::.Leve.::

[Esse que SOU]

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[EU sou o que você não pode VER]

20 de fev. de 2009

CONFISSAO Nº 30

E hora de ir
embora e CHEGAR onde
der.
CANSEI de ficar
parado e ver
a VIDA partir.

VEIO DO MEU RIO

Onde antes EXISTIA
uma FALSA alegria
na minha ILHA de
amor
e FANTASIA,
hoje ha UM largo
silencio no SORRISO
que apesar DE nao buscar
o TOM de carnaval
tem a CERTEZA
da beleza CARNAL do
teu BEIJO,
o VEIO do meu
rio.

BENDIZER

Nao sei BENDIZER esse
corpo que me
CONSOME e me
come a ALMA
sextante.
N'ao sei SUGAR a tua
pele, pela CAMA que te
entrego
ao ESTREITAR os lacos
ou APERTAR os nos
ao SEPARAR
os joios dos nossos
TRIGOS
e sinais de ARROUBOS.
Nao sei MALDIZER uma
boca suave
em MEIO aos nossos
LENCOIS nem
suar TEU corpo e
fingir SABOR sem
ele SENTIR.
Porque SOU teu
e n'ao HA em mim
outro QUILATE senao
ESSE de ser
SEU escravo confesso
seu REU reverso.
O seu INCERTO homem
do FIM.

19 de fev. de 2009

CONFISSÃO Nº 29

VAMOS encontrar uma
batida que NOS comova,
o RESTO é somente
água e LÁGRIMA turva
da vida
QUE chora a nossa
AUSÊNCIA.

JARDINS DO OLHOS

OS meus olhos sensatos
SABEM bem como
seguir suas PISTAS e
encontrar-se COM a ilíada
dos TEUS sonhos.
VOCÊ que tanto fugiu
que TANTO atraiu-se em
OUTROS corpos e
PELES claras,
AGORA quer a minha
turva saciar-se.
POIS bem,
sou teu e TE devo por
isso,
PELA certeza de
ter-te TAMBÉM à mim
sucumbido ao EIXO
primaz dos olhos
e BELAS formas.

ORFANDADE

LANCEI mão da vida
duvidando QUE não
haveria SAÍDA para
nós.
Os cegos NÓS que foram
dados em MINHA solidão,
não DESATAM o medo
nem a SAUDADE re-sentida
do BEIJO,
que calado FECHOU a
minha BOCA, quente-FRIA
pelos ELOS de desligamento
entre ÓDIO e amor,
PORQUE hoje sou
órfão de PAI e
mãe,
SOU sem sentimentos.

ENCENAÇÃO

DÓI existir e fazer da
vida um PALCO
de encanações MIL.
MEU coração estancou
as lágrimas, MAS não
esqueceu-SE do
estado de FALTA que
a ALMA reclama,
SEM se quer
anunciar CULPAS ou
méritos
de DOR.

BLINDNESS

SOMENTE por esse instante
eu PENSEI:
-Não estou CEGO.
Mas, era VERDADE demais
aos meus OLHOS,
DOR demais aos meus
ELETRONS de vida.
Eu estava CEGO de
ALEGRIA,
de cegueira MESMO,
DESSAS que nos tornam
IGUAIS todos os dias
e não NOS damos conta.
Não ERA cegueira branca,
nem NEGRA,
era cegueira instável
QUE não me deixava ver,
MAS também não me
TIRAVA a visão.
Cegueira da ALMA.

CONFISSÃO Nº 28

Me sinto CULPADO por
meus OLHOS sangrarem
lágrimas TODAS as noites,
sem DESCANSO.

METADE MINHA

Há uma METADE
minha em SEU
peito.
Nesse LEITO de rio
eu me CONVENCI e verti
lágrimas
em SUNTUOSOS espaços
que guardam o
TEU abraço
dentro de UM coração,
que tem MEU nome,
e a minha ADEQUAÇÃO.

18 de fev. de 2009

SEU ESPELHO

Há uma LIQUIDAÇÃO
de medo EM meu peito,
só NÃO há espaço a
SER ocupado,
não MAIS.
SE olhe em frente
e se VEJA em mim,
pois APESAR dos medos
que não TENHO
eu sou
seu ESPELHO.

CONFISSÃO Nº 27

Não ME olhe assim,
não EXISTE em mim
uma CERTEZA sobre o
que HAVERÁ,
mas sei QUE não
EXISTIRÃO muitos estanques
nos meus OLHOS chorosos
de SORRISOS escondidos.

ADEUS MENINO CEGO

Do alto DOS meus sonhos
JOGUEI alegrias e
MARASMOS torpes
que não SENTIAM em mim
a FORÇA dos meus elos
secretos, que não
vingavam DORES
nem ESCÁRNIOS, tampouco
me FAZIAM crer
em vida,
sem VIDA ter.
HOJE sou rebento do vão
e do DESCUIDO,
que de LONGE me fazem
GRAÇA e riem do
meu EGOÍSMO
tolo.
ADEUS menino cego
e sorrateiro,
que me consumiu a
ALMA inteira.

TEMPO DE CHUVA

Quando em TEMPO de
chuva,
a VIDA faz mudanças
é preciso ENXERGAR ao
longe e VERo quanto o
presente REFLETE sonhos
que PROJETAMOS
sem REALIZÁ-los.

DE TÃO FORTE SOU FRACO

De tão BONITO me tornei
feio,
sem FREIOS em meus
gastos SAPATOS de dor
e ostentação.
De tão FORTE me tornei
fraco,
um HOMEM acabado em
FLORES e festas
escrotas,
rotas DILACERADAS sem
destino.
De tão MENINO me tornei
velho,
POR sofrer
por TER nas mãos
saudades e SOLIDÕES
sem jeito de SER
diferente do que FUI.
De tão real me tornei
impalpável,
sem que o MUNDO me visse
me verti
em ACASO e indecisão.

FRIEZA

Estou tentando LIDAR com
os FRACASSOS,
mas ainda ESTÁ difícil
ostentar HUMILDADE em
detrimento ao ORGULHO.
EU que não sei sair
sozinho nas RUAS sozinho
me visto de MEDO
e saudade.

NÃO POSSO FAZER SOZINHO

Ante o MEDO sentido
e a alma SUSTENIDA
em solidão e DOR,
eu TENHO sonhos e rubros
desejos,
que de LONGE insisto que
me FAÇAM sala,
na minha INTENÇÃO
mítica de OLHOS e
almas VÃS.

EU SOU SIM UM LOUCO

EU sou um ator de
mim MESMO, onde sonhos
e FANTASIAS são
minhas MARCAÇÕES.
Saudades REVELAM meus
atos INSTANTES,
entre o que verdadeiramente
SOU e os meus insumos
NATURAIS de vida.
Vida ESSA que perdôo
todos OS dias
por SER artista e louco,
fantástico e SONHADOR,
poeta DAS horas
caladas.

POUCA PALAVRA MERECIDA

E nós que nos olhamos
NOS entrecortamos com
bocas e FLUÍDOS de
AMOR intenso,
agora NOS cegamos
ao SENTIR-mo-nos tensos
com a DESILUSÃO das verdades
a que DESCONHECEMOS há
tão pouco TEMPO em nossos
OLHOS.

ONDE ESTÁ O AMOR?

ONDE está o amor

quando o VEMOS desistir

de nós e SUPLANTAR sonhos

em favor do SILÊNCIO?

Assim que TE vi sumir

em minha FRENTE

eu deixei de CRER

na VIDA como antes

CRI.

O mundo sucumbiu aos

meus INSANOS devaneios

e EVADIU-se em dor

e desespero.

BOCA DA NOITE

OLHOS feito lua na
boca da NOITE
na boca da RUA.
Uma imensa DÚVIDA
entre TER e abusar da
tua ELEGIA de menina
e manda-CHUVA
da minha vida.
BOCA do estômago que
DÓI, que chora e corrói
meus estranhos sentimentos,
TALVEZ insensíveis
e INSENSATOS
do mérito de TER coragem
e ser AINDA sim,
eu.

TRAUMA

AINDA que eu te olhe
mais UMA vez
não VERIA a verdade
escondida em SEUS lábios,
porque VOCÊ do alto
das SUAS supostas insinuações
se comporta COMO fagulha
QUE corrompe vistas
e FAZ visagem em meu
HORIZONTE.
Não sei porque ESCREVER
essas palavras, mas SE
eu as ESCREVO alguma
possibilidade de concretude
há em QUERER exalar a dor
pela ALMA da mão
de março,
que PASSA
e carrega COM suas águas
a LÁGRIMA que não
cessou AINDA.

DOR DE UM DIA

O que me DÓI não é
saudade nem SOLIDÃO,
não me DÓI ilusões
nem CARNES perdidas
em minh'ALMA.
Não me DÓI intenções
e CORES falsas de olhos,
nem PALAVRAS ou
vãs SOLITUDES encarnadas
em lágrimas MINHAS.
O que me dói me CONSOME,
torna-me INSONE e fugaz
FALSO e voraz do medo
de SER sincero.
O que me dói é
INDECISÃO em não querer
e SER supostamente entregue
ao MEU viver.
Mas,
o que me DÓI não me
dilacera a VIDA,
porque a DOR de um dia
dura só UM dia.

CONFISSÃO Nº 26

Antes de SER humano
eu OPTEI em ser
autárquico.

16 de fev. de 2009

CONFISSÃO Nº 25

DIANTE a mim
erguem-se CASTELOS e falésias
de SOLIDÃO,
em que meu CORPO arde
e CONTA os dias
em PRISÃO.
Não sei quando,
MAS sei que ainda
VOU voltar a navegar
teus MARES, de saudades
e SENSAÇÕES.

EU: TRANSEUNTE

OLHO-me adiante aos meus
CAMINHOS,
e não sei DE onde partem
luzes e ESCURIDÕES que se
condensam e SE fazem
FARPAS em minha pele,
ainda LÍVIDA, apesar
de alterada.
SOU um transeunte de
mim MESMO,
e não me COMOVO com tão
poucas PALAVRAS vãs
e sorrateiras.
VEJO-me ao longe e
BUSCO entender meus perdãos,
doados em ATO de fé
e coalizão.
EU que não APRENDI a ser
forjado em RISOS e algures,
me ENTENDO como
NEGAÇÃO dos meus
papéis.

ESCANCARO

DO lado de fora dos meus
lados INTERNOS
eu escancaro o TEU arremate.
Um que bate e um QUE chora,
UM arauto canta
e o OUTRO ora.
Do lado de DENTRO dos meus
lados OPOSTOS
eu ESCANCARO o meu olhar
escarlate,
QUE arde e fere vistas,
QUE adere e abre ilhas
do TEU corpo mal resolvido.
DOS meus lados de dentro
entro e SAIO dos teus
espaços,
CORRO e choro os teus
ABRAÇOS que me comovem,
que me FECHAM em luz e intenção.
Só sei que ESCANCARO o verbo
escandalizado em MEUS afetos.

ODE À CATAVENTO E GIRASSOL

Há um CATAVENTO em mim
que CHORA a ausência do
TEU girassol.
MEU catavento é saudoso
ao encontro com TEU
girassol.
Um sol que PARTE e arde
a pele EM girar teus raios
e SONS.
Um catavento que CORTA,
e muda as ROTAS
do MEU arrebol.
Teu catavento ME chama
e me OFERECE um girassol.
Um GIRASSOL que cheira
bem, BEIRA à loucura da
areia em MINHA pele,
e o VENTO tira o excesso
de SOLIDÃO.
Um catavento e um GIRASSOL
silencioso,
que SABEM onde se achar
e se DÃO em contra-mão
do AMOR absurdo.

CONFISSÃO Nº 24

DA vida só LEVO
os INSTANTES, pois
todo o RESTO
não me FORA concedido
em LEILÃO.

AMORES POSSÍVEIS

O amor não TEM chances e
nem OFERECE transportes
a quem o SENTE.
É sem chances PORQUE não
nos RECEBE, simplesmente
INVADE.
Não nos TRANSPORTA porque
possui
CAMINHOS próprios.
O amor é POSSÍVEL,
é sensível QUANDO quer
e ROUBA espaço quando precisa.
Amor é IMPOSSÍVEL quando
ressente-se,
é FEROZ quando aprisionado
e CHORA quando retorna ao
teu ESTADO intra-venal.
Amor é SANGUE que corre,
é ARMADURA de cobre,
que QUEIMA e esquenta a vida.
Amor é SENTIDO,
sem se sentir PERDIDO.
Amor é BÚSSOLA de des-direção,
que nos TIRA das rotas,
e ENCAMINHA-nos
à contemplação, de SI.

DONO DE MIM

DOS meus poros saem
GOTAS orvalhadas de medo
a QUE chamo de SABEDORIA.
O medo me TOMA em reação
ao TIRAR-me da coragem cega.
Dos meus OLHOS exalam
intenções a QUE chamo
de DESEJOS.
São eles que ME movem e
me MEXEM por sobre
os TEUS cabelos.
Dos meus BRAÇOS suscitam
ABRAÇOS fortes, a que
chamo CARINHO.
Uma forma SIMPLES de amar
sem COBRAR respostas.
Tudo o QUE me faz existir
tem uma SEGUNDA intenção,
um SEGUNDO olhar, que me
REPORTA e me rescinde dos
contratos de VIDA inseguros,
EU sim tenho um DONO,
o meu próprio QUERER,
nem tão BEM,
nem TÃO mau.

ANTES DA ÂNSIA

ANTES do medo,
ainda existe uma RE-salva,
a ânsia,
que DANÇA com minhas
vozes
e LANÇA-me entre
fogueiras e TRIGAIS,
querendo-me consumir aos
POUCOS, e o pouco
de mim que RESTA
mne sufoca e ATESTA
a minha FORÇA frágil
em ESTAR aqui,
aos SEUS pés como
em ORAÇÃO de sonhos
e perdições.

13 de fev. de 2009

CONFISSÃO N° 23

EMBORA em mim hajam
flautas e SONETOS,
apenas sei me EXPRESSAR
pela indagação do QUE não sou...
Um ASTRO em
contradição.

RE-SENTIR O BEIJO

Tô PROCURANDO elos em mim
que REFAÇAM o caminho
do TEU beijo,
prá que EU re-sinta a
tua CARNE em mim,
TRÊMULA,
alva e NEGRA sem que
eu SEJA seu carmim.
Quero sentir em MIM
o teu EXISTIR pelo
calor RE-sentido do
CHEIRO de tuas
narinas, PORTAS do meu
odor de SER teu,
homem.
UMA busca premente,
QUE freme em mim
SAUDADES,
do RE-sentir da alma.

MINHAS MEIAS VERDADES

Eu sou DONO das verdades
que TENHO,
das que em MINHAS mãos
ficaram,
NÃO romperam nem me
LARGARAM,
verdades da SOLIDÃO.
Eu sou DONO das minhas
MENTIRAS, que tiram de
mim o SONO e sonham comigo
assim, sozinho.
Sou das MINHAS meias
VERDADES,
sem ser eu
o DONO do motim,
REBELADO que sou com
as verdades INTEIRAS,
sempre CONVENCIONAIS,
mal convincentes,
VIVENTES do acaso.
Tô DESACORDANDO em sonhos,
sem SONHAR realidade,
porque eu QUERO mesmo
é ser dono
de MIM.

DENTE POR DENTE

EU tenho dentes que
cortam, QUE correm
em sua DIREÇÃO,
que QUEREM coração
e FRESTA,
beijos e FLECHAS lançadas
em minha DIREÇÃO.
Eu tenho DENTES e
dores que QUEREM você
em mim,
VOCÊ na minha frente
rente AO meu querer.
Dentes que MORDEM e se
deixam MORDER,
que amam e SE deixam
querer EM sua pele,
em seu AR de criança
e ANSIAM ser
a sua HASTE de amor
e tentação.

OLHO POR OLHO

TENHO olhos em mim
que PARECEM estrelas,
CADENTES e ardentes,
que cadenciam MEU caminhar
e VIDA.
Olhos INSTANTES, que apagam
e silenciam as DORES da distância,
duma SEPARAÇÃO semântica,
sem QUERER que eu seja
SEU.
Olhos VAGOS,
que VAGUEIAM a ilusão
de HORAS incertas, INCESTOS olhos
de MENINO,
meio ninho, MEIO sela.
EU tenho OLHOS que celam
minhas INTENÇÕES e
correm atrás dos meus
SONHOS.
São olhos,
são DENTES
são OLHOS ascendentes de SER
vivo.

CERTEZAS

Eu tenho CERTEZA
de que SOU estranho,
um FANTASMA de uma ópera
desconhecida,
ESCONDIDA em mim
feito ARMA branca.
Eu tenho certeza
de QUE és padrão
de SAUDADE e contemplação,
HOMEM de muitas caras,
e CARA de muitos sonhos,
sina de SER mundano,
mundo PERDIDO entre
danos e TEMPESTADES.
EU tenho certeza de
que SOMOS sabedores
de QUE não somos iguais,
nem PARENTES,
na falsa APARÊNCIA de ser
humano,
ser AUDÍVEL aos surdos
e mudos de amor.
TÔ mudando meu destino
e TE deixando certamente
SÓ, pela certeza
que SOU inteiro
e VOCÊ metade.

SOLIDÃO DE OUTONO

AINDA é fevereiro,
época de FESTAS e grotescas
alegrias de CARNAVAL,
em que vida e MORTE
são duas VÃS filosofias
do SER.
O meu OUTONO tá começando
e me DEIXANDO frio,
trazendo em SI o meu
intenso AR de arlequim sombrio,
das HORAS em que saudades
e LAMENTAÇÕES já não
fazem PARTE de mim,
ainda que ME sejam a
máscara preferida.
Quando ESSE outono chegar
eu TRAREI dos meus olhos
apenas imagens FOSCAS,
porque a cor MACHUCA a visão
da solidão intensa,
dos INTENTOS cardíacos
que MARCAM meus
batimentos,
um TAMBOR em mim.

BEM MAIOR

SER grande e ser
justo são DUAS qualidades
que o HOMEM cria
e se REFUGIA na sujeira
de QUERER ser, sem
REALMENTE ser.
UM palco eterno de encenações MIL
e que do lado DIREITO das horas
o medo AFASTA a correnteza,
e te SUPORTA nos braços,
PORQUE o medo é forte
prá te SALVAR da vida.
Há em mim UM bem maior
que o BEM da vida,
das IDAS e vindas,
o bem MAIOR dos olhos,
que enxergam
e MESMO sem ainda ser
grande e JUSTO eu sou
real e IMAGINÁRIO,
sou BEM diferente do resto
desse MUNDO que se
coloca entre o QUE querem
e o que PODAM em si,
feito árvore, FLOR em desalinho
que na PODA renasce intenso,
mas infelizmente NÃO somos
plantas,
nós SOMOS ilhas, perdidas.

SEM SONO

HOJE acordei sem sono,
SEM dono um coração
CANSADO.
A dor da morte,
DA distância que não dissipa
o MEDO do mundo.
EU sei que o mundo é
sem TERMOS é sem
remos prá REMAR
contra a vida
que SEGUE o caminho
da FALSA sorte,
MORTE que no surto
do ouvido SURDO,
nos REMETE ao pecado,
do sofrimento.
ANDO pedindo aos DEUSES
que aceite as MINHAS culpas
e redimam meus INTENTOS
de querer transformar
o QUE não é real
em SONHO.
E desacordo sem SONO,
no assombro do PESADELO
que é ter que VIVER sem
uma PRESENÇA.

CONFISSÃO N° 22

MEU peito
evade,
EXALA saudade
e abandono.

11 de fev. de 2009

TÔ CORRENDO ATRÁS

TÔ correndo atrás
do TEMPO perdido,
das HORAS impróprias
e DOS amores
SADIOS.
Quero a minha
órbita entre os teus SISTEMAS
lunares,
as tuas HORAS em meus
armários e CAIXAS,
de bombom,
que BOM ter você prá mim.
TÔ correndo por trás
dos TEUS lisos cabelos,
BEIJOS molhados
e alma incandescente.
EU quero você na minha
FRENTE, de lado,
do LADO certo
da ALMA.

CONFISSÃO Nº 21

TODOS os dias que tem
em mim,
são DIAS de recomeço,
SAIO por aquela porta
e TE deixo do avesso,
do LADO certo
do MEU começo.

HORAS DE MIM

ESSAS horas que não
sei DAR o nome,
me COMOVEM,
mexem com minha EXISTÊNCIA
tola e inalterada.
EU sou o acúmulo dos DESEJOS
que você PROSTROU em si,
e nunca OS evidenciou.
Sou DAQUELES que tem amor
e ODEIA com facilidade,
docilmente.
HOJE é outro dia,
outro ENREDO,
outra fonte de FOLIA
que eu procuro ACHAR e,
se ENCONTRO recordo-me
duas SUAS más intenções
em QUERER-me teu,
prisioneiro,
PIRATA de sonhos,
SEU boneco de amor.

10 de fev. de 2009

CONJURAÇÃO


Esses OLHOS torturantes

ESTÃO vendo o mundo

por OUTROS ângulos,

outras FONTES de ser.

O que SOU é isso,

mimético e DESTINADO

ao que DESEJO.

POSTO QUE SOU

POSTO que sou teu,
sou SINAL de tua ilha,
dos teus MARES,
eu me CONCEDO ser o
teu DESCANSO, os teus instantes,
instintos e TONS solenes.
NUNCA consegui me livrar
das tuas intenções e CORES todas,
que me abro ao TEU ardor
e recebo-te EM mim
como FOGO que incendeia
e ASCENDE sonhos e sonos
profundos AOS nossos
braços,
CORRENTE que queima,
aprisiona, e SUFOCA.
Quero eu SER ser sufocado,
intrinsecamente FORMADO
somente pelo SEU ar,
rarefeito,
POSTO que sou feito
prá VOCÊ.

DOIS VELHINHOS

No futuro HAVERÃO dias
e noites QUENTES,
um avançar de OLHOS e
correntes, que NOS prenderão,
entre DORES e dormências, AFINAL
seremos dois VELHINHOS
sentados JUNTOS à varanda
da VIDA esperando que
do MEDO não nos sobre muito,
e sejamos SEMPRE assim,
entregues UM ao outro,
sem PASSADO,
sem futuro,
APENAS presenteando-se
um AO outro com
o COLO,
o afago,
o RESTO de vida,
sem querer a TROCA.
NUM futuro que não
HAVERÃO dores, nem cores
FALSAS nos olhos,
e nos PERDOAREMOS somente
pelo PRAZER de sermos
um do outro,
sendo MAIS completos no sustentar
dos OLHOS,
no prosseguir dos INSTANTES.
Seremos só você e EU,
eu e MINHA eterna criança.

CONFISSÃO Nº 20

DOS sonhos só guardo
a lembrança,
PORQUE pensar
é CANALIZAR verdade
ao que se QUER.

AMAR É...

Amar
é na simplicidade da palavra
entregar ao outro nada,
e nada em troca pedir.
Amar é ser um SABEDOR
da saudade,
e não sentí-la de FATO.
HOJE,
eu sei que amar
é TER que guardar lembranças,
ainda que o ÓDIO existaa,
e reflita em seu ESPELHO
o perigo,
da vida.

9 de fev. de 2009

MEUS BEIJOS

A minha BOCA chora a
tua ausência, COMO a secura
do DESERTO,
que chora AUSÊNCIA de
água.
É um ATO desesperado
sonhar que MEUS beijos
hão de ENCONTRAR os teus,
numa CADÊNCIA insone,
num SUSSURRO instante,
que me DEIXE a pele
marcada,
a ALMA cansada
de TANTO se dar.
Enquanto APENAS espero
deixo a minha PELE ao sol,
e REVEJO as fotos
do PASSADO.

NOVEAU

ANTE à mim
havia uma ILHA perdida
entre MARES e profundos
mártires,
que NÃO saiam da minha
vida,
UM vão preenchido de
água e SOFRIMENTO.
Hoje,
o que EXSITE é solidão,
e aDELA faço arco,
prá FLECHAR teu
coração,
que CANSADO sonha
instantes de PAZ,
e eu AO vivo
trago a GUERRA junto
aos OLHOS.

DEFINITIVAMENTE

Não há o QUE se pensar
se AMOR e ódio são CONJUNTO,
junção de FORÇAS
demasia de ABRIGOS.
Um ao OUTRO definitivamente
existem,
e PRECISAM desse jogo
de TER e ser saudade,
de SER e ter maldade,
um AO outro,
como em MÁQUINAS pulsantes,
homens.

CONFISSÃO N° 19

DE tanto ver-te de longe,
me acostumei
em SONHAR com você,
e não TER-te
do lado.

DE NOITE EU SONHO SAUDADES

NOS olhos noturnos dos

meus SONHOS,

a minha SAUDADE se faz

presente e RENDE olhos

espios aos MEUS encantos.

Quero te VER,

e ver tua PRESENÇA em mim,

que some e de SAÍDA deixa

em mim um GOSTO

de querer-te MAIS,

querer-te BEM, assim,

por dentro e POR fora,

FORA de mim.

Só te PEÇO que te lembres

dos SONHOS,

porque à noite a VIDA

é mais BELA vista de PERTO.

8 de fev. de 2009

SONHOS E VELAS

ENQUANTO eu olhar prá frente
haverão muitos PESADELOS
que deixarei de TER,
e sonhos que ESQUECEREI no
caminho.
Mas, na PERDA de um para
o OUTRO, prefiro assim...
Olhar e não SONHAR,
a realidade, afinal,
ME atrai mais
que a ENCENAÇÃO bela
dos sonhos coloridos,
que ACABAM sempre
ao AMANHECER.

DE CARA NOVA

TEM dias que a vida
parece mais AZUL,
mais FURTA-cor aos nos
olhos instantes.
NESSES dias
a gente TENTA encontrar
SUJEITOS e predicados
aos NOVOS momentos,
intentos e SAUDAÇÕES
às nossas INTENÇÕES.
Hoje que é dia de
MUDANÇA,
ainda que não seja ANIVERSÁRIO
dedico a MINHA mudança
ao meu MOMENTO de partida,
que só de IDA
me deixou
QUERENDO volta.
E voltei.

GRITO DE ALERTA

A minha PALAVRA
anda rouca e esperançosa da sua
que TARDA a chegar
e me FAZ entumecer
os olhos de SAUDADES.
Mostre-me ONDE anda
a tua fome que
eu DE longe mando-te
o ALIMENTO,
bálsamo SAGRADO do poeta,
que ostenta DORES
em palavras
e SONHOS por delírios.
Não quero mais SER onipresente
em TI,
deixa-me EXISTIR
nos teus
encantos,
NOS teus dias,
que de LONGE,
ainda sim
de LONGE morarei
na TUA alegria.

CONFISSÃO N° 18

VENHA logo me buscar,
PORQUE o verão não
tarda ACABAR, e os sonhos
são SEMPRE mais difíceis
no INVERNO.

SEI LÁ...

ANDO devagar, não
por FALTA de pressa,
ou PRESSÃO desse mundo,
VASTO mundo vão.
A minha CALMA é árdua,
e CONQUISTADA entre
fontes e CORRENTES
douradas, que COMO grilhões
me PRENDEM à você,
que me OLHA e não me tem,
QUE me quer
e não me FAZ seu
Tô do lado de FORA dos
teus olhos,
MAS bem que poderia
ESTAR aí dentro,
BEM dentro dos TEUS
desejos.
Me aqueça!

RISOS E CONSOLOS

É imprescíndivel ACORDAR
ao sol nascente dos TEUS olhos
e me entregar ao ACASO
dos desejos MATUTINOS.
Uma força RIJA que me move
e me TIRA do teu lado
da CAMA,
querendo-te POR cima,
de LADO,
de frente.
Em frente começa o DIA,
dias de GLÓRIA ao teu
lado encantante.
ENFRENTE o medo e
a FARSA
se dê um INSTANTE de graça
e se entregue
AO consolo dos meus
BEIJOS.

SENTIDOS E VERBOS

EU tenho sentido
VOCÊ tão perto, e longe
me DEIXEI levar,
TUAS roupas, teus armários,
TUDO revirado ao
meu INSTINTO e saudade.
Meus sentidos são
em TEU favor,
tudo por você é DESESPERO,
um querer bem, que
NEM verbos de ação
ADEQUAM bem o
meu GESTO indigesto
ao mundo EGOÍSTA,
eu sou o maquinista do SEU trem
de FERRO, que me
acomoda e me TRANSPORTA
do meu EU,
ao teu AFETO.

6 de fev. de 2009

LEIA-ME

(Não me leia em palavras,
leia-me em SILÊNCIO...)
Por isso serei sempre
incógnita, inominável,
porque sempre lêem-me
na ignorância
das minhas PALAVRAS,
e não no ARDOR
do meu silêncio.

ME ENCONTRO ENTRE ESCOMBROS DE SAUDADES

HOJE o dia me parece menos
que ontem, TUDO parece
menos, PORQUE me tornei
menos EXISTENTE para a
vida.
Os meus pés no CHÃO são
menos ESCALADOS que ontem,
porque ontem EU quis ser
e deixei de LADO planos,
quando TEUS olhos
farsantes me CONVIDARAM a
ser FELIZ, sem o querer
fazer.
As minhas mão FAZIAM firulas
com DESDÉNS de olhos,
porque ontem EU era mais
bonito,
mais INTENSO, e hoje
sou menos REAL, menos
almático, menos OBJETO,
eu gostava de SER seu.
O meu corpo inteiro TREMIA ontem,
de saudades SUAS,
e hoje CHORA uma falta
que não TENHO como explicar,
uma DOR que não
quer CESSAR,
e já não dá mais prá ENTENDER
o que se PASSA,
se ontem eu ERA, e hoje
já não SOU,
já não VIVO,
já não EXISTO.

PERDAS E ENGANOS

Já me olhei de LADO,
e do lado de FORA da
alma FEZ frio ontem
à noite.
Eu esqueci MEU guarda-CHUVA
fechado,
quando a CHUVA em fazia
refém.
Agora, me PERCO calado
entre ÁRVORES e claustros
de solidão,
com DOR, sem cor de acaso
e mansidão.
A minha pele QUEIMA o lume
de uma VIDA que já
morreu,
e no meu ONTEM eu existi,
mais BONITO,
mais intenso,
MENOS soberbo que hoje,
menos SÓ que amanhã.
As minhas escolhas FORAM
o meu CAIS,
até a minha MORTE,
falsa sorte HUMANA.

ALMA EM HOLOCAUSTO

Há uma ALMA em mim,
há uma CALMA que
não combina com tanta
PRESSA...
E me apresso em SUMIR
da chuva que
MOLHA-me e tira-me
a ironia dos OLHOS,
que molhados de CHUVA
e de lágrimas acendem
minha DOR incessante
dessa ALMA fosca,
sem ALEGRIAS nem cores,
somente em FORTE
despedida.

2 de fev. de 2009

TEMORES

TEMAS o pecado
perdido entre AS tuas
mãos,
mas QUEIRA por perto
o ARDOR do pecado
que VOCÊ comete
em ALEGRIA e
calor do ACASO.

CONFISSÃO N° 15

Confesso TER errado
ao ter VISTO você e
confundido OLHOS com reflexos,
e PERDER em mim
o foco de DIREÇÃO,
entre a tua BOCA
e o meu REAL valor.
Confesso ter PERDIDO o
jogo do AMOR
quando lanceei MINHA fé
em FAVOR dos seus
ABRAÇOS.

DESCANSO E SOLITUDE

Quando a ETERNIDADE é vista,
a palavra PERDE a importância,
PORQUE o olhar reflete verdade
e a PALAVRA repete o ATO
instante.
Quando eu ESCREVO,
deixo de acreditar que tenho PODER,
pois o poder é DEFINITIVO e
intrínseco,
MAS a externalização dos meus
insultos
FOMENTAM a despedida do que tenho,
do meu FALSO florim.
E julgo-me FORTE
em desprender de mim
ESSE artifício tão COMPLEXO
e INTRUSIVO.
Sou POETA,
e faço ARTE não pela arte,
mas PELO nó cego que
é a MINHA cabeça.

DEVAGAR

QUANDO a palavra suscitar
o ÓDIO,
reveja seus CONSELHOS
e refaça seus CAMINHOS.
O ódio teme o TEMPO que
elimina mágoas e FERE o
rancor com a DESPEDIDA.
Eu tenho preferido
andar DEVAGAR e
ver que no MUNDO as lágrimas
são caras,
mas SÃO queridas,
DOS que precisam se refugiar
do medo e da INCONSTÂNCIA
desse AMOR mal quisto no peito.
Agora,
sóhá uma SAÍDA,
o enleio ESQUECIDO entre
medos e conformações
de SAUDADE.

LUZ NOS OLHOS

ACORDO tarde pro dia

que se ACABA

e vejo a LUA incestuosa

ao SOL que de despede.

Existe uma LUZ nos teus

olhos, que nunca VI,

mas enxerguei de PERTO

hoje,

ao te VER partir.

Luz de olhos INSTANTES,

fugaz

e TRAIÇOEIRO.

Me consome a ESPINHA em

frio e CALOR essa sensação,

mas SUPORTO a dor,

com a FALSA hesitação

do olhar,

e ME perco entre

esquinas e SOLIDÕES do

vento.

SAUDAÇÃO E SORTE

TRAGO nas mãos
saudades e SOMBRAS,
que escondidas entre os
dedos, FORJAM elementos
de contemplação e SORTE.
A vida segue na MAIS díficil
trajetória,
e MEUS olhos perdidos
VÊEM dor a abuso
ao CORTE da morte,
entre o BEIJO e a despedida.
Não há CONSPIRAÇÃO da vida,
o que há é a DECEPÇÃO de
olhos, e ILHAS perdidas
no CAOS das minhas
PALAVRAS.

1 de fev. de 2009

SONORO

ENTRE silêncios que acumulo
nas minhas PÁLPEBRAS
existem TAMBÉM casulos
que me ACALMAM e acomodam
minhas ÂNSIAS.
Tudo o que a VIDA submerge
aos meus SONHOS fantásticos,
EU desacredito,
POIS em mim,
o que se TORNA ilusão
deixa de SER plano...
Razão e DOR são meus dilemas,
O primeiro me DEFINE
e o SEGUNDO de consome a alma,
me ABSORVE entre falas
e fantasmas,
que escolho à DEDO
nos meus
CALABOUÇOS.
E soluço palavras ESCANCARADAS
ao teu JARDIM silencioso,
mas SONORO
ao meu cantinho de BOCA
perdida.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::