::.Leve.::

[Esse que SOU]

Minha foto
[EU sou o que você não pode VER]

31 de jul. de 2009

AMOR E MORTE

O amor ASSIM como a morte
NOS ensina a viver melhor,
PORQUE na morte que não
REMÉDIO
precisa-se entender a PERDA.
E no AMOR sem receitas
PRECISA-se entender o
foco e o respeito.
Ambos nos OBRIGAM a querer
a vida tal como ELA é,
AINDA que enganados.
PELA lua que eu vejo do
meu QUARTO em estado de
ALMA,
eu nada MAIS vi,
além de AMOR e morte,
QUE me consomem
em DESEJO e declives vocais,
ATRAVÉS dos meus sussurros
de MEDO e de chamado.
E peço à MORTE que me conceda
AMOR antes de levar-me
prá PERTO de si.
Mas, o AMOR quer-me MORTO
antes de tê-lo
nas minhas VÍSCERAS
como quem antes
PRECISA perder para poder
GANHAR.

BESAME

Foram DIAS duros
com muito AMARGOR na boca
silênco NOs olhos
e FALTA de calma no
corpo.
Eu nunca SOUBE lidar com
perdas,
MAS ganhar também não era
meu MAIOR emblema.
Hoje eu NÃO sei mais quem
SOU, e na verdade
NEM quero o saber.
A verdade AS vezes atrapalha
as ILUSÕES,
e as mentiras
NOS aquecem
EM noites de frio
e desespero.

NÃO MAIS QUE DE REPENTE

MAPEANDO

tô BUSCANDO rumos que
me LEVEM até você
e como NÁUFRAGO
eu FUJO das águas
revoltas DO passado,
PRÁ esperar o sereno
da MADRUGADA
em seus sonhos.

DESCUIDO

Ninguém PRECISA saber
que a DOR nos acolhe como
mãe,
e NOS trai feito
VILÃO de filme
mexicano.

[...]

FOI TÃO FÁCIL

ERA UM TEMPO

Houve um TEMPO em que lutei
prá ser FELIZ,
prá te FAZER feliz
e MUDAR o mundo,
como EU fosse capaz de
o FAZER.
Um tempo de ILUSÕES,
em que FUI rei e fui
ladrão,
PERDIDO e fui campeão.
Distribuí SORRISOS e dissimulei
lágrimas,
COMOVI pessoas
demovi MONTANHAS,
e a vida era
BOA, ao ser falsária.
E quando FUI devoto,
e fiz das TRIPAS coração,
descobri o quanto eu
PERDI,
o quanto PEDI a Deus prá ser
FELIZ,
e caminhei ao contrário.
Esse TEMPO acabou.
Agora me restam LAMENTOS,
florestas e campanas,
em QUE na guerra com a
solidão
EU irei à luta.

ENTREGANDO-SE

O TAL DO AMOR

TEATRO MÁGICO

E no TEATRO mágico dos
meus SONHOS,
eu SEI amar
e sei QUe sou sozinho.
Tudo está EM nó,
e NÓS sou apenas eu
mesmo.
Tudo como SINTAXE,
de não estar à VONTADE,
de não TER falta e
SOBRAR em meu realejo
em ANSEIO,
não de criado,
ou de MUDO,
mas de MUDANÇA,
como o FEIJÃO e o
arroz QUE entregam
ao PAR,
sem REFRÃO,
sem decidir,
APENAS sendo o que todos
GOSTARIAM,
apenas um PAR.

EU NÃO ACORDEI

FICAR cego
é acordar SEM ter
você.
E prá NÃO sofrer de
escuridão e DESASSOSSÊGO
eu fico a dormir,
PRÁ não acordar
e não DESMAIAR novamente
sem VOCÊ.

À RENATA LÚ (MENINA ROSA)

Então ÉS tu,
bendita GAROTA,
que COM apenas os olhos
tira-me a ROUPA,
RETOMA minha força
de SER,
e fazer AMOR.
Então és TU bendita
criança,
QUE com os olhos
lança AO sol
e FAZ-me viver em
eterno VERÃO,
COMO quem pensavas
viver EM eterna
ALEGRIA.

ERA PRÁ SER

Era prá SER intenso e
VIVAZ,
era prá ter SININHOS e
cores QUE se furtassem
em ALEGRIAS e desejos.
Era prá SER causa e
efeito dos MEUS sorrisos,
como QUE fossem carnaval
FORA de época,
ou COISA tão boa assim.
Era prá SER só nós dois,
UM pelo outro e
COMO se fossêmos um.
Era prá ser SOMENTE amor,
sem medos e sem SLÊNCIOS,
como festa de INTERIOR.
Era prá SER como casamento,
e ALIANÇAS que se trocam,
de VERDADE, sem mentiras.
Era prá ser ESTÁVEL
como pontes ou
ESTAÇÕES de rádio,
não do ANO.
E não foi.
E NÃO me pareceu real,
ao CONTRÁRIO,
tudo pareceu TÃO mítico,
que QUASE esqueci
que não FAÇO parte
de alegorias.

DEIXA O FRIO DE LADO

Vamos DEIXAR passar o frio
DESSE inverno que
se FEZ em meu dia
e ESPERAR que
VOCÊ saiba o quanto
SOMOS capazes de ferir
sem MESMO precisar
desferir GOLPES
de ARMAS, brancas e
SONANTES,
porque temos o PODER
de tirar do OUTRO
a única COISA que nos
faz continuar, QUE é
a VONTADE.

DESESPERO

Um dia o TEMPO na revolta
da solidão
SE fechou
e não DEIXOU mais que
a VIDA se aproximasse
de SI, sem que antes
SOFRESSE com o degredar
dos DESEJOS,
e nunca MAIS podemos
AMAR, sem sofrer.

E ME JOGO

Não EXISTEM muitos instantes
de silêncio EM meu
peito,
MAS quando o há
eu PERCO o juízo
e ME jogo em penhascos
de SOLIDÃO e desritmia
ONDE somente
o MEU penar sobrevive,
já QUE o peito
há MUITO se desfez
do DESEJO.

CONFESSO

Nunca FUI posto a ser admirado
POR vocÊ,
afinal, tão DIFERENTE e tão
instável à normalidade
mordaz.
É por ISSO que nos acostumamos
a QUERER a igualdade,
não POR desejo de
semelhanças ou COISA que o valha,
MAS porque preferimos
TODOS os dias
a TRANQUILIDADE de olhar no
OUTRO e ver
o ESPELHO da vida,
SEM pesos nem comparações.
Não SERIA nada fácil me ver
e SONHAR com a minha pele
AGARRADA à tua,
se TODAS as noites
é TUA distância que me
alimenta no INVERNO.
Me VER não significa me
enxergar,
e ME amar
não significa me QUERER.
É bem possível QUE tais palavras
SOEM grosseiras ou
destratadas AOS seus ouvidos,
PORQUE eu nunca fui
exemplo DE discrição
QUANDO a dor me assombra
os OLHOS.

30 de jul. de 2009

ALUCINAÇÃO

Não SABEMOS muito
onde a VIDA vai chegar,
MAS há um destino.
Há de HAVER um porto
PARAÍSO qualquer,
que nos CONCEDA
alguns minutos
de ALUCINAÇÃO.

ERA PRECISO MAIS

ERA preciso mais que
um MINUTO de
silêncio,
ou UMA palavra desgarrada.
Era preciso o
DESCASO,
o desuso do
amor e DA intenção
PARA que eu soubesse
DAS suas dores
e dissonâncias.
Era que PRECISO que tu
te FIZESSES perdido
ou TALVEZ invalidado à
VIDA,
para QUE somente assim
TRANSBORDASSE uma única
verdade
em SEU olhar de criatura
QUE se esqueceu
do MUNDO.

QUEM SOU

Eu sou um homem
em eterna contemplação
da mudança.
À espera de um instante
de sobriedade que me faça ver
o quanto construí,
e o quanto preciso refazer.
A música me oferece
esse legado.
A poesia me fortalece
enquanto ser pensante.
E a vida me oferece o tempo necessário.
Eu poderia destrinchar
mil possibilidades de ser alguém,
mas prefiro ser apenas um projeto,
de alguém se deseja
e se quer inteiro em tudo.
Não me basta ser somente gente,
mas preciso também de um pouco
de loucura e genialidade a me acompanhar.
Afinal, o que somos pode ser tão pouco,
ou tanto que nem vejamos.
Não espero da vida
o que ela não tem a me oferecer,
e a recebo todos os dias
como um recomeço,
sem tropeços e novas coleções de amor.

RITMO

Tenho MEDO
e vontade.
Tudo MISTUADO e
liquefeito em SAUDADE
que me corrói
e PÕE em mim
ESSE ar de tristeza,
OPACA e silenciosa,
SEM a tua presença.

LESTE OESTE

POR mais que eu
FALE,
que RELEMBRE,
que TENTE esquecer
ESSE calor do
TEU corpo
QUE tanto amo
SERIA díficil.
Afinal AS tuas cores
e SABORES
estão em mim,
COMO as tatuagens
QUE decoram UMA geografia
SEM importância
SEM o teu toque,
A tua função.
E eu não SABERIA ser
melhor
SEM que a tua mão
ME dissesse onde
o NORTE iria nos
LEVAR.
E o sul do teu corpo
ME encanta tanto!

29 de jul. de 2009

CRÔNICA DA SOLIDÃO

Havia um homem que ontem eu encontrei pela rua, e que não sabia onde era a sua verdadeira casa, o seu inteiro destino, o seu nó.
Estagnado, com medo de voltar, não sei, resolvi não ajudar.
Segui.
Afinal, a vida segue, e nós temos que continuar.
Os dias são como reflexos dos nossos espelhos e solidões, e eu sempre a fazer as mesmas coisas, os mesmos caminhos e desencantos.
Não havia muito que fazer, e tive novamente que passar pelo mesmo lugar, ora, a rotina é meu relógio de pulso que não falha, nem me desaponta.
E encontrei então aquele homem, com poucas palavras, sem saber onde morava, precisando apenas de um minuto de atenção, ou talvez uma companhia que o levasse ao seu local, seja casa ou mocambo, seja alvo ou escândalo. Eu não sabia literalmente o que e como fazer, nunca fui dado a querer tomar partido da vida alheia. Não me agradavam sentimentos de gratidão e pena, prefiro a indiferença, dói menos nas separações.
Mas, acima das minhas necessidades e opções de vida, havia ali, um homem, sim desconhecido, mas que lograva um instante de atenção, e como também não sei me manter incólume por muito tempo, o ajudei.
Levei-o onde deveria, pois, apesar de não saber o endereço, ao menos tinha um papel, amassado, sujo, com seu endereço, ou seja, lá o que for aquele lugar. Não era dos mais agradáveis, e não me importei se era também.
Nunca me permiti envolvimentos maiores, pois a vida acaba e o sentimento fere. Sou um animal não-sentimental, sem colaboração de amor e carícias.
De volta aos meus descaminhos de sempre, e a minha calma rotina de homem pouco moderno, eu não sabia se voltaria novamente a encontrar aquela pessoa, que de tão estranha, me parecia familiar, talvez por nunca eu ter dado ouvidos e olhos a outro ser que não eu mesmo.
É tão difícil imaginar a minha vida em companhia de alguém, porque não seria fácil perceber os defeitos e qualidade de alguém, não me interessam, eu quero apenas dos outros a atenção, pois de intenções o meu inferno está cheio. Boas e Más.
Com medo e com vontade, o tempo seguiu o seu curso, mas a lembrança não se desmembrava dos meus olhos e indolências, afinal, era um homem, uma vida, um ser, que eu levei a algum lugar, que jamais saberia o que seria, ou se o faria bem ou mau ir até lá.
São tantos casos de mortes e abusos que se houve nas cidades.
E quando não se ouve, imagina-se, claro.
Aquele encontro nunca me pareceu tão importante, a ponto de mudar a minha vida, mas encontrar alguém que precisa de ajuda pode significar muita coisa, ora o destino conspirando, ora a vida querendo que você mude, ou ainda, o simples fato de que humanos atraem humanos.
Nunca mais o vira, e hoje já se contam 10 anos de distância medida e tencionada por nós, sem culpas nem agradecimentos, nada de sentimentalismos agora, já passei dessa fase e desse decurso de vida.
E mesmo tendo passado tanto tempo, tanta coisa em minha vida, tantos são os estragos feitos. E não consigo me desvencilhar daquela imagem, daquele pedido, que não de ajuda ou auxílio, mas de socorro... Sabe-se lá o que é encontrar seu próprio pai e não o fazer reconhecer em sua própria imagem?
Eu não quereria mais aquele encontro, mas me dói saber que a vida passa, e eu continuo a carregar o fardo da distância, quista e acolhida em meus enleios de homem perdido em solidão e saudade.



28/07/2009

DENTES E FALÉSIAS

Eu tenho DENTES e falésias
a TE receber
com CARINHO e
afeição.
Basta a TUA chegada
se FAZER real
que MEU mundo se muda
DESSA esfera
PARA esperar
você ME amar,
de NOVO.

MORA EM MIM

MORA em meus olhos
uma SAUDADE do teu
NOME
que consome AS minhas
ilusões
e DEGREDOS.
Já não TENHO dedos
a CONTAR o tempo
que TE separou
de mim.
Só ESPERO que no
próximo PISCAR de olhos
a TUA presença
se FAÇA
em meu reluzir de
sonhos.

NUNCA SOUBE SER SÓ

Eu NUNCA soube o que
ERA sentir-se
SÓ,
até VOCÊ sair de casa
e ME deixar irriquieto
COM teu sorriso
MODESTO na foto,
QUE esconde o verdadeiro
EGO dos
NOSSOS jogos de
AMOR e sinergia.

28 de jul. de 2009

PEDIDO

Havia um SOL no céu
e o MAR pedia calmaria.
E quando o INVERNO chegou
o MAR pediu
mais REBELDIA da vida.
Como se FOSSEM necessários
PÁSSAROS perdidos
para se FAZER um novo
VERÃO.

27 de jul. de 2009

SE..

Se a noite PUDESSE ser
mais AZUL
e o DIA mais cinza...
Se as CORES fossem reais
e OS medos
um pouco mais BANAIS...
Se a ESTRADA seguisse
reto e o TETO
não caísse sobre
NÓS...
Se a hora PASSASSE mais
depressa
e os MESES fossem
menos implacáveis...
Se tudo o QUE vejo
fosse CRISTALIZADO e
os meus MOVIMENTOS fossem
rápidos...
E se FOSSE tão simples
ser HUMANO
e ser AO mesmo tempo
criança...
Não SERIA se,
seria SIM, somos
e SEREMOS.

SEU MEDO

Deixo aqui
em homenagem PÓSTUMA,
as palavras que
me acompanham e
seguem seu ritmo
de vida e morte.
E que sorte
a minha ainda permancer,
ante o medo
da VIDA e o
segredo da
FELICIDADE...

E SE FOSSE VERDADE?

E se fosse VERDADE
que o amor EXISTE,
que OS sonhos resistem
e QUe você está ainda
POR aqui?
E se FOSSE verdade
que a NOITE sempre
acaba,
QUE o dia sempre
CHEGA
e que a MORTE
é um recomeço?
E SE fosse verdade
que o MEDO é covardia
e QUE a loucura
é OUSADIA?
E se fosse verdade
QUE somos reais
e QUE nada parece
SER o que é,
e SEREMOS feliz no
final?
E se fosse verdade
QUE nada vivido é
VERDADE,
que nada SONHADO fora
sonho
e QUE o objeto amado
é SIM comprado?
E se FOSSE tudo verdade,
menos VOCÊ?
Onde te CABERIAM
verdades?

ESPELHADO

Vamos PASSEAR no infinito
e ACREDITAR
em DIAS melhores?
Ou, podemos AINDA
ver o mundo
COMO é,
e se CHOCAR com a
fraqueza DOS
outros,
e a NOSSA escondida
atrás DOS
espelhos.

PALAVRAS

As palavras QUANDO me faltam
à GARGANTA, eu desapareço
COMO a chuva de verão
que VEM e vai.
E se SEI que elas
CHEGAM
eu faço carnaval DE alegrias
incontidas
COMO em carnalismos
LOUCOS que nos
levam AO pecado
do DESEJO
e do ABRAÇO.

PAZ E AMOR

As noites COMEÇAM sempre
com a o ENCERRAR do show
SOLAR
e das CORES crescentes
do DESEJO
no SUOR derramado
SOBRE o peito
QUE admiras,
AINDA que em silêncio.
Eu só PEDI a Deus
PAZ e amor,
não exatamente NA mesma
PROPORÇÃO,
muito MENOS com a
MESMA sensação.
Pois AMOR não se adequa
ao FRIO da paz,
POIS é no calor da
GUERRA
que o amor
se ENTREGA.
Então DEIXA que o tempo
ACERTA
os ponteiros das HORAS
e minutos
QUE separam o
AMOR da PAZ
e a paz do INVERNO,
se só TERMINA quando
COMEÇA o verão
da guerra.

O FIM

Só acaba
quando as cortinas
se encerram
em dor e
derramamento
de saudades.

SE SABES

Se SABES, entenda.
A vida prossegue,
NÃO é sua culpa,
não é CULPA dos meus
erros,
QUE por si só
são PEQUENOS,
nem culpa DOS astros,
QUE em cabala
acabam COMIGO.
Se sabes, SIGA.
Na sua FRENTE eu sou assim,
TALVEZ melhor
ou AINDA sim não
serei o que QUERES,
não COMPREENDES o meu
ritmo, o rimar das VERDADES
que se tornaram mentiras
ao LONGO dos nossos
árduos DIÁLOGOS.
E por um INSTANTE
eu não me LEMBRO de ter
medo.
e se SABES, parta.
Acerte o TEU caminho
e DESAPROVE o meu.

DÚVIDA

O passado ENCERRA o encantamento
da HORA de partir,
assim como o AMOR determina
os RUMOS dos nossos
OLHOS e mudanças de
ESTAÇÕES.
Sorrir sempre
PARECE burrice,
MAS a lágrima ignora o
TEMPO e o estado.
O que SOMOS não representa
o QUE sabemos,
e se SABEMOS não somos
FELIZES.
Tão melhor SER
ignorante.

CUIDADO!

A vida se é AGORA,
porque SONHAMOS com um futuro
INCERTO
e acabamos por LEMBRAR
de um passado
NUNCA glorioso?
Aprendemos a FAZER canções
de AMOR
e não PERCEBEMOS a surdez
que envolve os OUTROS
que vivem fora
do SEU peito.
Vamos,
tenha CUIDADO,
se ACERTE
não erre,
NÃO deixe se perder
POR alguém,
não SEJA alguém perdido
NO mundo discreto
das ILUSÕES.

26 de jul. de 2009

POR QUÊ?

Por que não AO amor
que BUSCA e encontra
as suas JUSTAPOSIÇÕES na
certeza de APENAS existir,
SEM mais nem menos
NECESSIDADES?
Por que NÃO ao calor do
AMOR
que emana,
QUE declara-se UNIDO ao tempo
e se FAZ presente, ainda
QUE a longas distâncias?
Por que não ao DESEJO do
amor,
SE dele nós FAZEMOS cultos e
CHUVISCOS
carnavais e TEMPORAIS
só por SUA vontade
e exagero?
Por QUe não ao amor
que NOS recebe,
não NOs deve satisfações
e AINDA sim se mostra
e se CONFESSA réu,
QUANDO vítima?
Por que não ao AMOR
se é POR ele que morremos,
OU ainda por ele
QUe enxergamos melhor
a VIDA?

MANUAL

Volto MINHA atenção
ao REAL pedaço que me
SOBRA,
e não cobra-ME itinerários
DESSE trem desgovernado
QUE é a vida.
Busco MEUS olhos oniscientes
de VERDADES
e encontro apenas o VÉU
da noiva ABANDONADA em noite
de VERÃO,
nas núpcias do CÉU
e a lua,
NO altar do MAR e do sol.
Nunca SOUBE o que eram
CORES e corais,
MAS me furtei as reminiscências
POR medo ou por
vontade,
ORA,
era meu o TEMPO todo
o controle,
e PORQUE não usá-lo
ao MEU favor e intento?
Não SABERIA como lidar
com os MANUAIS de amor,
e por ISSO me recolhi
a ESTUDAR a vida
e a SOLIDÃO,
que ASSIM a dor
não me AFETARIA a espinha
NO inverno,
sem o TEU pé
a me CONSOLAR a falta
de imaginação.

ÁRVORES E DESFOLHAGENS

Não SOU como árvore
QUE não consegue
SABER das suas mazelas,
OU ainda não entende
o SEU fim.
A consciência me DEIXA
entender
QUE na vida não há constantes
ALEGRIAS,
ou dores intermináveis.
QUE na morte na há
DOR ou cansaço destemido.
As árvores se ENGANAM com o
verde copado DAS folhas,
MAS se esquecem
do MARROM das raízes
ou das DESFOLHAGENS de outono.
Eu sei que NAS minhas estações
o tempo NÃO passa,
EU que passo por
ele.

DOAÇÃO DE ALEGRIA

Dia sim
e dia também
eu chego em casa
com os olhos faiscantes
de quem chora
e ri
em alegria débil
de menino
perdido.

25 de jul. de 2009

EU E VOCÊ

Eu e você
ÉRAMOS um,
pequenas PARTES de um
todo,
TRANSMISSÃO de sonhos e
sentenças.
E quando a NOITE nos revelava
os ANSEIOS,
éramos CRIANÇAS,
que queriam SER adultos e
DORMENTES,
sem sentir a PARTIDA.
Eu e VOCÊ,
somos GRANDES,
um homem e um CAMINHO,
um só DESTINO,
sem contradição.
Somos DOIS querendo ser
MAIS,
um grupo de VÁRIOS
que não precisariam ser
MAIS que dois,
sem EXCESSOS.
EU e você,
seremos REIS,
criaturas QUE desditam o futuro,
não ACREDITAM no inseguro
e CONSUMAM seus desejos
em ATOS de entrega.
Seremos tantos,
MENINOS, homens, mulheres e
NOITADAS,
que não se acabam,
NÃO se determinam
e se DESTINAM ser
solitários,
PORQUE eu e você,
somos ESSENCIALMENTE um
que se dividiu PRÁ ser mais
FELIZ em grupo.

TEMPO INSTÁVEL

Silêncio...
O tempo não NOS dá uma
única OPORTUNIDADE
de perdê-lo,
POIS, perdendo-o
TEREMOS um déficit na vida.
O tempo não CORRE,
ele lentamente NOS mata,
sem se MOVER.
E nós QUE corremos em
DESESPERO e vontade,
SONHAMOS sempre com a
NECESSIDADe de obter
o QUE não se tem,
o que não TEM preço,
o que é PERDIDO em nossos
sonhos.
... Nessa corrida SÓ há um vencedor,
o TEMPO
que espera,
e SABE a hora certa
de AGIR.

RECENDER

COMIGO não se passam instantes
de AGONIA
sem QUE antes,
a minha PELE recenda
o AROMA triste da
certeza.
Nunca FUI bom em
tirar VANTAGENS das situações,
MAS sei dar
o TOM certo
aos DERRAMAMENTOS
de descuido
nos OLHOS oniscientes
dos IGNORANTES.

LADO MARGINAL

Quando o TEMPO parecer
menos construtivo QUE
o PECADO,
certamente eu terei
QUE escolher entre a vida
e o DELEITE,
porque eu não SABERIA
SER um homem de constâncias
ABERTAS à dor
sem antes TER que conhecer
o seu PEDAÇO mais
profundo,
o SILÊNCIO que precede
o CORTE.
Há um NORTE em tudo
e em nós,
MAS eu ainda me habituo
em CORRER aos lados
marginais DESSE
descaminho.

COMEÇO

Aquilo QUE crio na lembrança,
não FICA perdido entre
MARASMOS e passados
que se FORAM,
mas FICAM estreitados
COM o inefável instante
QUE a vida nos
POSSIBILITA da alegria,
o viver.
Eu não FUI forte em muitos
TEMPOS,
mas me encontrei EM outros
calafates ESQUECIDOS
no limiar da DOR.
Eu sei sentir a DOR
sem doê-LA,
sem TÊ-la em cortes
e CASAMATAS.
Eu sou um homem de POUCA
manifestação da VIDA,
mas a sei CONDUZIR,
ao meu modo.

24 de jul. de 2009

ARDO-ME

Parto-ME,
ATO-me,
Ardo-me,
ZARPO-me como um barco
desgovernado,
QUE sem alcance,
SE perde,
e CEDE aos descasos dessa
VIDA.
Altero-me COMO rascunho
PERDIDO numa folha
BRANCA de papel amarelecido
PELO tempo
DISTANTE.
MANUSEIO-me como pedaço
de CORRENTE, que não quebrada
sente-se FRACA, por elos,
POR destons de alegrias
que ainda NÃO conheço.
Estou escandalizado COM o
silêncio,
e AQUEÇO-me na fornalha
da ILUSÃO de ontem.

23 de jul. de 2009

PASSAGEM

Não SEI onde me
levam as PALAVRAS caladas
em OUTONO,
mas sei QUE no
INVERNO,
o meu OLHAR emana
sonhos
que não se PERDEM.

PATUSCADA

Eu que DAS loucuras todas
cometidas AINDA faltava-me
a PATUSCADA,
agora não mais me SINTO
miúdo,
POIS me dei a chance
NA certeza de ser
constante e DESABRIGADO
FAZER todas as brincadeiras
D'UM descaminho que
é só meu,
e FIZ.
Eu que não TENHO poder
de NADA,
tenho nas MÃOS
o silêncio ESMAGADO,
porque preciso DE barulho
interior
PARA me orientar
nesse MUNDO.

22 de jul. de 2009

AS SOMBRAS SÃO

As SOMBRAS que me corrompem
OS olhos
não me TRAZEM furtivas
alegrias,
NEM tampouco me
EXAGERA no deleite de
DOR e insanidade,
MAS sei que essas
sombras SÃO as minhas
poucas MAZELAS.
E eu AS carrego comigo,
como FILHAS
que nunca ABANDONARIA.

PORTA-RETRATO

Tira-me
DAS suas mãos
em FLORES e intemperes,
PORQUE o meu pecado
é SER o que em mim
é FALTA,
e sei QUE não me acalmo
no VERÃO
sem as AGRURAS de
inverno.

FRAGMENTOS

SE o sol se põe,
é tão SOMENTE porque
a vida precisa FAZER
intervalos ENTRE a felicidade
e DESESPERO.
Não SERÍAMOS capazes de
lutar
SEM antes conhecer
as ARMAS do
inimigo.

ARROUBO

Não TE desesperes,
PORQUE se a vida
se desencontra DOS seus
ESTÁGIOS de mudança,
não é POR sua culpa,
MAS pela inconstância
com QUE o vento
LHES traz notícias.

RECADO

Eu queria DIZER te amo,
mas enquanto a VERDADE
não nos MOSTRA a sua
face,
EU faço do instante
que SE vive,
um PALCO,
e alço vôos MERETRÍCIOS
sem querer
e SEM poder ser.

FINGIDOR

O silêncio ENUNCIA um
pretérito
QUE nós desconhecemos.
E desse SILÊNCIO
acabamos POR construir
UM inválido objeto
CHAMADO amor.
Que nos FAZ esquecer um
PASSADO
e REVIVER um futuro,
sem a CHAVE
do presente.
O amor não é
PRESENTE,
e não se SENTE assim,
se não o FOR
fingidor.

ÁGUAS

EM março eu espero
ÁGUAS que me acalmem
e ME lancem dias de
PAZ.
Em junho eu quero o FRIO
ardente das
MARQUIZES, me acomoda
e me RECEBE,
num salão DE festas.
Em SETEMBRO eu tento
ser ALGUÉM
e me VEJO descalço
no MAR aberto
das LAMENTAÇÕES.
Em algum dia EU seria assim,
PEDAÇOS,
cacos maltrapilhos
QUE não se encontra
em LUGAR nenhum.

MEUS ARDIS

Enquanto OLHO no espelho
o nú SILENCIADO das minhas
mãos,
me AMPARA uma voz que me
sussurra o DOM de ver
e VER que nada pode estar
FORA do lugar.
Nada ESTÁ fora de conceito,
nada PERDIDO
nem SEM jeito.
Os meus ARDIS gritam
de AGONIA, sem saber
das SUAS próprias intemperes
QUE nunca cessam.
Enquanto ME olho nú,
ESPELHO das minhas visões
se QUEBRA
e fecha a ESTAÇÃO
de trem que PASSA
em meu mundo
NA próxima noite DE
lua.

21 de jul. de 2009

DESCASO

Quero
OLHAR hoje
o CÉU,
com olhos DE
amanhã.
Quero TER em mãos
a COR dessa manhã
que me ESCAPA aos olhos
QUE me reporta aos sonhos
nunca SONHADOS,
e faz-me REI de lugar
algum.
Não SEI bem quem eu sou,
e não o SABERIa, pois
a minha CEGUEIRA é infame
e me TORNA fingidor
do que não me ESPANTA.

19 de jul. de 2009

FRASE 5

EU não sei onde estão
os meus OLHOS que se perderam
em MEIO ao vazio da
solidão.
Mas, sei QUE não há vida
enquanto EXISTIR a mentira.

SORRISO EM FUGA

EM instantes de absoluta
IGONORÂNCIA eu amei,
DEI o meu peito
como QUEM oferece vida
ao PASSADO,
como quem VIVE uma história
sem NELA estar.
As dores da VIDA não me foram
o suficiente,
e EU quis doar
o RESTO de sorriso
que eu CONTINHA no silÊncio
das HORAS de inverno.
E, hoje eu SOPRO os ferimentos
na ALMA,
porque o SORRISO que dissipa
AS dores, AGORA já não
são MAIS meus.

VISÃO

ENQUANTO as horas passam
eu me DESFAÇO das malas
e SIGO num caminho
AINDA desconhecido,
MAS muito agradável,
PELO silêncio e
pela admoestação dos MEUS
olhos,
QUE agora só querem
SEGUIR.

ESPERO

Por HORA estou dando vida
à tudo QUE antes era inanimado,
e DESIMPORTANTE.
Passei a ver com OUTROS olhos
as futilidades QUe nunca antes
havia SIDO bastante.
Encontrei no INVÁLIDO, razões
pelas QUAIS a verdade
nunca CESSA,
sonhos PELOS quais nunca
a VIDA se curvaria,
e me encaixo,
porque NUNCA eu tivera
o ESPAÇO reservado ao
amor.
Agora eu VIVO de amealhar
segundos DESSA vida,
para QUANDO ela se acabar,
não me FALTAR tempo
enquanto ESPERO o próximo
ATO.

18 de jul. de 2009

ENTENDO

Eu entendo os SEUS erros,
e seus ACERTOS, que
por hora SÃO incólumes
ao meu EXISTIR.
Eu ENTENDO suas culpas
e AGRURAS
que se seguem POR medo
ou vaidade.
EU entendo passados,
PECADOS e mentiras.
Entendo VERDADES, fraquezas
e DORES,
FORÇA e movimento,
rotas e COLISÕES.
Eu entendo o FIM e o começo,
o PEDAÇO e o avesso
e sim,
entendo QUE tu sejas
somente ISSO que se mostra,
e ENTENDO que eu sou
o teu MELHOR em volta
ao mundo.
E entendo QUE não nos servimos,
POR falta de adequação
e GESTOs.

TEMPO

Não há como PASSAR
o tempo, enquanto a SUa
mão estiver ESTENDIDA
na busca de outra ILHA.
Não SOMOS detentores do poder
de MUDAR,
mas temos a PACIÊNCIA
como aliada
a ESPERAR que o tempo
ESGOTE os seus feitos e
GUERREIOS,
para que então VOCÊ se sinta
em PAZ,
ou apenas imune a ELA.

MAPA

O mapa que EU trazia nas MÃOS
se perdeu em MEIO ao
mar de lágrimas e INTENÇÕES
que se mostrou em MEU
caminho.
Eu,
sem CONSEGUIR enxergar o
fim da JORNADA,
decidi PARAR e sonhar um
POUCO, talvez as verdades
não SEJAM reais e os sonhos
me FAÇAM, enfim, existir.

FATO

É doce entender que o MUNDO não nos pertence,
nem SOMOS responsáveis
pelos OUTROS,
e tampouco as NOSSAS lágrimas
são pelos OUTROS.
As nossas lágrimas vãs,
SÃO sempre em vão.

SONHO SEM FIM

Eu OLHO,
e sei que não é MEU,
eu REPARO, desejo,
suprimo em mim,
e AINDA sim não
será MEU.
Eu CHORO,
quero, imploro,
MENDIGO e nada me parece
demover o sonho,
e nada PARECE aproximá-lo.
E nada é meu.
Então ACEITO,
viro na CAMA e volto
a dormir.

UM POUCO DE SILÊNCIO

Embora eu ESTEJA pronto
para ser FELIZ,
para ESTAR no mundo
como ATOR e não espectro,
os RUÍDOS de vazio
me incomodam,
ME tiram a fome de ter
e FAZER amor.
Eu só queria UM pouco
de silêncio a me
PROPORCIONAR verdades,
enquanto o TEMPO não me
leva para OUTROS tempos.

NÃO DEMORA

Antes que os VENTOS se
alevantem em ÁTIMOS de inconstância
sobre a MINHA pele degredada
de MEDO e inverdades
eu SUBO alto para
GRITAR por saudade,
que não MAIS me acalma,
que não ENXAGUA os ferimentos
nem COLORE o mar
de alegrias.
Eu acordo POR madrugadas a fio
SEM entender que medo
e VONTADE andam juntos
COMO parceiros
que se AJEITAM e se respeitam,
como uma PARTE de mim
que se perdeu,
mas AINDA a sinto
em minha EXISTÊNCIA.

13 de jul. de 2009

FACE À FACE

Não há ESCOLTA para os
desabrigados do AMOR.
Aqueles que ACREDITAM e
sofrem no meio dos caminhos,
OS que perdem e SUFOCAM
suas verdades POR amar,
falsamente ACREDITAM que são,
e que merecem SER amados.
O amor é PRÁ poucos,
COMO a uma ogiva
QUE explodirá em INSTANTES
em algum LUGAR do meu
país.
O amor é CONDENÁVEL,
porque NÃO existe doação,
não EXISTE sensação
e apenas COITO.
O amor é FALSÁRIO das horas
indigestas de DOR e solidão,
NAS noites de angústia e indecisão.
MAS, basta que ligues
o TELEFONE, e esperes
QUE também um desavisado da vida
ESTEJA na mesma situação,
PARA ambos se encontrar.
Não em AMOR ou respeito,
MAS no ensejo de ter por horas
AQUILO que nunca terão em
FATO e verdade.
O amor é DEJETO que abandono
nas ESQUINAS,
como quem DEIXA o lixo de casa
EXPOSTO nas ruas.
Amor é FINDAÇÃO do ser,
e procriação dos MEDOS.

AMANHECEU

SUAS promessas me cegaram
FIZERAM que meu corpo
em DORMÊNCIA fizesse
do teu EXISTIR o meu
penar.
TANTAS palavras jogadas
fora,
o MEU coração cego
e ensanguentado DE sonhos
que VOCÊ me tirou,
UMA porta entreaberta
e uma SETA que me apontas
ao MEU peito.
Tudo o QUE me ofereceste
FOI sangue e delícias,
QUE eu nunca provei.

ATO-ME

PARTO-me,
como parte o sol
EM tardes frívolas
e CINZAS.
ATO-me como a NOITE ata
o homem em DESEJOS e o
consome.
CAIBO-me, como numa caixa
QUE vocÊ guardou meu
coração.
QUEBRO-me em desejos nunca
vividos, APENAS
sonhados.
QUERO-me como te quis
e nunca TIVE,
como a vida me QUIS
e eu deixei os velhos
COMPROMISSOS de lado.
Sento-me EM praças,
EM parques perdidos
PELA imagem aturdida
d'uma GUERRA que não cessa
em MEU peito.

12 de jul. de 2009

PRÓXIMA PARADA

EU não sei bem como
CHEGUEI aqui,
mas sei QUE não tem
volta,
QUE tem jeito
nem PRETEXTOS.
Eu fui FICANDO como
quem FICA numa estação
de TRENS esperando
a próxima PARADA.

TINTAS E PROCELAS

Eu PINTO retratos d'uma
vida que DESCONHECI,
que não entendi em
PORMENORES,
e alegrias.
NAS madrugadas eu olho
para onde O TEMPO
se resguarda
no inverno
e CHORO
as mágoas DAS cores
que as minhas tintas
NÃO tem,
e DOBRO-me em
perdições DAS telas
nunca PINTADAS
no VERÃO que partiu.

10 de jul. de 2009

CATACLISMA

Enquanto o MUNDO dorme
as horas DE perdição,
eu MANTENHO-me atento
ao cataclisma
DO coração,
que me INVADE
me arde FEITO
noite de VERÃO.

O PASSADO

Eu vi em SEUS olhos
o silêncio ANUNCIAR a sua
chegada,
e com as MINHAS lágrimas
eu pude ESCONDER as feridas
da solidão.
Foi tão difícil EXISTIR
sem você,
QUE agora penso
se REALMENTE ainda existo
ou SOU um fragmento perdido
DE homem e criança
QUE ficou pairando SOBRE
a poeira DO mundo
que construimos
UM dia.

I GO BACK

Quando as LÁGRIMAS principiaram
em MINHA face,
sorrateiramente,
EU precisei mais
QUe fechar os olhos
PARA ignorá-las,
EU precisei secar
o RIO que corria
em MINHA vida
e BRINCAR de solidão
enquanto a CHUVA lá
FORA me deixava
a ALMA seca
de intenções.

I GO B

MATEMÁTICA DA FÉ

A adição da VIDA é feita
com muitas PERDAS
e desenganos,
NUMA equação PERDIDA
de "x" e "y" que se
CONFUNDEM em "n" em determinadas
ESTAÇÕES.

PASSADOS INFORTÚNIOS

Eu bem me LEMBRO de quando
tudo à minha VOLTA
parecia um CIRCO,
em picadeiro e PALCO
inacabado de alegrias
e POSTURAS vis.
Nunca FUI dotado da vontade
de MUDANÇA,
mas ela NOs assombra,
ela é ONIPOTENTE e
vã.
Agora que me ENCONTRO
extraviado
entre PASSADOS
e infortúnios de VIDA,
eu sei o QUANTO doer
é bom na VIDA.
É sinal de que SE tem ainda
o sensível TOQUE
do tempo.

ACRESCER

Eu não SABERIA em qual
lado é a MINHA existência,
porque a ESTRADA da vida
oferece sempre DOIS lados,
e eu SEMPRE fico à margem
DAQUELE que me
oferece mais CALOR,
humano.

FURTIVO

ESSE riso esgarçado
que eu GUARDO
me TRANSPORTA em meio
ao DESCASO desse fundo falso
chamado FERIADO,
e me ARDO como
se em VERÃO tivesse
que viver,
etereamente.
Sou de MUITO querer,
e POR isso
é que PERCO as horas
querendo MUITO
que elas PAREM
e me dêem TEMPO
de ser
ao MENOS no hoje,
o QUE amanhã
não QUEREREI ser.

DESENLACE

Eu QUERO errar
pelo BARULHO,
mas jamais PELO
silêncio.
Ser não é DIFÍCIL,
demorado é ENTENDER isso.
Eu não PRECISEI ser aceito
pelo MUNDO para nele
estar,
NEM perceber as FALHAS para
saber que ERREI.
Somos ASSIM,
olhamos para TUDO e todos,
mas vemos TÃO pouco.

MY DREAMS

Eu brindo aos NOSSOS encontros,
à ESPREITA,
na busca e NA certeza
de SER-mos nossos,
um do outro,
EM palavra e AÇÃO,
amor sem CONDIÇÃO.
Eu brinco de SER pedaço
que se CONTENTA com
o seu,
que SE abre
ao SOL do seu afeto,
ATENTO que sou
ao teu ABRAÇO.
Eu sinto TANTO a tua
presença,
AINDA que de longe,
MAS sei que não demoras
a VIR me ter
e encontrar-me AO acaso
das horas
que nunca PASSAM na
distância.
A vida PÁRA quando
tu VAIS
e retorna em TEU relógio
insone QUANDO tu
vens.

CASAMENTO

EU soube desde o instante
da DESCOBERTA da vida
que tu ME tinhas
nas mãos.
E dei-me,
como UMA brisa
que só espera a passagem
DO dia para a noite
PARA sim,
mostrar-se.
E sou TEU desde então
como TU me destes a tua
mão,
em entrega e CASAMENTO
de almas.

UM MINUTO

Eu não QUERO ter
tudo,
PORQUE as minhas mãos
APENAS
TE cabem como
eleito.

PECADO ACARICIADO

Antes que ME tenhas
aprisionado
em TEUS abraços
inconstantes
eu quero VISITAR os teus
castelos ESCONDIDOS entre
fantasias
e FANTASMAS que te guardas.
Tu que me FORÇAS a ser
humano
TENS que entender-me DEUS
e aceitar-me
EM pecado,
no CALOR
no AFAGO
no trato de SER
teu,
e tu sim, MEU.

[...]

Amar, é não ter
nada NAS mãos
e ainda SIM
sentir-se
RICO e grato
por ISSO.

[...]

Eu tenho olhado para os lados,
mas só vejo em frente.

8 de jul. de 2009

FRASE ALHEIA

Não POSSO mudar
o mundo,
MAS mudo as palavras
e as IDÉIAS que compõem
o MEU.
e assim,
REFAÇO os meus trajetos
e DEFEITOS.

VOCÊ ME DARIA A MÃO?

FRIO que me acaba
diz a minha ESTADA ser insólita
e degredada.
Frio que ME transborda,
ME mostra a forma
de SER o que não sou,
e ainda sim, eu SOU.
Frio QUE me espanta,
espanca as MINHAS intenções
e não me DEIXA sonhar.
Frio de HORAS intactas
e DISTANTES
que choro e DESPEÇO-me
do que TENHO,
e em verdade
não TENHO,
tudo apenas JURAS e
promessas.

7 de jul. de 2009

QUEM SOU

Eu só QUERIA manter-me
sóbrio
na SOLIDÃO que
me acompanha
e me PARECE estabelecida
em meus OLHOS,
mas EXISTEM olhos
que insistem
em QUERER aproximar-se
a DAR de si espaços
que não QUERO
preencher.
Eu só QUERIA ser um
pedaço de MAR
que não CORRE
nem QUER chegar
a lugar ALGUM.

PINTURA ÍNTIMA

Quando RESOLVI mudar as
cores de CASA
eu não SABIA que teria
em MÃOS tantas cores
e SABORES a dispor
em FAVOR do meu
quintal.
Tirei dos SEUS olhos
uma PURA verdade
que invade MEUS braços
como ABRAÇOS que
querem se DESTINAR.
Usei das SUAS mãos
a alegria tenra de CRIANÇA
que molha os DEDOS
para SOMENTE sentir
o calor da água,
EMBORA fria.
E da sua BOCA
me sobraram as PALAVRAS,
que USUALMENTE eu brinco
de me VESTIR delas
e saio a caminhar
SOZINHO ao som
dos SEUS acordes.

6 de jul. de 2009

MORADIA

Eu MORO na solidão dos
meus DESENGANOS
e me absorvo SOLITÁRIO
entre o QUE perdi
e o que PERDEREI.
E não FALO do que não
TEM remédio,
eu FALO do que em mim
é ESTRANGEIRO.

LÁGRIMAS DESMEDIDAS

Eu perdi.
Sim, perdi em MAIS
um dos JOGOS dessa vid.
SEM olhar em mim,
ela PASSOU
RECIOSA que eu oferecesse
o TROCO,
e não o FIZ.
Não porque EU seria melhor
o FAZENDO,
mas porque FORÇAS me faltam,
me DEIXO aqui caído
esperando outro MOMENTO
de mudar
a tal REALIDADE
que me condena.

3 de jul. de 2009

SUAS CANÇÕES

Passei a CANTAR as suas
CANÇÕES
quando a MINHA voz ficou perdida
entre OS encantos
TODOS
da sua ALEGRIA
de botequim.
Alegria FÁCIL e desmedida
de QUEM só quer da VIDA
o essencial,
o SILÊNCIO das horas
em comum.

2 de jul. de 2009

ENQUANTO PASSEIAS

Enquanto VOCÊ passava pelas
ESQUINAS que trago escondidas
no PEITO
HAVIA um céu esperançoso
do TEU sorriso cálido.
Era de se ESPERAR pois
APÓS o seu nascer
para a VIDA
o sol não SOUBE mais
como SE vestir de raios
iluminados
SEM a benção da SUA
casta alegria
amanhecida SEMPRE com
largos enleios
TOLOS que só o seu sorriso
tem.

1 de jul. de 2009

PERDAS E ENGANOS

Enquanto VOCÊ dorme
eu RECONSIDERO a saudade
que SINTO
e saio de CASA
em busca
DO que você
PERDEU pelas
RUAS,
a tua ESSÊNCIA.

ESTAR SÓ, SOLIDÃO

Solidão dói,
DESTRÓI os focos de visão
que nos SOBRA da vida,
e TUDO parece
incólume aos nossos
GOSTOS.
Estar SÓ, maltrata.
Mata a NOSSA condição de
SER, e nos conduz ao
VAZIO.
Solidão CORRÓI,
nos FAZ querer seguir,
IR em busca,
mesmo sem SABER as verdades,
e VAMOS.
Estar só,
PROVOCA lágrimas,
FAZ o peito evadir em desabafos,
e ABAFA fundo
o DESEJO.
Solidão é estar
DESLIGADO,
estar SÓ é se desligar
do OUTRO.
Solidão é AFASTAMENTO
querido,
estar SÓ é se sentir
vazio.
Solidão é DESENCONTRO,
estar só é
PERDA.
Solidão é APRENDIZADO,
estar só é
DESALINHO.








Há algo que EU possa dizer?
Acho que não!

DIRETO

Enquanto me TROCO no
espelho,
RECONHEÇO a minha culpa
em SER o que tu vês.
Todos SEMPRE buscam
LUZES na ribalta,
SONHOS utópicos de
ALEGRIAS e
flores,
ESTENDIDAS num tampete
do sem-fim.
E, eu
com a MINHA nobre
ignorância te oferecendo
a minha METADE de zero,
um CORAÇÃO pequeno e
cansado,
MAS que te quis,
te sonhou e RECRIOU salões
de festas já PASSADAS.
Como poderia eu,
TER a graça de te conquistar
se em MINHA face
a verdade NUNCA fora
atrativo de VERDADE?

A MINHA DOR

É na DOR que hoje
sinto
QUe eu construo meus
OLHOS de amanhã.
Sem perdão,
SEM pena,
sem LEME desse
barco que não SEI
velejar.
Essa DOR que me desconcerta,
me faz CONCENTRAR em ser,
novamente eu,
SOZINHO e tangente,
FORTE e ora demente,
POR ser só.

BATE-PAPO

Qual o seu NOME?
Do que GOSTA?
como se COMPORTA?
Quais as PREFERÊNCIAS?
Como?!
Engraçado COMO nos parecemos.
Tudo tão CENTRALIZADO,
tão encaixado.
Conspiração?
Definitivamente.
O meu?
Ah, tens que DESCOBRIR.
(Risos).
O que eu GOSTO?
É fácil,
basta OLHAR para o lado
vazio da SUA cama
TODAS as manhãs
e SABERÁS
que eu GOSTO de união.

AUTODEFINIÇÃO

Eu SOU com a
PLEBE,
que só por ser
RUDE
é diferente.

ESCÁRNIO

Perambulando PELAS esquinas
e ilusões dos MEUS
desencantos
DESCUBRO que sou louco.
Não DAQUELES que jogam
PEDRAS,
mas dos que REAGEM,
dos que nÃO sucumbem ao
VAZIO,
o EU-racional em ação
me CONDUZ
e me enlouquece.
ENTRE
pesadelos e PESCARIAS
eu me afogo,
AGREGO desejos obscuros
na VIDA que não
tenho,
e SOU louco por não aceitar
AS bugigangas que a vida
me OFERECE.
E digo:
-Não,
OBRIGADO!
Já tenho MUITAS loucuras
com que me PREOCUPAR.

COBRANÇA

FAZ tanto frio lá fora
e aqui DENTRO o sol
parece não DESAPARECER.
Eu fecho as JANELAS,
mas continuo a me SENTIR
na calidez DO deserto.
É talvez a SUA falta,
a SUA onipresença
QUE dói
ou QUEM sabe a minha
agnosia
que TE enxerga sempre
LONGE,
mesmo que estejas em
meu RAIO de visão.

[...]

Enquanto TODOS
brincam de VIVER,
eu VIVO de brincar
com ELA (a vida).

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::