::.Leve.::

[Esse que SOU]

Minha foto
[EU sou o que você não pode VER]

31 de out. de 2010

DOSES

As VEZES
uma DOSE de acerto
encerra o ENREDO.

ESCABRIADO

PARA além das meras definições
eu SOU o desassossego
o DESENCONTRO
desenredo.
Me fiz nas DEMAIS oportunidades
do DEVIR
e fui sendo o todo
ESCABRIADO, um homem fadado
ao SILÊNCIO na demasia
da PRÓPRIA palavra.
E se ainda RECUSO espaços
é que sou ECONÔMICO,
no agora do QUERER.

30 de out. de 2010

SEM JEITO

Acendo a LUZ,
entro em casa...
A única vontade
é calar-me
no ensurdecedor carnaval
que se FAZ
em meu peito.
É sem jeito
a falta do ABRAÇO.

SONHO MEU

Já não durmo MAIS.
Já NÃO acordo, enfim.
O peito já não ACEITA
acordos.
Que te quer aqui perto,
do LADO de dentro
do LADO de cá
e sem que EU saiba
VOCÊ nunca saiu daqui.





DETALHES

E se ainda SENTES saudades
de MIM
não a GUARDE.
Reparte em si o QUE te
falta
que em mim o ACASO
é certo do jeito de ser
assim.
Eu que FUJO dos desastres
do AMOR
ainda penso NA certeza
do teu calor.




INSOLAÇÃO

Se um DIA me perguntarem
quem FUI
saberei apenas DIZER
que já fui
PORQUE do passado
o RETRATO que fica
não é o ESPERADO.




NADA PEDIR

Curioso como não VEJO
NADA fora de mim
nada FORA do eu que sei,
eu que SOU em você uma parte
um TRAÇO de seu sol
seu SIM.
Tem PAIXÃO aqui
não faz QUE não,
porque SÓ quero um beijo seu,
sem MAIS nada pedir.
Se eu TENHO sorte
você tem em MIM
um passo, o não LIMITE
o sumidouro do ABRAÇO
e o resto TODO da vida
é nada
SE não tem você.




NÃO RESPOSTA

Minhas PERGUNTAS
foram guardadas, todas
no MISTÉRIO
da não-RESPOSTA.
A prosa INCULTA da dor
resulta na FOSSA
de sentir-se FRÁGIL
quando AINDA está-se
VIVO.

NIISLISTA?

A maior PROVA de que
não estou MORTO
é que AINDA estou
morrendo.

A VIDA: TODA ELA

A vida
está POR toda parte,
toda ELA entregue em ser
semente do que se FOI
do que virá a SER
do que há de MUDAR em si.
Vida à frente
ATRÁS
além do olhos
e POR QUE não no então das
COISAS?
Vida forjada em FERRO quente
no FRIO dos peitos que se
ESPERAM.

É tão decepcionante o que dela
TEMOS,
pois se DESISTIMOS
somos FRACOS
e se ficamos
SOMOS tolos.
Tudo nela é de FAZER sofrer
e o AMOR que dela brota
é de FAZER chorar.
E tudo apenas PARA dizer
que estamos VIVOS
estamos à SALVOS do frio
da CALMA.

AOS PÉS

ERGO as mãos
para me ORIENTAR,
mas não são POR elas que me
encontro
e sim PELO pés
que nunca OUÇO,
e ainda SIM,
os sigo.
MESMO que eu diga sim,
jamais SERÁ prá mim,
se é do outro QUE insisto
em precisar,
EM querer carregar nas
COSTAS
o peso d'um AMOR
que não me ACERTA,
mas acelera o meu DESTINO,
meus astros.
E do carro
RECAIO sobre o meu penar:
TUA lembrança embriagada
no BEIJO, meu protesto.

À DERIVA

Vai
DESLIZA sobre mim o teu
ARREPIO
o teu DESVIO
dissolução.
Derrapa em meus LÁBIOS
e rápido
me ABRACE
me ACESSE com cheiros
e CALMARIA
me FALE mais de você,
não seja SÓ
e exatidão.
Fale COISAS sem sentir
e com sentidos
me deixe ATURDIDO com teu
pulso
e PULSE sobre meu peito
os DESEJOS
me DESATE em nós
e nos CARREGUE sem grilos,
que eu te ACEITO
no MEU barco
e não mais fico ASSIM
à deriva.

29 de out. de 2010

UMA CENTRAL NO BRASIL

Eu passei uma VIDA em busca de respostas,
mesmo as TORTAS me serviriam.
E nunca houveram elas
se da minha ALMA as perguntas
eram que me ALIVIAVAM da dormência na
insensatez.
Passei uma ERA em busca de velas
para içar meu BARCO,
revolver os MARES,
degredar-me no ESCURO e frio
solar poente.
E não era no mar QUE eu me achava
se da TERRA é que fazia
PARTE a minha vida inteira.
Sem eira nem BEIRA
eu quis um PAR,
uma parte qualquer que me
COUBESSE
que me visse e me DESSE de si
os instantes possíveis.
E não era em ALGUÉM que eu haveria
de ter o TODO,
se em mim
NUNCA existiram espaços
VAZIOS.
Uma vida a PROCURA de gentes
e agora,
a HORA que passa
eu procuro o MEU eu
perdido na CONSOANTE de amar
e não ser ENTENDIDO.





A_COR_DARÁ_A_MANHÃ

A COR dará à manhã
o LUME
a LETRA certa do teu
nome, a calma.
ACORDARÁ amanhã
e esquecerás
o RECURSO da partida,
a mentira.
E ficarás.

SOMOS

É só o que NÓS somos:

A arte DO desgoverno
A PARTE do descontrole
a carne.

OS PREÇOS

Paga-se um PREÇO na ida
na DEMORA
nas REVOLTAS e no
descanso da DOR.
PAGA-se um preço na
desonra
NA desordem
na BAGUNÇA.
Paga-se UM preço
alto,
as VEZES caro demais,
AS vezes inverso.
Paga-se PELA conquista
pela DERROTA e pela
VOLTA.
Paga-se por AMAR
pelo ódio que carregas
POR essas horas de
espera.
Paga-se pela CERTEZA
pela mentira
pela IRA.
Paga-se um preço POR
tudo,
até pela COISA de ser
puro.





PARA NÓS

Para o que nos falta
a FARSA.
Para o que nos excede
o VERBO.
Para todo o RESTO
o tempo.

27 de out. de 2010

AS SUPOSIÇÕES

Do avesso que regresso o BEIJO,
me alerto:

- Não há verdades
sem que HAJAM as suposições.

E, em meus devaneios
mais INQUIETOS
eu te BEIJAVA
te calava a voz com o
CHEIRO
com o quente das MÃOS.
No resto dos MEUS dias,
daqui prá frente SÓ
quero o que te sentes
perto em mim.
A minha INTENÇÃO
há de ser TODA tua.

POR ME DIZER

Na lua,
a COR do céu
é da cor que eu quiser.
Na rua,
a CHUVA parece doída.
E aqui dentro,
o vento já não FAZ curva.

O EU PALHAÇO

Astro do meu PRÓPRIO circo
ainda INSISTO em ser
DOUTOR das minhas
ilusões.

CARTA ENDEREÇADA

Agora,
eu deveria ESTAR aqui destilando todas as minhas
intenções, as MALDIÇÕES de dizer do ódio que me fervilha
os OLHOS e me crepita o verbo.
Mas, não...
Não é no RELÓGIO que eu conto as horas, mas na distância
que IMPONHO, no DESVELO com que me ponho a sair só,
e a SÓ me conceder RESGATES.
É tanta gente que ENGANA, encanta a gente e DETONA a bomba
da desilusão.
É tanto EU que me acordo em GESTOS de ir e não voltar.
E não me escondo por ENTRE as máscaras que sustento.
O que vês é o que te é PERMITIDO prever...
O que não REVELO
não é SEGREDADO, apenas não te cabe na pequenez da pouca palavra
transpor o REAL, em seu imaginário verso,
o FAZ de conta.
Se me RECUSO ao teu dossel
é que nos meus CABELOS já brotam o branco da cegueira
a DERRADEIRA sensação cabida ao revés.
Não... não somos PARES
nem somos LARES um do outro.
Tu não me CABES como em casas que se aprontam
quartos e SENZALAS a receber a soberana paixão.
Não, é no chão que te RECEBO.
Eu não me PRESTO ao papel de ser o seu ator,
quando você em mim é APENAS barganha parca.
E de dizer ADEUS
eu segui sem VÃOS.
Se me FALTAM remendos na coxilha que carrego
aos OLHOS
é que apenas o CÉU poderia me crivar
do seu OLHAR revelador.

25 de out. de 2010

DIVAGAÇÃO

Explico os PASSOS
quando dos ASTROS roubo
o VÉRTICE.
O resto de mim
é o ÓPIUM que me agrada
que me ATACA e me acerta.
A essa HORA ainda de acordo
com o SOM
sinalizo.

BACANTE

Decende de mim
um REGALO
um ASTRO poente que
SENTE o riso e a graça...
ALÇA seus vôos
e VEM ao mundo
só prá SI.
Ressente em mim
a FARSA
o JEITO de ajeitar-se perto,
e eu só quero
DISTANCIAR.
E nessa DÚVIDA de gente
é que eu ENTENDO bem a minha
CULPA,
a calma de SERVIR-me como
BARCO,
bacante de sensações.

ACENDE O CREPÚSCULO

Resultei COMO conduta
d'uma ALEGRIA que não
tinha, mas te OFERECIA,
te ornava bem.
Um passo CELEBRE, desses
de não DIZER, mas externar
como AÇO que não se corta,
mas se DEIXA quebrar.
Deveras PERDIDO
no CREPÚSCULO
e a primavera INSTINTIVA lá fora
se AGUERRIA das flores
para se DEFENDER do
meu PECADO,
a falta
tua AUSÊNCIA.





24 de out. de 2010

I LIKE AND DON'T KNOW

Se eu peço que me FALE
não cale na VOZ
a vez de sentir
o TOM desse teu gosto
CARMIM,
tua boca.
Eu gosto de VER em você
o FRIO
se esvaindo
se DESVIANDO do calor
me BUSCANDO sem por,
sem ontem nem AMANHÃ,
se eu te QUERO
nessa manhã.




ESPECTROS

Não...
Não sou DESPROTEGIDO
não sou um TOLO infindo
nem que se ENGANA
nem que se ALENTA.
Não sou apenas ESPECTRO,
nem reflexos FELIZES no
espelho,
não sou.
O que sou é RÉPLICA
do sentir em mim
o FIM das estações
as ações,
ora os ARDIS.

MINHA SINA

Se tu SOUBESSES da minha sina
SABERIAS que eu nego
o VERBO que me aproxima
e ME afasto na cadência
do SILÊNCIO,
me AJEITO nas rezas dos santos
que não ACREDITO
me DESDIGO prá não
amar.

PRETÉRITO NÃO PRETENDIDO

A pressa da MUDANÇA
a essa DISTÂNCIA tudo é tão
SIMPLIFICADO
é tão sintonizado
em SONS e sinfonias,
tão MAL me deixo só,
somente.
Eu me ACHO nas visões
que deixei,
COMO na Praça de Maio
acho triste as dores
dos que NÃO conheço
acho VIL as mentiras
DOS que me enganaram,
e enganei TAMBÉM.
Mas sinto na mudança
a LANÇA do futuro
NEGAR a sua vinda,
nos dando SEMPRE de presente
a sua ida,
vindo em pretérito
não PRETENDIDO.

SEM JEITO

O que não tem MAIS jeito
não é um PROBLEMA.
Apenas não TEM
solução.

NOVEMBRO DE 2008

Abrindo-me ao PASSO que segue
eu SINTO o paradeiro no
PEITO,
e ainda que o CORAÇÃO bata
as FALTAS me ferem
no fim.




Textos publicados em NOVEMBRO de 2008, agora em formato PDF.


http://www.4shared.com/document/KoAIjAqC/Mal_Secreto.html

POLITICAMENTE INCORRETO

Tudo o que é CERTO encontra logo seu fim.

A QUEDA

BRAÇOS abertos
certos DA chegada
RESTOS imodestos
prédios e PREMIAÇÕES.
São nos ARRANHA-céus
que me EMPRESTO
o remédio,
a QUEDA
um bálsamo que
me ALIVIA a dor,
a dúvida, enfim.

23 de out. de 2010

REGRESSO

Da POESIA que prezo
REZO que não calhe
em mim o REGRESSO.

OUTUBRO DE 2008

A arte da PALAVRA
é a desilusão do
SILÊNCIO.



Esse LINK abaixo, consta em formato PDF todos os textos postados em OUTUBRO de 2008, os primeiros desse BLOG.
É uma contribuição gentil de um dos leitores do blog.




http://www.4shared.com/document/OIEhH7zY/Livro_dos_dias.html

EXISTE

Existe TANTA coisa entre uma coisa e outra.

Existem COISAS e tanta gente à toa.

Existe a PROA à deriva, a vida.

Existe o MEDO e vida à toa.

Existe GENTE à deriva, coisa boa.

Existem BOAS vidas, GENTE à toa na proa

da COISA de existir, na BOA.





COISA NULA

Tudo se PROPÔS no abraço
e se DESFEZ no gesto
num FUNESTO adeus
se DISSE: - volto!
E não VOLTEI.
Não queixei SAUDADES
não abri as MALAS nem as aspas
ZARPEI, e de vapor me
LEVEI, ao longe
do limbo do que se ESQUECEU.
Agora PERTO
relembro dos amores que
não TIVE
dos VALORES que previ...
dos ECOS.
O que me FALTA?
Altares
O que me ESCAPA?
ficares
O que ME afeta?
APRESSAS
O QUE me afasta?
palavras.

NÃO SOU

Não sou EU quem diz
verdades
não sou eu QUEM diz
das MAZELAS a culpa,
não SOU eu.
NÃO sou eu quem
responde
nem quem FALA
falo nada, ENFIM.
Não sou eu do ACASO,
o carro
que TRAFEGA em teu
retrovisor, não sou.
Não sou Eros no ECO
do gozo
não sou PALHAÇO
não sou BOBO.
Apenas LOUCO divagando nos
confins do IMENSO coração
que CARREGO,
ora alugado
ora FECHADO...
Tudo isso é obra
da DESILUSÃO.

SEM FRENTES

Com esse OLHAR acostumado
já me VEJO envelhecido
ESMAECIDO como foto antiga,
como LAÇO já desfeito
com DEFEITOS
O jeito CERTO de não ser
ENTÃO ardil
é SER sem frentes,
sem FUTUROS,
num presente.
Eu que JÁ abri todos os
PACOTES
não VEJO mais certezas
na beleza do AGORA.

E QUEM NÃO QUER?

Ah, esse AMOR sem defeitos

Sem PRETEXTOS nem remendas

Amor sem AVARIAS

Sem CALMAS e colisões

Esse amor de ALMA

De faltas consolidadas em VER-te

Em vir-se do céu

Ao CHÃO.

Amor que é PÃO de cada dia

Que fato à REVELIA da dor,

Dos dízimos.

Amor sem INTENÇÕES.

22 de out. de 2010

É DE SER

Não são nas EXTREMAS distâncias
que EVIDENCIO a saudade,
nem na ARTE da aproximação
que me ESCONDO das verdades.
É no INSTANTE do passo
que REVELO o trajeto,
no ÁPICE do gozo que
entrego o MEU afeto.

21 de out. de 2010

NÃO EXISTE

Essa MINHA alma
não EXISTE.
Essa minha CALMA
ainda insiste em
me DESAFIAR.
Essa rara VOZ
esse passo ESCASSO
ESSE laço de gente
que nem SENTE a si.
Assim eu SAIO
eu caio
eu VAIO teu show.
Essa música NÃO existe
não INSISTE
não me VISTES?

EFEITO

Para a PELE
sol
para o medo

para NÓS
um duo
PARA o rio
pedras
para ESSAS
aquelas
para MAIS
um tanto assim
PARA o sim
o acaso
para o CHÃO
a mão atenta
para o NÃO
o OLHO lembra.





ATA-ME

Ainda PARADO
ainda CALADO
devastado PELA falta
pelos MEDOS
pelas GENTES inexistentes.
Ainda CORRO
não creio
nem CALMO
nem PALMA das mãos
me AJUDAM,
me ATAM.





SEM CERTEZAS

No meu TETO de papel
DERRAMAM em mim
as lágrimas (SUB)ENTENDIDAS
no VERSO,
na VASTA cor de sons
e SINS.
E já não me ADIANTA desatar
os NÓS,
separar a gente,
já não TENTO sobreviver,
e ainda VIVO
me acalmo COMIGO,
e só...
sem CERTEZAS.





MAIS SÓ (TÃO SÓ)

Estou a sós,

Comigo e uma lembrança intacta

Dos véus, das RUAS, das suas

ALEGRIAS, duas vidas

Apenas em HORAS.

Agora, MAIS só do que antes

E ANTES que eu me esqueça

É preciso DESCER as escadas

Subir as ladeiras,

Eu

Tão SEM eira nem beira,

Não APENAS me queira mal,

Só não me QUEIRA mais

Na metade que te agrada,

Que sou TODO, tanto

E nem percebes

E nem BEBES das minhas águas,

Nem TANGES as minhas mágoas,

Nem.

20 de out. de 2010

NO BEIJO

Esbarro no BEIJO
e queixo à vida a tua IDA.
Apenas peço
que não PERMANEÇA,
que te quero no INFINITO
no ABISMO do desejo
te VEJO longe,
linda
LEMBRANÇA.

VIDA INTEIRA

VEJO a vida inteira no
instante,
ANTES de entrar
te ESPERO
abraço TUA lembrança
tua DANÇA de cigana,
me engano.
Sei que DEVO calar,
mas falo
e o MUNDO inteiro ri
dos ANJOS que não me acompanham,
mas te SEGUEM
te esquecem de TRAZER.




ESTRADA

Sigo.
Desritmado no PEITO,
aceito mal as derrotas.
Chega de TANTA alegria.
Preciso SORRIR menos prá agir mais.
Ligo as LÂMPADAS,
e o medo permanece SENTADO
ao lado da CAMA
e me CHAMA
me engana
me RECLAMA amor.
Admoesto as PORTAS
esperando que ELAS se fecham,
abertas FICAM
fico eu SILENTE
rente ao CHÃO
divago...
Distraio as SOMBRAS com lágrimas
e LÚCIDO
ainda me CAIBO no grito.
Agito-me no ESPELHO
espero o dia CHEGAR,
mas a NOITE tarda em me
abandonar.





GUIA

Enquanto não RESISTEM os sons
em minha DISTÂNCIA,
eu ACERTO as contas
com a ÂNSIA de sentir
o SEXO, o sentido próprio
das suas MÃOS,
minha GUIA.

17 de out. de 2010

ÉBRIO

POESIA calada
ansiada no VERSO tolo
desse PEITO que se altera
se ALERTA em tempo
inteiro,
ligeiramente CALADO,
desesperado de querer BEM.
Poesia RASGADA,
gasta de TANTO dizer,
ser prá SI o maestro
um PRESTO na mágica
de ERRAR
e ACERTAR o óbvio,
ébrio...

1,99

Nenhum CRITÉRIO ou consciência
é BOA demais.
NENHUM homem é bom três vezes,
as VEZES ser ruim é fardo,
outras LEVEZA,
todo o RESTO sempre pesa
no ESPAÇO.
O ESTADO das coisas é mera sensação,
verdade MESMO
é apenas a SUA versão.

Quando me OLHO,
não VEJO apenas um homem,
mas um TRAÇO de sentido,
um PASSO num infindo infinito,
um RITO, no eu.
QUANDO te vejo,
esqueço o que é PREÇO,
e não pago mais as SUAS
confusões,
te AQUEÇO.

O que em mim é IGUAL,
apenas no ESPELHO se vê.




QUANTO A MIM?

Quanto a MIM?
Não sei.
É que não PESO os versos
que INSCREVO,
não verso os PESOS
que assumo,
não PENSO.
Não CAIO em tentações
tardias,
não SAIO em sensações
vazias,
não VAIO.

À BEÇA

Você em mim
à BEÇA
é festa dessas que não
CONSIGO acabar.
Meu coração se APRESSA
em queimar
se INTERESSA em se dar
aos BRAÇOS teus.
E eu,
IMPUNE, não imune
ao TEU querer.
E EU,
tão forte,
agora FRÁGIL em suas mãos,
sou eu o TEU
sim e NÃO,
teu PECADO sem perdão.

VOU ATRAVESSAR

Vou SAIR
a 100 por HORA
a VIDA é agora e eu sei
que já é o FIM...
Vou CAIR na sua avenida
te DAR a minha vida
prá VOCÊ cuidar de mim.





NUNCA À REGRA

É tão simples SER feliz
que as VEZES parece distante
pela VIDA confusa que
se LEVA na bruma silenciosa
do não entender.
Eu entendo TANTO esse mundo,
e CONSERVO pouco o que
DELE me atrai.
Aprendi a CALAR a falta
prá EXPLODIR a exceção.
E eu NUNCA fui a regra.





16 de out. de 2010

ESTAR ALÉM

Na prática
o ESTAR só
é só um PASSO pro estar
ALÉM.
Ninguém SEGUE em duo,
apenas CEDE,
se entrega
RETESA os braços na partida.





ME LEVA

Abrevia a minha ESPERA,
me deixa IR
em direção ao BRANCO
da tua PELE
do teu PUDOR.
Alivia a MINHA história
me TIRA dessa guerra,
me ACERTA
me ATESTA teu.




É PLENO INVERNO

Já é JANEIRO e eu não sei como
VOLTAR
as lágrimas SORRIEM
os LADOS não são mais em mim
e as FLORES em caminhos certos,
me TORTURAM.
É pleno o meu INVERNO
é terno o MEU querer
é CEDO.
Se eu PUDESSE evitar os medos
evitaria PRIMEIRO os fracos
se eu QUISESSE estar em fevereiro
PRIMEIRO viveria março.





UM CAIS DE PORTO

E na solidão que me ASSUME em braços
de querer BEM
eu já não SOFRO,
não removo mais AS montanhas
em BUSCA,
já nem CHAMO mais atenção.
Viver SÓ
foi viver em PAZ
num CAIS porto
num CANTO roto da esquina.
O lugar, MENOS importa.
Agora,
me faltam apenas HORAS no calendário
e no ARMÁRIO,
as roupas de VERÃO esperam por mim,
pelo SOL que chega,
pelo VERSO em dó,
sem mais NÓS na garganta.
Só me ADIANTAM os abraços
quando são GENUINAMENTE dados.

É MENTIRA

Cada MINUTO
é um verso que faço.
Cada ESTADO
é traço
na fosco foto de rosto.
O resto é FATO
e é mentira.

15 de out. de 2010

CONHEÇO TANTO

Me apresso em SENTIR saudades...
e o APREÇO do beijo
é a saída em DESESPERO
nessa VIDA.
Já não me VEJO mais
não me CONHEÇO tanto,
não me envolvo.
O que não FUGIU de mim,
se marginalizou.

EU DEIXO IR

Só peço que me DEIXES ir...
Ficar já é demais,
DORMIR um tormento,
um TANTO de mim é só lamento.
Eu não QUERO mais te querer
assim,
ainda QUE no fim
só HAJA teu abraço,
ainda que enfim
EU só veja você.




HARMONIA

Quando FORES me dizer adeus,
que USE a pouca palavra
PRÁ fugir.
Lidar com a DOR não é problema.
Difícil é LIDAR com a partida.
Se for prá me TOCAR sem pedir
que SEJA no susto...
As invasões são SEMPRE bem-vindas
nas MÃOS de quem
não se IMAGINA, só.
Me DECORA como uma música,
como TEU quarto eu fosse,
que eu MESMO de longe
saberei SENTIR o gesto doce
da TUA alegria,
ainda que de SAÍDA.





À ESPERA

Enquanto TODOS se perguntam
quando VOCÊ há de voltar.
Eu me QUESTIONO
quando HEI de partir.
O longe é MEU destino,
minha SINA
meu MAIOR alento
na ESPERA dos dezembros.




RESPOSTANDO

As VEZES penso
quando eu haveria de despertar amor gratuito
DESSES de não se cobrar
de NÃO querer mais que a própria querência.
Eu não sei,
MAS para a gente que sabe de ser
COMO se apetece
o AMOR não é o definitivo,
é apenas INTERMÉDIO
entre o MÉRITO
e a música que RESSOA nos ouvidos
quando o TEMPO que nos resta
é o BEIJO.

TEMA

FAZENDO do verso um escudo.
Trazendo do VERBO o que é mudo.
CABENDO no resto desse mundo.

Esse é meu TEMA
é minha OBRA.

A minha CALMA é só
propaganda sem RECURSOS.

14 de out. de 2010

FIDELITY

Há de HAVER verdade no que não se
pronuncia?
Não sei...
O silêncio me PARECE sempre
corporativista com a DOR.





TOLERÂNCIA

O REFRÃO que te embala
é o mesmo que me SILENCIA
a ESSÊNCIA do que te encanta
apenas me REVERENCIA...
Não ADMIRO incapazes
mas TOLERO todo o fim.




[...]

O que te FALTA
é o que me ASSOLA...
Eu sofro do EXCESSO,
não do DESCONFORTO.

UM JAZZ

Essa COISA de viver
a espera de fatos

É tão ATERRADOR quanto

Sofrer na CULPA dos atos,
não comedidos.

Os que COMETO são indeléveis

Presenças,

Silenciosas AUSÊNCIAS,

E o beijo TARDIO.

Eu to querendo o GRITO torpe

Dos que não me ENTENDEM

Do que simplesmente OUVIR

Um bonito JAZZ, na cama

Sem carinho.

13 de out. de 2010

TEU

Ah, se eu PUDESSE,
eu me ATAVA ao teu querer,
me dava em TI todo o teu viver.
Ah, SE eu quisesse menos
da VIDA,
eu juro que TE roubava
a te LEVAR numa ilha
só PRÁ te sonhar,
te SABER criança,
assim...
É que de mim
a VIDA tanto quer te levar
que eu SÓ posso te deixar
IR,
e me achar em SI
nos SONHOS
nos PLANOS de amanhã.





ESSE

FEITO em versos solene
POEMA absurdo
RETRATO imperfeito.
Esse,
é só um TRAÇO de quem me
FAZ
de quem refaz em MIM os
passos,
os LAÇOS difusos
de um USO extremo
de um PULSO premente,
na LENTE de querer.
Esse QUE sou é só
um ABUSO dos deuses
um DESSES de se apaixonar
e CAIR... na tentação
do QUE há de vir.

12 de out. de 2010

O RESTO

O que nos RESTA
é a vida, INEVITÁVEL...
toda ela.

VOCÊ QUE ME LÊ

Você,
que AGORA me lê
não se pergunte POR QUÊ?
é que não SEI lidar
com a PRESENÇA que me afeta,
que ATESTA a minha fraqueza.
Você,
que me REFRESCA com beijos,
não PRECISA me entender nos
desejos,
me APENAS sinta...
Deixa o tilintar das TAÇAS te
surpreender.
Deixa eu TE aprender
viver, em MIM...
Sim, me queria SÓ... e assim.





SE UM DIA EU ME PERDER

Se um DIA eu me perder

nada de TROCAS,

nada de APOSTAS...

Amar é perder...

perder-se no FIM.






PACIÊNCIA

Se a DOR tivesse agido em mim
com PACIÊNCIA,
talvez em mim SERIA só
ausência, a DOR que consome...
que RECLAMA uma cura,
pura SENSAÇÃO de ser
de ter em SI um corte...
Falta-me o NORTE de ir.




QUERO NÃO

SE pelo menos eu fosse
um tanto menos INSANO,
talvez estável seria MINHA dor.
Talvez, se PELO menos eu fosse
CRIANÇA,
o corte ME teria pouco
a SANGRAR.





ESPERANDO PASSAR

Que ILUSÃO é essa que recomeça
sempre QUE eu não posso fugir?
Que me FAZ sentir saudade
que ARDE a calma
e DESTRATA a pele com calor.
Que ilusão é ESSA que me apressa
em FICAR,
me faz FLUTUAR,
me refaz da DOR?
Quem SOU eu nessa ilusão agora?





CEDO

É sempre CEDO na partida...
Mas, nunca ANTECIPADA a ida.




SEJAM

Que não me SEJAM inversos
os medos de SEGUIR.
Que não me SEJAM retos
os CAMINHOS a percorrer.
Que não sejam CERTOS
os PASSOS a coincidir.
Que NÃO sejam fáceis nem
PERTO os meus RIOS que hei
de VERTER.

10 de out. de 2010

MENINA DOS OLHOS

Apressa-se no PASSO
que nessa TOADA
a menina QUER dos olhos
SALTAR.




SER, E SÓ

CERTO do atraso
ACHO que vou chorar.
O trem não precisa passar
na HORA exata,
nem REFLETIR a ida
enquanto eu PENSO na distância.
A dormência nas MÃOS
me mata a SENSATEZ
me deixa o PEITO num nó aguerrido,
um ido de AMOR.
Se eu PRECISO de algo,
que seja ao MENOS
aprender a SER, e só.




[Referência à música PRECISO APRENDER A SER SÓ - Gilberto Gil]





DUO TRISTE

São das FLORES
a ARTE de experimentar do vento,
a DOR
e do HOMEM
a parte MAIS triste de sentir
do TEMPO, a revolta.

CORTINAS

Volta e meia
as PERGUNTAS se calam,
porque as respostas se AFOGAM
no afã de desertas sensações passadas.
É tão ESTRANHO me ver gente
em meio ao LÉU de tantas sementes perdidas
SERPENTES tolidas do desejo de ficar.
Olho-me TENSO
acendo velas prá escurecer o altar da tua
LEMBRANÇA
e ato-me em NÓS que vagueiam em si,
no SIM de amar.
Os mais RECÔNDITOS lamentos
são os QUE eu acalento no colo,
por medo, VAIDADE
sem pressa de DEIXÁ-los alçar
em VÔOS a ida.
Varri da sala de ESTAR as tuas cinzas,
SINAIS de fogo que deixaste nos
TAPETES,
tua ALMA lançada no véu da cortina,
ESSA que prima por te encantar.

ENTENDO POUCO

APRESSO o passo
na vontade de nunca chegar.
AVESSO ao gesto
entendo MELHOR as palavras
que não me ENTENDEM,
mas ao MENOS não me sentem
longe.

NUM FRONT

A arte da PELE
é essa que REPELE o frio
acolhe o MEDO
mede a SAUDADE, que arde
e recebe o SECO do sol.
A PARTE mais pele da gente
é o RENTE descer nos lábios,
um PASSO exagerado
de QUERER, num elevar
de VIVER
num FRONT de guerra,
essa que a GENTE trava
com a CALMA alheia.

IGNORÂNCIA

AMORES são como rios
que CORREM
sem nunca PERCEBER o estrago
que causam.
A ignorância é,
POSSIVELMENTE a maior
qualidade do amar.




PASSOS

o CERTO nunca é o passo seguido
e o ERRO reside na dúvida.
A dívida INSONE da vida
é o traço nunca POSTO na
trilha.




QUEM VAI?

Eu que não SABERIA fugir à regra da ida
e preciso DIZER
que nada é tão DOLOROSO quanto
ao ACORDAR
no SOL solitário das manhãs
CINZENTAS sem calores.
E, eu deixo ir
ESSE fardo de te guardar
prá FAZER real o que em mim
SEMPRE foi tão impreciso.






9 de out. de 2010

FALTA O PASSO

Quando me FALTA o passo
eu VIVO de arrastar
saudades COM as mãos.

A ILUSÃO DA CASA

Na ILUSÃO da asa
eu CAIO,
recaio em mim com dúvidas
e as DÍVIDAS não pagas,
divido
DIVIRTO com a falta,
a FALSA sensação de segurança
e na ALIANÇA que destruo
eu só DESATO o nó,
e a GARGANTA abre-se em
prantos,
os POROS choram
os PORTÕES se fecham.
Na ilusão da ASA
eu me assusto com o ALTO
e altero a VIDA
que já não LEVO.





7 de out. de 2010

NO FIM...

No FINAL eu sempre caibo
no ATO de loucura que expus.
Sabe o que é SER poeta
num RIO corrente de FATOS?
Sabe o que é PENSAR
e saber que o MUNDO cessa
o querer?

É... eu também NÃO mantenho respostas.
A minha OBRIGAÇÃO é a questão.

ARTEIRO

Sentes?
Não precisa dizer...
Eu hei de AUSENTAR
a falta que me causo.
No meu JEITO
aceito sim os MEIOS
de chegar sempre no FIM.
A arte de ser EU
é ENTENDER no todo
a FATO de ser arteiro.





ANTÔNIMO

O meu CONTRÁRIO
é só um ESPAÇO calado no aço.
O meu IMPASSE
é o tempo que não me
AGE em sentir.
E sei que NÃO me defino
na pura OBTENÇÃO do
resgate.
Eu não RETORNOS
nem quero pesados abraços.

DESATO OS NÓS

DESATO os nós do sapato,
ABRO o retrato na carteira,
e VEJO a falta que me faço
no PASSO cansado de hoje.
As vezes me PESAM
a saudade e a SEMENTE que larguei
no ESPAÇO...
Sinto que a VIDA se perde
sempre QUE caio.

5 de out. de 2010

TANTO AMAR

De TANTO amar
eu não AMO mais.
Chega de GASTAR meu coração.

LÁGRIMAS E NÓS

Tinto os OLHOS
de lágrimas doce
e ADMIRO os ritos de ir,
sem precisar MESMO voltar.
Há TIROS lá fora,
mas o que não SEI
não me APAVORA.



FASE

Só quero um PASSO,
um astro no céu
que não me guie.




CARA ESTRANHO

Me pareço tão ESTRANHO
quando no ESPELHO
revejo os TEMPOS que não
coincidi VERDADES
com os OLHOS.
Um cara estranho, SOU...
de TANTO entender o mundo
que PISEI,
de tanto SER em si
um HOMEM pronto prá guerra,
na MORTE de viver sozinho,
num RIO que ao contrário
SOBE, sabendo-se no fim.
A meta da ESSÊNCIA é o
desapego
a MERDA do sentir
é o COMEÇO do que não
TEM fim.





CAIS QUE APORTO

Nos OLHOS
trago CERTEZAS que não combinei
com a VIDA.
Nas MÃOS
as idas que alcei em vôos
TORTOS, temidos,
tanto.
E nunca me PARECEU melhor
permanecer aquietado
no VERSO,
diante o escândalo
de LUZES que rebentam
no CAIS que aporto.

O RIO QUE CORRE

De REPENTE
como quem CAI em si,
o mundo PERCEBEU-se menos meu
quando no FATO de acordar
eu SOUBE que a chuva
não RESPONDE aos meus
APERTOS no peito.
O lamento é só em mim,
PARTE,
que o todo é SEMPRE
o rio de DECORRE da necessidade
de SENTIR.

4 de out. de 2010

TE AMO, DISSE

Te amo:
- eu disse.
E nunca senti
tamanha dor
quão aquela de ser em VERDADE,
a parte mais frágil do viver.
E toda a PEDRA que carrego
me DEBATE como em guerra.
E toda pedra que ATIRO,
me acerta.
Já não RESPONDO aos estímulos
das festas e florins.
MEU carnaval terminado
segue com a BANDA sem
um FIM.

VELHOS TELHADOS

Os VELHOS telhados que guardam
com OBSCURIDADE a minha saudade
agora DECAEM sobre o sossêgo
da PEDRA
que ESTILHAÇA vidro nos olhos
que ARDE em dor de pedrada.
Dentro de CASA
há uma LAMA densa
que me escorrega aos PÉS
sem CAIR.
Arrastando as CORRENTES e grilhões
eu ESVOAÇO o barulho
no GÉLIDO silêncio de outrora.
O agora é SEMPRE partir.

DESSE GESTO

É desse GESTO que falo, a falta.
Se tudo fosse assim,
sem JEITO de ser,
sem propostas
ou PROBABILIDADES
a ARTE de ser era apenas
uma PARTE, a sua.
Mas, há a falta de quem
SE foi
há a FALTA de quem irá
de quem não VEIO
nem EXISTIU.
Assim, a felicidade ainda
é a ARTE da falta
nas PRATELEIRAS do querer bem.

PRESENÇA SOLTA

A minha PRESENÇA vive solta,
isenta
pura em SATISFAÇÃO
do que perdeu.
E na sala SILENCIOSA
mesmo invisível, sou vistas
à TODA intenção.
Só, sou testemunha dos tempos
que DESOBEDEÇO.
As VEZES pergunto quem sou,
outras, CALO a verdade nos dentes,
cerrados.
Desta vez QUESTIONO o porquê
de TANTO falar em mim,
e respondo:
- Não SABERIA questionar o que no
outro é INCERTEZA.

ECO ANTIGO

Nas NOITES escuras e sem tons
de ALEGRIA,
eu só QUERO solidão,
a SALVAÇÃO de um dia ruim.
Eu ladro,
LIMITO-me ao som
e o ECO responde:
Sou eu.
Tudo encontrado no caminho,
a TÊNUE certeza
a BELEZA destemida,
partida a luz.
Já não me FALTAM motivos,
nem esses de SORRIR.
Se de SOLIDÃO preciso,
invisto em não ESTAR só,
pois a GENTE toda em volta
me OBRIGA a silenciar o eco antigo
dos MITOS de amar.

HÁ EM MIM

Do TEMPO
só há de SER em mim,
o VIÇO
a DESORDEM,
desejo.
Todo o RESTO
é imagem e imaginação.

3 de out. de 2010

CERTEZAS

Se eu DIA eu tiver certezas,
que SEJA ao menos do que
não FIZ.




DO MAIS BELO

A vida se CERCA de saudade
e NOS cerca de mentiras,
as IDAS e vindas
NOS faz perder o fio,
o RIO segue
o PRESENTE já nem pressente
que de SI não há o que
cobrar.





PRECE

Há sempre uma LUZ que se abre
uma PORTA que acende,
um LOUCO que entende
e a VERDADE traduzida em
FATOS.
O que nos FALTA
é somente a PRÓXIMA partida
que de VIVER no agora,
AFORA o passado
no o FUTURO é presente.




2 de out. de 2010

UMA MENTIRA MENOR

O que é MENTIRA
não tira da DOR a faceta
de ARDER,
nem dá a VERDADE
a vontade de SER honesta.
Essa que é MENTIRA menor
não é dói MENOS,
apenas FERE com delicadeza.





NUNCA TE VI

Eu NUNCA te vi,
nunca te SENTI perto,
nunca TIVE em ti
o ABRAÇO,
um ATRASO se quer no
horário,
nunca VI,
não VIVI.





DO MEDO

Não me PEÇA mais cantigas
nem CHEGADAS e partidas
ENTRADAS e bandeiras
não me QUEIRA mais
nem mais me PEÇA.
Eu já não sou brincante
e DO passado bacante
guardo APENAS o medo.
Eu já não TENHO preços
nem ALHEIOS sorrisos
a oferecer.
Eu já não,
eu NÃO sei mais não.




VOU INDO

Todas as LÁGRIMAS secaram,
os beijos calaram a noite,
no JEITO certo
o abraço se criou no tempo.
Eu não poderia ADMITIR maior cisão
não FOSSEM os dedos roídos
os PUNHOS poídos nas camisas,
as IDAS.
As TINTAS secas nos quadros
SEQUENCIAM as partidas,
as FOTOS distribuídas em costumes
antigos de PAR (que fomos)
denunciam uma TERNA saudade,
um quê me ARDE a pele, íntima que é.
E se AINDA falo
não é por NECESSIDADE,
mas me AJEITO nesse próprio verbo
de SER, o que os outros pensam
que sou.
Vou indo...

POR DIZER

A vida é tão PEQUENA prá tanto querer.




EMPRESTA

EMPRESTA ao meu tempo
o teu ABRAÇO
que eu FAÇO um laço
bonito,
de FITA menina.
Dá-me de SI o acaso
que eu DESFAÇO os medos
em ALTOS sorrisos,
laicos OLHARES,
faço-me SEU.

SE...

Se a PALAVRA já não
presta
TESTA o silêncio,
que ele ATESTA a verdade
no FINAL.
SE a santa já não
VERSA em milagres,
QUEIMA o medo, a mão
que, enfim a DOR ensina
VER o projeto, etc e tal.
Se a FASE é essa que não
te APRESSA,
desça...
O PEDESTAL não é teu amigo
no caos.

TRANSEUNTE

Eu TRANSO versos,
verbos AÇOITADOS com deleites,
VENTOS e verdades
ASSUMIDAS no tempo.
EU uso gentes,
ÚMIDO, âmago, íntimo
e ABUSO dos certos e incertos
dizeres,
DESDIGO, desminto.
Eu CANSO pouco, durmo tanto
e DOMINO os impropérios,
IMPÉRIOS de mim.
Eu, transeunte,
transito entre TANTOS e menos
ainda,
TRAFÉGO em riste,
no RISCO do beijo
eu TRANSO intenso,
impeço o GOZO
e GRITO... no giro do corpo
alheio
eu VENHO me pôr alento,
já nem TENTO degelar o quente,
EU transo e não aprendo.

CRÔNICA DO DIA

Ele era INVERSO,
intenso demais como o SOL, e planejava noites prá se esquecer
dos FRIOS amanhecidos nos corpo.
Um homem em DESCAMINHOS, com o escaninho d'alma
enlaçado, TRADUZIDO em letra e prosa silenciosa,
assombrosa MANHÃ de sábado.
ELE era um verso,
presidiário do seus DESENCANTOS, desacatos,
árduas FRASES que nunca continuam,
desencontros.
Ele em MIM, sou eu a anti-moderação do que
DIZER,
ele em SI, não-eu
é um TEMPO astuto
de LONGAS chuvas e beijos,
ele-eu SOMOS um,
e DOIS quando é DEZEMBRO.
É que não SABERIA falar de si
sem as APOLOGIAS d'um eu que se orquestra
nos SONHOS,
e na prática, eu sou APENAS o ele,
etéreo,
FUGÍDEO,
fugaz.
Esse ELE que sou é só um traço
de TANTOS que me brotam em tempos de
GUERRA.
Essa HORA de dizer
é quando, enfim, CALO.
Calmo me ADEQUO ao ele,
um eu SOZINHO,
indo.

AFINAL

DO muito pouco silêncio
que me ACONTECE,
parece enfim,
QUE preciso do gesto,
um BERRO que me tire do
lugar.
Par em PAR,
eu e meus DESENCANTOS
nos ACOMODAMOS sem medos,
sem MAIS sobressaltos.
Afinal,
do MUITO barulho que sou
eu SOU instinto.

QUEM?!

Quem DESLIGARÁ as luzes
quando tudo em MIM tiver saído?
Quando TUDO já tiver FUGIDO da dor?
Das HORAS incertas.
Quem HAVERÁ de livrar minhas
NOITES de frio, desse calor intenso?
Quem SABERÁ a hora de querer,
de ENTENDER ou mesmo calar?
Quem caberá em MEUS beijos cantados,
meus ÓBVIOS e inexatos silêncios,
QUEM?
Quem me DELEGARÁ abraços,
passos silenciosos de NÓS?
Quem escorrerá em mim COM calma,
perdendo a ALMA inteira,
disfarçando,
DESFAZENDO-se do gozo,
PRIMAZ... prazeres e ENCAIXES,
quem COBRIRÁ os preços nunca pagos
do MEU amor?
Quem CAIRÁ em mim,
em DESESPERO, em querências,
SEM esfriar, sem ESQUECER,
sem COMBINAR, sem ganhar até...
Quem me DARÁ o seixo mais
SEGURO de ser dois?


Já não se SABE, não se tem respostas,
não se põe PROPOSTAS à mesa,
não.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::