::.Leve.::

[Esse que SOU]

Minha foto
[EU sou o que você não pode VER]

31 de jul. de 2010

MEU LADO CRESPO

Eu sou um CORPO,
onde SONHOS já não floresceram.
Sou UM louco,
pronto PRO sumiço,
o ENGUIÇO da solidão,
a FALTA de salvação.
Eu, o GRÃO.
Pão é como CARNE,
come-se,
mas a FALTA faz, mesmo
de DENTRO,
porque TUDO evapora,
expia-se a ATENÇÃO.
Meus MAPAS eu guardo nas
cidades QUE não habitei,
REI,
de algum LUGAR comum,
sou UM,
falta SER dois.

SEM PREÇOS

AS horas,
tão assustadoras QUANTO as noites,
HOJE, calmamente se
apoderaram DAS minhas saudades,
LIVRARAM-se delas,
e de PRONTO me
calaram.
Só a TUA voz podia ecoar em mim,
SÓ a tua vez é que me cabia
ali,
NO verso,
in VERBO solene,
lento.
E dentro dos MUNDOS que nos
acomodavam
eu ME dei por satisfeito,
VER-te perto,
sem PRAZOS,
SEM preços.
O PEITO meu,
batia PALMAS.




E ainda DIZEM que Pedro negou Cristo por 3 vezes.
P.

SEM SAUDADE

Lindas,
LETRAS em poesia.
Lindos CÍLIOS,
já não SINTO
saudade da BAHIA.
Lágrimas QUE cessaram,
lamentos CALARAM,
e teu BEIJO calou-me
no INSTANTE
do ABRAÇO.
Ah, como MEU peito
se AGRADA da tua
ciranda DOCE.
AH, como meu LEITO
te ESPERA quente
nos DIAS que vem.

30 de jul. de 2010

VÁRIOS

É de SER vários
que mais tenho medo.
É ser GENTE que incomoda.
Bora SER deus?

CARTAS MARCADAS

As FUTURAS rugas,
já me PRESTIGIAM com suas
incontáveis MARCAS
no rosto,
cansado.
Árduo é TER que sorrir
na impaciência
de VIVER.
Vivo AMARGO,
atado ao RESTO de correspondências
que NÃO abri,
por medo.
Mato-me AOS poucos,
aos BERROS,
e mesmo ASSIM,
nenhuma LINHA da minha mão
é lida.
As CARTAS marcadas com vinho,
são AS que nunca terei
FORÇAS de entender.
As cartas SANGRADAS de lágrimas,
serão as MINHAS testemunhas
silenciosas,
daquilo QUE li.
Lamento MUITO não
respostar as MINHAS
falas.

TENHO MEDO

O afeto me AFETOU em cheio.
A falta DO abraço me
quebrou ao MEIO.
E, tudo que EU vejo
são SINÔNIMOS de saudade.
Uma SAUDADE descabida,
desconhecida,
daquilo que NUNCA tive.
É disso que TENHO medo...

Do que não se EXPLICA,
mas se COMPREENDE
assim MESMO.
O desaconchego.

COMEÇANDO

Impróprio ÀS coincidências.
Eu sou,
UM tanto óbvio
prá SER surpresa.

29 de jul. de 2010

LETARGIA

Em ESTADO letárgico,
FEITO o ártico no verão.
Silenciado,
SILENCIANDO aos poucos
as ARMAS, antes
em RISTE.
Triste é SABER-se mais
que DEVERIA.
Na VIA dupla de ser
você MESMO,
não vale SER menos
que isso.
Disso, eu ENTENDO.
E dos REMENDOS
aprendo COMPOR
solidão.

MAS...

MAS,
onde SOB os olhos há tanto
MAR prá se esconder?
Em que CAIS tu vais
vir?
Em que PAZ te celebro
no silêncio?
EM que país habitas?
Digas que EXISTE e eu
crerei em INTENÇÕES

ROTAÇÃO

Nas VOLTAS que a vida dá. A gente PERDE o leste e onde chegar.

POESIA

P
O
E
S
I
A

é o descaso COM o sentimento.
É querer ALENTO in verso
É VERBO jogado fora.

Poesia
é o PÃO dormido da saudade,
uma ARTE que ecoa frágil
nos OUVIDOS dos emudecidos,
são IDOS que não mais
VIRÃO vindo com o vento.
O TEMPO passou e a gente não,
VIU!

28 de jul. de 2010

MESA VAZIA

É essa FALTA de certeza,
a MESA vazia,
o DIA que começa
cedo e ANOITECE ainda
de dia.
Sim,
é isso QUE me tira
a alegria.
Eu, que CAMINHO aquém das
CIRCUNSTÂNCIAS,
a ânsia de DORMIR,
ir além do SONO,
sonhar.
Tão impróprio QUANTO sofrer
é o NÃO entender
das HORAS.

MELANCOLIA

E essa melancolia que soma as
DORES de dias que não amo,
dos DIAS que não sonho,
nem PERCO mel nas tuas mãos.
Esse AR frio que pela janela
se ABANCA,
deixa o BRANCO do seu silêncio
em MEU sofá,
e sai,
DETERMINANTE,
na desilusão do QUE ficou prá
trás, o EU.
Cansando-me,
causando-me ESPANTO essa vontade
de QUERER,
essa QUERÊNCIA de viver
o que não me PODE ser entregue
no AGORA,
mas no FUTURO, eu vou embora,
e TALVEZ já nem queira
MAIS.
NA paz, que não sustento mais,
o CAIS que arrebenta em MIM
as ondas.

SEM AGORA - TÃO METADE

FELICIDADE não se escreve
com LETRAS de saudade
nem VERSOS de solidão.
O verbo de SER feliz
é ser
inteiro,
e eu TÃO metade.
Será que SOU feliz?
Ou será QUE sou
em RESTOS de sentir?
Sem respostas,
SEM perguntas mais,
sem AGORA.

CORAGEM CORAÇÃO

Nos ENTRETANTOS do que
há de SE dizer,
eu APENAS peço
CORAGEM, coração.
Aceite o FRACASSO,
não dê-se em LAÇO,
no aço da DOR,
se acalme,
e no RITMO das chuvas
DELEITE-se no molhar
das PAREDES,
que te PROTEGEM.
Coragem CORAÇÃO,
que teu ÁRDUO recado
há de ECOAR nos
brados,
DOS fracos,
que um DIA
fortes SERÃO.





CORES DO VENTO

TODA rima
fica MAIS bonita
no SENTIDO de te
encontrar.
Cansei DO existencialismo
de SÓ idealizar,
FORMALIZAR em desejo
um prática INDEFINIDA,
a ida,
MUDANÇA pro teu
peito,
SEM nem pensar.
Agora,
SÓ,
eu vejo CORES no vento,
vejo o TEMPO seguindo
COMIGO.
Um tanto ESTRANHO esse
jeito de AMAR.
Mas, amo.

MARATONA

E, seu eu PENSAR que
apenas VENCI,
terei PERDIDO a oportunidade
de CONTINUAR.
Os VENCEDORES reais
são OS que nunca deixam
SECAR a sede de
SENTIR.
Esse PASSO óbvio pro topo,
é TORTO de se tentar.
Eu que NÃO quero coroas de
LOURO na cabeça,
prefiro à PAMPA a vontade
de CRUZAR a linha de chegada
em ÚLTIMO lugar,
assim SABEREI que permaneci mais
tempo REALIZANDO
que ESPERANDO o outro
chegar.

MINHA VIDA?

Minha VIDA?
Ah, é tão DIFERENTE da sua...
Gira, CAI, segue,
são LINHAS tortas,
são COISAS minhas,
sinas de um VIVER sem
medidas.
As MINHAS ruas?
Não te ATRAVESSAM, não te
recomendo,
não TEM sinalização alguma.
Os meus PONTEIROS rodam
prá trás, COMO quem quer
não SE seguir,
meus BRINQUEDOS são
sem FARÓIS prá não se
admitir.
E eu,
a ANDAR e bater no peito
feito o FEITO do coração,
me ACONSELHO dias
sem MAIS intenções.

25 de jul. de 2010

SOMETIMES

De VEZ em nunca eu INSISTO no pasado.
De vez EM quando eu busco um futuro.
Quase SEMPRE perco a hora no presente.
MAS sinto CORRER nas veias,
a vontade de ACERTAR melhor os relógios
que me HABITAM.

DOS DEUSES

As VEZES,
não DIZER nada
é como SINTETIZAR o
pensamento EM meras
imagens.
Elas AGEM sobre a gente
e rente AOS olhos
cria HORIZONTES tardios
em meio à NÉVOA transeunte
que AFEITA o dia.
Ser GENTE,
nem SEMPRE é abominável,
mas NA maioria das vezes,
a gente ABOMINA ser.
Melhor,
SERIA ser deus,
ser FADA, eunuco,
nunca UM fardo aos próprios
braços.
Eu,
que me CARREGO cansativo
em meio às RUAS que me
transitam,
de SOBREAVISO reporto ao tempo
a CULPA do peso
que TENHO.
Tudo SOMADO,
gera conflito
no TODO dividido.
Eu AINDA gente,
espero continuar TENTANDO
um deus,
DESSES que me apetecem.
Ora EROS,
ora HADES,
ainda ARDE a vontade de subir
ao apogeu.

24 de jul. de 2010

JUST

Ser prático TEM suas
vantagens.
Nada DÓI tanto
quanto NÃO fazer.
O resto é MAR,
que BATE e volta.

RE-TESTE

Não adiantam SÓIS nos céus,
nem VERBOS numa lua
vazia.
Não me ADIANTAM dias
e CORES,
meus OLHOS vagueiam cegos,
no TEMPO que escorre em
MEU olhar.
Acreditar
já não é uma QUESTÃO de certezas,
mas de janeiros
prá CONTAR.
Meu calendário CONFUSO
cancelou o CARNAVAL,
meu EU intruso,
me deixo sem PÃO.
E prá ser HONESTO,
eu não SOU o melhor meio
de TESTAR o amanhecer.

RIO DO AMOR

Eu,
que NO agora rio do amor,
quando CALO minhas piadas
fora de HORA,
choro.
O lamento da PALAVRA
é sempre DADO ao desgosto
da TROCA.
Só sei,
que ATÉ hoje eu não
acordei.
Mas, também NÃO dormi.

CAMINHOS CRUZADOS

QUANDO digo
que DIGO coisas sem sentido,
VOCÊ diz me ama.
Isso além de NÃO ter sentido,
não lógica.
Quando FALO a verdade,
você ARDE nas mentiras
que TE acomodam com carinho.
QUANDO esqueço a hora,
você SE atrapalha e
SOME.
OS NOSSOS caminhos,
antes CRUZADOS,
agora seguem RETAS,
sem destinos.

DE DENTRO

Não VEJO nada fora de mim,
tudo ESTÁ por dentro,
tudo no LUGAR,
fora de órbita,
perto do CORAÇÃO.
Não vejo NINGUÉM por perto,
mas é CERTO que eu
não saio de MIM,
não caio EM tentações,
não DIGO mais
GO BACK MY LOVE.
E se FAÇO gestos obcenos
é que TENTO me adequar
à solidão.
Essa QUE me alcança no
fim DO expediente,
e me ABRAÇA na rua,
sem MESMO me tocar.
Ser FELIZ não é ter um mundo
de GENTES em redor,
mas é SER o mundo
que TE precisa ter.

VALSA DO DUETO





Se eu ERRO,
não é só PORQUE quero,
mas porque me INSPIRO
na culpa,
e me REFAÇO nas
intenções do TORTO.
Torpe,
é sem INVERSO ao
poético.

DERRADEIRO

Esse ar FRONTEIRIÇO,
esse ENGUIÇO que te permite
ser no entretanto,
um TANTO longe.
Esse CAIS de mar,
sem água SALGADA,
sem lágrimas.
Você,
que não CHORA
não CHOCA o mundo
de maneira alguma.
Eu,
que já chorei no DEMAIS,
agora seco o SILÊNCIO
gelado das PALAVRAS
com LENÇOS,
vertendo RIOS
em corredeiras.
A derradeira VERDADE
é sempre MENTIRA.

AGORA!

Eu que NÃO estou morto
deixo o MEU sopro
em TEU pescoço.
E, se for prá ser
AGORA,
me adora MAIS de perto.
É certo que a GENTE
precisa um do outro.

VEIAS VELHAS

E SE escrevo tantas coisas
inexplicáveis,
é que EU na alguria
de DIZER coisa alguma,
me EXPRESSO mal.
Eu tenho TANTOS amores
e nenhum SABE disso.
Quem foi que DISSE que amar
era SOBREhumano?
Não que esteja CERTO,
mas de ERROS ninguém vive.
E prá mim a PALAVRA de luxo
não é em TOM de amor,
mas no SOM da paz que o amor
nos TIRA.
Esse PEITO fisgado que sinto
bater no lado quadrado desse
ESQUERDO corpo
me REFERE ao ser gente,
mas nem SOU.
Sou doce, e sou SABOR amargo,
acho que TRAGO uma adaga nas
mãos.
Mas, é só prá cortar AS tuas
amarras.
Eu estou ATADO em teu pulso,
e teu sangue CORRE em minhas
velhas veias.




À Adélia Prado, que de coisas inexplicáveis, me ensinou a expressar-me.

URGENTE

URGENTE é te amar,
achar em VOCÊ meu
mar,
maldizer o PASSADO,
e passar os dias
te OLHANDO,
caindo em teus BRAÇOS,
desejando TEUS castos
laços,
e SORRINDO,
como em CAFÉS tomados
na cama,
como CHAMA que não se
APAGA e queima.

23 de jul. de 2010

LADOS

O NOSSO lado mais longe
é a COERÊNCIA.
O resto é tão simples
de TER e ser,
e SABER!

TANTO

TANTO,
e no entanto
um POUCO cansado.
Desastrado, ESSE que
sou, no passo
de SEGUIR e não voltar.
Atraso SEMPRE ao menos
meia-HORA
na vontade de NÃO
mudar.

JOGOS

É um JOGO
esse DE ser maior
quando SOMOS
tomados PELA preguiça
às SEXTAS de manhã.
O TEMPO que nos toma
de assalto
é o TEMPO do coração,
que já NÃO entende
português,
nem LÊ o que se escreve
na PELE,
com VONTADE.

SEM REMÉDIO

Ah,
ESSA saudade sem afago,
sem TEU braço
em MEU dorso,
sem AFETO,
sem teu PEITO controlando
o meu PULSAR.
AH,
essa SAUDADE sem
remédio,
esse TÉDIO de amar
nessa DISTÂNCIA.
Eu tenho ÂNSIA de me
revoltar,
e FAZER das horas
só UM traço em teu
pulso,
ALGO que te faça logo
CHEGAR.

TARDE INTEIRA

Uma ETERNIDADE
ou uma TARDE inteira
são IGUAIS
quando NÃO se sabe
mais o QUE
dizer.

POR DIZER

REVEJO o verso escrito
na sua CALÇADA,
e SINTO que ainda
FALTA dizer algo...
Só não SEI o quê!
Quem SABE um dia,
a gente ENTENDA melhor
a língua QUE se fala
na distância.

ESQUECER

Esquecer
é uma ARTE,
que cabe
a quem dói na vida,
na VEIA,
nas indas e VINDAS
das lágrimas,
agora PERDIDAS.

22 de jul. de 2010

APENAS ME VERSO

Prá não me PERDER em tudo
que é TENTAÇÃO,
eu me LANÇO no verso.
Ao AVESSO do que sinto,
nele (o verso)
SOMENTE me verto.

UN POCO

TALVEZ,
só um POUCO distante.
Mas,
COM certeza,
extremamente indiferente.
O lema do bom VIVER
é não VER à frente,
nem AOS lados,
prá PODER enxergar em
si.

NEGOCIATA

Entre UM detalhe e outro,
a VERDADE inviolável de
quem SOMOS se regenera
nas NEGOCIATAS com o
peito.
Acabamos SEMPRE nas masmorras
do QUERER,
mesmo que JÁ nem queiramos
mais.
O homem SÓ existe para se
alimentar de SONHOS,
tudo o QUE é real demais,
apenas DETERMINA o sinônimo
do que NÃO interessa.

LATENTE

No DESENHAR das curvas,
DESSE que é o corpo
que te OCUPA
há um VÉRTICE ilimitado
no DOMAR dos seus
feitiços.
Isso que EU chamo
desejo,
em VOCÊ é só
intenção.

21 de jul. de 2010

POR MIM?

Embora eu SAIBA bem
o que FAZER,
quase SEMPRE esqueço
onde PARAR.
E sigo, FIRME
como UM louco que persegue
a SUA intuição,
como um PÁSSARO que foge
da CLAUSURA.
A dura VIDA que levamos,
não é a COISA mais triste
desse mundo.
A beleza de SER gente,
é não precisar SER
tão humano
QUANDO se tratar
de gentes.

20 de jul. de 2010

BELO

BELEZA é o efeito
da NOSSA loucura,
e nunca PRODUTO do nosso
egoísmo.

DE A à Z

Aos AMIGOS que tanto amo,
e deixei NA distância
dos QUILOMETROS,
um MERO abraço,
desses QUE não se acaba,
desses que NOS afaga
a alma.
Aos amigos QUE não fiz
na FELICIDADE do vôo
alçado,
apenas UM braço estendido,
num RITO de chegada.
Eu estou BEM,
mas ainda me FALTAM os suspiros
que NO encaminhar das horas
ficaram LÁ,
no meu PAÍS natal,
na minha TERRA, então.
E, se FALTAR algo a dizer,
que EU possa em poesia
suscitar RESPOSTA.
Aos que AMO,
apenas posso DEVOLVER,
amor.




Hoje, pela primeira VEZ distante,
eu preciso REFORÇAR...


Amo TODOS, de A à Z...

19 de jul. de 2010

NIILISTA

O desacreditar NEM é tão ruim,
quando CRER é mera ignorância.
A ânsia de VIVER,
nos nega o dom de
escolher COMO viver.

MUNDO IMUNDO

Por CERTO,
o que SOU é pouco pro mundo.
E o MUNDO anda tão pouco
em meus PENSAMENTOS!!!

QUANDO

Raro MESMO é o som
que não se OUVE todos os dias,
aquele de EUFORIA,
sem ALEGRIAS estancadas,
sem flashs e borboletas.
RARO mesmo é o dom
de SER feliz com pouco,
sem precisar de OUTRO
como ESTANQUE das suas
indagações.
Caro mesmo é TER que acordar
todos os dias,
sem QUERER os dias como
companhia.
CARO mesmo é desenvolver
saudade, SEM ter conhecido
a lembrança.
E nós?
Quando aprenderemos a FAZER mais
na vida,
e DEIXAR a poesia de lado?
E NÓS?
Até quando DEIXAREMOS calar o desejo
solar das intuições
prá SUCUMBIR no poço
da EGOCÊNTRICA manifestação
dos horóscopos e INTERFACES
computadorizadas do maldizer?
Quanto NOS valerá o silêncio?
Quando VALEREMOS mais que uns
minutos de FAMA,
e o resto da vida,
de FOME?

NOSTALGIA

Sem FIM
essa vontade INSTINTIVA
de relembrar,
de REVIVER,
de repousar em teu
corpo a MINHA sensação.
Nos meus OMBROS pesam
a tua SAUDADE,
uma dor que ARDE,
invade o resto de
paz que ACOMODA.
E, se FOR prá viver assim,
que AO menos em
devaneios, TU venhas
compor meu QUARTO,
num ato DESGOVERNADO de
se dar,
e me DÊ de você
o tom MAIS rubro da sua
BOCA.

PORQUÊS

Porquês quase SEMPRE são sem QUERER.

QUASE SEM QUERER

Quase SEMPRE, sem ter
o que DIZER,
a gente DIZ muito.
Eu queria TER o que contar,
para CALAR a voz,
e deixar QUE a palavra
emane DAS profundezas de suas
intenções e RECAIA sobre
o véu das MINHAS
divagações.
É um quase SEM querer
esse JEITO incerto de
FALAR, ainda que
não se DIGA nada.

18 de jul. de 2010

QUERIA

Queria NÃO ter mais o que dizer,
mas TINHA, e dizia.
Não ter MAIS opinião,
essa FALÁCIA que carreguei comigo
há tanto.
Não TER mais a metáfora correta,
nem a HERESIA na ponta da
língua.
Queria NÃO ser mais projeto
de FUTUROS meus,
nem mais CONDIÇÃO de agonia
pros outros.
Não ter SAUDADES
nem alergias.
Não ter CONTINUIDADE,
nem CALMARIAS.
Eu já quis não ter mais
IMPORTÂNCIA,
e nem ALEGRIAS,
e se TUDO fosse como eu
queria, QUE tédio
que a VIDA seria.

ATO

Do meu LADO
não quero NADA,
nem ninguém.
OS ABRAÇOS apertados
que ESPERO,
esqueço QUASE sempre
no hall da SALA
de jantar.
Em minha FRENTE,
não presto ATENÇÃO em
nada, nem nada.
Cansei de VER obstáculos,
AGORA cego-me ao sabor
das necessidades.
Ao fundo, o MUNDO ri e
chora, EMBORA eu saiba
como SEGUIR,
prefiro parar
prá NÃO perder o meu
espetáculo de VIVER,
ainda que me COBRE
relógios a ORDENAR
sentidos.
O que eu SINTO,
vindo de FORA,
não representa nada.
O tudo é só o ATO
de esperar.

INCONTIDA

O que SINTO,
saudosa em MIM
é a PREGUIÇA,
que me intriga
só de PENSAR.
Esse DOCE desejo,
de UM beijo demorar.
Da cama NÃO se levantar,
achegar-se NO braço,
FAZER do seu jeito
um traço MAIS forte nessa
arte.
E se, TE pego sorrindo
em meu PENSAMENTO,
eu durmo, a SONHAR contigo
e tuas CARÍCIAS.
As minhas CARÊNCIAS
só se EXPLICAM no
teu silêncio.
E, o que eu SINTO
é só o REMÉDIO dessa
desarmonia, INCONTIDA,
descontente em meu
FIM de semana,
iniciado SEMPRE com
a tua AUSÊNCIA.

CONFESSIONÁRIO

Confesso que a SOLIDÃO me acalma,
mas desarma o meu PEITO.

EM TEMPO

Em TEMPO de ser feliz,
RE-invento festas,
ESTAS que nos carnavais
de ONTEM passaram.
RE-trato os focos,
que NOS olhos da gente
se CALOU, antes do ontem.
RE-faço os laços das fitas
de TEU cabelo,
e LAÇO-me em teus dedos,
todos.
RE-caio nas SUAS armadilhas
e DEIXO-me preso prá te
agradar.

Em tempo de SER feliz,
eu olho PRÁ trás,
prá estar em FRENTE
à você.

NÃO DE BRINCADEIRA

Não de BRINCADEIRA,
hoje sinto UM frio
enorme,
pela FALTA do teu
braço,
no EXCESSO do que é
escasso,
na SOLIDEZ de uma
solidão notória.
Não de brincadeira,
eu OLHO prá frente,
prá FORA,
no foco de UMA
lembrança,
e CHORO.

LONGES

Não ME incomoda
o dedilhar DAS folhas
ao SABOR do vento.
Eu, apenas TENHO
ciúmes do TEMPO
que te LEVA
longe de MIM.

CANSADO

Cansei de BRINCAR
em teu PERDER de vista,
não INSISTA em me
querer,
QUE o tempo não
me EMPRESTA mais a sua
atenção.
Eu, AGORA
tenho pressa,
e nessa SUA calmaria
eu NÃO guardo mais
intenção.

CHUVA

A chuva ESVOAÇANTE que lá fora
cai
lembra-me um TEMPO
perdido em MEUS olhos,
ond e a minha LEMBRANÇA maior
era compartilhada
COM o cheiro
d'uma TERRA molhada,
que abrigava MEUS pés,
infantes, QUASE etéreos.
E, se ELA cessar,
eu, em ATO derradeiro
de inverno,
DEIXAREI que essa chuva
premente me CAIA nos olhos
e desenhe em minha FACE
os seus IDOS,
ritos de PARTIDA.





Palavra ATADA em meus versos, num antigo tempo.

POR ONDE ANDEI

Por ONDE andei,
perdi VERDADES pelo caminho.
E, se cheguei,
não é que TENHA conseguido,
mas TIVE que permanecer
em marcha, SOLENE.
Por onde ANDEI,
eu sei QUE caí
perdendo DENTES e distâncias,
tanto QUANTO te perdi.
POR onde andei,
meu SILÊNCIO corrompi.
E, se TEMO outra chuva
é só PORQUE sobrevivi.

TÃO DESERTO

No silêncio,
os PENSAMENTOS ecoam em
RITOS de passagem,
chegam e VÃO,
sem licença pedir.
É tudo TÃO intenso,
que chego a SENTIR frio
no calor das palavras
nunca DITAS.
Eu,
se PUDESSE,
chegaria mais CEDO,
te preparia o café,
a CAMA,
o carinho,
mas SEI que meu andar não
permite,
nem a TUA chegada é
prevista.
Enquanto SIGO para mim
mesmo,
me asseguro o SONHO.
Mas, quando SEGUIR por você,
já terei perdido
a SOLUÇÃO da vida,
minha, prá consolidar a tua.





AFAGO

É desse afago
que mais SINTO falta.
As horas
já não PASSAM,
elas nem mesmo EXISTEM.
Aqui,
TUDO tão perdido
e eu tentando ACHAR-me
entre bancos de PRAÇAS
e pormenores
de VIDAS desconhecidas.
Tudo GIRA,
mas parado está.
Eita MUNDO estranho
que EXISTE,
sem mesmo
existir.

DEITA

Deita SOBRE meu umbigo,
teu BEIJO.
Dita-me as REGRAS do
teu QUERER,
que me PERFAÇO das vontades
de ME programar
em TEU prazer.
Eu, que SOU pedaço,
me vejo COMPLETO
nos teus ENCANTOS.

17 de jul. de 2010

RASTROS

ENTRETANTO,
há um canto AQUI no meu peito,
que nunca HABITADO,
agora PEDE aluguel.
E, por não SABER como
impossibilitar o VENTO de
seguir,
eu deixo AS portas abertas,
e essas,
são as MINHAS pontes
prá TE enxergar.
Se VAIS chegar, não sei!
Mas HEI de viver
na entre-luz DAS nossas
intenções SENTIDAS.

DEPRESSA²

Ah,
eu NÃO tenho pressa,
e sem ESSA de que vamos
MORRER.
O tempo CORRE,
mas a vida SEGUE,
nem que SEQUEM os meus
MINUTOS,
esse RIO há de cair
no MAR.
Esse AR que respiro,
tiro FORÇAS das suas
asas e ALÇO o vôo prá te
conseguir VISLUMBRAR.

16 de jul. de 2010

FUTURO PRESENTE

Ainda DISTANTE disso tudo que
resume UM homem.
Meus PECADOS, ainda atirados
em PEDRAS cravadas
nos DENTES,
não FAZEM de mim um
TRAPO,
mas me DEIXAM traços na
pele, CICATRIZES catalogadas
em ANOS e notícias de
jornal.
Os ARMÁRIOS fechados,
ainda CELEBRAM a minha distância,
sem TRAJES,
em TAIS dos recalques
que um COLHI.
A cama DESFEITA,
esse que AGORA deitas de
saudade.
A alma imperfeita, DE poesia
envelhecida,
DAS lidas que tanto fugi.
Ainda LONGE de ser o tempo
que CONTESTEI,
eu espero um FUTURO mais
presente,
que de PRETÉRITO
eu já TENHO teu rosto.

CONJUNTO

Essa que é a minha FACE,
nem sempre INTEGRA
o conjunto da OBRA.
Eu SOU em partes.

14 de jul. de 2010

VÔO

A CERTEZA do salto
é sempre UMA dúvida
PARA a queda.

INSTANTE

Prá CADA ser que nasce,
a TERRA mãe,
se DEIXA invadir pelos
NOVOS desejos,
os ENSEJOS de vidas
outras que SEGUEM.
Pro NOVO ser que surge,
um tempo NOVO que urge,
que corre POR fora,
e de dentro DAS barrigas
que AGORA se abrem,
há o INSTANTE,
uníssono com a VOZ,
que POR ser assim
se DEIXA ser
chamado VIDA.




Ao meu sobrinho que nasceu HOJE.

13 de jul. de 2010

MÃOS

Nas MINHAS mãos carrego
sangue e DOR,
também os FERIADOS que
passei à NADO,
sozinho.
Mãos que CARREGARAM saudades,
boas e más lembranças,
as ANDANÇAS desse homem
que me TORNO à cada dia.
E, nelas, as MÃOS,
também já levei
BEIJOS, braços e pernas,
CORPOS em FOGO vivo,
nos DESEJOS mais profusos,
e AGORA, confuso,
deixo-as a SÓS...
Esperando o tempo CERTO de
voltar a SER palco das
emoções QUE me elevam.

DAS JANELAS

Havia você, em mim...

A saudade

é que filtrava as poucas

lágrimas que contive.

O meu sangue GELA

de lembrar os vinhos,

as vidas TODAS que vivemos.


Sofrer é tão MENOR

quando amar é o TODO.


Da NOSSA janela,

A sua PRESENÇA,

O seu sentir, uno.

E a gente PERDEU tanto

Tempo amando QUEM não

Deveria.

RECONVEXO

Na DIFUSÃO de luzes que
me CEGAM,
eu sei BEM como
me orientar NESSA desordem
de CORES e cadências.
A dissidência das MINHAS
palavras é SÓ a ilusão do
ESPELHO, reconvexo.

DORME

O que BUSCAVAS,
ofuscava TEUS olhos
como uma MUSA ofusca o peito
do HOMEM sombrio.
O arredio CONTAR das horas
mortas,
nas MADRUGADAS se arrepiam,
de FRIO,
de FOME.
Era o QUE buscavas,
esse MOTE primaz da saudade?
E tu,
DICOTÔMICO, peito?...
Sem nem SABER d'onde empenhar
ESFORÇOS para esquecer-te
de SI,
e PROMOVER os açoites mais
ESPERADOS no peito.
Deitas,
que AGORA o cansaço que
te CONSOME, nessa fome
de NÃO sucumbir,
te ALIMENTA.
A manhã CHEGARÁ,
e com ela o REFÚGIO certo
da lembrança.
Dança,
que uma CRIANÇA há de vir
te enternecer.

12 de jul. de 2010

CORTEJO

O tal SORRIR,
tinir dos DENTES,
as lentes NOS olhos,
os pontos.
Os práticos DEFEITOS,
os leitos que DORMI.
Nada que TE compus
me FEZ demais,
e por SER pouco
é que é ETÉREO,
esse mesmo FORA do sério
quando DANÇA,
esse que LANÇA mão
das VONTADES prá arder
nas tuas NECESSIDADES.
Esse que é em mim o TEU
cortejo.

FRASE³

O que é de MIM
nunca HÁ de ser igual.

LARGOS SORRISOS

Os LARGOS sorrisos que
alço,
são COMO vôos que
sonhados,
DEIXAM de ser baixos
e PASSAM altos
pelos ARRANHA-céus
do MEU coração.

SAMBA-CANÇÃO

DE repente,
a gente OLHA em frente,
e já nem SENTE mais
as MARCAS que ficaram
na alma.
A CALMA,
antes PERDIDA,
agora em desmedida ALEGRIA,
se AQUECE no rubro
cintilar do AMANHECER
que se APROXIMA,
cadente.
Uma RIMA própera,
boa PRÁ entender as
lástimas QUE já não
CADENCIAM meu
samba-CANÇÃO.

MERA SUPOSIÇÃO

Não devíamos SUPOR verdades no outro.
Em nós, ELA já é tão escassa.

SEGUIR E SÓ

DORAVANTE,
que ao MENOS consigamos
nos entender NO silêncio,
porque DOS grunidos,
gemidos e OFENSAS
eu já me cansei.
A BOA resposta das minhas
ilusões é SEMPRE
o DAR de ombros,
que MESMO feio e intolerante,
me SABE bem como
seguir.

NÃO SEI³

É que eu NÃO sei viver
sem a INTENÇÃO da palavra
na despedida.
A HORA da partida
sempre ME foi o estreito
maior ENTRE o homem
e a VIDA.

10 de jul. de 2010

ME REVELAR

Eu sei QUE é de amor que
preciso.
Mas, sei MAIS
que é de MIM a falta
desse AMPLIAR as vontades,
que NAS tardes
os PEITOS querem bater
juntos.
E eu, NO assento da calma
que CARREGO condicionada
ao DESESPERO da dúvida,
duvido que
HAJAM razões
prá me SUPOR perfeito
na CONDUÇÃO certeira
desse OBJETO dado
como AMOR.
Eu,
que CONHECI pouco as cores
de uma VIDA à dois,
a sós,
me REVELO belo no
espelho.

CAUSADOS

Esses MEUS olhos exaustos,
CAUSADOS de tanta solução
sem PROBLEMAS,
sem PRECISAR sentir,
FRIO e fagulhas me
aguçam OS pés,
e finamente CHOVE entre o
meu CORPO e a tua
lembrança.
Por mais QUE eu possa
COMBINAR meus JEITOS,
são OS teus
que me RESOLVEM o
QUEBRA-cabeças do
querer,
e QUERO.





SER EU O VOCÊ

Esse,
que ERA longe,
tão EU na distância
mórbida do VOCÊ,
agora PERTO,
no ESPELHO desse
você, que não MAIS
o eu,
AGORA peca
em SONHOS coloridos
na VONTADE una
de SER somente um futuro
aterrizado em MEU
presente.
Tolo, esse que NÃO sente
o DESDENHAR das minhas
frases,
PAPO furado é esse que
nunca SE condensa
em AÇÃO.
O que me TATUA na entranha
toda do QUERER,
é o que me AFETA,
o que me TESTA no gosto
ARDIL da intenção serena
de SER eu,
o você.

ADENDO

A FELICIDADE
é o adendo dos olhos.
O algo MAIS das palavras
é o SILÊNCIO.

9 de jul. de 2010

ALL TIME

Tudo o que NOS falta na
vida,
NOS sobra nas
intenções.
Então ATENÇÃO ao dobrar
a próxima ESQUINA.






CARELESS

Esse SOU eu,
um tanto PARADO,
tão AGITADO que mais
pareceço CARNAVAL fora
de época.
Sou DESSES que se cala
quando FALA,
ama, no ódio da DESONRA,
estoura COMO bomba
em PLENO silenciar das
madrugadas,
eu SOU árduo.
Um tanto DESCUIDADO,
direto ao PONTO,
pronto PRAS reprises
e odeio TAMBÉM repetições
inalteradas.
Eu sou MEU alvo,
ora parvo,
PNEUMÁTICO, pragmático,
estático.
Mas, SOU no todo
um tanto POUCO para o que
AINDA virá,
de mim.

CISMAR

Das PALAVRAS,
as POUCAS que tenho,
nenhuma DARIA conta
de REFLETIR em som
o que EM ti é poesia.
Tão POUCA maravilha nesse
mundo,
e NO fundo do teu eu,
o meu cismar é DE tanto
olhar-te
e nunca ENTENDER tal
FORMOSURA, menina.
A sina do HOMEM é cegar-se,
enquanto o TEMPO arrasa
as PORTAS dos
intentos.

NÃO DITO, REGRAS

No meu FILME,
você não DESEMPENHA papel;
ao léu deixei VOCÊ prá
TRÁS,
seus AIS não me dizem
respeito.
Deito e DURMO sem culpa
alguma,
E numa DESSAS de perder
a condução,
ACABO ainda te dando
uma CARONA.
É, que de SAUDADE eu não vivo,
não DITO regras,
mas ESTAS que me movem,
são MINHAS.

TESTE

Tudo é só um TESTE.
Apresse-se em CONQUISTAR
os pontos que TE
faltam PARA ser
rei.
Tudo é só um JOGO,
e o BOBO da côrte
é o mundo INTEIRO.

NÃO POR ISSO

Eu SOU só,
um menino SOMENTE,
rente ao PAR de quem
não TEM mais.
Invento PROSAS,
releio VERBOS desconhecidos,
idos são MEUS pais.
Tais SÃO eles
que me ABRIGAM em suas
bandeiras BRANCAS,
sempre pedindo PAZ,
mesmo em GUERRA.
Eu SÓ quero ser feliz,
no TOM gris do amanhecer,
MESMO que sempre,
não SEJA todo o tempo.
Eu revendo SORRISOS,
e não POR isso sou
palhaço.

EX-PERTO

Esse AR
experto,
tão LONGE, tão frágil,
tão mágico de SE
sonhar.
Esse CAIS friorento,
o intento do MAR,
no mais,
eu SOMENTE caibo
nas mesmas ILUSÕES
que não PREVI.



EXPERTO: Neologismo que faz referência ao que é EX PERTO, já não mais.

8 de jul. de 2010

NÃO EU

Quem de MIM morreu, não fui EU.

Prá TODO enredo
há um SAMBA,
pro MEDO,
uma CIRANDA.
E, pros TOLOS
há sempre a DÚVIDA
da esperança.

ESSE OLHAR

Esse OLHAR sincero,
ainda ESPERO,
mesmo QUE meu espelho
hajam ESTILHAÇOS
de FRACASSOS passados.
Árduo é CALAR
quando a HORA é de
convergir OS uivos.

GRANDES QUE CAEM

MENORES,
são sempre os GRANDES
que caem.
Saem POR aí,
sem DIREITOS,
eleitos do PRÓPRIO
egoísmo,
CISMAM de si, a única
des-razão,
e são SIM,
o fim.
Fim da CERTEZA de querer
ir além,
pois AQUÉM vivem,
atrás do TREM
que da ESTAÇÃO partiu.

CHAMA

Me CHAMA,
as chamas DESSE querer
me querem consumir.
Me engana,
ME esquece nos dias
em que NÃO posso chorar.
Me AMA,
aumenta a MINHA temperatura
e CURA o meu silenciar.
Me CLAMA,
reclama a contenteza de
SE dar, e dá-me de VOCÊ
o verso mais BONITO.
Arranha,
apanha em meus DEDOS
os anéis que te CABEM bem,
vem que a CHAMA das velas
nos CHAMA a apagar,
o FRIO.

6 de jul. de 2010

ARDER EM VERBOS

No RIO do meu silêncio
também SOBREVIVEM
os ARROUBOS e
gritarias de OUTRÉM.
Bem que eu SOUBE calar
na HORA errada,
prá NA certa saber
arder em VERBOS.





RECORRO AO ERRO

O que é em MIM parte,
considero INTEIRO.
Inverto o TOM da perda
e PAREÇO arte noveau.
Classe, nunca FOI um
estilo,
mas DIGO:
- Silenciar é um DOM
dos que JÁ não sabem
mais GRITAR.

DO HOMEM

Nos dias,
a verdade é só
uma LUZ misteriosa.
Nas NOITES,
as horas são como ALMAS
em brasa,
sem asas prá VOAR.
Almas que ARDEM na
ofegância DAS próprias carências.
A essência do HOMEM
é se perder.

AO LÉU

Ao léu
o véu da POSSIBILIDADE
se refaz,
ATRAI pro corpo
o CALOR que mereces
sentir.
Inteiro
é só o PEITO que se
aquieta NAS maiores
alegrias CÁLIDAS.
Pois, perder-se NO
cauim da ILUSÃO
é como CANTAR na mudez
da BANDA que já passou.

PONTO DE EQUILÍBRIO

O que FICARÁ bem perto
é CERTO que será o meu
maior MÉRITO.
O que de VOCÊ permanecer
aqui,
APENAS souvernir.
IR ao teu ENCONTRO
é so o meu PONTO de
equilíbrio.

NÃO SEI

Mas, eu não TENHO mais
as ROUPAS que te cabiam.
Já perdi a NOÇÃO da sua
altura,
CULTURA, classe,
compostura,
POSIÇÃO.
O tempo PASSOU, por mim,
por SI mesmo,
deixou apenas um RASTRO de
lembranças,
e eu COM o coração nas mãos,
maldei meus OLHOS, pela distância
e HOJE sei,
não SABER nada de você,
me trouxe a CERTEZA de poder
saber o que PRECISO for,
de mim.

EU, FRASE SUA

SOU frase, seu.
Sou SUAVE saudade
daquela SIMPLICIDADE
perdida,
NA ilha de qualquer lugar.
ORA forte,
ora TARDE,
eu sou o CALOR
que quer TE incomodar.
Eu SOU a fase mais
tranquila de um TURBILHÃO,
sou o milhão de ESTRELAS
que conta-se em SEUS olhos,
eu SOU o olho
que te APROXIMA,
eu sou a CISMA que não sai
da SUA boca.
Moro na ROUCA voz
que te ACORDA.
Eu sou os DEDOS que te
assume em CARÍCIAS,
eu penso SER a sua
delícia.

5 de jul. de 2010

TROCO À VIDA

Eu FAÇO tudo errado,
e acerto QUASE sempre.
O meu IÊIÊIÊ tem sorte,
FORTE apelo de saudade,
e ARDE como sol
incandescente.
SOU torto como árvore
maldizente,
CRENTE sem crença alguma,
DUNA em mudança
dos VENTOS,
e sou meus PRÓPRIOS intentos.
Lento,
TENTO reverter o risco,
aplico VERSOS nas veias,
e FAÇO da falta de jeito, um
TROCO à vida.

4 de jul. de 2010

DEUS E MENINO

Pareço TÃO bobo as vezes,
e só as VEZES me sinto
adulto,
junto COM a fraqueza
de SER ingênuo.
Lendo meus OLHOS no espelho,
VISLUMBRO um mundo todo
de COISAS iguais e diferentes,
que nem SENTES mais
em teu jardim.
Sim,
eu sou DEUS e sou menino,
sou ARMA e vítima,
sou tinta VERMELHA borrando
seu ROSTO,
o seu GOSTO mais
íntimo de QUERER, bem.

PIJAMA DE OUTRO

Amo-te
nos mais elevados CELSIUS.
E, sei das SUAS alegrias
em ver-me em cada parte
dessas pequenas COISAS
que dividimos tanto.
Esse PRANTO que ficou
calado na SAUDADE,
esse CANTO nosso de dormir,
de SORRIR às madrugadas,
às dadas PIADAS fora de
hora.
Na glória da NOSSA comunhão,
o então HOMEM partido,
o eu,
AGORA precisa te DIZER
que nunca FOI em vão
VESTIR o pijama de outro,
só pelo PRAZER de dormir
mais PERTO,
do seu RESPIRAR.




À alguém que amo tanto: Nora, e nossos cafés.

DEIXA

DEIXA
se MOLHAR aqui,
queixa TEUS segredos
só prá mim.
BEIJA os meus dedos,
e faz dos TEUS o meu
jardim.
Me ama COMO nunca,
grita LOUCURAS indecentes,
mente TEU endereço
e me DEIXA perder-me
nas CURVAS de teu corpo.
Só não me QUEIRA longe,
que de longe eu VIM,
e não sou DE desistir.

SIMPLES ASSIM

Quando o MUITO me parecer
pouco,
é que ENTÃO,
nesse MOMENTO não farei
mais PARTE
do eu que ME toca,
pelo POUCO que sempre
me foi MUITO.
Junto, eu SOU melhor...
Sempre PREFERI o duo.

NÃO AO POUCO

O jeito mais CERTO
de acertar o jogo,
é por FOGO em tudo,
e se é prá ser LOUCO,
nunca seja pouco.

CRIA DAS TEMPESTADES

Não tenho JEITO,
sem CONSERTO,
o eu PARECE pouco pro
evento de VIDA
desse MUNDO.
Sou só UM projeto,
PREMISSA,
propósito,
ante o PRINCÍPIO,
não produto.
Tudo o que SOU é
resposta,
não RESULTADO,
e acho que sou
REVOLTO,
posto que me crio nas
TEMPESTADES e durmo
nas PROCELÁRIAS.

AO FÉERICO PEITO

Ao FÉERICO gosto do gozo intenso vivido,
digo de PEITO aberto:
- Não me falta o ABRAÇO,
mas laços NUNCA me prenderam,
nunca RENDERAM em mim
a pura LIBERDADE.
O caso contrário,
é sempre CERTO,
o perfeito, ELEITO dos outros,
nunca me FOI dádiva.
Nunca FUI cativo de coisa
alguma,
MAS admito ser de AFETO do meu
peito,
ESSE jeito terno de
se DAR.

O POETA

O POETA disfarça no silêncio,
o MEDO da voz que cala
sempre NO ato mais agudo
do DIZER.
É no guardanapo, QUE o poeta
se AGRADA em fazer questão
de ser BÊBADO,
nem questão de TESES e
teoremas tolos,
e nem PRECISA ser louco
prá TODO poeta ser pouco,
só prá SER humano.
O poeta se CONSTRÓI nos
vestígios das PROMESSAS
desfeitas,
essas SEMPRE eleitas na
alma, NOS produtos da esperança
de uma FELICIDADE,
que só EXISTE, de fato,
no GUARDANAPO abandonado
no prato de CADA dia,
o poeta é TUDO,
menos POESIA.

ÁRDUA SENSAÇÃO DE QUERER

Há TANTOS em mim,
que chego a SER fonte
de uma PRODUÇÃO interminável
das CONFISSÕES que faço.
Há tão POUCO de mim,
comigo,
que me ENTENDO como carne
TRADUZIDA in verso,
espassado SEM razão.
Tão pouco e MUITO,
na SOMA que me reproduz
e SE destina
como o AMBÍGUO gosto
doce AMARGO, do amor
sonhado, ÁRDUA sensação
de querer,
BEM.

3 de jul. de 2010

PAPEL IN VERSO

Todo o EU é tão inatingível,
que CHEGO a pensar
ser PAPEL solto ao vento,
que NO relento sabe-se
ACALENTAR, por ser inverso
ao POSTE, que sofre os cortes
do TEMPO.

MEUS MONTROS

Existem alguns MONSTROS em mim,
e que OUSEI em tempos de
lucidez NOMEÁ-los...

Quanto MINTO, sinto tão perto
a mão MALDOSA do meu
cão;
Quando CHORO, cobro logo a falsa
fé do FIADO
ladrão;
Quando AGRIDO, grito alto
pro CEGO, destro se vestir
de solidão;
Quando DIGO coisas sem sentido,
é lindo VER chegar meu monstro
da ILUSÃO.

E, se ALGUM outro pouco de mim
APARECER, falo baixo,
ESPERO muito que a CALMA
um dia SEJA mais não.



OS meus monstros SÃO momentos
que DEIXO sempre a um
DEGRAU à baixo da minha
satisfação.
Caso eu SOFRA de quedas
ingratas, BASTAM-me pô-los
sem direção.

UM TANTO BEM MAIOR

TODOS os sonhos caros que tive,
HOJE em liquidação,
já não me SERVEM mais.
Já não ATESTAM aquele que
FUI,
e prá SER bem sincero,
indigesto, eu CONTINUO,
mas, CONTUDO,
metamorfoseado em SINTAXE
não mais FRÁGIL,
já não à VONTADE,
vigio em MIM os pecados,
e expio as DORES,
pr'um RELATO auto,
pr'um DISCURSO in verso,
protesto ATÉ,
mas DEIXO logo manifestada
a minha RESPOSTA pro
passado:
Passei.
Cheguei LONGE,
cheguei onde VOCÊ não poderia.

LOUCO

Em meu LIVRO,
na escrita DOS desejos,
o que sinto é TÃO intenso
e VAGO,
que acho até loucura FALAR.
É de se pensar ATÉ em
desvãos, quando o RASTRO
deixado na SAUDADE,
arde o corpo INTEIRO.
Releio BEM as minhas linhas
TANTAS e improváveis,
e não ENCONTRO traços vastos
de OUTRO, que não eu,
a REVELAR cores e
conquistas de uma ARMA
definitiva:
o PASSO.
Suaves são SOMENTE as noites,
mal DORMIDAS, sim;
mas, ELEITAS na paz do meu
silêncio.
O CAOS se ajeita a
emancipar OS mais profundos
enleios que DURANTE os dias
me consomem a espinha
ATÉ o pescoço.
Louco HOMEM que não me
FAZ mal algum,
EU.

UM TEMPO

Houve um TEMPO
que SER intenso era
ser ETERNAMENTE perdido nas
coisas QUE me via vivendo,
sendo EU um pedaço dos
MEUS próprios intentos,
FAZENDO coisas que me
deixei pensar.
Houve um tempo de
POUCA chuva,
pouco VENTO,
lento o RELÓGIO a correr.
Mas,
NO agora,
afora o SONO que não passa,
ACHO mesmo que é tempo
de CAIR em tentações,
sem lamentações,
ARMAÇÕES,
e vícios.
Eu tenho TIDO sonhos assim.

SEM TEMPO²

É perdoável que SE perca
minutos da VIDA com
lágrimas,
MAS nunca chorar
prá PERDER tempo.

DE PERTO

Até me entender, claramente,
ATÉ aqui, foram tantos
instantes SEM a luz desse
olhar que TRAGO,
amargo, um dia FOI,
mas pode-se APRENDER melhor
com a MESMA dor.
Saber de mim,
o que me aguça tanto,
a BAGUNÇA toda desse peito,
um FADO cantado em silêncio,
e, o pranto se foi,
levou consigo OS idos de uma vida
perdida no ACASO sistêmico
das DISSOLUÇÕES em copos
ARMADOS de vinho.
Eu VENHO de longe,
mas estou PERTO.

EU, CHOVO!

Se VOCÊ passa,
o sol EM mim esfria,
os CALAFRIOS me frequentam,
entram em MIM os medos,
e de DENTRO prá fora
eu CHOVO,
radiante, eu TORÇO prá
você me VER,
perceber em MIM,
seu BARDO.
E esse verão no meu PEITO,
me incendeia,
me FAZ morrer de alegria,
ME molha todo,
choro.
Não sei DE onde vem tanto querer,
tão POUCO dizer,
e eu INSONE,
na tua CAMA,
na grama VERDE desse jardim,
que se FEZ em meu
clarim.

EM MIM, ASSIM

Em mim,
TALVEZ é muita coisa,
um TANTO de sensações
que se ESVAEM nas próprias mãos
de quem não me RESOLVE
o seu "não sei",
e eu SEI tão pouco desse
querer, que ASSIM
se vai,
ME leva atrás das suas vontades,
e transforma em
MEU jeito,
o talvez, que agora
é sempre SIM,
sempre inteiro,
TODO,
do alto DAS minhas irresoluções,
e já não SEI
se posso me conter, em MIM,
sem ti.

UM ANO EM UM DIA

EU vivo pro meio das coisas
que NÃO fazem sentido,
indo em DIREÇÃO aos idos
que nunca DEIXARAM suas marcas,
marcando em MIM
as MATIZES e nuances que mais
me ERAM distanciadas,
criança TOLA, sim, eu sou.
As ALEGORIAS que vesti,
as alegrias que VERTI em
euforia,
EXPLOSÕES de calma e
gritaria,
eu SOU energia que se segue,
não se PRENDE,
nem entende-se bem.
Bem OU mal,
eu sou o TAL que posso ser,
sendo eu UM ano longo
vivido em UM dia.





Título do texto em HOMENAGEM à música de Nô Stopa.

1 de jul. de 2010

CORRENTEZA

Numa correnteza de QUERERES
eu me deixei VAGAR
sabiamente por ONDE nunca
d'antes havia PASSADO.
Homem de POUCA vida,
poucos SONHOS e saudades.
Diante os RUMOS e contentezas
de CARREGAR em si
a CHAVE das suas próprias
verdades e VALIDADES,
eu QUIS no meu braço
direito uma MARCA forte,
um MAPA,
teus DEDOS.
Dádivas dos CÉUS,
sal de solidão que nunca
senti,
NEM gosto de lágrimas,
que agora SECARAM.
E meu MAPA pelo sempre sentir
passou a SER a tua
bússola,
teus OLHOS,
tua Ânima,
como minha.




REI DE MIM

Já fugi de casa pra sempre,

Mas o prá sempre, me sempre

FOI o agora.

Já me queimei no sol

E na LENTE de muitos que me viam.

Já chorei caído na CAMA,

Na lama escura da TRISTEZA,

Já fui MALUCO beleza.

Já me CORTEI em facas,

Em FOICES, em faces.

Já depositei confiança NA hora

Errada, na pessoa CERTA,

Que era errada,

Já FUI o erro na vida

De outros também.

Já festejei CARNAVAL,

Já fui mau,

MAL pude ver tanta coisa.

Já fui MENINO,

Agora homem SOU pequeno.

Já fui rico, e na POBREZA me criei,

Agora SOU rei.

FARTO DAS COBRANÇAS DESSE, CORAÇÃO

Estou FARTO das vinganças
desse, CORAÇÃO,
eu quero SER sem razão,
quero as PARTES de mim
que se PERDERAM na solidão,
quero CARNE quente,
menos LENTES nos olhos,
PORTA aberta,
auta LUZ, coração.
Estou farto das COBRANÇAS
desse, coração.
É tudo tão CLARO,
eu de LONGE, cansado.
Assovio SILÊNCIO,
abraço o TEMPO,
divago.
Deixe-me MAIS perto de mim,
não me TIRE isso,
tem pouco de MEU peito
esquecido em TEU lar.

NÃO SER

O JEITO certo de ser eterno
é não SER prá sempre.

NÃO SER

O JEITO certo de ser eterno
é não SER prá sempre.

UM PRO OUTRO

Por MERO acaso,
meu AÇO forte coração
se rompeu,
SAIU de mim,
deixou-me SÓ para se
acalentar na DESTREZA
direta do peito TEU.
Tal qual o MEDO sente
a fome de EXISTIR,
em mim,
o JEITO certo de SER
feliz é ASSIM,
ao teu LADO,
de frente,
um PRO outro,
noutro MUNDO.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::