::.Leve.::

[Esse que SOU]

Minha foto
[EU sou o que você não pode VER]

30 de abr. de 2010

BEIJO

Beijos não SÃO contratos,
fatos CONTRA uma verdade indolor,
e DÓI de tanto querer.
Beijos NÃO são postados,
como EM cartas,
mas possuem
DESTINOS certos, em bocas
inversas, DESSAS que a gente
se perde, e QUER mais.
BEIJOS não são recessos,
mas PARECEM feriados, dias
facultados AO querer bem,
e sim, QUEREMO-nos.
Beijos não são OBJETOS,
mas são diretos AO alvo,
tal qual o SONHO se enxerga
com a ALMA.
Sem calma ALGUMA,
eu vos
digo,
que o BEIJO é o seixo mais
doce DO alguém que és
em MEU carnaval.

CAUSANDO O SOM

Não ERA prá ser
assim.
A distância ENTRE
nós,
os BEIJOS
ausentes,
OLHOS rentes com
a CHUVA.
Não era PRÁ ser
tão CALMO.
Dias sem SE
ver
e o TEMPO parando
nossos CORAÇÕES
aos POUCOS.
Não éramos prá SER
longe.
Assim,
MUDEI-me pro seu
coração,
causando o SOM
nos olhos de
VOCÊ, sim.

29 de abr. de 2010

ZERA A REZA

Na DOR ou
no COMPASSO da dança,
eu ZERO a reza
e FAÇO da festa
o ÚLTIMO instante
de vida.

TÃO SIMPLES

Tudo é tão simples
na cor e composição humana,
que as vezes
parece SER
tão complexo.
SINTO que as vezes
SOU apenas um,
mas ME olho no espelho
e a VERDADE em duo
APARECE.

NEM TANTO

Nada DÓI tanto,
não MAIS.
Nada é TÃO encanto,
cai,
na MESMICE do que é
sempre DIFERENTE,
e nem SENTE o tempo
parar.

O FUTURO ME APRESSA

Eu já NÃO sei mais como ser
ANTES, se o futuro me
APRESSA e o presente
me REPRESA nessa enchente
que me ALEGRA o degelado
CORAÇÃO.
Eu já não ENTENDO os livros,
ainda QUE não os leia,
pois a SUA visão sempre
SECA dos sentidos,
me DEIXA os olhos molhados
de TANTO enxergar o que
NÃO se passou aqui,
em MIM.

BASTANDO

Basto-me aos OLHOS que tenho,
porque EM meu mundo,
a VIDA e a verdade
é SÓ uma ida
ao INFINITO devaneio.
De RESTO, tô deixando ser,
QUERENDO crer,
seguindo no SUSPIRO doce
dos FINS de tarde
que PASSO a ver o céu
COM mais ousadia.

27 de abr. de 2010

CASE-SE COMIGO

DEFRONTE aos olhos
PEÇO-te
CASE-se comigo,
antes QUE a manhã
NÃO nos aqueça
MAIS.

SEM DOLO

Na FRIA cor da tua pele,
ESMAECIDA de saudade
eu TEÇO tons de carnavais
INDOLENTES,
que TE assumem,
FAZEM da tua fé, toada,
TOMAM de ti o todo
etéreo do SORRISO,
e caimos, PROSTRADOS,
eu e VOCÊ e a
VIDA, na entrega furtiva
dos INTENTOS desejosos
de SER, um ao outro,
SÓ.

LADO A - LADO B

De TODOS os lados,
eu tenho MEU LADO ruim.

À BEIRINHA

Deixei de SER bom
quando PASSEI a ser
correto.
As VEZES, um ato de
BONDADE, nos deixa
à BEIRA da loucura,
ou da HIPOCRISIA.

ESSE QUE NÃO PRESTAVA

Esse HOMEM que não
PRESTAVA,
continua se VALENDO
da DOR prá se entender
MAIS, no entanto,
ENTENDO pouco o que
o MUNDO grita em meus
OUVIDOS,
e se CALO
é só prá NÃO saber
menos DO que sei.

ALÉM DE SI

Não foram os MEUS pecados
que REDUNDARAM na minha
DOR, mas a paciência
que TIVE em viver
com o DESAMOR.
Não foram LÁGRIMAS que
secaram MEU olhar,
mas a FALTA de sol
NO veio do meu rio.
E sim, DOEU mais estar
consciente na MORTE,
que VIVO por viver.

TCHAU

Antes que eu
ME canse
de dizer
OI, eu digo
TCHAU.

26 de abr. de 2010

DE LADINHO

Do meu LADO
só o silêncio
e em FRENTE,
a patuscada.

23 de abr. de 2010

NO ENFIM

Desato-me COMO um nó.
Há um 'NÓS' que me
habita,
esse TANTO plural,
essa COISA descabida,
que ORA vida, ora
se muda DE cena.
Desarmo-me SEM dó.
Deixo-me SENTIR a liberdade
como quem SENTE
o ZURZIR da partida.
Livro-me DE mim,
para me ENCONTRAR,
enfim.

DESTERRO

OS meus esclarecimentos
ao MUNDO,
não serão de GRANDE
valia,
JÁ que saudade
e solidão não me
DERAM alforria.

CONTE

Conte COMIGO,
mas não me ENGANE tanto.
Eu NÃO saberia compor
MUDANÇA,
na IMENSIDÃO do seu
talvez.

SOLIDÃO REVERSA

É preciso, TALVEZ
que eu SOFRA um pouquinho.
Mas, não me DÓI
o TÉDIO da dor,
tanto QUANTO a força
da solidão REVERSA.
Essa QUE nas multidões
se SENTE.

ARDENDO

Ardo,
em FEBRE solene
como EM carne.
DÓI-me,
essa parte que
RECONHEÇO na frieza
do OLHAR arredio
que ABRO.
Saio de MIM,
e me acho,
TRESLOUCADO entre
copos e DRÁGEAS
silenciosas.
Armo-me PARA o embate
caudaloso da tarde,
e PARO.

TANTA FORÇA

Mas, EU amo com tanta força,
que MAIS pareço um tolo
na ENTREGA dos sabores.
ESSE saber que eu
guardo,
como ORVALHO que colhi
contente, no BEIJO
teu.

TRAMA DA TRAIÇÃO

RELEMBRO a farsa
do SORRISO,
como REFAZENDO a trama
silenciosa do
ABRAÇO.
A traição PARECE tola
quando NÃO se sabe
seu PONTO final.

MORTEIROS DE GUERRA

FORAM em tempos de guerra
que PUDE satisfazer-me
NO doce mistério de
uma PAZ lanceada
entre MÍSSEIS e morteiros
dolorosos.
Foram, SIM, ao som
dos CANHÕES fumegantes
que MINHAS lágrimas
se ACALMARAM, enfim.
RASTEJO em busca da cama,
clamo um TANTO de atenção,
desespero EM silêncio.
E AGORA?
Mantenho-ME vago
em SOFREGUIDÃO.

22 de abr. de 2010

A DIREÇÃO DOS VENTOS

A direção
quem diz é a sua boca,
que sopra o vento
das palavras ditas,
distorcidas,
distraídas.

BOM

Bons,
são os dias de AMANHÃ.
Agora é só o prenúncio.

ADAPTEI-ME

Mansos SÃO os cordeiros
PRÓPRIOS para o sacrifício.
Me adaptei COM o cenário
de GUERRA, tão logo
SOUBE que estava
na LINHA de tiro.

NUVENS

Há uma NUVEM de fumaça sobre
os OLHOS dos que lá fora
VÊEM o mundo colorido.
Ele é CINZA e as vezes,
RUIM, mas sabe
SER inocente
quando LHE convém.

MORDAZ, QUE SOU

Esse MOÇO
mordaz que SOU,
me assusta.
Causa-me o ESPANTO
certo para as TARDES
de domingo.

21 de abr. de 2010

FOREVER

Prá SEMPRE,
é tudo AQUILO que não
vale a PENA.
O que interessa DE verdade
dura APENAS o segundo
de SER inesquecível.

AMO

Amo-me aos POUCOS,
feito louco me ENTREGO,
altero meus RECEIOS
e CAIO,
na tentação DE sempre,
o BEIJO.

19 de abr. de 2010

PRÁ VOCÊ QUE ME ESCUTA

Talvez,
eu NÃO seja seu príncipe
encantado,
e NEM sou dado
a tamanha TOLICE.
TALVEZ,
o que eu DIGA
te FIRA um tanto mais
QUE eu queira.
É que à BEIRA da loucura,
a CURA as vezes parece
irracional.
TALVEZ,
seja eu, um TOLO,
ingênuo.
DESSES que se encontra
em página POLICIAL.
Talvez ainda,
me FALTEM os verbos certos
a FORMATAR uma conversa.
não ESSA,
que ACABO de findar.

SEM EXIGIR

PORTANTO,
as EXIGÊNCIAS do corpo
não SÃO mais produto
das INDECISÕES da alma.
Contudo, ACALMO o todo
da LEMBRANÇA e devolvo-me
inteiro AO próximo
devaneio.

ÓPIO

DECLARO-me inteiro,
ainda que PAUTADO na dor.
DIVIDO-me ao meio,
como CÓPULA uníssona dos
que SE adequam ao gozo.
DEFENDO-me como no
front, e QUERO-me mais
ao meio,
rijo, INTRIGADO com o
próprio PODER em favor
do ÓPIO.

O ABRAÇO

NOVAMENTE, preservo
o abraço
COMO o que em mim,
mais CONDENO.
TEMO o dia
em que não o SINTA
tanto.

SEM MOVER

Não me MOVO.
Torço CONTRA o tempo
na BUSCA do novo.
Não me COMOVO mais.
Deixo CAIR as faces
e VESTES,
prás MÁSCARAS em mim,
existir.

16 de abr. de 2010

ENTANTO

Mato-me no entanto que escapo.
Salto,
alto DEMAIS pros olhos,
e ALÇO, os vôos escandalosos
dos DESEJOS,
esses ensejos.

15 de abr. de 2010

TUDO

Pois que prá mim,
o MAIS importante
é o RITMO,
a falta de VERSÕES
prás verdades,
o ISTMO.

BRINQUEDO PREDILETO

De tanto imaginar-me entregue,
é que eu me PERDI,
nesses laços todos
que tuas MÃOS se afiguram aqui,
no PEITO.
Deixa-me POR perto,
como um brinquedo
PREDILETO,
que eu faço do meu sono
o TEU descanso,
em mim.

SIGO

SIGO.
Como TODOS que não
devem RETROCEDER,
eu sigo.
Sem TOADA no passo,
sem calma,
AO acaso,
deixo o TEMPO por mim
passar.
E com MEDO do que posso
enxergar,
eu sigo,
SALVO, de mim,
não do MUNDO.
TATEIO na vida a falta
que ME fez teu traço.
E lavo-me no RIO que
se FORMOU em meus olhos,
LAICOS.

NEM SEI QUEM SOU

Eu QUE não sei quem sou,
vasculho DESESPERADO
os vãos das ESCADAS,
SOZINHO.
Abro CARTAS sem remetentes,
dores sem DESTINATÁRIOS,
sonhos EXTRAVIADOS.
Eu que NÃO sei quem sou,
já não PERMANEÇO no mesmo
lugar,
VULGARMENTE vago,
PLEONASMO sem expressão,
caio.
Eu que não SEI quem sou
já não me ADIANTO mais
como referência,
e SALTO num infinito
QUALQUER,
acalmo.

13 de abr. de 2010

AS HORAS

PASSEI a desconhecer as horas,
quando DESCOBRI que os relógios
SEGUEM.
Que GRAÇA tem a vida
se a GENTE tende a acabar
TUDO,
Ou se acabar no TODO?

TUDO ACABA

É PRECISO reconhecer
o fim dos tempos
e REFAZER as janelas
prá colher novos
VENTOS.

CHUVA

Sou chuva.
Chovo IMENSAMENTE em mim.
Deixo-me ir, caindo,
COLORINDO o chão do furta-cor
das LÁSGRIMAS,
e rio, na CONTENTEZA
da precisão,
do NECESSÁRIO, navalha
na carne, TODA.
SOU chuva.
Chove em MEUS raios, como os
RAIOS sobre mim iluminam,
dão a COR certa ao meu
jardim.
E não admito TANTO,
a estiagem DOS olhos.
Molho-me, MEXO um tanto as
feridas, e falo-as COMO
quem ADVERTE a si mesmo
sobre a VIDA.
E CHOVO,
e vivo,
vivo a CHOVER.

ENTENDI

De tanto ENTENDER
como se CHORA
é que eu PUDE
construir um RISO louco
em meu JARDIM.

PRÓXIMO TREM

É um exercício ÁRDUO esse
de SER humano,
em meio a TANTO dissabor.
Mas, sei que POSSO
mentir um POUCO mais,
enquanto ESPERO o
próximo TREM.

PRESSENTE

Dá PRÁ ver,
que de PERTO o teu
cheiro é um
PRESENTE.
Desses que se PRESSENTE
de longe.
No longe das nossas
sensações.

12 de abr. de 2010

SENTENÇA

TAMBÉM quando choro,
ADMOESTO a lágrima
quanto à MINHA
inversão.
SENTENCIO a tristeza
do choro,
com o CHARME da razão.

MINHA MATEMÁTICA

Não sou RETO,
de matemática COMPOSTA,
confusa.
Meu TETO é alto,
supostamente DE vidro.
Sou CURVO, cataclismático,
AS vezes,
constante,
AINDA que inverso
à ordem.
TÁCITO, implacável como o
TEMPO,
vivo das TENTAÇÕES.

DISCON-TRAINDO

TODO dia há um jeito melhor
de SE dizer ADEUS.
Pro HOJE,
conservo:

-Foi-se.

[Sem mais pra VOLTAR. Nem tanto indo,
mas OBRIGATORIAMETE tendo que sair.
E a gente entende, e SENTE muito a partida.
Coisa BOa é esperar a SOMBRA de quem
se FOI, sumir.
Puf... foi-se]

PRO NADA

Prá o NADA que se fez,
é BOM que um tanto se
POSSA ser pensado,
além.

PRAZO ACABADO

Prá ONDE seguem meus barcos,
eu PERCO o tino,
a CORRENTEZA
e DEIXO-me ir em meio
ao RITMO do enleio do
MAR.
Casa de quem AMO é teu
peito,
TUA alma enlaçada
no SEIO doce que te
agiganta.
Na CAMA,
te acalmo,
COMO-te em gomos,
pedaços talhados
PROS meus dentes,
me CHAMAS.
E se ESTÁS longe das minhas
FLAUTAS, deixo-te
o DOCE da língua
na anca,
mordida MAIOR de meus
lábios,
LANÇO-me em ti,
presa,
PRAZO acabado da distância.

E GOSTO

E gosto.
Indistintamente, adoro.
Conspicuamente, amo.
Toda,
tanto,
inteira.
Tal,
totalmente,
entrego-te
a minha NAU,
costeira.
CANSADO, deito-me em
teu GOZO,
doce.
Sua DOSE mais
vermelha.

ENTREGA

A gente quando gosta, entrega.
Faz a cabeça de querer bem,
e DEIXA de ser somente um
prá ser TANTOS.
Em sua companhia,
EU já sou alguns.
Ora elétrico, ORA calado,
tanto HUMANO, que me
sinto CALMO.




[Aos que AMO]

VERDADES

Não que as VERDADES estejam
sujas de PEQUENAS mentiras,
mas é que NÃO me valem mais
ENTENDÊ-LAS como projeto.
Verdades, são SOMENTE consequências.
Crie-as.
FAÇA-as ser,
e você, enfim
SERÁ também,
mesmo não SENDO.

RESTOS DE MEMÓRIA

DEVO-me há tempos,
um SEGUNDO de calma,
essa que DEGELOU-se na
palma da minha MÃO.
Tanto que GUARDEI segredos,
prá NO enfim das necessidades
DESAPARECER com o que
me RESTOU da memória.

10 de abr. de 2010

MOÇÃO DE DESACERTO

Mas, se eu ERRO,
não QUE seja pela
vontade de ACERTAR,
e sim, PELA moção
do DESACERTO,
que ASSIM, eu seja
HUMANO.

FERIADO NACIONAL

Alma com ALMA,
me faz perder
o RESTO de calma
que me sobram
nos FERIADOS nacionais.

9 de abr. de 2010

TEÇO

Teço com seus dedos,
um LAÇO,
aço que me fortalece,
QUE desce sobre mim
e ESCORRE,
por entre os lábios,
PURO jasmim.
Faz-me TEU, quando eu
já tiver INDO embora,
ASSIM teu gosto se fará meu,
MESMO no outrora, que
virá, ainda que PASSADO.

ESCAPA-ME

Cheiro de moça, lívida,
etérea, macia e mulher.
Minha,
menina,
malina,
sina de amar,
assim,
por FORA,
dentro afora tudo que me escapa,
e sei de ti como DO meu tempo.

SIM

Esperando a CHUVA secar suas lágrimas
advindas da VIDA que cai lá
FORA, prá no FUNDO peito
arrumar um JEITO de me entregar.

SECANDO

Há um RIO secando em meus olhos,
e quando PERCEBI a sua fuga,
sentei-me AO lado de mim
e SORRI.
Enfim, a DOR partia para além
dos MEUS intentos.

SOLIDÃO, MINHA

Mas, onde SE escondem os seus
olhos, que JÁ busquei em
NOITES e nascentes dos rios
sem encontrar?
Eu, que TANTO te sonhei prá mim,
AGORA quero ao menos
TEU toque em meu
JARDIM, a iluminar as flores
SECAS e sem vida que me
resguardam os olhos
MORTOS da solidão, minha.

ENCANTO

E eu QUE vivia a suar
de DESEJOS, hoje vivo
a morrer COM o frio,
sem mais SONHAR.

BALA COM BALA

Ah, como eu QUERIA agora uma arma
de FOGO,
dessas que FAZEM um estrago danado
prá DIZER adeus aos teus
APELOS,
e acabar DE vez com a distância
que NOS alucina.
Como eu GOSTARIA de entender
melhor o teu OLHAR,
e poder me ACHEGAR com maior presença
no TEU dia-a-dia.

PRÁ ESSA GENTE TODA

Mas,
é TÃO engraçado essa gente
TODA, sorrindo sem saber
PORQUÊ.

DIALETO PERDIDO

Todas as ruas APINHADAS de gentes das diversas vontades,
dos DIVERSOS jeitos e gostos,
ora SUAVES, ora sensíveis e DOLOROSOS.
Tanta GENTE perto, e parece-me, enfim, estar SÓ.
Definitivamente, PROFUSAMENTE só, na medida certa
da SOLIDÃO que nos acerta,
nos REJEITA o abrigo, e só.
Todos os DIAS cansados, dotados da minha maior
fraqueza, o BEIJO.
Sempre carregados de ADEUS, sem mesmo sentir a dor
que EXALA azul, do meu peito, ARDIL.
E choro, FRANCAMENTE, sem entender de fato
o que me DÓI, o que me faz saber mais de tudo
que ESSA gente toda, apressada,
APRISIONADA à si, sem calma, e a alma
ENTREGUE ao fel.
MAS, de que me adianta TANTA divagação,
se NO fato exato das coisas acontecidas
o que nos SOBRE e nos serve, no fim é
O GESTO, escondido sob a farsa
da SINCERIDADE que não me remove montanhas?

6 de abr. de 2010

SABER-SE

Mas, o que SEI é tão pouco
que ATÉ desconfio ser
sábio, em MEIO a tantos
CEGOS.

PRO DIA NASCER FELIZ

Esse que SOU é rascunho.
A VERDADE não passa
de uma GRANDE farsa.

5 de abr. de 2010

ONDE SE COMPRA O DESEJO?

É.
Esse silêncio FALADO,
em que NÃO nos escutamos,
nem entendemos BEM o que se quer.
É tudo tão ESTRANHO,
falamos a mesma coisa,
sem REGRAS e sem sentir.
É VAGO,
um vácuo ensurdecedor
entre o TEU e o meu devir,
sem POR fim chegarmos ao
consentir DO sexo.
POUCA conversa,
CONTATO falho,
falta-nos um tanto mais
de QUERÊNCIA.
Mas, onde se COMPRA o desejo?
Eu não SEI.
Sinto estar em FALTA.

DESDE ONTEM

Quando, ENFIM
eu SOUBE chover um tanto mais,
meus OLHOS se abrilhantaram
sem a NUVEM negra da
certeza.
Viver é SER duvidoso,
ainda QUE nos caminhos
não SEGUIDOS.

*REGAÇO

Que MESMO em silêncio,
a minha VOZ possa chegar
até VOCÊ.
Que mesmo no SERENO,
o CALOR que tenho
possa TE aquecer.
Que mesmo perdendo,
meu SONO possa acalentar
teu CANSAÇO.
Mesmo na DOR,
meu BEIJO seja teu
regaço.
E ainda, que na FALTA
de COR nos dias,
tu POSSAS ver em meu
rosto a alegria
FURTA-cor de um sorriso.





*REGAÇO = Lugar onde se descança; repouso.

PARTE

QUE se alevantem
sobre MEUS olhos a tua
PRESENÇA,
como PARTE dos meus
artifícios.
Que se FIGUREM no agora
a PAZ de sorrisos entregues.
Que não SE negue mais
um ABRAÇO, e que o
CASTO olhar seja, enfim,
PARTE do que admiro.

SÓ POR DIZER MESMO

Há QUEM queira ser feliz.
O SÁBIO busca estar
em PAZ,
e o BASTA,
saber-se ASSIM,
MAIS do que ele possa
conjugar COMO ação.

POR AGORA

POR hora,
o que me cabe
é o silêncio
da CHUVA derramada
d'um céu DESAJEITADO
sobre um chão
DESGOVERNADO.

DEIXA ENTRAR

PODE abrir,
que eu já nem quero entrar.
EM tua alma,
não me VALE mais brincar.
Na TUA valsa, eu já nem posso
DANÇAR.
Mas, nos TEUS desejos,
isso sim,
EU sei como transitar.

SEU ARGUMENTO

Há EM mim um coração cansado,
DISTRAÍDO do feriado que se
passou em MEU quarto.
Em ATO de entrega,
ESSA noite será sua,
a minha POESIA,
em carne, OSSO e
solidão.
TUDO ao seu dispor,
prá VOCÊ depor todo o
seu ARGUMENTO.

4 de abr. de 2010

ABERTO

O PEITO se abre
quando a VIDA se encontra em
eclipse com os SONHOS.
É coisa de UNIÃO essa,
de DIVIDIR o brilho.

EU QUERO

Eu QUERO,
espero a sua MÃO sobre o meu corpo,
TODO,
entregue,
AO léu,
NO céu da sua boca,
ROUCA, de tanto gritar.
EU faço,
dos SEUS olhos meus mel,
DOCES e tragados no véu
do SEU vestido arrancado,
aos DENTES,
mordidas e matizes
que nos CLAMAM
um GOZO a mais,
antes de dormir.

3 de abr. de 2010

À VOCÊ

Não SERIAM os dias capazes
de CONDUZIR a nascente
dos SORRISOS que nascem
na BOCA que admiro todas
as MANHÃS.
Eu, QUE sofro diretamente
da SUA alegria
jamais me ACOSTUMARIA com
feriados sem TE ver.

VOCÊ - NORA

SE eu soubesse o tamanho
DO peito que tu guardas,
CERTAMENTE teria eu
UM lugar ansiado por
TE receber.
Assim, de PERTO
você parece TÃO iluminada
que TENHO medo
de NÃO te tocar,
e na ESCURIDÃO permanecer.

AH...

ONDE se esconde a minha lucidez
quando eu PERCO o juízo?
Deixo as ROUPAS pelo chão
e SAIO,
sem MEDO de alguma má
interpretação.
RISCO tolo esse de ser
CERTINHO,
quando no ÍNTIMO os devaneios
se APODERAM da sensatez.

PASSOU

Pois,
que DA dor e da distância
MEUS lábios tiram
SORRISOS, inviáveis ao
DESALENTO.
Das LÁGRIMAS correntes,
meus OLHOS fazem
FESTA, patuscada de carnaval.
É LAVAGEM do Bonfim.
De DENTRO da solidão,
MINHAS mãos se
ACALMAM, cortezes
e se ADIANTAM ao sedimentar
o ADEUS, ao todo
da ESCURIDÃO.
Dos MEUS pecados
só GUARDO o gozo,
que de DOR
já me inteirei NO filme
que ONTEM assisti.

TANTO

Quando TANTO me lembro,
de SAUDADE grande
me atormento.
QUANDO tanto me recordo,
POR certo que em noites
acordo,
INTEIRO a suar.

SEM TEMER

Nem TUDO o que temi,
me DOERIA a alma,
como NEM tudo o que
previ me trouxe
CALMA.
Foi PERDENDO mais que
ganhando,
que REALMENTE guardei
o que ME valia.

AO MEIO ACASO

Partido ao MEIO,
sem alívio,
SEM acaso.
Entregue, sem a SORTE
do abraço,
ATO-me em torno do meu
braço,
DESCONEXO,
homem em descompassom,
um ASTRO canastrão
feito palhaço.
Último ato TRAGADO em
meu quarto.

SEM ROTEIRO

FOI me perdendo
na IMENSIDÃO dos mares
que ABRACEI,
onde finalmente,
me SENTI tranquilo.
Sem ORIENTAÇÃO,
criei MINHAS próprias
perspectivas.

2 de abr. de 2010

TENHO

FALANDO sério,
a minha SAUDADE dói,
remói os MEUS alentos
e MONTANHAS removidas.
Falando SÉRIO,
essa VIDA sem tua presença
mais PARECE a força
da CIÊNCIA, fria e
sem AMOR.
Falando sério,
DORMIR e acordar AQUI
é como SER sem querer,
TER sem precisar
e VIVER sem sentir.
Falando sério,
o RESTO que tenho aqui
não se APLICA ao tanto
que TENHO aí.

DEPRESSA N° 2

Tudo é TÃO depressa
que a SAUDADE quando
cessa,
FAZ a noite delirar.
Tudo é tão SEM calma,
que na ALMA do devir
só me RESTA
o que DURAR.



Homenagem à Anna Ratto.

1 de abr. de 2010

VOLTA

VOLTA,
por onde VIESTES
pode voltar.
A tua PRESENÇA,
antes ansiada,
AGORA não me
EMOCIONA tanto.
Volta.
Daqui DE dentro
eu não tenho MAIS
medo.
RECEIO frieza
em MEU peito, agora.
Agora VOLTA,
retoma TEU silêncio
VICIOSO, e me escorra
pelos DEDOS.

QUANTO VALE?

QUANTO de mim custaria
ao TEMPO
PARA poder-me entregar
ao SABOR do vento?

NUNCA DADO

O BEIJO nunca dado,
RESGUARDA sempre
o GOSTO do vazio
POR estar guardado.

SORTE-SOLIDÃO

Já QUE não dá para ser
diferente,
QUE ao menos sendo igual,
FOSSE mais duradouro,
QUEM sabe eterno,
MESMO no etéreo
DEVANEIO da minha sorte-
solidão.

SONHOS

MATO-me ao acaso,
se SEI das suas
entranhas TRAGADAS
NO beijo roubado
que NÃO te dei.
É um JOGO de querer-te
mais QUE a mim,
SEM dar-me,
e AO menos posso ver-te
NOS sonhos de padaria
que ME visitam
às noites.

INDO ASSIM

Quanto MENOS me perco
em SONHOS que se
alimentam DAS minhas
noites,
mas me ALCANÇO em devaneios
à LUZ dos dias.
É estranho, COMO não
quero ME livrar
da ILUSÃO dos que
te nivelam POR cima.

CENSURA

Eu CAMINHEI,
caí,
COINCIDI olhares
com FERIADOS.
Atei-me EM sorrisos
censitários, somente.
HOJE, livre,
lamento a FALTA de amarras
e intenções.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::