::.Leve.::

[Esse que SOU]

Minha foto
[EU sou o que você não pode VER]

30 de jun. de 2010

RISO






Reveso o RISO com a distância.
Ele me SERVE de suporte, prá suplantar
a DOR de uma distância
CRAVADA na nossa vizinhança.
Em ânsia eu DEITO,
sem JEITO certo de poder dormir,
sem TER você por perto.

SENTIR

Os meus ABRAÇOS
À ti são DADOS como
VERSO e prosa,
na NOSSA intimidade de
só se OLHAR,
eu SOUBE sempre te
aninhar em meu PEITO,
ainda que SOMENTE nos
retratos QUE refaço
na memória.








Já sinto saudade.

O TINO

Prá ESSE novo tempo que
inVERSAmente se coloca
em MEU caminho,
eu deixo o VENTO
como COMPANHIA
acarinhar
as RUGAS dos sorrisos
que ESBOÇO,
prá que em VERSO
eu saiba bem o QUANTO vale
o ter, o TOM,
o tino.

A calma, a FALTA e o vinho
só tem VALOR,
se de VOCÊ eu conseguir
expor a ALMA.

ABUSO

Não FOI por mim
que muitas VEZES espantei o sono
e DEIXEI o silêncio
me ASSOMAR na escuridão da sala.
Era, em ti QUE eu me iluminava
a ALA mais bela
do SAMBA enredo que
cantarolei TODOS os dias
após te CANTAR,
de pertinho.
ERA, em nós que eu
sonhava quando DO alto
do devaneio,
ME fazia teu mais belo
presente.
Sentes?
Então DEVES entender que
de CARNAVAL, eu pouco sei,
mas dos CARNALISMOS que dividimos,
a ALMA se recai
no mesmo ABUSO.

SE POR CERTO

Se POR certo,
a distância se CONSERVA forte,
em mim,
O beijo que ME deste
não de VIDRO era,
nem pequeno, apesar de
SUAVE.
SE por certo,
eu já CAÍ em meio aos
nossos DEGRAUS,
não há caos que NOS afaste.
Se PARTES em mim, o coração,
não é EM vão que trago cola
nas MÃOS,
prá refazer ao BEL prazer do
nosso GOSTO, esse peito.
O leito que TE faz dormir.

28 de jun. de 2010

POUCO VERSO

É de mim esse VERSO sóbrio e sem jeito.
Eu não sei LIDAR com palavras,
nem piadas FAZER.
Embora CONHEÇA bem a língua,
minha linguagem FRÁGIL se perde
na imensidão de ARGUMENTOS que
abraço.
Não PODERIA dizer muita coisa,
nem PEDIR tanto aos céus,
mas DE uma coisa sei...
Que da SAUDADE que te sinto,
me faço LOUCO,
a ponto de não DORMIR
querendo AO menos em verso
te POSSUIR.
E se LONGES vai,
de PERTO a gente ainda
se ACERTA.

OUTRO FATO

De FATO,
o lado MAIS gostoso
do JEITO seu,
é o BEIJO.
Calado,
ARDIDO em meu
lábio,
como FACA, cortante,
que TANGE o olhar marcante.
De TANTO que gosto
desse TRAÇO,
me ACHO tão pouco meu,
em teu BRAÇO,
liso, LAICO, dado
AO encontro do peito
meu.

DA JANELA

Lamento MUITO.
Não era BEM o que poderia eu, dizer.
Mas, NÃO sei onde as verdades
se escondem NESSE véu de
violência,
vaso de FLORES quebrado,
vozes CORTANTES,
vazios.
A janela do QUARTO sempre aberta,
atesta que ESTIVE ali,
mas já não GUARDA meu cheiro.
Entro e SAIO de casa,
e ainda SIM, sinto que nunca me
visitei.

27 de jun. de 2010

EM BANDO

Eu, com MINHA doce dose
de IGNORÂNCIA
carreguei MEUS trapos
prá TODO lado,
e ladrei com CÃES insurgentes
em MEU silêncio.
Macerei a DOR como quem
prepara INFUSÕES de
saudade, e
SAUDEI a distância
com uma DANÇA de ciganos,
dessas desconhecidas.
Prá TODO lado há um
REINO de marginais que
me AGRADAM,
mas, eu, TÃO incipiente
não SOUBE sacrificar a
caretice de SER sozinho,
prá ser EM bando.

O CARNAVAL PASSOU

SEM par,
sem PAZ,
PARCEIRA essa de vida
CEGA,
triste é SER intenso,
a DENSIDADE é coisa
feita prá SER esquecida.
Prá que SER gente
quando TODOS querem
rios que CORRAM certos,
sem PERDER-se nos mares?
Prá que ter EM mente
futuros,
se de PRESENTES só
entendemos a CAIXA?
Todas as MINHAS cinzas
estão jogadas à ERMO,
agora,
lá FORA,
que o CARNAVAL já
passou.

PASSA

Impressionante COMO o futuro passa,
se TORNA passado,
e pesa TANTO nas costas
de QUEM ainda é humano.
Eu sei, JÁ tentei ser Deus,
mas não DEU.
ME contento na HUMANA condição
de ERRANTE,
e antes que SEJA tarde
eu FAÇO de mim esse rascunho
torto.
A verdade NÃO virá,
nem SERÁ criada,
tudo no MUNDO é só
uma PIADA.

AO VENTO

Vento,
VOA longe
alça em MIM o vôo do
PÁSSARO cega,
tira dos MEUS dedos
a dormência da SONATA
calada,
aumenta OS volumes
dos meus INTENTOS,
exagera VOCÊ em minha carne,
TOMA de mim à conta,
CANTE em meu vulto
a VALSA leve da ida.
Vem.

INVERNO CORAÇÃO

DONO de mim
é só o MEU instinto,
já EXTINTO fora da minha
PELE.
Apelo sempre PRÁ força,
mas OUÇO pouco
o GRITO dorido de fora.
Afora ISSO,
sou muito, mas MUITO mesmo
DISSONANTE.
Avante, CORAÇÃO inverno,
que ESPERO você
na PRÓXIMA estação.

À NR

SEXO,
não é PRÁ ser feito com
calma e CARINHO.
Deixo o SILÊNCIO pro sono.
O RESTO é grito, gemido,
mordidos, MALDITOS vizinhos
que não DORMEM.
E, no FIM,
todos caímos na MESMICE de fingir
que o ABRAÇO é prá ser
DADO em amigos.





Bricando de NELSON RODRIGUES.

CASA COMIGO?

Prá que NOS entendamos melhor,
SERIA necessário
que as CAMAS coubessem no
mesmo ESPAÇO,
os corpos ENTRELAÇADOS não se
largassem À ERMO pelas horas,
e nem os OLHOS fizessem
VISAGEM nas ruas.
Prá SER honesto,
eu tenho POUCO,
mas LOUCO que sou,
te PEÇO assim mesmo
em CASAMENTO.
Quer DIVIDIR comigo
metade de ZERO?
Quer FAZER da vida o nosso
próprio MISTÉRIO?

À NINA





Ontem,
um dia comum.
POUCO tempo a dormir,
dores DIÁRIAS, demências.
Tudo em MIM tão fatigado,
FUSTIGANTE, fácil.
Não FOSSE um acontecimento novo, e ao mesmo tempo
AMIÚDE constante.
Pela 4ª VEZ, me deitei a assistir
o FILME Nina.
Já TÃO conhecida história, tão CANSADO o enredo.
E, eu não ESTOU aqui para criar definições,
FUNDAMENTAR opiniões, e/ou criar teses
à respeito DE comportamentos alheios.
Não.
Isso aqui, nem PARA ser lido era,
nem PARA ser entendido.
Apenas é PARTE de uma necessidade feroz
que ME consome a espinha.
Não sou HOMEM de falar pouco, mas assim,
o tentarei.


Engraçado como SOMOS esse tanto de ser,
uma coisa, ESSA, incomensurável,
tão ridículos NA pobreza lúcida da falta
e DO ter,
e ainda SIM,
ricos na soma daquilo QUE nos compõe.
As VEZES um personagem consegue dar conta
de uma REALIDADE, que nem a REAL instância
seria CAPAZ de condensar.


UM eu que chora,
e ri COPIOSAMENTE;
Um eu QUE fere,
mas é FERIDO por si;
EU que mata,
maltrata a PRÓPRIA pele;
eu rascante.


É tanto ser, que até me ESQUEÇO
de tentar não me ENTENDER ali.
É. Não só NINA, mas o gato, a casa, a falta de calma,
o CEGO, o ego, as DROGAS, a deixa, tudo ali me
continha, não em AÇÃO, mas reflexo.
Não era a PRIMEIRA vez que o filme me assistia,
mas era SIM, o primeiro momento em que me pus
a CAUTERIZAR resquícios de dores que deixei prá trás.
Foi preciso uma MENTIRA filmográfica, a me contar
a VERDADE sobre mim.
E, não por ISSO eu me entendo melhor, isso somente me
SERVIU a concatenar uma PRÁTICA óbvia do que se passou.


O frio, AGORA não é mais frio que eu;
O quente não ME sente o calor da mente;
A lente não me CEGA mais;
FOI preciso um tão conhecido gesto, para me
AQUIETAR então?
[retórica]


Por mero ACASO, ou descaso, que seja;
não SEJA em mim a falta
de COMPREENSÃO.






Um breve tilintar de PALAVRAS sobre o filme: Nina
Direção: Heitor Dhalia
Ano: 2004
Título Nacional.

26 de jun. de 2010

ALÉM

TUDO aquilo que
era FEIO e bonito,
agora é SOMENTE
triste.
É só em MIM que as festas
tem GOSTO de partida,
que o BEIJO tem
cheiro de ÁRIDA solidão.
Tão BEM já sei viver sem
MIM,
que pareço caminhar pro além
do QUE posso ver.

PARVO POÉTICO

EI-lo aqui,
o homem FRACIONADO,
adoecido DAS suas noites
mal dormidas e
MALTRATADAS,
dos seus MEDOS
mal vestidos,
dos IDOS.
É de TAMANHA fraqueza,
que QUASE me deixo invisível,
ESSE homem íntimo
da DOR, sem cor alguma,
istmo DE causas
e EFEITOS progressivos.
Eu, PARVO patético,
POÉTICO das heresias
comuns.





24/10/2009

SEM TEMPO

HOUVE um tempo,
em que CONSEGUI lidar com
a dor,
o DESCONFORTO da existência,
o HOLOS do que se foi,
vazio.
SABIA superar as lágrimas
e CONTER os olhos
descontentes EM busca
de horizontes.
Já consegui PERMANECER
vivo, quando ERA mais simples
desistir,
supor-se AUSENTE, e só.
Agora,
a minha MARCHA segue rumos
da SAUDADE,
desespero POR me calar,
for fechar NO peito a dor
que desconheço,
e PARO, eternamente
o que EM mim sempre fora
carnaval.





[Coisa antiga REVERTIDA de coisas novas]
24/10/2009

DESTINATÁRIOS

Meu REMETENTE
é um peito sem destinatários.
Eu SOU otário
de nascença,
sem CRENÇA alguma,
mas SOU inteiro.
Meu MAIOR ideal
se CONQUISTA na forma mais
simples de SE amanhecer
sem FRIAS horas.

DESDIZENDO

DEIXEI prá ser amado na
GUERRA,
e desocobri ESSA,
sendo a MINHA maior
contradição.

SENDO MOÇO

Quando OLHO-me vendo tão
LONGE,
sem LUZ,
sem RASTROS,
eu só sei QUE
que se PUDESSE
faria da VIDA um passo
menos AGUDO,
um eixo mais PROFUNDO,
pouco matemático.
Mas, sei que DE mim
as PARTES acalmam
o TODO,
e sendo MOÇO
peço à VIDA somente
um instante MAIS silente.




SÓ DIZENDO

Silenciosamente CEGO,
eu SEI...
Saborosamente eu NEGO,
e não SEI.
Deixo à CARGO
das culpas QUE não carrego,
a CERTEZA da dúvida,
da dádiva de não
PRECISAR ousar em gestos.
Ando PRÁ frente,
ainda que de LADO
as imagens sejam
TENTADORAS.

TRAVESSO

Quando me DIZEM que vai cair
um GRANDE temporal,
eu DEIXO as janelas de
casa, ABERTAS.
Tudo prá entender a LUZ,
receber a FUSÃO de frio
e sonho,
faço da ÁGUA um
elemento de ONDE não posso
cobrar lembranças,
e BANHO-me em acaso
com os RAIOS,
relâmpagos e
TRAVESSURAS.

EUFORIA

E eu,
BUSCANDO abrir,
abrindo as TUAS
alegrias.
Fazendo DESSE jogo
o meu, o TEU som
de EUFORIA.
Amando,
PERDENDO,
ganhando do BEIJO
a roupa RASGADA em
pleno dia.
Querendo,
DIVAGANDO,
postergando a IDA,
sem a tua MÃO
junto a minha.




Em dedicatória à "Um ano em um dia" Nô Stopa.

DO MEU JEITO

ABRE aspas,
me deixa FORA dessa.
Eu TÔ saindo,
partindo o FORA,
caindo dentro,
daquela HORA.
Eu tô SOZINHO,
sentindo o NÃO,
não querendo saber mais
de nada, NÃO!
Suas ESFERAS tolas,
minhas esperas TODAS,
tardando os ACONTECIMENTOS
se passarem,
aqui, EM mim.
MOLHA a minha mão,
mata-me a FOME,
e vocÊ VERÁ que sou além
DAS poucas horas que
me teve em cativa
CAMA.

SUNSHINE

DEFINITIVOS
são APENAS meus olhos.
Que VÊEM,
vagueiam sós,
se ALIMENTAM de vozes,
vislumbram FUTUROS,
fagulhas sonantes,
TANGOS amarrados à
alma.

SAUDADE

SAUDADE,
nome estranho que se escreve
com letras de SANGUE.
Parte que não TE cabe,
sistema de DOR e cortes,
na pele,
na CALMA cadente.
Saudade,
longínqua LEMBRANÇA de ser
amado,
CARNE amarga pelo penar,
SELVAGEM gosto
de se DAR,
ainda ao LONGE,
ao meio,
à NOITE ou ao dia.
Saudade,
instante de VAZIO,
que o peito se PERDE
no ardil
das DESMESURAS
d'uma solidão CRAVADA,
nos DEDOS,
NO beijo,
no RIO que corre
em tuas MÃOS.

VIRANDO ÁGUA

VOCÊ me seca,
me LEVA à loucura
com a BOCA,
me enxugando TODO,
e eu me DEGELANDO aos
poucos,
aos BERROS.
Tanto que ME acalmo
em BRASAS,
d'uma pele FRIA e quente
que me ARRASA as estações.
Você me ENTRETE,
me despe,
me VERTE em você
o CHEIRO,
me CHAMA de louco,
e em POUCO tempo
enloquece TAMBÉM.
É um JOGO de repete,
um beijo que me ESQUECE
a saudade,
o seixo MAIS intenso
desse SER,
que é feliz.

SEM SUBVERTER

Era COMO se soubéssemos um,
da DOR que neutralizava
o outro.
Mas, o SILÊNCIO se
acostumou a CORROMPER
a algazarra e NOS tirar
o retículo do SOM.
E não HAVIA mais jeito
de SUBVERTER a distância.
AMBOS, perdemos as noções
quando JAMAIS
enxergaríamos o
PORVIR.

25 de jun. de 2010

NADA DEFINE

São ATRAVÉS dos meus erros,
que ME reconheço facilmente.

TUA INSENSATEZ

Não DEIXE as portas
da SUA insensatez
abertas,
PORQUE de mim
só CONHEÇO o excesso
de sair ÀS ruas
procurando-te.
E, se eu ENTRAR,
não hei de SAIR.

DE SAUDADE INDA MORRO

SAUDADES desse cheiro,
desse CHARME,
do ACASO de nos encontrar.
É tanto a DIZER,
que CHEGO a calar
o que em MIM se repete
amiúde.
Minha PELE arde,
meu corpo EXPLODE,
e todos os MEUS encantos
se AFIRMAM prá você.
O beijo,
o BÁLSAMO,
o calmo olhar de quem
te QUER.
Ser em mim, a PARTE que
mais te ADORA,
agora é ofício.

ENTRE O SEM E O SAL

Tudo que eu digo,
não diz muita coisa.
Não digo tudo.
Não sei tudo.
Sei pouco de mim,
das minhas esperas,
esparsas chuvas que me molham menos.
E, se não posso fazer
da conversa um sentido prático,
não posso praticar a vida,
pôr ela mesma,
em mim.
Aumento o volume do rádio,
mas as expectativas sonoras
são sedentas,
são músicas incoerentes,
lentes de contato,
e a música inerte em minha inércia.
A sala de estar
tão quieta quanto o cemitério
que guardarei meus ossos,
oscilo entre o sem
e o sal.
O CAOS ordena em mim
o ritmo da CHUVA pouca.
O tal viver é ESTRANHO,
quando ao LONGE amamos
um pedaço que NÃO é nosso.

CHORO LAICO

SAMBO torto,

Sambo pouco

pro tanto que me DESCONTROLO,

Enrolo.

Sambo mal,

O tal sentir nos meus POROS

É próprio do CALOR que guardo.

Mato e morro, me despedaço.

Desconfio dos ópios que me enlouquecem,

Estrago.

Afasto, afago a dor,

Aparto o passo torpe,

Me desgasto.

Nas medidas que ENGASGO,

um Choro laico.

23 de jun. de 2010

A CARTA

As CARTAS que nunca
escrevi
DIZEM todas que
você é EM mim
o sentido MAIS profundo
do SABER.
SOMOS pouco na DIFERENÇA
e na distância.




MIM

LIRISMO e loucura,
agora SÃO sinônimos.

DIZENDO

A minha PELE enlouquece
sempre QUE você
acontece em MEU dia.

AO SEU GOSTO

PARTE desse ser que sou
é MERAMENTE carne,
que ARDE fundo
de SAUDADE
e dói Na lembrança.
Todo o RESTO
é lirismo,
locuções SILENTES
de um PEITO carregado,
domesticado ao
SEU gosto.

JUSTAMENTE O RITO

FRIAMENTE,
faço do acaso um passo
ESTRANHO pro futuro.
Deixo TUDO que é traço
e PASSO a acreditar
nas PAUSAS dos retratos.
Tanto que não SOU moço
de NATUREZA,
e, se nasci VELHO,
tenho a CHANCE do retorno.
O pouco que CULTIVEI,
me alimenta,
do MESMO medo passei,
causei EM teus ouvidos,
o GRITO,
gemido,
JUSTAMENTE o rito,
de PARTIDA.

DAS PALAVRAS

Em mim,
prá SER eterno
é preciso SER inteiro,
mesmo SENDO em partes.
A arte que COMBINA
comigo,
não se DEFINE com choros
e CHARMES,
mas na CARNE que faz doer,
e que faz TAMBÉM
nascer o dom,
do SABER amar.
Eu não SEI, enfim escrever,
mas sei das PALAVRAS
as suas mais ÍNTIMAS
ironias.

PALHAÇO BOBO

PELO certo
e pelo errado,
atesto o fato
de ser encarado
como cênico,
parte de um CIRCO,
um palhaço tolo.
Os personagens
que REFAÇO nas falas
e silêncios,
SÃO meus.
Não costumo COMPRAR em gibis,
histórias que não sei CONTAR.

AGORA

Primeiro,
o BEIJO,
sem calma.
Depois,
a FALTA,
flauta que RESUME
o som em SENTIDOS.
Agora,
a PALMA da mão
estendida, na
DESPEDIDA de mais tarde.
À noite,
os DEVANEIOS,
a culpa da DISTÂNCIA,
a fuga, INVASÃO de casas,
a desistência da
ESPERA.

DECANTADOS

INSISTO em roer as unhas
na ESPERA de uma resposta
desse TEMPO que me acerta
em CHEIO na demora
de VOCÊ chegar.
Os meus pedaços se
PERDEM nas esquinas,
a te ESPERAR,
e dói entender QUE os relógios
não CORREM,
nem caem das PAREDES,
nem TEU quarto vão
enxugar,
LÁGRIMAS,
lástimas e fluídos
derramados,
DECANTADOS na loucura
de TE encantar.

22 de jun. de 2010

COORDENADA

Os meus ENFEITES
são em TEUS dedos que
escorro.
Escondo NOS teus olhos,
os MAIS belos
ENLEIOS.
As ASPAS que abro
prá te RECEBER
se fecham NUM sinal
de TRÂNSITO,
que transita em mim
no VERMELHO
sempre que TU vais.
Minha ESTRADA se perde
em MAPAS e rotas
que não LEVAM à canto
algum,
se não é VOCÊ
à coordenar a minha
GEOGRAFIA.

SUBTRAÇÃO

Sou menos sem VOCÊ.
Essa coisa de SUBTRAÇÃO me faz,
me REFAZ em traços que
não VEJO no espelho,
mas ESPALHO nas lágrimas
de travesseiro.



[De SAUDADE me diminuo um TANTO a cada dia.]


AOS AMIGOS e AMORES DEIXADOS NO CALOR DA BAHIA DOS MEUS SANTOS.

TROCO

O apelo DO medo
de ERRAR
se CONFUNDE com
o DESEJO de não
se ARREPENDER.

ALGO MAIS

E, com o INVERNO,
me vieram OS calores mais
assombrosos na ALMA.
A coisa de SENTIR é tão
gigante,
que me DOMINA os feromônios,
as FEROZES entranhas
que se PERDEM nos labirintos
de TE ceder,
o BEIJO.
Das VONTADES,
as próprias de TE consumir
em CHEIROS e lances de
olhar são as que MAIS
me perfazem em suores.
Saboreio MAÇÃS pensando
tua BOCA,
deixo o CÉU cintilar o azul
querendo TEU gosto,
ANIS,
aderente em MEU lábio,
lamento QUE as horas sejam
surdas a NÃO me ouvir
SUSSURAR o seu
TALVEZ,
no meu ALGO mais.

DESCONTROLE

Eu SOU só descontrole
em TUA companhia.
As ruas SE apinham
dos MEUS desejos,
teus BEIJOS parecem
poucos, no TANTO
que dás.
Eu quero MAIS.
Um cais de PORTO,
teu rosto ao SOL,
sua pele NA minha,
a linha dos MEUS
olhos a mirar
tua CIRANDA,
a tua DANÇA leve,
solta,
SABENDO de mim
mais que o PRÓPRIO
alecrim SABE sobre
o jardim.

É DE VOCÊ QUE FALO

Não SEI se volto,
se toco em TEU nome,
teu rosto,
TUA casa, tudo me
AFETA,
atesta a minha FRAQUEZA
perante teu JEITO.
Tudo que DISFARÇO,
é um engano,
não DESFAÇO minhas malas,
e QUERO ficar.
Essa SIMBIOSE de você
em mim,
tua CARNE,
meu carma,
um CHEIRO doce,
teu GOZO em minha pele,
ressoando GESTOS,
objetos,
ABRO mão de mim,
quando é de VOCÊ
que FALO.
Calo...
Calor...

21 de jun. de 2010

DEITE

TODO esse eu descabido,
TIDO como louco
é TÃO pouco prá minha
LUCIDEZ.
Levanto as MINHAS questões
e é TANTO o que tenho
de SUOR prá derramar
no TEU abrigo.
Não atino MAIS pro sono,
não QUERO dormir.
Quero te PÔR prá dormir,
e acompanhar tua respiração
PEQUENA,
lenta.
E na LENTE do meu desejo,
reverberar em TEUS sonhos,
os MAIS quentes
deleites.
Deite aqui, em MIM.

QUALQUER DESCULPA

Invento em MIM as culpas necessárias
prá FUGIR,
prá CAIR em VEIAS que
me CARREGUEM,
córregos que AFETEM mais,
o SANGUE.
Qualquer DESCULPA, agora,
me PARECERIA pequena,
mas PRECISO delas,
a me APROXIMAR,
me colocar em TEU abraço,
te ROUBAR o mel
d'uma BOCA que me
ostenta o MELHOR sorriso.
Por ISSO mesmo,
me DESCULPO dos outros,
mas ME embrulho
no teu OMBRO,
no teu ABRAÇO quente,
rente com MINHA paz,
alcançada.

PRATICA, CORAÇÃO

Pratico o ACASO com os olhos,

Deixo que se CASEM, que

Se queiram,

QUEIMAM em mim,

E eu deixo, sim.

A arte de SABER amar

É SABER antes de tudo,

Calar-se quando da DOR,

A falta GRITA alto as tuas

Agruras.

O meu ARGUMENTO em ter

Um PRÁTICO coração

É cintilar o desterro,

Na SAUDADE,

E FORTALECER o beijo,

No gosto intenso que SÓ

Meu jeito tem.

ESPELHO

MEU espelho
deve ESTAR quebrado.
Me APRESENTA sempre
os mesmos DECALQUES
SEM efeito.
Tudo PARECE miragem,
age em MIM com força
tremenda.
Entendo POUCO das
imaginações de QUEM
me VÊ.

PECADINHO

Se o PECADO mora
ao LADO,
por que não,
PEDIR uma colher
de CHÁ?
O açucar, eu TENHO.

20 de jun. de 2010

FUTUROS AMANTES





...E antes que EU me esqueça,
o futuro CHEGOU.

FRAGMENTOS DE CARTAS

Os fragmentos de CARTAS que nunca
te ENVIAREI
serão o MEU esconderijo
quando me FALTARES as horas
prá te ACHAR por sob os
lençóis.
Se TE chamo,
se CLAMO saudade
é que MEU corpo já não
RESPIRA sem teu ar,
minha BOCA já não fala
sem TUA língua,
meus OLHOS cegaram
sem TUAS retinas.
Entenda,
VOCÊ, das partes que me
COMPÕEM,
me faz INTEIRO.

MEU FERIADO NACIONAL

ME desfaço das vontades
quando ARDES em mim
o BEIJO cálido,
deixado à ERMO em meu
destinatário,
sem TEMPO.
Me REFAÇO em tempo
de ROUBAR-te a calma,
mexer COM tua ânsia,
deixar em VOCÊ
o meu GOSTO,
de lança-perfume.
Te DEVORO com os olhos,
e atesto LOUCURA
prá DECRETAR em meus dias,
você, um FERIADO nacional.

ACUSO ESSA CIDADE

ACUSO essa cidade
de me TIRAR o beijo mais
BONITO por tanto tempo.
Tento SENTIR a lembrança,
mas TEU corpo me
arma uma CILADA da saudade,
que me ARDE a pele inteira.
Você CHEIRA tão bem!
Quem de mim HAVERIA de saber
que nas REDONDEZAS,
o destino me FARIA
a malvadeza de te ESCONDER?

VOCÊ

Tudo
é NADA,
se há DÚVIDA,
tudo é
FATO
com TUA música,
teu som escondido
naquele GEMIDO
em meu ouvido.
Tudo é
tanto MAIS que eu
posso SER,
e sim,
EU quero você.

GUARDADO

Eu tenho um JEITO arredio de ser,
de VIVER as horas,
de DORMIR, até.
EU sou estranho,
FECHO a porta quando deveria
ABRIR,
me deixo ESTAR, quando
a hora ERA de partir,
me FAÇO tolo mesmo nas
lágrimas, que JÁ nem caem
mais.
Mas, tenho guardado em mim
tanto ENFEITE pros teus cabelos,
tantos BEIJOS pro teu
queixo,
TANTA alma a
querer-TE sem calma alguma.
Sou de TANTO de pensar,
uma MELODIA,
que do RITMO não percebo
o SAMBA, mas em mim
há uma DANÇA secreta,
que só TEUS dedos podem
conduzir.

19 de jun. de 2010

ATRAVESSO

Atravesso TUAS esquinas,
te espero.
RECONHEÇO teus silêncios,
ainda que NUNCA tenhamos nos
TOCADO,
grande passo PRO meu
infinito.
Tateio teus OLHOS nas fotos,
começo a TINTAR teus tons
AZUIS, em verde.
E toda a SUA verdade se esvai
em mim,
COMO art nouveau,
como CAUIM descuidado,
acho que SIM.
Atravesso TEUS becos.
Beijo-te NO final dos
sonhos.
E o sibilar DAS serpentes,
nem sentem mais QUE te consumi
em CHAMAS, no
calor da MINHA cama.

SEM DOR

Tenho andado ESQUISITO,
demorado nos PENSARES.
Uso RIMAS sem necessidade,
ou mesmo AÇÃO.
Tudo flui, invade em mim
o que é FALTA,
os vãos DESOCUPADOS,
agora não!
Figurei nas HORAS que passaram
alguns dos MEUS melhores
momentos, a SÓS.
Descobri o VISGO do beijo,
nunca DADO,
o acerto do VENTO,
inalterado,
e a DOR,
sem MESMO tê-la sentido.
Sinto tanto,
que CHEGA a ser verdade,
pela PROFUSÃO de coisas
que desconsidero,
REVELO ao meu mundo,
um FUNDO falso,
uma MOLA no poço,
um NOVO rosto,
enfim, uma máscara.

BEIJO DE GIRANDA

EU quero mais
é o SOM da alfaia,
o BEIJO na giranda,
a DANÇA de ciranda
sem MÃOS.
Eu quero VER a banda passar,
quero O sim sem o não,
quero a TÃO bem quista
DEVOÇÃO.
DIGO, sou santo não.
Sigo, MAS tenho alma nos
dedos das MÃOS.

TEU SOM COMIGO

"TEU som
já não PODE comigo habitar."
Não CONSIGO mais apenas
em SOM te fazer existir
em MEU eixo, meu rio.
EU rio das suas piadas,
de SER seu futuro,
mas ENTENDA,
é duro estar no longe
AINDA que do lado.
Eu QUERO-te perto,
dentro,
no íntimo QUE tenho.
QUERO ser teu vizinho,
teu ANSEIO,
um VEIO prá você
seguir.
Só NÃO posso mais contigo
HABITAR, apenas em
LÍNGUA,
a minha linguagem é
FÍSICA,
também.




[My Future.]


Expressão em ASPAS se referem música Prá Tocar na Rádio - Rodrigo Maranhão e Anna Ratto.

ENGESSADOS

Tudo o que VEJO
você não VÊ.
Tudo o que SABES,
eu nunca HEI de saber.
Somos o ÓPIO pelo
avesso,
um NO recalque do
OUTRO, somos um estorvo.
Dividimo-nos EM nós,
e nunca os
DESATAREMOS,
nem que OS conjuguemos
na PRIMEIRA pessoa,
nem no PLURAL.
Somos o GESSO do
habitual.

CERIMÔNIA

QUE cor
tem a TUA cama?
ME chama,
me deixa DEITAR-te,
em mim.

Que SOM tem o
teu SENTIDO?
Um grito PODE nos
aproximar.

Que BOM sentir você
em MINHA palma,
da MÃO,
dos meios de TE
acarinhar.

Quem é VOCÊ em mim,
em minha ALMA?
Quem te CLAMA saudades
se não o MEU peito,
desajeitado?

Anda, RECLAMA mais venha,
me encha de TI,
me ENTENDA menos
e me AMA.

NÃO ANDO MAIS JURURU

As VEZES calo,
refaço uma CONVERSA,
tento outro TRAÇO,
passo dos LIMITES, e sei
que passo.
AS vezes acho,
perco TANTAS vezes,
que não ENTENDO o tom,
e baixo o VOLUME do rádio.
ORA, me trato como parvo,
DIFÍCIL de entender as cenas,
os ATOS, acasos mesmo.
Andei ESTRANHO nas últimas vidas,
e não precisei de PREVISÕES
prá não ANDAR mais jururu,
MESMO jurando,
as VEZES minto.
E AGORA?
Ando quieto, SOLENTE,
sem SENTIDO.
MAS, juro,
"não ando MAIS jururu."




*Não ando mais jururu - referência à música CARAMUJO (Nô Stopa)

LIQUIDAÇÃO

Por MUITO menos,
eu FECHO as portas.
Faço do MEU rio,
um LAGO, parado,
inerte,
sem CONCESSÃO alguma.
Por muito MAIS,
me VENDO,
eu tenho PREÇOS que
você NÃO pode pagar.
Por TUDO isso,
eu CRESÇO,
até choro e tal,
mas não MEREÇO ter
outro FINAL.
POR tudo aquilo,
ESQUEÇO.
Sigo RETO sem resquícios,
faço um NOVO início.
E, digo:

- Sou mais FORTE e sou sozinho,
sou PURO linho,
nunca EM liquidação.

EGO

[Aparentemente CEGO,
mas minha SURDEZ
é na pele,
é só assim que SINTO.
SORRATEIRAMENTE, o ego,
que me INFLAMA,
insanamente CRESCE,
e não NEGUE,
eu SOU assim].

FILHO DO TEMPO

SOU filho do tempo.
Um TEMPO duro,
frio e RASCANTE.
Detesto ESCURO,
mas é nele QUE me escondo,
FIRO-me no vento,
quente.
As VEZES me pedem erò,
mas de CALMA eu não entendo,
ALMA eu revendo,
faço JUS ao passar
dele, o TEMPO.
Invento MODA,
desperto INTENTOS,
não entendo
NADA.
Já nasci VELHO,
d'outro MUNDO,
ora injusto COMIGO.
Sou um IROKÒ,
lokò de NATUREZA,
preso ao DESEJO da solidão,
SAUDOSO que só,
i sò.




*Expressões em itálico, pertecem a um dialeto africano.

Saudade
é o pó do que se sente.
Tente ao menos
desvelar-se em PRAZER,
ainda que de longe,
há um monte de SONHOS
a trilhar.

18 de jun. de 2010

AO AMIGO SARAMAGO

HOJE,
Fez-se amargo o doce ler
Dos SEUS girais.
Tua LETRA, cegou-me no véu
Da MORTE,
Um corte na ESTRANHEZA da vida,
A lida acabou em TIRA
De jornal.
Os ensaios SE perderam,
Mas não VIRARAM rascunhos sem
Local.
A CEGUEIRA, lucidez,
Tudo INFAME, no agora
Que a MORTE tomou-te
A mão.
Eu só queria PODER entender o verbo
Do AÇOITE sem precisar negar
O cal, que AGORA cai em teu
Jazir.
MAS, em ti não mais jazerá
A SORTE das raparigas, nem dos humanos
DESAJEITADOS,
Que sem SORTE, te esquecerão,
Não POR mal.

AOS CÉUS

ME leva,
Me acerta,
Me FECHA,
Que me ENTREGO total.
Me DEIXA,
Me queima,
DELEITA,
Do amor IGUAL.
FESTEJA,
Fraqueja,
QUE a carne não é o
Mal.
SOSSEGA,
Alerta,
Que de NOITE
Eu VOU chegar,
Prá te LEVAR ao céus.

MACHADIANO

HOJE,
mesmo não sendo o
BENTO do casmurro morrido,
me SINTO Machadiano,
mundano TANTO
prá TODA essa poesia
que paira no OLHAR.
Nada aqui é
oblíquo,
nem CIGANO,
meu PANO não são
de VESTES,
e nas DÚVIDAS,
divido as VERDADES
em mentiras,
que EU mesmo sei contar.
Continuo INSANO,
mesmo não me vendo MORTO,
num SINÔNIMO Brás Cubas,
me BANDEEI pro lado
errado.

AMPULHETA

Pro tempo que ME acomoda
em SEUS braços,
eu DEIXO a areia
das AMPULHETAS que me
acompanham.
ACOMODO-me no lado
da CAMA,
e caio em SONOS,
sem entender o que
FAÇO ali.
Alimento em MIM o dia,
que da NOITE eu já
conheço as CORES.

3/4

A minha CASA construída
no CASTELO das cartas
que DERRUBEI,
agora SEM os 3/4
da MINHA notória
FANTASIA,
se DEIXA perder
nos BANHEIROS e salas
de ESTAR que nunca
VISITEI.
É tudo TÃO estranho e
condescendente QUE chego
a pensar que é MEU
aquele CANTINHO de alma
deixada à ERMO
no escaninho do sotão
SEM vanturas,
NA agrura do escuro e frio
CALOR que faz
no FUNDO de nós,
todos.

3x4






RELEMBRO nas fotos antigas
as CARAS e bocas
escondidas no SENTIR feio
do SILÊNCIO.
Bom, seria o SOM das
fotogenias,
o GEMER das alegrias,
sem DEVIR.
Eu, que não ENTENDO o presente,
não PRESSINTO boas
risadas de FUTURO,
sem DENTE,
sem nostalgia.
E NA minha 3x4 antiga,
REVEJO aquele que sou,
não SENDO mais
o agora.

JUNTO TUDO

Juntando TUDO,
à BASE de desencontros
e ENCONTRANDO um jeito
de ME soltar
das AMARRAS.
Amando MUITO,
o pouco QUE tenho,
e querendo UM
pouco mais.
ANTES de tudo,
o LUCRO, que a lástima
que PASSOU.

RELÓGIO

AGORA,
eu não TENHO mais a cumplicidade
do MEU relógio quebrado.
Vivo TORTO,
sem saber COMO não chegar.

MANUAL DE AMOR DO HOMEM

Todos querem ENCHERTOS emocionais,
SAUDADES sombrias,
músicas NOTÓRIAS,
horas prá se DESCULPAR.
Não é BEM assim.
Não, não SOU perfeito.
Tenho JEITOS imbecis
e DESATINOS fora de ordem.
Presumo EU, que a vida se faça
num INSTANTE,
e todo o RESTO é a sua chance
de MELHORAR lá no fundo
de QUEM és.

1º OLHAR e não ver
é o PRIMEIRO dos meus desgostos.
ME ver é uma arte cadenciada
pros POUCOS que ainda não
sucumbiram ao AFÃ da palavra lida.

2º Admito, AS vezes fingir.
Figuro BEM, quando o além está
por VIR.
Afinal, SINCERIDADE demais
é ignorância CONTUMAZ.

3º O SEND do meu peito,
não se LIGOU que agora já é
HORA de mudar.
"Muda, que o MUNDO muda junto,"
tenta QUE o tempo corta
em TEMPO o teu barato.
Tô esperando, SENTADO.

4º À cavalo, eu nunca APARECERIA,
meus contos de FADA,
não têm fadas, nem FUNESTAS
mocinhas DORMICHOCAS.
Eu SOU da ação.
PORTANTO, saiba aumentar
o MEU volume.

5º O LUME do meu olhar,
é CEGO.
Só vê o DETALHE generalista
de UM todo,
então SEJA em partes,
assim CONSIGO pluralizar
COM a retina, a tua
ÂNSIA.

6º Não TENHO standby,
ABOMINO as vertigens que sentimos
quando AS paixões assomam
suas VERDADES indigestas
em PLENO sábado.

7º OFF? Prá que insistir,
se EU dormi à TEMPO de não
te VER chegar?




Todas as VERDADES que se afiguram no LIMIAR de um simples olhar,
não SERIA real, não FOSSE a inconsequência da LOUCURA.
PORTANTO, às voltas COM a palavra, eu me DESDOBRO em dois,
num GESTO único, de DEPOIS viver.
AGORA?
TÔ rascunhando o meu futuro.






"MUDA QUE O MUNDO MUDA JUNTO" - Gabriel O Pensador

17 de jun. de 2010

PNEUMÁTICO

O que agora é RAREFEITO
é sem JEITO de
calar.
MEUS defeitos todos
se FAZEM fortes,
mas NÃO podem comigo
ACABAR.
DESABRIGO a culpa,
e faço a BOCA
entregar-se,
num BEIJO,
monolítico,
ALGÉBRICO,
alternado COM teu
dedo em MEU lábio,
impositório,
PNEUMÁTICO.




É desse BEIJO que falo, que faço e FUJO.
Quando SERÁ essa hora?

AGORA EM DIANTE

DORAVANTE,
peço só silêncio.
Que ESSE bloco parado na rua
há de PASSAR.
Mesmo que a BANDA
acabe seu SHOW,
nenhuma janela VAI se
fechar.
Nem MOÇA feia quererá
chorar,
nem MOÇO tolo
vai SE enganar.

NÃO AMO, MAS...

DEIXA que agora
eu POSSA te ninar.
No teu SILÊNCIO velar
o TEMPO, que nos
possa APARAR,
na queda, NA cama falsa
dos DIZERES,
hei de DAR-te o belo
jeito de AMAR.


Não amo,
mas ENTENDO toda a linguagem
do PULSAR.

ME dano em noites como essa,
AQUELA hora há de
me ACALMAR,
chegar.

BASTA

Ah,
esse QUERER ir embora.
Que tanto SEGUE o meu pensar.
Mas, AGORA é hora
de DORMIR,
rico que SOU de sonhos,
e ignorâncias tantas.
Tremendamente TONTO,
talvez o EGO intenso,
interno DEMAIS prá ser
visto.
REVISTO cada grão de
solidão agora,
AFORA isso
eu POSSO me cansar.
De todo o MEU jeito indigesto,
DETESTO esse calar.
Falo, MAS pouco entendo,
calo, e TANTO deixo transbordar.

AGOSTO

À gosto,
já nem lembro
o que me FAZ sorrir.
DE gosto,
eu não entendo muito.

AO AMIGO OSWALDO

Não POSSO esquecer.
Não VAI passar.
Eu também NÃO sei o que
fazer DAS mãos,
sem TEU corpo lindo
a ME completar,
no POUCO que me resta
dessa VIDA,
inútil ELA,
e eu.
Canto, e o DESENCANTO
me assoma VÍCIOS,
de DORMIR, de morrer tanto
prá MIM,
mas AINDA vivo, penso:
Não, NÃO vai passar,
nada MUDARÁ em mim,
se DE mim o que se faz
eterno é o CHORAR.
E ainda que CALADO,
choro torto,
choro MENOS,
mas DESÁGUO.
E o MEDO não é mais de ir
embora,
EMBORA me dói sentir a distância
NO cume da minha
inglória ESCADA.






Em homenagem à Estrada Nova de Oswaldo Montenegro

16 de jun. de 2010

EMBRIAGUEZ

CANSEI desse raso
entregar DE mãos,
DESSA hora acentuada no
ADEUS.
Cansei DESSE não conhecer,
não TÔ contigo,
não te VEJO,
nem tenho mais.
Cansei de TODO o jogo de cena,
da PENA que me tens
de SABER-me aqui
sozinho.
Sábado,
a DOR mais pungente
há se ACABAR por um momento,
num GOLE derradeiro
de LEMBRANÇA,
na embriaguez PRECISADA,
na precisão dos MEUS
argumentos.

ÓPIO

TUDO isso,
da FALTA,
da incerteza ACESA no peito,
DESSE leito de morte
desenhado à ERMO
em minha CAMA,
dói.
DISTRAI a vida,
enquanto a GENTE toda ri,
DESFILA seus jeitos faceiros
por DENTRE as minhas
lágrimas,
CÁLIDAS gotas derramadas
SOZINHAS,
sem VEIO.
Tudo o que ME acalma,
agora FALTA,
esvai por entre OS dedos,
dedilha no meu
ROSTO o vazio.
Vagueio.
VINGO-me de mim,
pela TODA tolice que não tive,
POR toda a minha ansia
de TE ter,
e não tive.
Da DOR,
eu só CONHEÇO
o ópio.

15 de jun. de 2010

MAS, EU NÃO TE AMO

MAS, eu não te amo.
CHAMO teu nome,
rompo MURALHAS, amordaço-me
por TI,
e não te AMO.
Clamo TUA presença,
presenteio-te...
Acento TORTO em meu nome,
nomeio VOCÊ em minha pele,
APELO tua presença.
MAS, não te amo.
Não é POR você
que CHORO,
mas REDECORO cores no quarto
prá te RECEBER.
Não te ENCONTRO nas ruas,
mas de CASA não saio
a te ESPERAR.
Já disse,
eu NÃO te amo,
mais.
MAS, te amo tanto.










Tudo o que CANTO é só silenciado no PEITO.

QUEIXAS

Dobro as QUEIXAS,
desdigo os PASSOS dados,
desenho VOCÊ em mim,
imagino.

A RESPOSTA DE BABETH

...Brinco?!
Minto?!
Apenas substituo
a verdade que não
és capaz ainda
de absorver,
O íntimo é te
ousar inteiro,
De dentro pra fora.
Há de acontecer
ainda, o feito contrário
pra te fazer entender.
Que é só você
Em mim.
Em Sí.
Comigo Sigo.



TINTO,
o vinho derramado em NÓS,
não SINTO mais a falta
da SUA nudez,
MALINA.
Inda hei de COBRIR-te
toda, ENTREGUE,
não NEGUE,
eu sou CAPAZ
de FAZER-me feliz,
por TI.

TANTO

De TANTO imaginar nós dois,
DEIXEI de pensar em mim.
PARTI-me em vários
para PODER compor em ti,
a COR mais bela.
Essa QUE se reproduz
na LUZ dos olhos
que TE argumentam.
Tu és FATO,
desde que SONHADO
em mim,
FEITO arte.

14 de jun. de 2010

O AMOR?

O amor?
UMA carta que me esqueci
de ABRIR.
Um rio QUE deixei de
colidir.
Um BARCO à vela,
velando SÓ,
a sua saudade,
DESESPERADA que é
de TE encontrar.









As juras que FIZ de não mais proferir tal palavra,
PERDEU-se na ignorância sonante DESSE peito
louco e DESCABIDO que trago,
alado, NO peito.

NÓS

Se LEMBRO bem
é TEU nome que hei de gritar,
INSANO,
pelas RUAS.
À procura,
na LOUCURA de te ter,
só,
aqui,
COMIGO,
íntimos.






À você, que ainda brinca...
M.

PEITO MEU

Eita PEITO que esquece-se de mim,
e VAGUEIA, só,
na BUSCA d'um cais,
UMA paz que desconheço,
mas QUERO.
CHEGA peito meu,
VEM me encontrar,
e TRÁS contigo
um LITRO de vinho,
e não VENHA sozinho.
Se achegue MAIS,
faz de mim SEU elo mais bonito,
brinca mais COMIGO,
me FAZ sorrir,
de DENTRO de ti,
que AQUI fora
FAÇO um sol se PÔR
no RAIAR dos seus
OLHOS, luminosos,
meus.





[QUE BABAÇÃO]
rs

DIGO

TU me cobras,
me PEDES um instante seu,
e eu NÃO sei se tenho
prá mim a VIDA,
ou se TENHO apenas dela,
essa PARTIDA.
Você me PEDE explicações,
me TOCA, de longe,
me JOGA na cama,
FAZ-me chorar em você,
todo o MEU mar.
MAS, por onde andas?
ONDE cantas a tua voz
faceira?
D'onde TIRAS esse meu
sorriso?
DIGO,
quando VAI chegar?





Agora responde Babeth?

COMEÇO

PASSADO o começo,
TODO o resto é só pretexto
na ESPERA do fim,
o SEXO,
a deixa PRO beijo,
o sonho da GUEIXA,
entregue,
nua,
NÍTIDA ao luar.

13 de jun. de 2010

EVASÃO

PARO.



Ponho REPARO no mundo
e EVADO de mim.

Já te CONHEÇO letargia amiga.

Já me ESQUEÇO de mim,
calmaria desdita.

Atalho o FIM,
findo em mim o TERÇO da dor,
adormeço.

E, quando a CHUVA chegar
eu SAIO prá molhar-me
em POUCOS instantes,
da PAZ que eu não quero.

TUDO VEZES NADA

O sentido de TUDO
é a CERTEZA de nada.
É meu TREM parado,
que da ESTAÇÃO me deixa
um BOCADO cansado,
de ESPERAR.
O sentido da CERTEZA
é tudo VEZES nada,
nada FALO,
tudo FALSO,
nada calmo,
TUDO acalmo
e a PELE queima,
quente.
É um jeito TORTO esse meu,
de SER,
estar CANTANDO sem chuva,
vivendo SEM mudas,
e meus SINAIS se
perdem,
nas ESTAÇÕES,
dos anos.

PASSO PERDIDO

TODO passo perdido no mundo,
SOU eu...
São MEUS.
Tudo que POSSO, faço...
PERCO tudo quanto é
GUERRA, mas me resta sempre
COMEÇAR.

ESQUEÇA

Esqueça.
ESQUEÇA as horas que passamos longe,
que FICAMOS sem nos ver.
HORAS que não nos
conhecíamos.
Na VERDADE,
não vivíamos,
se NA espera do encontro
demorou TANTO
é que SÓ nascemos agora.

Esqueça.
Esqueça OS pedágios que pagamos sós
nas ESTRADAS e montanhas,
esqueça os DEGRAUS caídos
nas ESCADAS e esquinas perdidas
em NÓS mesmos.
Nada EXISTIU, senão a culpa
da SUA distância,
do SEU não me conhecer.

Esqueça tudo QUANTO forem
os SEUS pecados,
os PESADOS fardos carregados.
Que AGORA estou aqui,
seguindo em FRENTE,
no caminho QUE me leva
até VOCÊ.

Só NÃO se esqueça de mim.

DO OUTRO

Entendo tão POUCO
o mundo do outro,
que CHEGA a parecer
que entendo TUDO.

POR SI SÓ

[POESIA e paz, só se faz em GUERRA consigo MESMO]

12 de jun. de 2010

E AÍ?

Se tudo pode ACONTECER,
entenda.
É outro SILÊNCIO,
outra história.
é HORA.
Se AFASTE do medo,
se apegue ao
FEITO de me fazer
FELIZ,
me faça.
Me abraça TODO,
teu.

NA MANGA

NADA nesse meu jeito
é SEGREDO,
mas TENHO meus
mistérios.
Eu TENHO um carta
na manga.

ENSEJOS

EIS que quando atento
contra a minha PRÓPRIA indecisão,
me CHEGAM ventos
novos,
RESSOADOS nos ouvidos,
lá de LONGE
me trazendo
outros INSTINTOS.
Quero um BEIJO,
mas quero MAIS
um dia de ENSEJOS
que caibam bem aqui
nas MINHAS mãos.

SABENDO

Misturando o INCERTO
ao ilógico,
e imaginando a MÁGICA do verbo,
no silêncio.

PRETEXTO

DEVERAS sentimental,
esse,
que à POUCO era o homem
das FRIEZAS.
Geleira DEGELADA em instantes
PASSADOS na fria
SOBERBA que me revestia
a CALMA,
entrelaçada com o TRAGO
daquele UÍSQUE
que um dia abominei.

PEÇO

Só te PEÇO,
que se me VERES,
fale.
INDAGUE suas verdades,
e quem SABE eu
caiba bem EM seus
tamanhos,
de VIDA e morte.
É que eu NÃO sei bem
entender os PRAZOS
desse PEITO que carrego.
Já não PRESTO tanta
atenção nas JANELAS,
nem sei se AS bandas
passam mais CANTANDO
coisas do amor.
PERSIGO o verso,
e DESISTO fácil do inverso
JEITO de contar
a vida.

ATACO

Há um ATO que ainda desconheço
entre OS meus dentes.
MAS, se te acho
TE pego
te CATO
e ataco.
O PRAZO desse beijo
DEPENDE do ensejo pro
RESTO.
O todo que se ENTREGA
é o POUCO que se tem.
O tanto que se CARREGA,
só presta se FOR assim,
no SUSTO,
no bruto desejo
da FLOR, e do
querer.

DERRADEIRO

Se EU soubesse
onde CABERIAM todas as minhas
BUGIGANGAS,
certamente NÃO precisaria
ESCOLHER cantinhos
de OLHOS alheios
a me guardar
OS restos trazidos
do PASSADO.
Perfeito,
seria já NÃO valer-me
de HORAS incertas
que não contam mais
NA ampulheta vazia.

AO DESPREZO

PREZO,
pois o desprezo.
Esqueço-me das FARSAS
quando OLHO nos olhos
dos QUE me atacam.
POIS deles não me preservo,
se SEI que nada
HÁ de me ferir,
se JÁ conheço a
FLECHA.

GRADE

PELAS retinas,
eu ABUSO da fotogenia
que TE reproduz.
EU não fico bem em fotos,
e CAIBO bem na menina
dos TEUS olhos.
Não SEI,
há retratos que
te CONFUNDE, porque sou
TANTOS,
e sou NENHUM,
nos quadros PINTADOS
com SEUS dedos
na TELA
que é o ROSTO que carrego.
De RESTO,
atesto a minha insensatez
e PEÇO,
me FAÇA novo.

TINO

DIANTE disso,
o que AQUI se afirma
não PASSA de pura ignorância,
minha.
Se é que SOU um tanto
generoso COMIGO
DIGO que me calo,
e num ATO certo,
parto pro profícuo.
ALICERÇO o palco das quedas,
caio nas SÉRIAS sensações
de TER,
e perco o TINO,
quando menos PRECISO.

SIM

PROS encantos que celebro
em MEU vislumbrar
de VIDA,
nada é TÃO forte
quanto os ANSEIOS guardados
no PEITO de quem
se QUER bem.
Eu, do lado de CÁ,
percebo cada GESTO,
mesmo sem QUE o faça,
porque em MIM moram
os OLHOS que te
seguem
e SABEM bem onde
te ACHAR, em mim.

CALMO

CALMO,
eu SENTO na sala vazia,
e ESPERO que o tempo
finja JUNTO comigo
parar.
Prá QUE pelo menos
num INSTANTE, eu seja
esse QUE não fui.
E sinta,
DE relance, ao menos
o CHEIRO doce
de UMA vida que
nem TIVE.

GRANDE CIDADE

DORME lá fora,
no FRIO latente
da GRANDE cidade
que CRIO,
um MONSTRO enorme,
que me ACOLHE e
recolhe de mim,
as LÁGRIMAS.
Lastimam em MEU
cobertor
as TUAS faltas,
as FALHAS tiradas
da VOZ,
o BEIJO calado na
VEZ,
a tez,
que AGORA força
um TRAÇO, chamado sorriso.
DESTRATO o meu peito,
em FAVOR do
sonho.
SONO já me falta
nos OLHOS.

11 de jun. de 2010

SOMBRA SONORA

Descubro o ódio, quando fecho os olhos, e sei que das mãos de quem me acariciam, saem também as bombas que implodem em mim, a falta se segurança

Em reviver os bons momentos que virão, um dia, agora só o talvez me cabe.

Faço os meus diagnósticos todos, sem cor alguma.

Abro mão do beijo,

Me queimo no gelo seco que me acalma o Scott não tomado em setembro.

Já não me lembro mais onde os meus dedos foram esquecidos, nem faço mais questão.

Abandono total o meu desgosto, e gosto dessa dor, corada em meu lábio.

Aprimoro o vazio cadenciado da música que já não escuto,

Eu estou surdo amiúde, para os seus gritos

Bato em portas que nunca se abrirão.

Abrigo do FRIO, e congelo.

Os pneus do carro estão furados,

E essa chuva que não passa,

Me impede de viver mais.

Estou parado.

Caído,

Calado,

Em descaso com o teu abraço.

A saudade dói,

Esvai o meu sangue como corredeiras

Sem destino.

Eu sou o homem sem mar,

Velejo nessas águas de chuva que não me molham,

E do retrovisor eu te vejo nos sons de um passado

Que não entendo tanto.

Você passou e eu não sabia.

Mereço esse desfecho sem traço

De futuro a dois.

Adoeço.

SÓ TALVEZ

Talvez,
quem EU seja,
de FATO não seja
o PRODUTO final.
Mas, confronto-me
em DEFEITOS,
e ainda insisto em
MANTÊ-los no lado
direito das minhas
SOLUÇÕES.
De TANTO que me vejo
sendo EU, desimportante,
entendo o TAL
desinteresse em TER-me
como INFANTE,
da vida DE quem quer
que seja.
E NÃO seja, também.

JEITO, ESTRANHO TANTO

Ai,
esse jeito meio FEIO
MEU,
meio BONITO
SEU,
estranho tanto
QUE me dá saudade
de SER seu.

10 de jun. de 2010

ERA UMA ROSA

No entanto,

ERA uma rosa.

De BELA cor,

Odor singelo e SAUDOSO.

Era ELA uma flor, mas

Faltavam-LHE os beijos meus,

ERA ela sinuosa, sabedora de si,

Como um RIO sabe de seu

curso.

CABIA em meus dedos,

E se fazia GRANDE no perfeito encontro

Dos NOSSOS gestos,

Gemia.

E quanto a DESPETALEI,

Sorrio, como quem agradece

A TROCA, da vida pelo

GOSTO,

O gozo perpetuado no FRUTO

Do sonho.

LISÉRGICO

São NAS horas de desatino

Que eu CHOVO mais.

Uma água que CAI machucando,

Se FERE toda e

RETRAI o seu frio

No QUENTE sangue das minhas

Mãos, que ESVAEM.

Tudo LISÉRGICO em meu peito,

Tudo entregue DO meu jeito.

De resto,

Os DIAS passam,

As HORAS caem do relógio

Como FRUTOS podres

E SEDENTOS, sem querer.

Mas, a NOITE...

Pulsa em meus OUVIDOS

Como um BRADO que

Reforça a minha

DOR.

Estou doente.

SEGUIR

Primeiro,
o BEIJO.
A BASE dos desejos
TODOS,
água no DESERTO
teu.
Depois,
o CHEIRO.
A FORÇA desse gosto
de ESTAR perto,
PARTIR o peito em
dois.
HOJE,
a falta.
Uma DISTÂNCIA cadenciada
com as lágrimas vãs,
VAGUEIO só.
Amanhã,
o FURTO.
Um SUSTO em meu coração,
e PARO.
Deixo o RESTO seguir
sem mim.

TORNEI-ME MEU

TORNEI-me melhor,
quando SÓ,
me compus em
SONETO
e separação.
Tornei-me MEU,
na PAGA de ser
eu,
o meu MAIOR
exemplo.

É O SER

É o SER,
ele,
SÁBIO,
bobo,
na MENTE da mentira
TORPE.
É o SEIXO,
mais ARDENTE,
tolo e FRACO,
fortemente.
É no BEIJO,
calmo e QUENTE,
que a MORTE
acalma a gente.

VÉU

MISTURO com as janelas
do MUNDO inteiro,
um TINTEIRO de cor
nenhuma.
Afirmo a DECISÃO de ser,
o só de UM homem
todo,
no PÓ dessa humanidade
desgarrada.
Desenterro os OSSOS
do passado que DOEU,
prá no PRESENTE
pressentir o erro,
que não COMETI,
mas culpo-me
POR deixar de lado
o VÉU,
que encobre a
VERGONHA desse
que não sou EU.

DOS LADOS

Só de UM lado,
mora em mim a SAUDADE.
Do outro
a CULPA vã, da partida,
e nos OLHOS,
o desejo premente.

6 de jun. de 2010

EU QUE NÃO SOU LOUCO

DEIXO entre os pratos do dia
seguinte,
as LEMBRANÇAS de ontem,
e SIRVO de sobremesa
os BEIJOS dados por mim,
EM teu colo,
TUA cara doce
e DISTRAÍDA de inverno.

QUE TE ASSOMEM SENTIDOS

As coisas
prá serem realmente interessantes,
precisam deixar o nicho
das próprias verdades,
e buscar mentiras
que te assomem sentidos.

ME AFASTO

Na propensão desse que sou,
me AFASTO,
me RENEGO o tom cinza
do CÉU sem azul do dia.
No ATO mais que marcado
das minhas INTENÇÕES,
me disfarço,
ataco a DOR com serpentina
e SORRIO,
torpe, como um louco
num CARNAVAL.
E quando CHORO,
derramo do meu céu
da BOCA,
a água marcada nas
nuvens de AMANHÃ.

MUITO DO BEIJO

Por PERTO,
a parte mais ADORADA de mim,
que TE contempla,
se aconchega EM minhas
mãos, MOLHADAS.
Muito do BEIJO que te guardo,
ainda ESPERO,
sedento, o SAGRADO dom
do TER-te,
POR perto,
prá SEMPRE,
entrego-me TOTAL.

SAMBA DO COTIDIANO

Entra,
ABRA a fala,
e DIGA prá mim,
que a minha FALTA
é a DOR de um samba-canção,
que a minha CALMA aquieta
teu DIA,
refugia TUA palma
de criança.

Senta,
SONHA em mim os beijos
mais BONITOS, boceja
e DORME.
Me domina.
Me destina TEUS dedos
entre os MEUS lábios.

Deixa eu TE morder,
macerar a saudade,
SUPOR-nos apenas um,
SAMBA,
soneto,
SEMBLANTE.

Me ama,
ME chama do nome que quiser,
me COME em carne viva,
me APANHA no colo,
me CALA com teu cheiro,
me chupa inteiro,
me SABOREIA,
sustenta nos DESEJOS
o que teu beijo
MARCOU em mim.

ARREBOL TARDIO

Por TANTO querer,
me ESQUECI de sonhar
sem JUSTA causa,
sem COMPOSIÇÃO.
Tudo se TORNOU frágil demais
POR ser verdade,
e nem EM meu mundo
eu SOUBE saborizar
os medos.
TUDO se formara
em NUVENS,
chuvas POSTERIORES
e o ARREBOL
tardio,
se CANSOU de me acalmar.
AGORA,
o que eu quis,
DEIXOU o seu valor
alado em MEUS
dedos,
em RISTE o teu
abraço,
e os FRAGMENTOS de cartas
não lidas,
já NÃO são mais
uma MENTIRA,
nem TAMPOUCO realidade.
APENAS anseio.

SWEET DREAM

SONHO bom esse,
que nos FAZ perder o ritmo
do PEITO, calado,
que ENTORNA em nossas
veias o SEIXO mais
bonito do BEIJO,
e REVOLVE o gosto
bandido do GOZO.
TODO o corpo orquestrado
APENAS num instante,
que no ÍNFIMO traço
dessa VIDA,
se PERMITE etereamente.

5 de jun. de 2010

SABE?!

SABE,
até o mundo acabar,
a gente ENCONTRA um jeito,
uma FORMA,
ainda que TORTA de se
achar,
não se PERDER,
mesmo sendo TÃO passageiro
o NOSSO meio de viver.

Sabe,
de HOJE em diante,
eu SEREI diferente,
serei como FUI,
como quis, QUERENDO ser,
sabendo NÃO me perder mais,
tanto QUE perdi-me em tuas
VEIAS, no teu sangue,
que MALDADE.

Sabe,
ESSA carne arde de
SAUDADE,
se FAZ minha, mas vive
a PENSAR na tua,
toda, inteira, FEITO clave
de SOL,
sol que ME queima,
que CHEIRA bem
demais.

Sabe,
A GENTE sabe tão pouco,
mas JÁ me serve existir
com TEU gosto,
tua lembrança,
REVERSO do que pensei.

MOLDADA

Apresento os PORMENORES
no medo.
MALTRATO o laço mais
ANTIGO,
REDOBRO o verso mais
amigo,
e CAIBO no silêncio
comigo.
Não ERA de ser diferente,
uma VIDA que moldada,
ASSOMBRA a todos
COM a voracidade
e SUTILEZA com que me permite
DESCONSIDERAR o todo,
em FAVOR do incrédulo.
OS meus PEDAÇOS mais queridos
se FORMARAM no hoje,
prá AMANHÃ ser incipiente
demais AOS gostos
do PORVIR.

MAR ÍNTIMO

MARÍTIMO,
mar íntimo das
minhas LÁGRIMAS
SECAS e revoltosas.
MASCANTES são as tuas
ondas QUE me refiguram,
REDEFINEM,
refazem em MIM,
o astro.

IMPIEDOSO

DORMEM sob os céus
a DECISÃO marcada
no insólito DESEJO
e AMARGO semblante impiedoso
do OSTENTAR o homem,
à FARSA.

LINHA DE PASSE

O engraçado DE todo o meu REALCE, é não TER porquê me consoldar DA dor. Se é DELA que admito o prisma FIRME do olhar. Na LINHA de passse, meu jogo não TEM hora prá acabar.

LOUCURA

LOUCURA:

Palavra inventada em
DIALETO distante,
que me RANGE os dentes
sem EMOÇÃO.

Loucura:

Estado FETAL de saudade,
PACTO escroto
entre o SIM e o não.
A linha do MEIO,
o seio da DESILUSÃO.

REAL E IMAGINÁRIO

Do MESMO jeito que me perco
numa ESQUINA
desinteressada em MIM,
eu ASSIM, encontro
nos vãos da VIDA,
as minhas SUJEIÇÕES todas.
ME CANSEI de tanto entreter
teatros VAZIOS,
em RUAS tão movimentadas,
essas que TRANSITAM em meio
ao meu SANGUE corrente,
nas VEIAS cegas,
que NO veio da palavra
jorram TAL qual esse fluído
vermelho e QUENTE
contra o meu ROSTO, calado.
TUDO a que me refiro,
não SIGNIFICA tanto.
Tanto é VERDADE,
que já me CONSUMO
entre a COISA toda
e a nenhuma de IGUAL valor.
APENAS sei, que de diferente
entre o EU e o espelho
existe TÃO somente,
o PONTO de vista.
Afinal,
tanto o REAL
quanto o IMAGINÁRIO,
não EXISTEM mesmo.

O BRINQUEDO

UM sentimento desses,
que a GENTE desconhece,
me CONHECE tão bem
a SABER do vazio
que ME soma inteiro.
Não o VAZIO da perda,
mas o vazio do
vazio,
COMO um vagão de trem,
sem CARGA,
um SINÔNIMO sem palavra.
No PERFEITO pretérito
que BUSCO no espelho.
Enxergo NO todo
o JOGO de ser eu,
o BRINQUEDO.

DO MEDO

FALO tanto do medo,
que CHEGO a ter medo
de VIVÊ-lo perto.
Um MEDO somado,
no CASO, com coragem.
Um medo QUE age em
mim como parte,
e CABE tão bem nos meus
BOLSOS,
CHEGO a pensá-lo
um FORRO,
que ENCOBRE de dentro
prá fora ESSE cheiro de
covardia,
que VIVE a me rodear a
espinha.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::