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29 de abr. de 2011

ERA UMA VEZ O AMOR

Era uma vez o amor.
Talhado a FERRO e fogo no corredor dos quereres
e se TINGIU de vermelho para fugir
do fogo.
Besta que era o amor,
pois se do fogo nascem os amantes.
Era uma VEZ um bobo
que na CARNE do outro se esfregava
entregava seu cheiro como em matinês se entregam
alegrias tolas às crianças que correm
e caem e choram de GOSTAR tanto.
Ser feliz sempre foi uma coisa infante.
Era uma vez, os DOIS.
Era domigo e já era de tarde, dessas que ardem a pele
de CALOR e frio.
Estavam eles,
lúcidos e decididos, coisa paradoxal e perfeita,
entretidos apenas pelo gosto que da BOCA do outro
sorvia.
O que se via era vida nascendo ali.
E a família estava completa:
Eu, Você e o Amor,
a gente, agora um só narrando o tempo que deixou de passar
em nossa frente.





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