::.Leve.::

[Esse que SOU]

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[EU sou o que você não pode VER]

15 de set. de 2011

MINHA CRISE DOS 27:

Aos 27,
me dei alta do BLOG
me deixei um pouco mais cismado com as pessoas e menos aberto aos diálogos.
E nem quero dizer que fiquei mais extremista.
Me apaixonei menos pela sensação de carinho e atenção e até mesmo me relacionei afetivamente, com menos afeto e mais respeito.
Quer saber?
Era assim que deveria ser.
Só sinto falta de tantos amores que cultivei e foram ficando longe, apesar de nunca terem deixado de estar comigo.
Amo meus amigos, aqueles todos que agora se lembram do 16 de Setembro.
Amo meus parceiros de aqui, que mesmo aos poucos foram me convertendo em pau-lista.
E continuo baiano, massa...
E persigo meus objetivos, e pressinto meus obstáculos
e assumo meus riscos.

Rídiculo seria eu, nessa altura de campeonato ainda querer a diferença das minhas subtrações passadas.

Não ficaram dores, nem dobras nas páginas do que nunca calei.


AMO MUITO TUDO O QUE NO ERRO SE TRANSFORMA EM APRENDIZADO...

8 de set. de 2011

EM SETEMBRO

Não raro,
eu perco o prumo e me desconheço.
E assim eu vou tendendo no caminho do meio.
Nem bom nem mau,
apenas reflexo.


;)

29 de ago. de 2011

DEGLUTINDO

Antecedendo a morte = VIVENDO.



indo dormir, divagando, deglutindo o caos do amanhã.

LABUTA

Eu queria ter AGORA
uma palavra que me completasse os vãos
que ficam entre meus dentes e meu silêncio.
E essa LABUTA que me enfraquece
enfurece meus DEDOS e dúvidas, tantas dúvidas.
Eu não queria mais que DUAS palavras,
dois instantes e uma marca nos lábios,
a tua.
E se a vida continuar me permitindo,
ainda que na DEMORA
eu quero VER-te,
mesmo que pouco
eu quero TER-te
azul, amarelo, carmim.
Eu te quero assim,
na alegria e na dor
na DISTÂNCIA e nos apelos
na CALMA e desassossego.





Te amo.




24 de ago. de 2011

DUVIDO-ME

Me divirto
e DUVIDO-me das vezes que me confundem,
que confundo os OUTROS
e os outros se VÃO.

Desmereço tanto a DISTÂNCIA
e nela sempre me AQUEÇO.

AFORISMO


/A qualidade do que se diz
se equipara a condição
do que se pensa
ser GENTE
não é apenas
uma questão de sentença.\

23 de ago. de 2011

COISAS CLICHÊ

O amor
é a soma de dois inteiros
numa metade.
São dois corpos
no mesmo acaso.






SÓ, NO PASSO


Só,

enquanto eu RESPIRAR,

VIDA! Há de haver cá.


SÓ,

no passo que eu caminhar,


enquanto VOCÊ não me esperar.

20 de ago. de 2011

???

CERTO mesmo é o acaso.

18 de ago. de 2011

DUVIDANDO


De CASO com a dúvida.





DISCREPANTE

Entre arroubos e entreatos
DESESPERADOS
eis que surge-me a dúvida...

E nela eu PERCORRO semanas sem querer
saber qual dos devires hão de
ser em mim VERDADE.


é nessa ARTE de nunca saber do agora
que nunca vivo o amanhã, porque o depois
sempre me demora.

15 de ago. de 2011

MESMICES

Daqui prá frente nada diferente.
Quero a mesmice
dos sorrisos e as desmedidas maneiras
de ser e estar e sentir.

9 de ago. de 2011

ESQUECE

Aquilo que é sem NOME
e que chamo,

SAUDADE esquece meu nome.

ENTREATO Nº 2

Primeiro a dúvida

DEPOIS a devida chegança

e no momento SEGUINTE

a fúria da PELE ensobrada pelo beijo.

6 de ago. de 2011

DE REGRESSO

Os RASTROS sentenciam dúvidas

regressam de outros meios e se voltam

contra a IDA.

Os PESADOS fardos largados nas costas

custeiam a dor,

costumam COBRIR de velhas imagens a memória

tiram do GOZO o espaço.

5 de ago. de 2011

DESCUIDO

Amor e música se faz em conjunto. As vezes em duo, as vezes em bando.

1 de ago. de 2011

POR ACREDITAR

Sempre achei que fosse SER salvo
sem qualquer AGONIA

imaginei que PERDER não era coisa de chorar
e se decompor em ÁGUAS turvas de chover...

E se os santos já não me CREDITAM abraços

é só porque SEGUIR nunca foi produto em mim,
de renascer,

porque eu SEMPRE deixei as feridas castas na pele
como oferta de ATRASO no tempo.



e se tento EXISTIR não é para rir ou calar,
mas por entender o TRAÇO que permanece intacto
no braço.

29 de jul. de 2011

POR SER

Instintivo


INSTÁVEL


desconhecido de GOSTOS,


de RESTO um tanto parvo.

28 de jul. de 2011

DAS ANTIGAS

FOI preciso ouvir todas as suas
ofensas
todos os SEUS lamentos
e toda a sua SUPERIORIDADE
só prá ter a certeza de que você
não era superior.


Desde então, a VIDA me pareceu mais
humana.



(Frase dita no fim de um namoro, há alguns anos)

27 de jul. de 2011

THE END


O fim
FABRICA em mim a fome de acabar logo com a dor.

A DOR me administra em doses
de sentir-se vivo

quando não me CORTA em carne viva.

A vida me OFUSCA pela janela
e dela posso sentir o FRIO que nunca vi de perto.

É certo que SER feliz
é como ser IMUNE a vida,
às VOZES, imune ao meio que se propaga o som,
no TOM exato que nos faz ouvir-mo-nos
a sós.

SE FOI

Não menos DOLOROSO é o gozo que se perde
no abraço CALADO de quem se foi.

25 de jul. de 2011

SABES


Sabes de mim e

escondes do coração dela a regra de três


por achar que AMAR seja uma aritmética de dúvidas.
Tanto FEZ

que me perdeu na porta de entrada

para só assim entender que dos dias

só temos a expectativa.

ASSUSTADO E FRANZINO

Ando me DIVERTINDO
com as lembranças emaranhadas
entre o ante-adeus
e o anti-homem
que persegue as águas obscuras dos olhos.
Se eu ENCONTRAR o medo
é bem possível
que o silêncio seja meu arquiteto,
tanto quanto o TEMPO
é meu empréstimo.

Se o desejo se ACOVARDAR
ainda me sobrarão as dúvidas,
dívidas e DISTÂNCIAS.

24 de jul. de 2011

FRASE DO DIA


O conhecimento tem me GERADO muitas incertezas.

23 de jul. de 2011

UM ADEUS AMARGURADO


A PAZ apodrece a cada instante que não
nos MOVEMOS em direção ao presente,
porque ou vivemos do PASSADO
ou sonhamos um futuro INÚTIL.
A vida é simples DEMAIS
para ser confundida com um espetáculo

me dá asco ACORDAR todas as manhãs
e ver a gente TODA das ruas
subtraindo de SI a necessidade de ir.

Eu morro aos POUCOS
quando dedicamos MELODIAS aos surdos
de coração.

No chão todos ESTAMOS,
a diferença é onde o HORIZONTE de cada um
se inicia.





Adeus, AMY.

22 de jul. de 2011

HÁ DE VIR


Talvez
eu LEVE uma vida inteira
a pressentir as verdades que me ARDEM a espinha

ou TALVEZ
eu apenas feche os olhos
e ria da satisfação que é SEGUIR
sem nem prover os BOLSOS
de saudade.

DRUMMONIANO

Na impossibilidade
do RISO
eu rasgo a sensatez e deixo escorrer
a impostura ULTRAJADA no verso.

NO trágico ato de calar
a gente sempre se DEFENDE na lágrima.

20 de jul. de 2011

REVERSAS

A ânsia de ACERTAR
incide sobre a pressa de AGIR.

Há de vir DIAS menos salgados
e com REVERSAS medalhas...

[...]³

Enquanto HÁ dúvida
ainda há SAÍDA.

Enquanto PROCURO
ainda espero no escuro.

ENQUANTO durmo
a vida PROSSEGUE sem riscos.

Quando ACORDADO
tudo parece tão atordoado.

JUNTOS


Agora
deveria SER a hora em que a gente se encontra
troca PALAVRAS
torce o NARIZ para as mazelas
do OUTRO
e pede um futuro DIFERENTE.

AGORA
bem que a gente podia se esquecer um pouco
e buscar OUTRO rumo lá fora
sem CHORAR
nem borrar de mentiras as nossas
memórias.

Agora
poderia ser MELHOR a gente dormir,
talvez juntinhos e guardar o último dia
na lembrança
ou na ÂNSIA de se perder no mundo
agora
bem que a GENTE deveria entender o junto,
porque SEPARADOS a gente só
piora.

19 de jul. de 2011

NÃO-PALAVRA


Quanto mais ESCREVO
mais tenho CERTEZA

da mediocridade que carrego
por nunca encontrar um fio que me conduza.

Por mais que eu SAIBA o que dizer
ainda é pouco
é menos DEMAIS saber o que dizer,

porque poesia

é uma CERTEZA incontida na não-palavra
no arbitrário enleio,
no MEIO de tudo que nunca nos cerca.



E quer SABER?
Se eu continuar a escrever
será só para POVOAR meu eu de mesmices e mentiras
que DITAS se tornam verdade.

A perda é IMEDIATA
tanto quanto a COR inexiste nos olhos.
Tudo parte da MUDANÇA
e do mundano.

Somos ARTE em desalinho
gente AFLITA
tantas RITAS chorosas
e as rosas esperando SETEMBRO.

Já não lembro mais
a DOR pungente que a primavera causa
nos racionais.

18 de jul. de 2011

ACORDADO


HOJE acordei tão absurdamente consciente
que TIVE medo de abrir as janelas
e VER que o céu nunca deixou de estar azul.

As VEZES
a dúvida alimenta as
demandas
ou mesmo RECONHECE-se na penumbra
que FICA quando a solidão
se instaura e COR e carnificina
na alma.

17 de jul. de 2011

SEM APOSTAS.


Não,
eu não APOSTO nunca.

Não saio de CASA em hora marcada
nem ATRASO relógios na esperança
do dia DEMORAR chegar.

Essas coisas desmantelam
a certeza que eu nunca TIVE
ou mesmo APREENDE em mim o medo
do fim

Medo que nunca PERMANECEU aqui.

E ao longe
LONGAMENTE trágico é o passo
que apresso na dúvida de perder
ou FICAR.

MEUS OLHOS


Meus OLHOS nublados
sem AR
sem CAUSAS
agora JORRA saudades em água,
olhos CALADOS
sem calma e companhia,
olhos ARMADOS de dor
e agonia.
Meus olhos,
AGORA mutilados
não VÊEM mais do lado
que você ESTÁ.

15 de jul. de 2011

ARTE EM RISTE


A minha ARTE
é meu dedo, que em riste aponta
a LOUCA e sonora revoada de gente que se afasta
daqui
MEU dedo cálido
que na PELE pálida de amanhã revela
a FACE fria do sem fim

É coisa de SER gente
essa de nunca estar a CONTENTO dos olhos,
e sempre além das esperanças.



Homenagem à minha GRANDE amiga Marah.

13 de jul. de 2011

POR FAZER


Eu sempre espero
o que AMIÚDE acontece
prá fazer do igual
e repetitivo
o meu aperitivo diário.

HORINHAS DE DESCUIDO

É a dúvida que dinamita a demência

e por ela a AUSÊNCIA ferve
no caldeirão de persistência.

ELA


À espera de ABSURDOS comoventes
ela se deixou LEVAR.

Sofreu o PRIMEIRO tapa
a primeira mentira
a segunda CLAUSURA.

Por amor disse:

- Casamento é para SEMPRE.
E sempre sofreu nas mãos e palavras daquele
que deveria ser POR ela na saúde e doença
até que a MORTE os separasse.

Dor e alegria possuíam agora
o MESMO significado
o árduo SABER-se só
na multidão de ofensas e fúria.

Era tanto de PERDER e achar-se ainda
frágil
que ela SONHAVA...

Sonhava TANTAS que era na cabeça
e queria tantos em sua CAMA

ora só prá VINGAR-se do fracasso daquele
que dormia em seu lado,
ora para MALTRATAR o mundo
do tanto que ela SOFRIA.

Um dia
como que POR mágica
ela fugiu.

Emergiu dos vãos que a separava da vida
e descobriu que AMOR e mordaça
se tornaram SINÔNIMOS em seu trajeto
de viver e esvair-se como água.

BLOCO NA AVENIDA


Eu vou ATRAPALHAR o teu desfile
me DEIXAR cair moribundo na avenida

eu vou te ARRANCAR da sua indecência
eu vou TE ganhar na inocência.

Vou te DEIXAR sofrer e sucumbir ao risco
da distância
só prá LOGO te abraçar e te fazer
criança.

Eu vou
vou te desenhar nas páginas AMARELAS
e te cobrir de AZUL na rotina azeda das manhãs
de frio e medo.
Bem CEDO ou vou te deixar me arranhar
na cama
e te FAZER meu eu sem dramas.

Eu vou
e se não VOLTAR
eu vou te deixar na lama
na certa presença daqueles
que não te AMAM.

11 de jul. de 2011

ENCONTRO

Há encontros
que as VEZES
a explicação
somente desarticula
a certeza
do mistério
e da confusa ARTE
de ser humano.

VÊ SE NÃO ME MATA


O cheiro dos SEUS cabelos
as vezes me esvai
pela aspereza da tua distância,
e só me recomponho
quando TU sai dessa
ausência em meu CORPO
e me aproxima da VIDA,
novamente.


Tente ao MENOS não me matar
de saudade,
e quem sabe EU possa
te ACARINHAR.

A FALTA


Espantosamente
andei PERDENDO meus recantos,
minha SOLIDÃO necessária,
minhas falhas.
Os DEFEITOS eram uma parte de mim
que previa inocência,
e agora SABEDOR disso
já não contenho a VISÃO das horas
em que administro aos meus OLHOS
a certeza do FIM,
das fontes SECANDO
os medos pairando no AR,
a falta de ar.

9 de jul. de 2011

AFORISMO

Saber-se frágil
as VEZES é uma arma importante.
Noutros momentos
a GUERRA que parece inquestionável
pode ser DESFEITA apenas
com o VERBO.

Por isso,
fale menos quando a DOR for intensa
e dialogue QUANDO a força parecer
diminuta.

8 de jul. de 2011

QUENTE COMO VERÃO

Eram todas as ARMAS que eu carregava:

O VERSO
o vulto
a VALSA.

Tudo era desmedido e DESESPERANÇA
numa só cadência.

E te achei,
eu inquieto
no RESTO dos dias de um mês inteiro.

Agora, inverso a SOLIDÃO
somos um SAMBA
a sobra de um CARNAVAL eterno
SEXO quente como o verão.

6 de jul. de 2011

DESCASO

Por HORA me bastam
as HORAS de conforto sem nada prá fazer
e os APUROS dos ônibus lotados
com PARVOS a me assomar
demora sem SAIR do meu processo
de escravo.

Ai, se lavo as mãos AGORA
o mundo seria só a PRESSÃO
da coca-cola.

Vontade não ME falta
só me tenho talento prá
VADIAGEM sem ter fim.

5 de jul. de 2011

ELE SOMOS NÓS

Ele disse:

EU sou o exato retrato
do que não aconteceu.
RESIDI no instante
entre o que se PERDEU
e o nunca FUI.

Eu SOU futuro?

Não.
Eu sou APENAS o presente que
não foi desencaixotado.


Eu sou NÓS
na cadência do nunca desatar
a VÓS
prá sermos uns outros quaisquer.

Porque SOU ele
sou VELA acesa no vento intenso
sou de DENTRO a falta
e POR fora eu sou vermelho,
quente como SANGUE,
sedento.

4 de jul. de 2011

POR HORA

LIMPAR as lágrimas,
as vezes SIGNIFICA sujar-se de fraqueza.
Melhor é deixar secá-las
por si.
Não é o TRAVESSEIRO o melhor
conselheiro,
mas a DISTÂNCIA.
Perder, nem sempre é PERDER.
Mas ganhar,
as vezes tem um sabor muito amargo.



Ao amigo Robson.

PROFISSÃO


POESIA é a linha de passe
entre a DOR e a alegria.

3 de jul. de 2011

RECADO DADO

É que da DOR
a gente só carrega as certezas.
E a vida tem menos certezas que
abraços.

Eu gosto da DÚVIDA de que me amam,
da dúvida que me ENGANAM.
Só assim,
eu suporto os sorrisos
a carregar nos invernos chorosos
e admito lágrimas num verão intenso.

Não temas a DESORDEM que os outros causam em tua vida,
pois gente é coisa
que o próprio Deus deixou de entender
quando da MAÇÃ.
E se ainda doem as cicatrizes,
alimente-se do agora
que te RESERVA
vida, vontade e VIRTUDE.

2 de jul. de 2011

TÉDIO


TÉDIO

Não há remédio de intermédio.

Tédio

um INFERNO de assédio

dessa SOLIDÃO acompanhada

dessa ARMA de viver num pacto

CALADO de se ver no médio,

medíocre SANADO pelos remotos

controles de TV e agorafobia.

LÁ NO FUNDO


Aos POUCOS se diz te amo
e ainda SIM
se desama com tamanha
FACILIDADE.
Lá no fundo ainda RESIDEM
solares visões de um FUTURO
em CURSO,
mas BOM mesmo é torcer
por um PRESENTE sem sustos.

1 de jul. de 2011

BUGIGANGA

As vezes me pego SORRINDO
das diversas coisas que deixei
pelo CAMINHO,
noutras VEZES
eu choro a saudade das BUGIGANGAS
estilhaçadas pelas armas que CARREGO.

ALUCINAÇÃO


Experimentou.
Essa, talvez seja a palavra que definia aquele moço.
De curiosa sensação forasteira, parecia mais um estranho a si mesmo, com reversos, recursos e
sonoridades quase silenciosas.
Deu-se ao sabor de tudo quanto pudesse vivenciar:

Carnes
cores
carícias
DROGAS
dores
delícias.

Decidiu conectar-se ao mundo pelas promessas
e conhecer agruras
AMORES e armaduras de guerra.

Perdeu-se na CARNE fria dos que morreram
com a mesma intensidade COM que se deixava usar
no CALOR das carnes quentes dos entes
à sua volta.

Esse ERA apenas um pedaço dos muitos que ficaram prostrados
no DEVIR.
Era eu
era VOCÊ
éramos nós no PRESENTE.

30 de jun. de 2011

MAIS ALÉM


E SONHAR
e sonhar
e sonhar.

A gente SENTE tanto, e as vezes nada duvida da crença de ir.
SEGUE
secos de VAZIO a dentro
surdos
na CEGUEIRA de ouvidos mudos.


E servir
e SERVIR
e servir.

A GENTE tenta caber nas calças que mal nos veste
TENTA verter a água que no cais se perde
tenta LEMBRAR
de esquecer a desesperança.


E PERDER
e perder
e perder.

Por SER exato
imerso
PROPENSO ao medo,
modificados.

PACHORRENTO


Ao LONGE deixei ir as futuras alegrias
e comendas.
Era de se ESPERAR que eu fracassasse
na ARTE de produzir futuros,
se do PRESENTE eu nem sei.
Passei a noite REVENDO os verbos derradeiros
os VERSOS escassos e pachorrentos
os LAMENTOS.


Não HOMEM resoluto
não ÉBRIO
cego e somente.


E se por VENTURA eu puder cultivar saudade
que SEJA ao menos
do que não FUI.

29 de jun. de 2011

ESSAS


Esse SABOR desmedido
essa cor DESCABIDA de querer ir além
esse BEM no meu ouvido.


ESSAS flores
seus ODORES me seguindo
seus GESTOS.


Esse calor me ASSUMINDO
essa tua silhueta vindo
tua CARA e clarividência.


Esse mundo se PARTINDO em nós
esses NÓS que entrelaçam em tua
CARNE, teu charme.


Essa TUA voz
a sós COMIGO.

28 de jun. de 2011

DE LIÇÃO

Na controvérsia do que SOU,
admito um certo prazer dissonante
pela BELEZA que me restou
nesse caminho.
Não fui TANGENTE
nem predicado por onde estive,
mas de LIÇÃO me sobra muito.





I MISS YOU

Eu não SABIA ser em mim
uma parte geradora,
mas sim o CONSUMO
o excesso do GOZO
eu sempre fui o outro.
Me contive como em REPRESA
me prendi em ABRAÇOS vãos
por MEDO e vontade,
numa arte de SOFRER e ceder
ao amor.

Agora POVÔO minhas horas
com SONS de flauta e floresta
deixo a ERMO as festas feitas
com OLHARES
saio POR entre luzes
lamentos e soslaios a CAMINHAR
à espera.





27 de jun. de 2011

E HAVERÁ POESIA APÓS PESSOA?

As vezes me pergunto se a POESIA existiu antes de Pessoa, ou as pessoas apenas prenunciavam de maneira FRÍGIDA aquilo que seria mais tarde, o cume do calor e coisa alguma nas mãos e NEURÔNIOS daquele fustigado senhor português de CARAS, bocas e personalidades instintivas.
Depois dele, não se OUSOU conter em vestígios o que em VERSOS não seria mais dito.
E todos nós, modernos mudamos as CATARSES, os contatos e leituras pelas palavras ditas por ele, e por assim dizer, também por ele caladas.
Esquecimento, uma palavra tão ASSEMELHADA com suas nuances, que até mesmo sendo inesquecível em tantos ANOS, a gente nunca lembra de perdê-lo nas memórias vãs do que reside entre o ÓCIO e o verbo.
Eu que nunca soube ESCREVER, também me contive em dizer COISAS por aqui.
Não que a ignorância me seja CURSIVA, a ponto de eu forjar meandros desse que fingidor
negava a própria ordem de dor e dormência. Não seria eu tão capaz assim.
Apenas é certo que SUPOR incertezas é o único papel que se encaixa em minha pobre LEITURA admoestadora que é, do que se leva das folhas em branco no desassossego.
Por hora, me BASTA saber que a palavra serve somente para CONFUNDIR.
Explicação é COISA que só o silêncio pode enunciar.

ENTREATO

Do lado de DENTRO da coxia
te espio.
ESPREITO a tua espera
pela minha CHEGADA.
CHEGO perto
me adormeço em PRÉSTIMOS
te empresto o MEU
abstrato SILÊNCIO
descarto os ASTROS
e cartas.

Entro em CENA
enceno o CERTO
peço a tua MÃO
e te engano com FATOS.
Dou-te a VERDADE para viveres
e VASCULHO em tuas mentiras
um TRAÇO que me sirva
de PARTE.

Num IMPROVISO sem arte
colo em tua BOCA o meu
sorriso
e APAGO da memória
os teus MOTIVOS de estar
aqui.

DESCONEXO


Prefiro o DESCONTROLE dos ataques ferozes
duma GUERRA sem fim
do que o DESCONSERTO d'um quarto vazio.
Antes o DESCONEXO
que o desencontro.
ACEITO o desconforto
nunca o desencargo.

26 de jun. de 2011

AO MEU AMOR

Por assim dizer: Eu descobri que AMAVA, quando na simplicidade dos gestos, a gente se entendia (entende). E não preciso de demasiadas demonstrações para dormir tranquilo. A minha (nossa) PAZ reside na incerteza de que futuro é verdadeiro, porque é agora que me (te) presenteio.

CONVITE


‎"Por que você não me visita? Aqui tem sons, poesia, pormenores alegres e EU".

E só aí eu lembro,
que ESQUECER
é o mesmo que ter te perdido.
Lá no não sei onde
nas PROFUNDEZAS
do nunca vi.
E como numa ALEGRIA de rebanho
eu me PUS a suprir a geladeira
de SORVETES e sinuosas lembranças que guardei.
Verti as lágrimas em LINDOS luares
liguei as LUZES
listei FUTUROS
previ.

Não quis RELEMBRAR as tuas vestes de inverno
como numa REPRISE de novela.
E quando TU chegaste
eu sabia que ERA a nossa última vez juntos,
porque em MINHA matemática
a soma só se permite
quando dois NÚMEROS desejam
ser APENAS um.
Uma matemática muda
de MOVER céus e lençóis nos abraços calados
das manhãs de DOMINGO.

Você e EU rindo
das amarguras que vivem do outro lado da rua
eu e VOCÊ seguindo
subindo LADEIRAS de querer
e descendo na incandescência
dos dentes por ENTRE a pele um do outro.

AUTO-RETRATO 2

Só entendi o SIGNIFICADO de maturidade, quando não precisei mais bater junto com um coração alheio. Fui seguindo, fui sanando meus DEFEITOS e duvidando da perfeição. Assim, nos ERROS eu cri numa ordem inversa de SOLIDÃO.

ENTRETANTO

Entretanto,
não FOI difícil dizer adeus.
Aos meus AMORES antigos
e AMIGOS perdidos no tempo
eu DEIXEI partes dos olhos
amarelecidos pelas FOTOS abandonadas
no QUARTO.
Aos AMORES futuros
eu deixo PUROS abraços
ATRASOS no relógio do beijo
o EIXO da boca firmado
no LADO do rosto.

25 de jun. de 2011

DRAMA 1º ATO

Meus SORRISOS largados a ermo
pelos CANTOS casa
são ESTRAGOS que a vida
deixou em MIM.

DESTERRO

Eu não SEI mais o que dizer,
se DIGO coisas sem sentir
e SINTO tanto o que não posso propor
em PALAVRAS vãs.
Foi na DISTÂNCIA que guardei entre
teus DEDOS e meu ABRAÇO
que RESIDE a onipresença
dos meus APELOS.

Não, não VOLTE.

24 de jun. de 2011

PUNGENTE

Enquanto as LÁGRIMAS se escondem
no DETRÁS dos olhos,
o SORRISO se faz pungente
por sobre o GOSTO amargo do
prazer DERRAMADO em teu corpo.
GOZO e algazarra já não
frequentam o MESMO instante
em minha CARNE.

23 de jun. de 2011

TENHO MEDO

Há um VAZIO esgueirando-se na minha cadência
soluçando SILENCIOSAMENTE pelos cantos
me FAZENDO sentir o FRIO que reside no ANTE-amor
na ANTI-cor dos olhos de quem não pertence
ao meu HORIZONTE.
Se me PERGUNTO, por que?
A resposta ÓBVIA não se compõe em palavras,
mas em VISÕES de dor e dormência
que nunca TIVE, mas tenho medo.

TRECHOS

Esperando
estirado na estrada
escutando o VASTO som da batalha
sonhando sem sentir
esculpindo o findar
indo.

ANTES

O que antes ERA certeza
hoje é SERTÃO,
seco e sozinho,
um NINHO vazio,
e tanto querer BEM aprisionado
no CANTO do pássaro que
FUI.

22 de jun. de 2011

DESGOSTOS

No entorno das HORAS
as glórias de uma vida sem PERIGOS
se PERDE.
Cede aos CAPRICHOS do querer
e foge.
A vida se esvai em nossas mãos
e morre, sem que percebamos se quer
que VIVEMOS.
Por isso mesmo os FILMES ante a morte
sempre SUCEDEM imagens que nunca
vivemos.
É disso que tenho MEDO:

Da morte que não pede licença
e da SORTE que nos engana a contento
do agora.

AQUI, ALI, EM QUALQUER LUGAR

Aqui,
TUDO é superlativo
e ABSOLUTO.

21 de jun. de 2011

NOVEAU

Coração pairado
no árduo sorriso que estiro
em sua boca,
quente-fria,
calma e forte.
Eram nossas bocas na pintura
que emolduravam as alegrias alheias,
em muros pichados,
em arte noveau.

TELA BRANCA

Na janela,
me perco na tela branca do sem fim
e sonho sentindo o frio
fantasiar carícias em sua pele.

NÓS

É na minha DESCOMPOSTURA

que habita o teu calor, fugídeo.

Calor que não te PERTENCE,

embora viva em teu corpo,

nos meus olhos.

CALOR que me abusa a pele

as pontas dos DEDOS,

e eu LAMBUZADO de teu cheiro

CHORO a presença que é pouca

ainda que CONTÍNUA.

Era de VOCÊ ser em mim a carne,

que eu seria o PRAZER,

nós em partes públicas de passar as mãos

e PULSAR, pulsar.

MANCHADO

Estou MANCHADO dessa saudade
que me OBSCURECE


CRESCE em mim como inverno,
se SERVE do meu calor
das MINHAS mãos
meus APELOS.

20 de jun. de 2011

CO-IRMÃOS

PRAZER e decepção são co-irmãos.
Pesam na alma como PESAM corpos e silêncio.

19 de jun. de 2011

DELÍRIO

Odeio dogmas,
mentiras e onipresenças.
As pessoas acham que tem resposta prá tudo,
mas se esquecem
que o ser humano,
justamente por se humanizar,
perdeu a finitude
daquilo que é mensurável.
Somos amplos demais para nós mesmos.

NO COMENT

E resta aos que AMAM enganar a inexorável dor.

FRASE DO DIA

Paraíso
é qualquer LUGAR
que eu possa me perder
de vez em quando.

TE SINTO

TE sinto em saudade
como NUM desses cortes
que não CURAM
e a GENTE se apega
a DOR.
É como FRIO que corta
e acaricia
uma DOR latente que alicia
alumia os OLHOS
e massacra a alma.
Na LEMBRANÇA te guardo
na BOCA te aconselho
nas HORAS acerto o desespero de tua ida.

18 de jun. de 2011

MAIS CEDO

Enquanto LÁ fora
nossas mãos se davam num
ABRAÇO intenso,
aqui dentro
MEU corpo saudava seu sorriso
num CALOR imenso.

AQUI JAZ

POESIA rara se faz no lamento incerto
do que é certo ao coração.
PROBLEMA de quem acha que sabe
tudo
é PERDER nessa sabedoria
achando que ENCONTROU o caminho.
Aqui JAZ aquele que para saber tudo
precisou esquecer BOA parte da
sabedoria que TINHA,
e na ignorância PÔDE, enfim
lançar-se sem redomas,
sem REMENDOS nem versos.

17 de jun. de 2011

DEGREDO

Tem uma música que eu guardo
SEMPRE no silêncio.
Uma música de CHUVA nos olhos
música de mágoa.
A essa música dei o nome
de DEGREDO.





PRESENÇA

Tudo que SEI
se confunde com minhas dúvidas.
As RUBRAS palavras ditas no ouvido
eu LIDO bem,
deixo-as BURLAR minhas mágoas
moro-as em MIM.
É um UNIVERSO que sei
longe
e MEÇO a tua presença em cartas,
CORDÉIS e contos cantados.
Se não te PEÇO que voltes
é só porque o REGRESSO
é retroceder
REVER uma vida que segue.
SE tu VOLTAS, a gente se perde
na IDA.

16 de jun. de 2011

POR ASSIM DIZER

A arte é REDENTORA
da morte
MENTIRAS
e mazelas.

SOU EU

SOU só um refrão
REFLEXO do vão.
Uma música em FALSO
um passo destemido
um IDO.

15 de jun. de 2011

POR VEZES

As vezes a VONTADE que tenho
é beber o mundo
esvaziar o CHÃO
tornar-me cheio de mudanças e MUNDANAS
alegrias.
Outrora,
a HORA de partida me atrasa
e eu quero DEGLUTIR a pressa
aprisionar os MEDOS
medir os PASSOS
passear em teus ABRAÇOS.
Mas, não é possível me APROXIMAR,
porque eu SIGO
eu subo COLINAS
saio do SÉRIO
fujo da SECA, nesse meu sertão sentido.
As VEZES visito a vida
noutras vezes, a ESPIO
longe
LINDA
lamentavelmente BOA.

14 de jun. de 2011

DESENTENDO

Não sei SE só
e tão SOMENTE
eu tenho ficado VELHO rápido demais
ou, se o COMPONENTE desacerto
tem acelerado as coisas.
TENHO a sensação que
perder o CONTROLE
é o máximo de SUBVERSÃO
que ASSOMO em meus não-limites,
enquanto que ONTEM
a minha arte RESIDIA
na fuga,
no DESENCONTRO.
Eu já desentendo TUDO isso.

13 de jun. de 2011

ANALOGIAS

É muita coragem de SER
o que se é
na carnificina autofágica
de viver sem o tesão necessário.
Somos todos um bando
de desenbestados na vida,
sem nem entender
a falta de significados
do acordar diário.
A vida tem rimado muito
com desmantelo.

12 de jun. de 2011

QUESTÃO DE TER

TENHO saudade dos planos
que DESFIZ
das contas que
REFIZ
SAUDADE dos beijos.

Eu tenho CARTAS na manga
tantas PLANTAS e nenhuma flor.

Eu tenho VERSOS indiscretos
verbos INCORRETOS
tenho sérios ENREDOS.

Tenho MEDO
tenho PREÇOS,
mas esqueço que TENHO-os.

11 de jun. de 2011

LIVRE

Livre e SINCERO
leve
pouco LÚCIDO
nada ETÉREO.
é um LIVRO aberto esse
de viver os DIAS
duvidando das HORAS
domesticando o silêncio
destinado.
Ao LADO do abraço
eu DESGOSTO da distância
e APROVO a diferença,
lenta
DESSAS que a gente vê quando
já é tarde
está dentro.

DO AMOR

E que se diga sempre COM calor:


Amo você bem quente,
bem longe.
Te amo nos arredores
dos OLHOS
e na distância do teu CHEIRO.

DIA DOS NAMORADOS

Eu teria POUCO a dizer
se não FOSSE essa luta interna
entre merecer e MORTIFICAR-se pelas certezas
que carreguei.
São nos LAÇOS desfeitos
de ontem,
que eu CONDENEI o meu amanhã
à IRREMEDIÁVEL felicidade
que me persegue
e TECE olhares e sorrisos
suados.

10 de jun. de 2011

DEIXO-ME IR

No VEIO raro desse acaso que nos une
o LUME dos seus olhos
me ACESSA os pensamentos,
que LENTOS me alteram as rotas
e QUEREM me acompanhar.
Deixo-me IR em braços que
desconheço,
cresço.

9 de jun. de 2011

ME DESPINDO


Ser CANALHA nunca foi um truque ou disfarce.
Sempre foi a VERDADE crua.
Beijar as BOCAS e guardar mentiras entre os dentes
sonhar AMORES e viver em busca de aventuras.
A duras penas verti o que era canalhice
em RAZÃO,
tornei-me PRÁTICO
fatidicamente HUMANO
inconsequentemente VERDADEIRO.
Fui perdendo o tom
o TINO
me tingindo de clareza
e a obscuridade daquilo que era dito
ao pé do OUVIDO, calou-se.
E, enfim tornei-me CEGO,
na certeza que o certo
é sempre INDIGESTO para os que gostam
da DESORDEM.

In PERFEITO

Imperfeito,
introjetado no LAÇO aberto,
um NÓ de amarras fortes.
INSUSPEITO,
no leito que CHORA
re-decora as lágrimas com
sorrisos e LAMENTOS bobos,
um louco.
Insatisfeito,
revendo as CONTAS nunca pagas
no peito
rola na CAMA sozinho
um NINHO absoluto de
dor.

Na cor que a CHUVA lá fora mostra
a ALMA indolor se perde
em inúmeras mentiras de PORVIR
e viver bem.
Se BEM que a verdade crepita
nas BOCAS como em troca
se DEIXA o copo pro deleite.

8 de jun. de 2011

VIDA

E eu espalhando VIDA em litros de luz
e ilusões
DEIXANDO a ermo os riscos de uma cor
comum
e COBRINDO com giz o sol no chão
rasgado de SAUDADES.
A minha carne se converte em
colisão quando a TUA pele se agita
em minhas MÃOS.

TUDO

Tudo em mim é SAUDADE
se em você é despedida.

TUDO em mim é parada
se em VOCÊ há partida.

Tudo em MIM é desordem
se EM você é avenida.

Tudo em mim é PARTE
SE em você eu sou medida.

CIO

Olhando teu RECORTE nu
na CAMA
me PERCO em te querer
e te PROVER d'uma alegria
que me HABITA nas noites de frio.
No CIO
a gente se ESQUECE de se saber
da vida
e SAI em disparada energia
a CONSUMIR os cheiros
as HORAS
as bocas TODAS vermelhas
em ETERNA elegia.
Ah, seu eu PUDESSE
conter esse meu APELO...

A vida seria tão menos AZUL que agora.

Embora eu queira o teu tom moreno
em mim,
eu deixo ENFIM a minha noite
morrer nos lençóis BRANCOS que nos
encobrem as DESVENTURAS
cruas de CARNE e carne somadas
formando um RIO
de gostos,
GASTANDO-nos
só no AFAGO dos dentes.

CORAÇÃO DOIDO

Quando meu CORAÇÃO quer
não pensa
não RESERVA paciência
tenta tudo o que quiser
e se DEBATE
e no front em COMBATE
arde
se deleita na própria dor.

7 de jun. de 2011

DESORIENTO

Tua casa
teus AFETOS
teus inteiros.
Em mim METADES,
em mim tu ardes.
Te desoriento.

6 de jun. de 2011

TAREFA

É uma TAREFA difícil ser o cara chato.
Mas, me recompenso sendo único.
A igualdade me incomoda.

5 de jun. de 2011

AUTO RETRATO

Eu SOU em parte
sexo
Um pouco de amor
e de sombras que me
assombram as VEZES.
Eu sou de experiências e buscas
olhares, à CORES
e sou diversão.
No mais de MIM
eu me deixo MARCAR pelo
ESPELHO.

PRÁ NÃO VOLTAR





Não me ESPERE
que distância FERE feito
dor
RÓI
destrói o nó,
nos deixa SÓ.

MAL DE MIM

Estou de mal de mim.
Co-existindo com minhas FANTASIAS
e reiterando meus ALENTOS.
Não acredito mais num PEITO que me engana
não CORTO mais os dedos em pactos comigo
não CORRO dos medos
nem BRIGO nas alegrias.
Estamos silenciando aos POUCOS os nossos
PAPOS
caindo na escuridão da DISTÂNCIA
em nossa cama,
estamos a SÓS, dividindo saudade
e saindo de NÓS,
finalmente conscientes.

4 de jun. de 2011

TIVE MEDO

Tive medo das HORAS de desconfiança
no relógio
medo dos NEGÓCIOS darem errado,
MEDO dos pecados.
Tive medo das ANGÚSTIAS
medo das balbúrdias
dos DESENCONTROS e desemaparos.
TIVE medo dos assaltos
medo das ESPERAS
das feras que habitam em mim.

No fim de TUDO eu tive medo da vida,
que finda no SONO e recomeça
na queda.

3 de jun. de 2011

TRANSA

Risos noturnos
ROSTOS enrubecidos,
ritos de amor e CONFISSÃO.
A gente se entendendo em corpos nús,
e a noite ESCONDENDO os meus medos.
Tua pele se abrindo
pro meu ABRAÇO,
teu ABRIGO me recebendo
infinito,
teu ACASO.
Meus LAÇOS te contorcendo em vestes,
na tua FESTA de soluços e arrepios
num GOZO imenso
em meu MAR de alegria
já não penso.

NUMA NOITE DESSAS

Foi numa NOITE fria
que tua pele quente
se rendeu à minha.

NUMA noite densa
que tua CALMA se perdeu
em minha aura tensa.

FOI numa noite dessas
que tua boca
me beijou às pressas.

Numa noite longe
que me TORNEI
seu homem.





Ao meu amor...

RECEITA DO DIA

Você quer FELICIDADE?
Então compre sorrisos,
venda saudades
e alugue um peito vazio.
O resto é só diversão.

DESENCANA

Ouça:

Já não dá prá esperar você chegar
nem ficar CALMINHO sonhando um amanhã que não chega.
Chega!

Chega mais PERTO
desencana
caia na minha CAMA
diz que me AMA (minta)
diz que QUER (tenha fé)
que o agora é nosso futuro.

1 de jun. de 2011

NÃO

Não caibo nos TEUS versos,
mas me ACOMODO em teu silêncio regresso,
teu GESTO.
Não SEI das tuas fugas,
mas JURO que te aceito, incerto
perto-LONGE
onde queiras CHEGAR.
Não somo em TUAS faltas,
altas noites
VINHOS alados,
fados cantados em mim, menor.
Não AMO,
mas atesto o afeto.

METADES

TALVEZ
sejamos um em busca do outro
que não SOMOS
nem temos.
PLANOS tortos
de dois pela METADE,
sabe?

31 de mai. de 2011

AS FARSAS

Nas ilusões
as FARSAS são uma arte que agregam
às verdades
a GRAÇA exata de se sentir vivo.

FASES

‎/Frio, frases, farsas, fossa.
As fases do dia se dividem em dúvidas\

30 de mai. de 2011

FUTURO

Aquilo que SERÁ futuro:
FRUTO.
AQUILO que será futuro:
fujo.
Aquilo que será FUTURO:
furo.
Aquilo QUE será futuro:
durou um minuto.

O EU DOMADO

Máximos.
Sempre fui dos EXCESSOS.
Quando adolescente, meus excessos eram de liderança.
Sempre impus as minhas vontades,
sem perverti as idéias alheias,
converti fiéis ao meu pensamento.
No intermédio entre a fase adulta e o fim da luminosidade
dos 18 anos,
os meus excessos eram das bebidas.
Alcoois, alforrias
tudo que me tirasse da realidade dura
do meu interior.
Ser quem eu era
era ser quem eu não queria.
EXCEDI nas mudanças
e me perdi nas ANDANÇAS
fui tantos, que as vezes não sabia mais voltar
a ser o eu, desavisado.
Fingi, faltei, falseei,
fui sincero com medidas perigosas.
Vesti camisas,
despi BERMUDAS,
vivi.
Fugi quando era de ficar
FIQUEI quando o fogo era incontrolável,
forjei.
Quando, enfim descubro o máximo daquilo que posso ser,
entendo que meu mínimo era o essencial
de ser MELHOR,
ser SENHOR de mim.

DIA CÚ

Me recuso a crer que a VIDA seja apenas uma festa de gente que se acha VIP,
nem que o FUTURO seja uma janela em branco esperando cores.
Tenho HORROR de acordar e esperar que deus lance sobre mim a sua compaixão,
caso ele e ela existam.
Me acostumei a SAIR de casa
sair das VESTES
me verter em chuva quando da seca no sertão
e me FAZER calor quando o frio urgia demasiado amor.
Mesmo desacreditando dos sentimentos
ao mesmo TEMPO o que me sobra são as expectativas.

MUITO

Muito de mim
foi-se perdendo nas ilusões
que detive nas mãos por anos.
Agora, esse que sou é metade
daquele que eu deveria ter sido.
É tudo descaso,
desuso.
Desfaço-me.

QUANTO?

Quantos FATOS passados deixaram
de EXISTIR por mero acaso?
Quantos CASOS de amor deixei de
VIVER de fato?
Quantos ATOS errados
quantos SALTOS "ferrados"
quantos ALTOS e baixos?
Quanto mais é PRECISO perder
para entender o mal trato?

29 de mai. de 2011

O AMOR

Amor
é quando DESARMADO o homem olha frente
ao CRIME desalmado da solidão e diz:

- Vem.
O amor não tem medo,
não o encara nem encarna FRACASSOS,
o amor é de aço e folhas
de ALGODÃO.

27 de mai. de 2011

EU, O PERDIDO

Era quase sempre a tarde que ele saía.
Perdia de si as CHAVES
e fazia chover na esquina.
De rimas TOLAS e perdizes
caiu na vida como quem CAI na avenida
em domingo de CARNAL aval
num fevereiro iluminado de TRIOS
e elétricos sons.
Sabia, sim que era doloroso deixar de ser
o patrimônio da RELAÇÃO
o pequeno troféu da ESTANTE.
Seu sorriso era o atestado certo de que
outrém FAZIA-se feliz com boca alheia.
E suas lágrimas, sempre fingidoras
por ANOS esconderam a decadência do amor
que já nasce FALIDO,
esse amor desmedido de QUERER ser para sempre.
Na tentativa de SOBREVIVER aos trancos
e barrancos,
FUGIU.
Figurou nas RUAS como quem busca
ardis nas pregas das palavras nunca ditas,
furtou ABRAÇOS alucinados de transeuntes
desavisados,
desabitou a si e ao mundo.
Sem saber que ele, o PERDIDO,
era eu de ontem,
me VI hoje,
meio VELHO
e tão jovem
MEIO fraco e tão viril,
meio MANCO e tão sereno no olhar.
SEM saber que eu sou ele, parido das vãs
filosofias
me APRENDO agora
falando
me ATENDO afora
calando
me APARO em arestas de outrora.

ANTI-BOMBA

Quando DESCOBRI que viver
era CAMINHAR em corda bamba
decidi TRABALHAR no esquadrão
anti-bombas
e BRINCAR de burlar a dor
como fosse a DOR apenas uma dimensão
mais FRÁGIL da dúvida.

RETRATO DA GENTE

Funciona assim:

Você fica LONGE
e tudo dá certo.
VOCÊ chega perto
e meu mundo DESABA.
Me achas bobo porque escrevo,
te acho VIL porque calas.
A gente se perdeu nas remotas emoções
dos CONTROLES de tv
sapeando CANAIS que ninguém vê,
saboreando SINAIS sem tê-los,
sabendo sem SABER.
Acho que a gente se esqueceu
quando o PRIMEIRO grito fez o mundo entender
que eu ERA velho demais para as suas
ARTES infantis
e TU eras demasiado alegre
para MEUS poucos sorrisos desvestidos
das tuas MENTIRAS.

AMO...

Amo
Porque gosto de doer na vida em primaveras mal vestidas.
AMO
PORQUE deveras sente o que eu não sentia ontem.
Amo
Porque quando se AFASTAS é na minha carne que dóis as distâncias entre nós.
Amo
Porque não SABER da vida era a mais querida fonte de saber de ti.
Amo
Porque não me PRENDES e eu não conheço a liberdade
PORQUE não te aqueço, mas o frio se afasta das nossas mãos
Porque não me acho, mas te PERCO em meus contornos
Porque me PASSO por fraco só prá te fazer o meu casaco,
porque CAIBO.

MAL DAS PERNAS

Deixo o NÓ na garganta
e a sós COMPONHO versos de uma música silenciosa
que CHORA e chora em mim
seus VERBOS de estado,
sem emoção.
Vou calando aos POUCOS as feridas que
abertas REVERBERAM dor e ignorância na saudade
vou TRAMANDO um amanhã menos moribundo
menos passional,
menos MAL das pernas.

25 de mai. de 2011

AMANHÃ

Amanhã espero eu, mais de perto
sem COR
sem perfume
sem NOME.
A manhã espera a dor em frente
ao CAIS
nos ais de amor perdido
no mais esquecido odor,
de ir e vir.
Amanhã a manhã estará translúcida.

E SÓ

Inevitavelmente, só.
O mundo me empresta
gentes de tantas versões,
e mesmo assim,
sentir-se e só
é coisa que não sai de mim.
Não sofro de nada nem de ninguém.

24 de mai. de 2011

O QUE É

VOCÊ ignora o precipício
CEGA meu artifício
quer do meu
o que é DIFÍCIL.
Livros jogados no chão
LIVRO-me da dor do desassossego,
CHEGO perto
quero esse teu ofício.




RECADO

O que há de RESTO
é a diferença entre intenção
e GESTO.




23 de mai. de 2011

O DISCURSO

Insone

SOMEM de mim os argumentos

TENTO e não lembro.

Deixo o VENTO seguir sem direção,

PORQUE

quero da dor

o DISCURSO.

ACIDEZ


As vezes,
FAZER poesia é criar tumulto.

ARDIS

Sabe o que mais gosto de ver nas PESSOAS?
A autoafirmação.
Me admiro demais QUANDO é preciso mentir
para não precisar MORRER.




Auto-estima é mais que personalismo ou
auto-nomeação.

DESABAFO

Brasileiro é um povo engraçado.
Diria eu, bobo mesmo, além de simplório e inconstante.
Somos todos pré-pós-tudo menos modernos.
Transamos prostitutas e TRAVESTIS,
transamos todas as DROGAS,
religiões e cultos são um CALDEIRÃO.
Multi culturas, multi mentiras,
MULTI misturas disso e daquilo que não é nosso.
Somos um paralelo entre o BOM português ruim,
o MAU indígena
e o NEGRO indolente.
A gente torce PRO Ajax, Real MADRI e Boca Juniors,
a gente CORRE na expectativa de não perder
o VAPOR vulgar
e vulgarizamos nossas LOIRAS,
nossas TOLAS morenas,
nossas meninas.
A gente torce pro casal da NOVELA terminar juntos,
mas os casais reais são esperados com fervor
em seu DIVÓRCIO.
Do ócio, a gente FEZ música,
do MALDIZER a gente criou pré-conceitos,
pretextos para FERIR.
Há quem goste de homem
de MULHER e consegue dissociar.
Eu gosto dos DOIS e por isso mesmo sou alvo,
sou fácil nas PIADAS e difícil no entendimento.
Quer SABER?
Enquanto vocês brincam de fingir que não estão nem aí,
eu não estou nem aí.
É fácil eu furtar-me de qualquer intenção se assim
for mais FÁCIL ainda me sentir melhor
que um bando pessoas menores e
piores que todo o resto de um mundo gigante
e pequeno.

VOU EM PARTIR

Vou em PARTIR
eu vou partir o meu AMOR
em mar.
Eu quero MAIS é me perder
no CAIS do teu sorriso
me acontecer no TALVEZ
do teu abrigo.

20 de mai. de 2011

SOFRI

Na ilusão da casa VAZIA
eu me perdia às tardes e tormentas noturnas
sonhando AMORES e futuros que não existiriam.
Cri que Freud resolveria meus casos,
vi que Wood Allen me descrevia em suas fraquezas cinematográficas
e FÚTEIS, frágeis demais.
Era isso, o eu,
um emaranhado de COISAS,
carmas
condições de DOR e sorrisos largos ao fundo.
E o fundo era falso.
Forjei VIDA em ferro quente
forcei a FECHADURA da saudade, e ainda sofri
de SILÊNCIO e solidão.

É ISSO

Amor é coisa de sair de si e ir morar ali,
no outro.

19 de mai. de 2011

POESIA ENCARNADA

Para além das farsas
das FRASES de efeito
do jeito que tu me olhavas
eu VI o tempo correr fora das horas
relógios PARADOS me dizendo minutos
e ponteiros CALADOS me fazendo ir.
Saí de sua VIDA como uma dor que
é acorrentada no vício dos medicamentos:

E lá se FORAM caixas de paroxetina,
e eu tinha mesmo que parar com isso.
Foram drágeas e mais drágeas de rivotril,
porque no RIO que eu seguia
você não era mais a minha alegria.

E de longe
num mundo de MORTOS e feridos
eu cresci
me ENDURECENDO
me calando
ROENDO as unhas
rasgando as roupas que te traziam em perfume
ME RECOMEÇANDO aos poucos,
e agora a pouco me lembrei que esqueci você.
Vês?

POESIA ENCARNADA

Para além das farsas
das FRASES de efeito
do jeito que tu me olhavas
eu VI o tempo correr fora das horas
relógios PARADOS me dizendo minutos
e ponteiros CALADOS me fazendo ir.
Saí de sua VIDA como uma dor que
é acorrentada no vício dos medicamentos:

E lá se FORAM caixas de paroxetina,
e eu tinha mesmo que parar com isso.
Foram drágeas e mais drágeas de rivotril,
porque no RIO que eu seguia
você não era mais a minha alegria.

E de longe
num mundo de MORTOS e feridos
eu cresci
me ENDURECENDO
me calando
ROENDO as unhas
rasgando as roupas que te traziam em perfume
ME RECOMEÇANDO aos poucos,
e agora a pouco me lembrei que esqueci você.
Vês?

TODAS AS MÃES MENTEM

Lembro-me com certa saudade do tempo
em que problemas eram apenas os de matemática em sala de aula,
que ausência era a luz apagada à noite, quando dormia.
Dor?
Era apenas resultado das quedas e patinadas no asfalto, com a bola.
Todas as mães mentem,
quando negam a nossa fraqueza
quando REGAM nossas certezas, ainda que falsas,
quando sonham FUTUROS indizíveis.
A vida era mais simples,
menos intrigante,
mais colorida, com sóis de giz na calçaca
com a alma leve mais que agora.
Afora os medos que sentia
da chuva
dos RESTOS
da ruas
era bom ser gente, infante.
Agora, velho
admito culpas, que antes não tinha
assumo VERDADES que não queria,
alugo sorrisos.
Hoje, já não é mais hoje,
porque me perdi ontem na campina de sonhos
que não sonhei.

15 de mai. de 2011

AO AMOR VIVIDO

Tão nova sensação
tão VELHOS instintos.
Tudo atirado a ERMO no chuveiro,
sem ROUPAS
nas loucas TENTAÇÕES de morder
e ter na BOCA a tua
carne, MOLHANDO a alma
aliterando as FALTAS todas,
nos compondo em DUO,
uníssonos.
Era de SER assim,
nós
um SÓ
saindo de SI
subvertendo SONS
salvando-se do MAL,
maldizendo a SOLIDÃO.
Éramos nós
SEDENTOS
suando
sobrevivendo NA saudade
de amanhã.

AGORA, SÓ

Ainda sem entender,
sem questionar, sem mais.
Ainda MUDO, ainda mudo daqui.
AINDA sem jeito
com GESTOS aturdidos,
sem ROSTO.
Os restos de mim
se ANUNCIANDO só,
e só agora CAÍ em mim.

14 de mai. de 2011

NEM SONHOS

Perco o SOM
deixo o silêncio invadir minhas horas
e como HASTES
eu deixo a dor me levantar
em meio ao DERRADEIRO dia de
carnaval.
Já não tem BANDAS que passam
nem SONHOS de mascarados amantes.
O que antes era ALEGRIA
agora é canção de sal.
Versando num BANCO de praça
as LÁGRIMAS correm
caem ao CHÃO.
A mão da noite me obscurece os olhos,
e olho no SEM fim.

LIE

Existem dois tipos de MENTIRA.

A mentira SURDA,

aquela em que você mente sobre si,

porque o mundo não se interessa por você.

E a mentira cega,

que é aquela que te faz ferir sem ver

o quanto dói no outro a infâmia.

AÇÚCAR E AFETO

Sempre achei que o amor tinha o gosto doce de incertezas

8 de mai. de 2011

TUDO ACABA

‎/Um dia o amor acaba.
E eis que ABRACADABRA
você se descobre sem nada,
e em paz.
No CAIS, a falta de cor
no LEME do barco, a dor desviada
uma ARMA calada em riste,
você AGORA triste.
Amor é coisa de perder a cabeça!\




TODO MUNDO TEM UM ZÉ

Todo mundo tem um ZÉ.
Um Zé caroço,
Zé LELÉ,
Zé de onde vier.
A gente muda
muitas vezes em FUGA
e o Zé da gente não nos
larga do PÉ.
Todo mundo TEM um Zé.
Desses que quer amar
quer QUERER se deixar amar,
quer.
O meu Zé diz que é seu,
mas meu não é.
O meu Zé tem sorrisos silentes
saudades LATENTES
tem samba no pé.
O meu Zé me ama,
mas não SABE que me quer.

SAUDADE

Símbolos,
SAMBAS e sonoras dores.
SEXOS,
sinos e suores doces.
Doses,
dias sem te ver,
dormência.
Saudade tem muitas conotações,
mas em mim
APENAS dói.

4 de mai. de 2011

ASSUNTO

Entretanto,
AGORA parece sempre melhor que antes.
AFORA isso
eu gosto das coisas
nunca DITAS.

TUDO ERRADO

E quando você descobre que está tudo errado?
Quando percebe que seus livros estão fora do lugar,
as ROUPAS desfeitas e sujas,
a COMIDA fora do armário
e a TV ainda ligada, depois de 5 dias.
E quando a VIDA parece errada?
As horas correndo prá TRÁS,
o ÁS no jogo é sempre perdido,
os IDOS parecem sempre mais certos,
tão perto.
E quando o CORPO pede silêncio?
Os olhos querem deitar-se no escuro,
os BRAÇOS pedem calmaria
as VIAS já não respiram mais com calma,
tudo está sem alma.
E quando GENTE já não interessa?
Ah, sobre isso não TENHA pressa,
gostar é coisa de início,
DEPOIS a gente sempre espera menos
até não esperar MAIS
e fechar as portas.
Aí sim, tudo estará certo.

RESPOSTA

É do que vivo:
Dos encontros e das intensas buscas.

2 de mai. de 2011

ME RECOMEÇANDO

ME recompondo do CANSAÇO
me REFAZENDO das batalhas
me recomeçando nas areias ALHEIAS
nos pés, ainda TORTURADOS.
Me TRAZENDO um chá
me CABENDO no sofá
me ASSISTINDO dormir, alado nos
ares da SALA vazia.
Me tendo, enfim.

1 de mai. de 2011

SONHAR

Já me PERDI no sonho de ser melhor.
HOJE sou melhor sonhando
de NÃO estar só.

SOL DA MEIA-NOITE

Já era meia-noite e o SOL vinha
adivinhando DESEJOS
tinha em suas MÃOS a
senha minha.
Ria e esquentava a
VARANDA
iluminava as CIRANDAS de chorar
me FAZIA bem
e te fazia CANTAR.
O sol da MEIA-noite
era o nosso SIM
à fantasia.

SENTIDO, SENTIDO

Qual o SENTIDO da vida?

Sempre que me fazem essa pergunta, eu nada DIGO.
Nunca pensei, nunca contei nos DEDOS os dias das festas,
nem esperei nas JANELAS alguém de longe chegar.
Nunca nem se quer eu QUIS saber de onde viemos, onde iremos
e POR QUE aqui paramos.
Sei que tudo é uma FARSA
porque viver é morrer aos POUCOS
é ganhar e perder
é SER menos quando sozinhos
e mais quando se ALTERA rotas e rotinas frias.
Eu nunca tentei ESCALAR paredes
atravessar a REDE nos jogos
nem GRITAR gol, caso não fosse meu time jogando.
Acho engraçado isso
de PERDER-se em paixões imensas
ouvir o OUTRO sem nada dizer
olhar as ESTRELAS, simplesmente.
AS vezes, eu penso que o SENTIDO da vida
está à direita,
mas como opção humana
eu SEMPRE escolho a esquerda.
Afinal, como REGRA eu sempre quero
a exceção.

30 de abr. de 2011

MAIO

Amor é coisa de colher saudade e saborear suas vestes.

DE CASA

Hoje eu saí de CASA
saí de MIM
surgi no caos da ESCURIDÃO
sorri sozinho
SUBI escadas, enfim senti.

29 de abr. de 2011

ERA UMA VEZ O AMOR

Era uma vez o amor.
Talhado a FERRO e fogo no corredor dos quereres
e se TINGIU de vermelho para fugir
do fogo.
Besta que era o amor,
pois se do fogo nascem os amantes.
Era uma VEZ um bobo
que na CARNE do outro se esfregava
entregava seu cheiro como em matinês se entregam
alegrias tolas às crianças que correm
e caem e choram de GOSTAR tanto.
Ser feliz sempre foi uma coisa infante.
Era uma vez, os DOIS.
Era domigo e já era de tarde, dessas que ardem a pele
de CALOR e frio.
Estavam eles,
lúcidos e decididos, coisa paradoxal e perfeita,
entretidos apenas pelo gosto que da BOCA do outro
sorvia.
O que se via era vida nascendo ali.
E a família estava completa:
Eu, Você e o Amor,
a gente, agora um só narrando o tempo que deixou de passar
em nossa frente.





Blá Blá Blá

Blá Blá Blá

Dizem que eu falo muito?
Eu falo muito?
Não, não, eu não falo muito não.
É que eu odeio atalhar as coisas, torná-las sombriamente simples e sem criatividade.
Eu nasci prá adorar me perder em conversas fiadas, dessas de nunca mais se acabar.
Por isso me fiz Psicólogo, não para falar,
mas para pelo menos agora, 26 anos depois de tanta falácia,
eu pudesse deixar o mundo "trovejar" seus dizeres,
deixar essa gente toda gritar e chorar e contar suas mentiras e façanhas.

Já não me importo mais em ser tachado de linguarudo.
Nunca gostei de segredos, por isso, no exercício de viver tentei sempre manter-se claro.
Digo mesmo e digo tudo, sem vergonha
sem assombros.
Nunca fui um bom garoto, mas de todo o mau também não fui.
Acho que na dosagem perfeita entre o bem, o mal e o que é certo prá mim,
vivi em medidas certeiras.

Há quem diga que não suporta ficar perto em mim,
porque é um monólogo sem graça me entender e supor realidade,
se no meu mundo o cinema é mudo e eu que o comento,
se as músicas são todas silenciosas, porque são minhas poesias
que se aglomeram em Dós e Lá maior.
Mas, e daí?
Isso é fruto da minha convicção de que a vida só é vida
se for VESTIDA de quereres, e eu quis o tempo todo.

E quem não gosta...
Bosta prá vocês, eu já cansei de tentar e tentar fazer a gente toda do mundo
me gostar.
E quem me GOSTA?
Pode apostar que gosto.





28 de abr. de 2011

A VIDA COMO ELA É

A vida VISTA desse lado
parece tão SIMPLES,
quase nem DÓI,
insípida
sem SENTIR.
A vida do LADO de cá
é FORTE,
as vezes fria,
mas nos DEIXA sempre
com dores nos braços
de TANTO carregar problemas
e PROMESSAS.
Nos olhos,
um ACORDO
e na BOCA os beijos todos
deixados no BATENTE.

AO AMOR SENTIDO

Abordo das minhas intenções
fujo.
Ou melhor, ESCONDO-me de mim,
me despeço
me ACOLHO na distâncaia
denomino-me, FIM.

A certeza de PARIR o amor
é fazer nascer das mãos
a música,
único mistério dos meus
APELOS.

Parto-me
paro os carros na contramão,
contra mim.

CARTAS

Nas CARTAS,
deixo apenas o destino inscrito,
seus passos.
Que dos RELATOS,
apenas faço CERTAS as juras
de amor e menção de SONHOS,
meus RASTROS.

27 de abr. de 2011

O AMOR SOFRE

O amor SOFRE de mim
das minhas ALUSÕES carmim,
meus AFINCOS.
O AMOR que me acerta em cheio
sofre dos MEUS encontros,
dos DESCONTOS que peço,
dos contos que CALEI.
O amor sofre de mim
e das MINHAS esperas.

SEM RASTROS

Enquanto APRESSO o passo e desapareço na imensidão das horas
a FLAUTA cala o som e alma se desespera.
A fera que HABITA em meus instintos acelera o hábito
de QUERER afeto.
Desfaço as FRASES e fujo.
Figuro PASMO do lado de cá do asfalto,
sem rastros.

25 de abr. de 2011

ORAÇÃO

Não QUERO mais ver olhos sangrarem
nem ALMA pedir cama
ou CORPO, alento.
Cansei das DORES
das dormência e maus odores.
Não quero ARMAS
nem mortes.
Que a SORTE da gente seja
PROTEGER o outro
e no OUTRO viver.





AMAR É... Parte 1

AMAS
é perder-se na imensidão da FALTA
e sentir-se acompanhado
mesmo na SOLIDÃO latente.
Quem AMA não sente que ama,
mas emana ao MUNDO o calor
desconhecido das paixões.

VOCÊ E EU

Você me ESFREGA
me estraga
ME consola e
me ALIMENTA.
Entra e não quer mais sair,
VEM de dentro
e sai por fora de mim.
VOCÊ me afeta
me ACERTA e apressa
o gozo, enfim.
Você CARREGA
todos os MEUS medos
e os JOGA bem longe de mim.

24 de abr. de 2011

ONTEM

Eu TENHO medo de amar demais
e SOFRER no excesso dos abraços.
MEDO de acordar e perder
os mínimos TRAÇOS de memória que
me RESTAM.
Medo das HORAS que não passam,
mas nos ENVELHECEM,
medo do novo.
Quando é CEDO
eu quero tanto que ANOITEÇA
e nas noites, meu medo
é VIVER a espreita da tua
CHEGADA,
por isso eu SAIO
busco desconhecer de novo
o TEU caminho e me escapo.
ME farto de tanto te achar
e mesmo assim te ESQUEÇO,
longe
por ENTRE os desastres
no ANTES de agora,
ontem.

QUERERES

Eu quero DORMIR para sempre
e por ISSO mesmo
não dormir NUNCA mais.
Quero PÔR fogo na casa
e na BRASA entender que demorei
tanto prá fazer o essencial disso.
Quero um DIA ensolarado
e de INSOLAÇÃO padecer no
agosto que VEM.
Quero amar
o AMOR
e por ISSO mesmo
nunca me deixar enredar
por ELE.




FEAR OF THE DARK

E de repente a LUZ se acende
e rende todos que EMERGEM da escuridão.
No medo e NA doçura
a FUGA é sempre a melhor
opção.

23 de abr. de 2011

PARTE

1/4 de MIM se assusta com a tua ausência
e TODO o resto te procura
entre as ROUPAS suadas
nas ENTRADAS e saídas de casa
nas CAUSAS
entre os QUADROS.





22 de abr. de 2011

POR CERTO

Ao menos na dor
a GENTE reconhece as certezas que não temos
e no SILÊNCIO
há sempre o som daquilo que
não se SOUBE verter em verbos.

PERIGAS VER

Na TRISTEZA amarelecida dos seus olhos
eu VI um passado
de FARTAS mentiras e sorrisos
escandalizados em SETEMBRO.
Perigas VER em futuro próximo
um PRESENTE contido
uns BRINCOS atirados ao chão,
ALIANÇAS ameaçadas de despejo,
os BEIJOS afastados.
Já não EXISTEM escafandristas prá
te esquadrinhar a VIDA
nem as ÁGUAS previstas em
INVERNOS.
Então invento
a TUA chegada
a minha PRESENÇA
o ESCAPE.





21 de abr. de 2011

AFAGO

Arrasto minhas CORRENTES
por entre os dedos largos deixados ao léu
e nada DISSO contempla a vida como antes,
mesmo que ANTES nada fosse igual.
Deixo a DAMA de sal em seu castelo e saio a carregar
suores no calor GÉLIDO da distância em Abril.
O rio congelado do LADO de lá do mundo
me ABRIGA em grotas de nunca mais me encontrar.
Nas CASAMATAS descobertas entre o meu silêncio
e a TUA dor residem fartos desejos
e SORRISOS trancafiados sem saber porquê.
Nos GESTOS um abalo sísmico,
nos RESTOS de prazer a nossa herança,
nos LENÇOS apenas lágrimas secas de ontem,
nos VERBOS a doçura acalentada em desespero.
Um erro.

FLUXO

Seguem.
Assim como seguem águas, o dia segue e perde a sua cor na noite.
As ESTAÇÕES seguem, e o que era calor e luz torna-se frio e bruma, ainda
que leve.
As pessoas SEGUEM
e chegam aos seus destinos,
perdem-se nos CAMINHOS
choram em DESALINHO
sofrem, e seguem.
O cio deixa-se ir ao ENCONTRO do gozo
o vil CORRE ao encontro do torpe
o ninho ESPERA que cheguem novos pássaros
cantantes.
No fluxo INEXATO da promessa
essa é a minha CARTA de desconexas regras:

- Ir. Chegar é apenas mero detalhe.

MODO On

No percurso de ser gente
as vezes é tão DÍFICIL não ser personagem.

NA PALAVRA ANTIGA

Aconteceu,
era INDEFINDO em mim
tudo o que se PASSAVA
toda a forma de VIDA que
me enxergava,
mas EU via,
eu SABIA que era
isso, o DÚBIO.
Tudo podia SER igual e
diferente,
RENTE com minhas reclamações.
Tava CLARO,
pesado demais aos meus
OMBROS,
e eu ERA somente um pedaço,
faltoso que ERA com as minhas
lamentações.
Tudo era FRIO,
mas era QUENTE,
e o gelo que emanava do meu
CORPO maldizia a minha
VIVÊNCIA.
Era torpe,
cintilantemente FOSCO
eu era VISTO.
Do lado de CÁ é mais interessante,
(Eu mentia a MIM mesmo),
e quem PASSAVA queria ter a certeza,
e nunca TERIA.
Seria impossível ESTAR ao meu
LADO,
se de frente
EXISTIA o meu muro,
mas VOCÊ entrou.
Me fez teu,
me FEZ em pedaços,
me fez EM pó.
Agora que estás FELIZ
vá,
e DESONRE a tua palavra
FALSA em meu OUVIDO.
Cante que TE quero ouvir
os silvos FALSOS da
tua imoralidade SADIA
pros QUE querem somente
a carne VAZIA.





Texto extraído de antigos emails.





20 de abr. de 2011

ARRISCAR-SE

Riscos.
É tudo um risco imenso.
Estar em casa, no conforto das suas verdades e vontades
e ainda sim conviver com o MEDO e o assombro
da solidão, no RISCO da confissão de dor.
Sair e perder as CHAVES, sofrer de chuvas
infindas,
arriscar-se entre os CARROS, correr.
No CAOS da palavra, falar e ferir
fugir no SILÊNCIO e correr o risco do esquecimento,
deixar ecoar o VIÇO, então.
Mas, sem saber
correr o RISCO de fazer o outro sentir-te
em gozo.





RECLAMAÇÕES

Ouço tantas RECLAMAÇÕES das minhas tristezas,
que as VEZES chego a imaginar que Caio Fernando (o Abreu)
de alguma FORMA se apossou de mim.
É tanta crítica porque SUMI,
porque caí em DEVERAS desgraças de sofrer,
em DEVERES de nunca acabar na vida,
coisas de MORRER ainda que na trilha.
Há alguns dias eu RELI uma de suas crônicas que falavam bem da espera
de SETEMBRO, das nuances de uma vida mera e sem problemas,
dessas COISAS que a gente nunca teve,
mas acredita.
É como se Deus, deixasse sua onipresença,
e mesmo na sua inexistência haveria de existir uma presença
reconfortante.
E eu não acredito nessas coisas tão simples e salvas.

Certo dia, eu acordei já cansado, desmemoriado das DORES que me abateram
ontem, e fui viver o que no meu RELÓGIO era rotina.
Atraso na aula, ATRASO no trabalho, atraso nos sonhos.
Estava tudo pronto prá medir a DOR no travesseiro,
mas como de SÚBITO
eu cri que haveriam melhoras,
e dormi.
Ao acordar, a farsa da vida já me tinha levado a ausência
dos DEUSES, e mesmo assim eu continuava em descrer
daquilo que não me APARENTAVA sabores.

RECLAMAÇÕES

Ouço tantas RECLAMAÇÕES das minhas tristezas,
que as VEZES chego a imaginar que Caio Fernando (o Abreu)
de alguma FORMA se apossou de mim.
É tanta crítica porque SUMI,
porque caí em DEVERAS desgraças de sofrer,
em DEVERES de nunca acabar na vida,
coisas de MORRER ainda que na trilha.
Há alguns dias eu RELI uma de suas crônicas que falavam bem da espera
de SETEMBRO, das nuances de uma vida mera e sem problemas,
dessas COISAS que a gente nunca teve,
mas acredita.
É como se Deus, deixasse sua onipresença,
e mesmo na sua inexistência haveria de existir uma presença
reconfortante.
E eu não acredito nessas coisas tão simples e salvas.

Certo dia, eu acordei já cansado, desmemoriado das DORES que me abateram
ontem, e fui viver o que no meu RELÓGIO era rotina.
Atraso na aula, ATRASO no trabalho, atraso nos sonhos.
Estava tudo pronto prá medir a DOR no travesseiro,
mas como de SÚBITO
eu cri que haveriam melhoras,
e dormi.
Ao acordar, a farsa da vida já me tinha levado a ausência
dos DEUSES, e mesmo assim eu continuava em descrer
daquilo que não me APARENTAVA sabores.
Ouço tantas RECLAMAÇÕES das minhas tristezas,
que as VEZES chego a imaginar que Caio Fernando (o Abreu)
de alguma FORMA se apossou de mim.
É tanta crítica porque SUMI,
porque caí em DEVERAS desgraças de sofrer,
em DEVERES de nunca acabar na vida,
coisas de MORRER ainda que na trilha.
Há alguns dias eu RELI uma de suas crônicas que falavam bem da espera
de SETEMBRO, das nuances de uma vida mera e sem problemas,
dessas COISAS que a gente nunca teve,
mas acredita.
É como se Deus, deixasse sua onipresença,
e mesmo na sua inexistência haveria de existir uma presença
reconfortante.
E eu não acredito nessas coisas tão simples e salvas.

Certo dia, eu acordei já cansado, desmemoriado das DORES que me abateram
ontem, e fui viver o que no meu RELÓGIO era rotina.
Atraso na aula, ATRASO no trabalho, atraso nos sonhos.
Estava tudo pronto prá medir a DOR no travesseiro,
mas como de SÚBITO
eu cri que haveriam melhoras,
e dormi.
Ao acordar, a farsa da vida já me tinha levado a ausência
dos DEUSES, e mesmo assim eu continuava em descrer
daquilo que não me APARENTAVA sabores.

QUIXOTESCO

E eu
com meu ar QUIXOTESCO
vivendo e lutando
em vão
aos moinhos de vento
e VONTADES.
Em RISTE na arte da
SOBERBA,
em risco na COISA da
desonra.

19 de abr. de 2011

CANSAÇO

Cansado de compor melodias tortas,
verter sangue em SORRISOS escassos,
no mesmo LAÇO que prende
arder em PASSOS.
CANSADO de correr entre os teus dentes
e da MINHA carne tu tirar os teus
BOCADOS de arte,
no LEITO que dormes,
ainda cospes em meu PECADO.
Cansado de SUPOR verdades,
na parte mais DOLOROSA do dia
ardes.

SEGUEM

Seguem nos caminhos árduos,
a LÁGRIMA.
A vasta e intrigante arte de sofrer
e SER gente, num só limiar,
a LUZ da água turva que escorre,
foge ao chão.

OFF

Digo em OFF todas as coisas caladas
no silêncio tumultuante de uma sala
de TRANSEUNTES.
É uma gente longe de mim,
LONGAMENTE frágil,
fácil aos OLHOS e a distância.
A leveza da saudade
coincidia com a figura que pairava
CÁLIDA no chão,
meticulosa ainda que ENDURECIDA
pela dor.
Era a minha carne cuidadosamente
estancada em ASFALTO e calor.
Já não HAVIAM sentidos em dizer,
em PREVER versões de agora.
Era HORA de querer menos
e VIVER, apenas
e simplesmente.

18 de abr. de 2011

A VIDA

A vida
as vezes, injusta...
as vezes, curta demais
Nesse intermédio,
a gente cura as feridas
e corre p'ros braços queridos.
De lá ou de cá.
É só o que há.

POR DIZER

Acho que vale um POST:


Um louco,
POUCO sereno, pouco CALADO, farto de ficar só.
Lamentando o FARDO
e ainda SIM, solitário.
Os resultados ESPERADOS
foram sempre de DOR,
e na COR de dias azuis
o resto da VIDA era somente
o FRIO, um fio de lágrima
nos OLHOS
ÓPIO de sentir-se pó.

17 de abr. de 2011

DOR

E quando eu me SENTIR sozinho,
por certo as horas se ENCARREGARÃO de doer
nos ossos,
os medos se FORTALECERÃO no escuro
e o MURO será o limite.
E quando eu ME sentir fragilizado,
os DADOS não me perderão em jogos
de AZAR e amor,
nem os VERSOS serão de sorrir
e ficar.
E quando TUDO parecer menos,
enfim, eu TEREI do mesmo tamanho
a sempre e inestimável dor.

SEM LUZ

Há pessoas que PASSAM sem ser percebidas,
DETIDAS na carência de existir,
vivem como fossem uma PAUSA,
um SILÊNCIO,
vivem na ausência de SI mesmas,
ainda que presentes no espelho
no REFLEXO sem luz dos próprios olhos.
São PESSOAS sem termos de querência,
que BUSCAM na despretensão o consolo,
e CHORAM.
Pessoas sem o PESO adequado na vida
sem o PREÇO acordado na ida,
sem o GESTO certo na chegada,
sem nada nas MÃOS
sem arte nos DEDOS.
Gente sem remendo,
sem REMÉDIO
onde o tédio é o revolto artifício.
Prá essa gente, o arriscado ADEUS,
a essa GENTE o intermitente
PERDER.

LENTE

Mas,
na lente
que pressente o agora,
eu nunca vi
tamanha euforia
e inglória certeza.

16 de abr. de 2011

MUDEI

Mudei.
De CASA
de caso secreto,
as vezes SEVERO demais com a vida.
Mudei de ESTADO, estado físico
estágios de SENTIR, e segui.
Mudei PALAVRAS
gestos
VERDADES
mudei de verdade.
Mudei as VESTES,
as vezes sem ELAS estive vertendo vozes
no OUVIDO, ouvindo vozes.
Mudei estratégias
ESTIGMAS
estradas
ESTANQUES.
Mudei tanto, que cheguei a mudar
de CAUSAS, mesmo sem consequências.
De TANTO mudar, emudeci.
E agora?
Afora as mudanças, onde hei de
me ENCONTRAR?

14 de abr. de 2011

PROMESSA

Te PROMETO
ser FELIZ, mesmo que sem a tua presença,
POIS sem ela ainda terei o
teu ABRIGO.
TE prometo
sorrisos, mesmo que SEM o teu semblante,
o meu SERÁ espelho.
Te prometo
HORAS de amanhã em nós, mesmo que sem tempo,
porque o TEMPO é meu amigo.
Te prometo
SILÊNCIO, saudade e tormentas
quando HOUVER chuva
para que NÓS na janela
possamos VER de perto as culpas
CAINDO por terra
em FORMA de lágrimas.
Te PROMETO alma.





Dam-Di

AMAR É...

Doce como SOLIDÃO
desde SEMPRE como ter e ser
mais um na contramão.
Amar
é DAR de si o que não se tem
e nem POR isso perder partes,
PORQUE amar é enxergar na vida
a consoante de DEIXAR seguir os rios,
correr os RISCOS
e sorrir, mesmo na DOR.
Em meio aos MEDOS
amar é MEDIR distâncias,
apenas em proximidade.




13 de abr. de 2011

NO ENQUANTO

Enquanto no ENCANTO do seu sorriso
eu me aqueço,
DESÇO os olhos e sinto a tua
PELE
à espera de que ela me REVELE
o belo,
o ESPERTO carinho querido,
seus RITOS de querer
e ficar.
Vícios de SEM roupas
LOUCAS palavras nos ouvidos
teus ABRIGOS em meu
peito, minhas MÃOS,
sua música DOCE,
nossas deserções e FUGAS de nunca
mais VOLTAR a esse mundo.
Lá no fundo
ERA de ser só a gente aqui.






Dam-Di

A VOZ

Se eu CALASSE a voz dentro em mim,
CERTAMENTE morreria um pouco.
É essa voz
que é a VOZ do querer,
do IR, seguir em frente.
No silêncio eu PÁRO,
inexisto, INEXATO.




AO AMOR

Fruto do DESEJO,
o pecado.
No LADO direito do peito
um BEIJO.
No resto do tempo
SEU jeito, comigo guardado.

12 de abr. de 2011

ÁRDUO

Árduo.
Um sol que QUEIMA longe
e lança seus RAIOS ao acaso.
SOL de solidão
de SERENATA,
música LENTA
rente aos ouvidos
como ritos de PASSAGEM,
partida.

9 de abr. de 2011

TUA VOZ

E se eu disser que a tua VOZ me assoma boas lembranças
que TEU cheiro me acolhe em querer e ir te possuir
em ABRAÇOS
que no CASO da tua boca, a louca sensação de amor
me ACERTA e me apressa em viver-te em mim?
Sim.

MÁXIMAS

FRASES caladas
luzes OCULTAS
lágrimas.
As MÁXIMAS de ser tão humano
me PERMITEM ser também
sensível,
irresistivelmente TRISTE
e ALEGRE
e na febre de sentir AMOR
também da dor sentir
o GOSTO,
amargo.

8 de abr. de 2011

DIFERENTE

Sou diferente DESDE que começou,
lembra?
Mais inteiro
LIVRE
vasto.
SOU mais intenso desde que
apareceste,
DESTE lado pareço mais
ardente,
SENTE?

SEM PERIGOS

Tomado de ASSALTO num abraço
lento,
invento FRASES bobas
BEBO da tua saliva
saúdo os TEUS pés descalços.
Sem DORMIR,
duvido das horas
AUSENTO-me da distância,
me achego.
Chega, vem...




Dam-Di.

7 de abr. de 2011

CALADO

Assisto CALADO o teu silêncio

a tua AUSÊNCIA,

o meu SOFRIMENTO.

Lamento muito essa distância

esse desentendimento sem

SENTIR,

chorando.

MELODIA

Essa MELODIA
que meio-dia vem me atormentar.
Uma ALEGRIA
fantasia de te achar
em RISOS e rezas de sonhar.
Mãe das HORAS
mãe dos tempos
é mãe dos ALENTOS
vem no vento me
ACALENTAR.
Essa RUA, curva
essa PELE nua que machuca-me,
enfim.
Sim.





Dam-Di

EUFORIA

Proponho um TRATO:

Me alcance com OLHOS
que te abraço com
BOCAS.
Enlouqueces-me com MÃOS
que te ACENDO em ristes.


Nos acasos da alegria,
a tua BOCA é minha simples
euforia.




Dam-Di

6 de abr. de 2011

TER-TE

Te desejo,
te almejo em som e sintonia
REVEJO fotos
fantasio tua chegada,
me ACONCHEGO em teu cheiro.

O abraço sonhado
o CARINHO roubado
o LADO bom do acaso,
um laço.

Olhos RASOS
rostos sorrindo
indo ao ENCONTRO,
prontos.

Já teria valido a PENA
a sentença de te querer
MESMO sem ter-te.
Mas, tenho.



Dam-Dia

QUERO, QUERO

No risco do BEIJO
a entrega
na AUSÊNCIA da palavra
a ALMA.
Tudo de ASSALTO no passo
de chegar perto.
Quero!

4 de abr. de 2011

ARREBOL

Luzes
LANCES de querer
LAICOS sorrisos.
Limiar de SENTIDOS
lâmpadas CALANDO sons,
e o seu sim
no OUVIDO.
O arrebol me AFETA
atesta a tua chegada
prova a minha CERTEZA,
desça de onde TIVERES
e verses em mim
a TUA beleza.
És um sol
uma NOTA em si bemol,
dessas de se CANTAR
só em teu nome,
CAROL.





Para minha cunhada e amiga, Carol...

CONSIGO

Exceto a tua AUSÊNCIA
a vida segue o curso desejado
acerta NOS temporais
e me COMPLETA no remir
de coisas NÃO acontecidas.
EXCETO a tua ausência,
eu CONSIGO esperar.





Dam-Di.

3 de abr. de 2011

DE NOVO, NOVO

Cores
CALMA
sabores.
Era assim que eu queria TER sua pele
num JOGO de viver as horas
como em SONHO, sem tempo
sem medo de ACABAR.
CARAS
bocas
calores.
Meu corpo se deixou tragar pelo
desejo
e no MEIO dos seus beijos
eu NASCI de novo,
NOVO.





Dan-Di.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::