o reverso.


(Para Malu)

PRO QUE NÃO VEIO

Sinto que já não SINTO tanto quanto antes.
VEJO o que antes era tão inóspito.
RIO do que antes era só água,
e agora CORRE empoçada pelos cantos.
CHORO no silêncio das memórias,
e REDOBRO a falsa calma
na INTENÇÃO de novas horas.

FIZ PRÁ SANGRAR

APROVEITA que chove lá fora,
senta no MEIO fio e chora.
Que é HORA de suas lágrimas
manterem ALGUM sentido.
PORQUE o óbvio nem sempre
é o VEROSSÍMIL.
Deus te ABENCOE
e que o diabo VALIDE a benção
dos CÉUS.

DAY END

COM esse pôr do sol de ISOPOR, a gente ainda há de QUERER sonhar algo MAIS?

SÁBADO

Um ROSTO sozinho, ainda que sombrio, pode SIM resguardar muita dor.
Na COR dos olhos de quem chora, TALVEZ a água não seja turva, mas se FAZ sempre triste em memórias.
No vôo QUE nunca alçamos, o SILÊNCIO é o único pretexto prá que tudo
ACABE,
e acabou.
Já não SOBRE nós pedra alguma,
já não NOS cabe nenhum pedaço de terra
em LATIFÚNDIO algum.
Já não NOS merecemos, inglórios, que SOMOS.

4 de dez. de 2009

HAPPY END

NO fim de tudo, AINDA sobre tempo p'rum sorriso INEXATO.
Tempo p'rum CASTIGO nefasto
e, enfim, RESTA-nos a glória da
VITIMIZAÇÃO em massa dos que
se OLHAM no espelho
e não SE sabem gentes.



(Dá cá um ABRAÇO inimigo mais querido, que ACALMO na dor da morte. E que sorte a tua me encontrar ANTES do próximo passo.)

SEM SEMÂNTICA

Quando VOCÊ chegou,
eu já tinha IDO embora,
embora EU já nem quisesse
ficar ou PARTIR,
tive de ir,
e SAIR prá não CÁ ficar.
TUDO isso é parte das coisas
que já não ME cabem tanto,
ROUPAS que me arrastam
TANTO pelo chão.
Tudo isso PARTE de mim
como carne que
EVADE de quem magro se
veste DE hastes que já
não TE servem mais.
Tudo ISSO evade como
ARTE, sem sentido
e sem DESTINO,
arte de ser sem
SEMÂNTICA.

COISA DO TEMPO

MAIS do que eu, o tempo não QUER seguir em frente. Por isso ele CORRE, prá não sentir-se tão fremente ao que há POR vir.

ESTANDO A SÓS

LOGO que não acho mais porquês,
eu CAIO em deslizes de
minha própria INSENSATEZ e
desdito me deixo
sair.
No silêncio dos SORRISOS alheios,
e na ARIDEZ do que sinto,
o RESTO do meu mundo
me abandona
e me ACALMA a calma de ser
assim, SOZINHO.




(Ao velho amigo CORAÇÃO)

TUDO LEGAL

Almas não existem,
não SÃO capazes de se comportar,
ou se DESCONTROLAR.
Já não SALVO-me dos medos
e DOS aleixos enganos.
Não SEI onde essa conversa
vai ME levar,
não SEI onde o silêncio
quer CHEGAR.
Já não sei,
NÃO sou,
não é.
NADA aqui é real.
MAS, sim,
tá tudo LEGAL.

MÃO, VAZIA!

Lá no FUNDO,
bem fundo do QUE em
mim é vida,
EU só tenho mais uma
saída...
O descaminho,
o DESVÃO.
Porque de OUTROS tempos
sobrou-me apenas
a MÃO,
vazia.

EU VOU EMBORA DE MIM

EU vou embora de mim,
ABRIR-me em peitos novos
que ME acolham,
me RECOLHAM os cacos
e FAÇAM do meu eu,
algo mais EM mim.
Eu vou PARTIR do meu corpo
e TENTAR achar no
LEITO de algum rio
qualquer,
um PASSO a mais
sem QUE eu precise
permanecer ASSIM,
sedento,
sem ALENTO,
intentos e COISAS
afins.

LÁ FORA

Por longe

vagueia um coração

morrendo

sempre

por alguém

que, talvez,

ainda venha...

Por PERTO o meu peito chora
e REDECORA as suas
muralhas de VIDRO com
arcos e FLECHAS do
sem fim.
E CÁ de dentro eu
imploro MAIS vida
em meu JARDIM.



Dan e Ana

OUTRAS ÁGUAS

OS meus braços se abriram,
CAIRAM na coisa de querer ir,
e vão.
Tudo é MIM é partida,
a chegada ESPERADA ainda
não VEIO.
E vou em BUSCA.
Lá FORA, que a vida é longe
eu ME renovo,
com a idéia de me
ADEQUAR nesse novo mar,
nova HISTÓRIA.
UM eu que descubro,
ELO que se forma,
MEU cais que transborda em
águas NOVAS.
EU já não caibo mais no peito
sozinho,
NÃO me ajeito no
TEMPO em desalinho,
e DESDOBRO-me em outro ser
que QUERO me conhecer.

VOCÊ, SILÊNCIO

VOCÊ me olha e não me vê.
Me choca e NÃO me atende.
ME chama e não me ouve dizer.
VocÊ me CALA, e fala menos ainda.
Me abraça, e esfria a minha GUIA.
Me enlaça, e QUERIA me ver partir.
Você CHORA e não me convence.
CORTA-se e não se ressente.
SEGUE e não se entende.
Você, SILÊNCIO, o tempo todo
ME quer em teu lado,
e AGORA que grito
me DIZ que estou errado?

ENTANTO

No entanto que é o AGORA
eu ME arranjo no
ACASO de outrora.
O que ERA ontem
eu não DESVENDO o hoje,
o que é AMANHÃ,
na manhã SEGUINTE ignoro.
REDOBRO a atenção na chuva,
ESPERO mais quando há sol,
e DE olhos abertos
eu CAIO fora.

CHUVA SECA

Noutro tempo eu FARIA festas e
sinais de FOGO,
enquanto lá de FORA a chuva caía.
AGORA,
quando ela cai,
eu SINTO que é somente um
instante de GUERRA
no céu que JÁ não me
satisfaz.
E deixo de ADMIRAR as gotas que
recaem SOBRE mim
se DELAS eu, enfim ignoro
o RITMO.

HÁ DE EXPLODIR

Quantos ANOS mais a vida me
DER,
mais TEMPO perdido será
OLHAR nos olhos
DOS que nada fazem,
QUANDO fazem de tudo.
Ainda me ASSUSTA a calma
que me RODEIA,
enquanto no PEITO,
um rio deságua em ódio
e DESATINO.
MAS, como dono dessa cena
selvagem, eu GUARDO prá mim
o QUE um dia em suas mãos
há de EXPLODIR.

NÃO VAI SUMIR

O que não NOS deixa dormir,
é o SONHO,
o eterno DESEJO de manter-se
acordado,
ENQUANTO o outro
dorme em SEU peito
molhado de AMOR.





O CINZA

O cinza nem é PRETO,
nem é branco,
é um TANTO tom de azul
entre UM e outro.

DE SE ARREPENDER

Era ASSIM que era.
É assim QUE somos, e
DÓI... Um tanto mais
que ser infeliz.

MONÓLGO DE MIM MESMO

EU não sabia como colorir esses dias
que EXAGERAVAM em minha lida,
uma VONTADE louca de sair correndo,
em BUSCA de não sei o quê.
Gente DOIDA pelas ruas,
gente NUA,
gente COISA alguma.
Já não me FIZ mais menino, era homem, senhor de idade
AVANÇADA, e apenas com meus 25 anos,
ALI prostrados em CARTEIRA sem identidade.
Não SEI bem o que me passa pela cabeça
quando o FALO, como se fosse necessidade,
e o que é ISSO que me invade a calma
das TARDES e me promove em festas,
carnaislistas, CORDIAIS, sem fatos de ser assim.
Desdito que SOU, não me desminto mais.
Já sei QUE a minha vontade é a pura
insanidade em CORES,
que estão a me turvar as vistas
em CONSONÂNCIA com o arengue do que
eu CALO.

NO FRONTEIRAS

EU que não tenho limites
não ME imponho em fronteiras.
E quando SAIO dos meus
instantes,
e CHEGO aos seus,
não é QUE me perdi,
MAS vim tomar posse
DO meu legado
em TEU achado, corpo.
Eu que não TENHO passagens,
me DEIXO sempre em arestas,
eu TI,
tua mão PEQUENA,
rosto carregado d'um
JEITO que me acolhe.

SUGAR (AÇUCAR)

ESSE doce estranho
amargo que TE sai das palavras
não me AGRADAM.
UM senso de querer estar
lá,
e MEDO de permanecer.
Esse ATO desesperado de querer-te
EM alguém e ninguém
TE apetece.
Coisa de QUEM ainda não se
VIU,
não achou em SI, a chave que
ABRE o peito.
Você se ACANHA, se arranha sozinha
e não se SABE linda.
COMO pode?
Como TORCE assim, contra a própria
essência?
Eu não CONCEBO meu mundo
sem que TU o conjugues em
VERBO.




Ingrid!

LADO ONÍRICO

EU tenho um lado onírico
que ME faz sofejar
NOTAS musicais que me
SÃO forasteiras,
e CANTAR-te em versos
e SONETOS dos meus
abraços encantados.
MAS,
tenho um LADO realidade
que me APRESSA,
me retesa os BRAÇOS
sem que eu POSSA contra
ele LUTAR.
E na dúvida entre AS minhas
duas divisões
eu SOU teu fato,
o que EM verdade se faz
em TI,
mesmo quando
em SONHOS.

A LUZ NA MADRUGADA

NAS minhas noites
é TUDO o que quero,
um POUCO menos de luz,
um TANTO mais de
atenção,
e TEUS olhos voltados
para o MEU corpo,
sedento,
salivante.
ME fazendo crer numa vida
QUE pela manhã
ACABA.




LASTROS

DESTINO meu,
que ato em meus LAÇOS,
não se esqueça DOS dias que virão.
Os que PASSARAM são apenas cacos...
Lastros que NÃO me aceitam
mais NÃO.
MEU peito é ártico,
MAS esquenta-se com a chegada
DESSE verão.

CARTA DESENCONTRADA EM NÓS

Frio EMERSO por aqui.
E eu me ACOLHO em seus braços.
Sinto que POSSO permanecer bem
por hoje,
UMA profusão de coisas acontecendo,
tantos VENTOS e brisas bons em MEU intento...
Mas a DONA tristeza insiste ao derredor...
Batendo TÃO forte,
pedindo PRÁ voltar,
AQUI onde era a sua casa,
seu DUCTO...
Não quero me FAZER sentir isso...
Quero a constante serenidade dele (a)
em meu LEITO...
E DEITO na certeza disso.
Quero meu DESCAMINHO atormentado por ele (a).
Não SONHO mais esse desterro
que ME pensa senhor
do meu dominio..
Não quero perdê-lo (a),
e NÃO o (a) perderei.
POIS, ele (o medo) ante a tristeza
me FORMA,
ajusta-me em TEU sentido.
Já ELA?
Me desampara,
ME afugenta.
E nela eu NÃO me aconchego
mais.



Sammy e Dan.

SEM FOTOGENIA

O que não me REVELO em fotogenia,
nas PALAVRAS eu me descampo,
me DESCALÇO,
me ACAMPO e calço em
teus PÉS morenos,
ANSIADOS em meus dedos.
O que não me ADEQUO em harmonia,
em MINHA música calo,
ARDO em noites no quintal,
e SALTO de muros e jardins.
PRÁ no breu dos teus
negros olhos
me ACHAR, enfim.
Deus do CÉU que não sabe mais
o QUE fazer de mim,
acha-me uma PRECE prá eu
FAZER desse amor
o meu DOCE e tenro
jasmim.



(Não sei nem porque disse isso)

O PREÇO

O medo,
a CALMA,
a falta do beijo.
A ALMA,
lama,
o ÓDIO,
anis,
tudo em SABOR e cor gris.
O ATO,
espírito,
o RITO,
o início,
na CAMA um precipício.
O preço,
o PAZO,
a praga na pele,
um SEIO que a revele em MIM.
O TRAÇO,
a trama,
o TOPO e a
grama,
VERDE prá te ver passar.

3 de dez. de 2009

SEI LÁ PORQUE DISSE ISSO

AS cores dos seus olhos só
com minhas TINTAS é que se
acham em TONS de
luminiscência.

COISA DE DOIS

'Há de haver em mim,
algo que eu não reconheça.
Me cansei de brincar
e ver o mundo de ponta-cabeça.'
Hoje eu TENTEI,
abri o email,
MAS em mim, tudo ainda
é ESPELHO.
E ficou apenas em FRASE
o que em mim deveria
SER a lida de uma
vida INTEIRA.
Não me SEI inteira (o) assim,
me faltam OS pedaços,
as PARTES que me cabem,
mas SIGO,
pois sem ENCONTRAR as palavras
acho que é ASSIM
que se SEGUE.
PERCEBO que sou o,
enfim.


Sammy e Dan

AMOR?

AMOR?
A mim não é mais que a vontade
de ESTAR.
Se perder no PRÓPRIO tempo
e ao RELENTO sonhar
em vão
COM o que se desconhece.
Amor é condição de ser
MAIS,
do outro que de SI mesmo.



(Tô fora!)

IT'S ME

SOU
APENAS UM FALSO ATOR
DE MINHA VIDA,
FINJO ATÉ QUANDO NÃO FINJO.
AMO ATÉ QUANDO NÃO AMO,
E,
FINALMENTE SOU
ATÉ AQUELE
QUE NÃO SE ENXERGA

COISA DE SER EU

E,
possivelmente tenho sido
uma busca constante,
um erro indefinível,
um réu confesso,
um ser sádico e apaixonado,
mas de tudo só restam duas coisas:
o momento que se vive,
e a espera do vindouro,
por isso sou uma construção,
determinista,
cubista,
realista,
surreal aos homens
e propositadamente real
ao que parece fantasioso.




(Resgato do PASSADO uma grande verdade que SOU)

CORES CASTIGADAS

TODA A COR que é castigada em
meus OLHOS,
quando POESIA,
ganha outros TRAÇOS, nuances
e REMENDOS.
Eu deixo QUE as palavras
transgridam em CORES
o que é mim é MISTÉRIO
e densidade,
algo ENCOBERTO pelo sabor
do que NÃO entendo.

É PRÁ RIR, TÁ?

[E quando tudo parece PERDIDO. Eis que perdemos o JUÍZO]

TANTO FAZ O FRIO

EU já me esqueci de quando
o CALOR não me era PROBLEMA.
Já DECIDI que o frio
não ME faz dilema.
PORQUE não sinto tanto assim,
nem CALOR,
nem FRIO, nem
FOSSA.
não me FAÇA crer que és real.
EU faço parte de uma estrada
que SAI do seu caminho.
Tudo em MIM prá ti é desvio
tudo em SI prá mim
é desatino.
EU tô mesmo é querendo
MARESIA.
MAR e alegria,
coisa que já não VEJO tanto
assim, POR aqui.

O QUE ERA LONGE

O que ANTES era longe agora é só
PASSADO.
POIS todos passamos pelo tempo
que é MATÉRIA de inércia.
Nós EM movimento é que
SUGAMOS a sua esperança de
PAZ e silêncio.
Nós em ATREVIMENTO é que rotulamos
seu CURSO silencioso,
PORQUE nós é que somos
matéria de PURO intento,
e SÓ.

NA PELE

Na minha PELE, o que impele o erro, não é o ACERTO, mas a dúvida entre a glória do que se CONQUISTA e o prazer do que se ALIMENTA em projeto.
E eu ERRO, mas quem que não SOFRE de querer bem?




NÃO TEM JEITO

E quando MAIS sei que te amo
eu ME perco.
Porque COISA de amar
é assim,
A GENTE olha e reverbera cores
ao QUE era cinza.
Coisa de AMAR é entregar ao outro,
TEU corpo,
conduta e condição HUMANA,
sem SABER se vales tanto,
MAS e daí?
quem DISSE que amor é
coerente?
Eu nunca DISSE que ser gente
era FÁCIL.
Fácil MESMO é ser assim,
amante DE que não tem mais
JEITO,
o amor.

SÓ PRÁ DIZER BOM DIA

[Tem COISA que cansa a minha carne.
Arde feito AGONIA
e fere a minha monotonia.
Me CANSA brincar de ser
GENTE sabendo eu que tô
prá ALÉM dessa falsa magia
que RODEIA esse resto de mundo
QUE vive fora de mim.]

2 de dez. de 2009

À FERRIANI





É COISA que Deus também nem entende mais.
PELA poesia,
pela MAGIA que resulta dos sons que
EXALAM na coisa dessa
MOÇA existir.
É de MIM a tarefa de ouvir,
CHORAR e sorrir.
MOÇA assim já não se tem
MAIS em fábrica, nem estoque.
Deus me LIVRE viver longe.
É som e SIMPATIA que me move,
a ELA.


(Verônica Ferriani moça e MAGIA unidas, sem limites)





GENTE

É disso
que a gente precisa.
A coisa do frio e do calor.
Combustão.
Gente precisa mesmo
é ser dissolvida
em água e sabão.
GENTE quer ter a justa adequação
DO que não é.
E prá ser é PRECISO lavar
a gente então.

O HOMEM QUE NÃO PRESTAVA

EU que nunca prestei,
nem ATENÇÃO previ em mim.
ISSO é coisa notória de quem
JAMAIS saberá a diferença
ENTRE a dor e a
distância,
pois TUDO se baseia na mesma
CONSOANTE.

É QUE SOMOS ASSIM

É que não NOS entendemos,
não CABE em nós o simples ato
de SER,
é preciso mais.
Ser o QUE se sonha,
se quer,
sem de FATO ser.
É que NÃO achamos graça
de VIVER,
sem o FATO de querer mais,
sem proceder prá SER.
TUDO fácil, tudo óbvio,
e o ÓBVIO nunca é visto,
entendido e ACEITO.
É que não NOS atrai o fato,
mas o PACTO de ordem,
inda que NO caos da querência.
É que SOMOS figurantes de
nossas PRÓPRIAS vidas,
e o ESPELHO dos outros
é NOSSO cut*.





*Corte.

1 de dez. de 2009

DESCUIDO

[POR QUE fomos inventar de ser humanos, se PODERÍAMOS apenas ser?]

RECEITA PRÁ VIVER MELHOR

Quando tudo parecer mais DOLOROSO que de fato é...
SIGA as premissas de uma RECEITA infalível:


Reclame em seu direito, próprio ou não... Afinal RECLAMAR é apenas supor,
e de repente ALGUÉM caia no canto da sereia.
CHORE que a lágrima alimenta e CULMINA em olhares espios, dos que NADA entendem, talvez o resultado seja positivo.
DESABRIGUE-SE sempre que puder, pois quando nos VEMOS perdidos, há sempre ALGUÉM a apontar uma esquina qualquer.
Dê-se a si, AUTOPIEDADE... é com ela que você consegue SUPOR uma saída pro egoísmo intenso.
AUTO-SABOTESSE, porque quando alguém não te quer, PORQUE você quereria a si?
SOFRA, mas sofra sempre... Apesar de opicional, o sofrimento sempre te ELEVA à condição de vítima.
E as vitimas SEMPRE causam furor entre OS ignorantes.
NEGUE-SE o direito de transitar entre os seus COMO igual. Quando nos sentimos um ESTRANHO no ninho, o mundo te PERCEBE.


E se nada DER certo.
REZE
Fingir crença, normalmente te IGUALA ao resto dos cristãos, tão tolos e MENORES que você.
De resto...
DURMA.
É preciso descansar e SONHAR com o que se queria ser.
PORQUE o que se é, já está na prática. Mas, um BOM projeto necessita de teoria.

SILENTE

AMO,
imensamente amo.
Chamo TEU nome,
me SUJO com tua cor de alegria.
ME acanho em tua
ausência, e
DESNUDO-me em presença
do TEU eu sem calma.
AMO,
insanamente amo.
Me DESDOBRO em tua geografia,
CONTORNOS e confusões
em OLHOS que ainda não
decifrei de TODO,
mas todo ele ME arranha a
alma.
AMO
instintivamente amo.
E MESMO descrendo do amor
não me ENGANO,
porque te AMO.





DEIXA ESTAR

QUANDO já me falta o que DIZER eu apenas sinto.
E deixo tudo à CARGO da minha própria emoção.

À ANA CRISTINA CÉSAR

LENDO Ana Cristina (a César)...
Me lembrei do quanto é interessante a divagação de quem somos,
a coisa do EXCEDER em si,
transbordar no outro,
e PRO outro nada ser.
Impressionante como que o desencontro
nos aprisiona.
E TODO o mundo e suas cores
NADA valem,
se OLHOS não cruzam e
BEIJOS se confirmem.
Bem DIZIA Ana:
'e digo
do coração: não soube
e digo da palavra: não digo'


Lá fora o que MAIS interessa é o FRIO.

LARGO DA ILUSÃO

NO largo da ilusão eu perdi os meus sapatos.
E descalço eu DESÇO a ladeira da solidão,
SOZINHO, sem a culpa nem o DEGREDO,
como era de COSTUME sentir, em tua presença.
E na TUA ausência eu me conforto
em INTENÇÃO do que já não quero
MAIS.





HIATO DE TEMPO

De manhã cedinho enquanto olho a NÉVOA se despedir das ruas escassas do meu PEITO,
eu CAIO em desalinho.
Me DEIXO lembrar das horas em que com as JANELAS abertas, víamos a chuva CHEGAR, o sono partir, e a LUZ calma nos aconchegar.
FILMINHO chato, palavras SUTIS, silêncios desmedidos, e a COISA toda do teu corpo, sereno, CINTILANTE.
Uma PELE que nunca mais verei em OUTRO tom e luminosidade.
Me PROMETO que não mais vou PENSAR, mas é inútil, você se CONTORNOU em cores que só em meus OLHOS podem ser previstas.
PEÇO um tempo desse tormento maravilhoso que é TE ter em sonhos e saudades, mas NÃO recebo a graça do esquecimento, PORQUE o teu calor me consumiu a CALMA, arrebentou com a minha ALMA e me deixou sozinho.
POIS, que aceito o dom de te SALVAR em meus seixos, fragmentos de CARTAS que escrevi e jamais ENTREGUEI, fracionadas lembranças QUE se esguieraram em meu trabalho, em minha PAZ, não mais consoante.
E no HIATO de tempo que me sobra, SABOREIO tuas FOTOS, fatos marcados.

LUZES

É tão simples ACORDAR e ver
que a VIDA dita a cor
das SUAS horas,
que NAS horas de horror
e ABANDONO é o olho que
TE redecora em tons azul
e CARMIN,
olho que BUSCA,
te abriga e
RECRIA em tua noite a
LUZ que o sol te quer
brilhar.
É SIMPLES ser quem se é
e SE perder nas esferas
de ALGUÉM que não se conhece,
ASSIM, a luz clara
só com o SOL se pinta.

FRASE

Não me DIZ que é chegada,
porque DO tempo eu entendo
quando PARTIR.

VERDE MAR

Tanta LUZ,
tanto ARDOR,
é cor DEMAIS nos meus olhos.
E só o VERDE mar da tua
alegria que me ACALMA,
me traz de VOLTA ao
instante REAL do abraço
e DO beijo inesperado
de CASA.
Só te PEÇO que esteja
COMIGO quando a noite
CHEGAR.





SEI LÁ

Na síntese do meu silêncio descubro SONS invisíveis à olho NÚ.
Coisa de GENTE doida que não se acha no ACASO, e se perde no caso de
querer SER encontrado.

FESTA À DEZEMBRO

NOTA-se um ar de alquimia nessa
MUDANÇA,
de DATAS, de dons e
dianteiras.
É DEZEMBRO, de ano dourado,
marcado PELA arte do 9.
É mágica ESTARMOS vivendo
AGORA,
ou por HORA vale dizer
que é BOM sobreviver
à mais UM tempo
nesse ATO,
mundo SUFOCANTE de coisa
alguma.
E, PROFUSAMENTE abro-me
ao que ENTOA o cântico de
um OUTRO tempo,
de chuvas e SÓIS poentes.
Eu só QUERO deitar-me e
acordar em OUTRO instante,
ainda DEZEMBRO,
ainda em TEMPO de viver
o estio QUE se achega.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::