::.Leve.::

[Esse que SOU]

Minha foto
[EU sou o que você não pode VER]

31 de out. de 2009

O NEGÓCIO É AMAR

VEM meu amor
que A loucura me toma a
CONTA do corpo
e ME violenta os olhos
com tua DOÇURA e alegria
escondida nesse corpo
sensual.




VOU PASSAR

EXISTEM palavras para cada ação,
existem CORES para cada coração
e, SIM, existem horas
para CADA estação.
No meu INVERNO,
de olhos fechados,
EU posso ver onde
ESTÃO os meus propósitos,
CHEIOS ou não de
intenção.
Se amo,
SE chamo teu nome
não IMPORTA.
Me VALE é que vou passar por você.




DE MAIS A MAIS

De MAIS a mais, o corpo continua intacto,
o BEIJO continua calado
e OS sonhos permanecem
ENTREGUES, ao que sempre
quis.




CHEIRO

A mentira TEM cheiro de mel,
e ALUCINA
A verdade tem CHEIRO de gasolina
e INCENDEIA.
A DOR tem cheiro de saudade
e CONTAMINA.

30 de out. de 2009

MORTE

Agora é noite.
Lá fora o TEMPO nos convida a ser
MELHORES.
Menos lágrimas, MENOS lástimas
e DORES complicadas de se
CONVIVER.
Os meus OLHOS permanecem molhados,
DE algo que não reconheço
mais EM mim.
TUDO o que sei é
que nas HORAS que se seguem,
AS músicas já não me interessam tanto,
AS ficções são voláteis ao meu
TOM de desgosto,
e a CAMA fria,
DEGELA o meu coração cansado.
TUDO está molhado,
de lágrimas, de SANGUE, de horas a fio
sem AMOR
e meu corpo DERRETE
no acaso DOS cobertores
que ME cubro,
desgraçadamente eu me DERRETO,
em lastimáveis GOTAS de homem,
misturado à POESIA disforme
que ESCORRE pelos meus dentes
CAÍDOS ao chão.

CONSELHO

A ignorância é REDENTORA dos que não amam.
O medo o DESTRUIDOR dos que são traídos.
A VERDADE é conselheira dos que sofrem.
E o AMOR uma mentira, contada aos cegos.

CORES

AS cores que pinto nos quadros
de AMANHÃ, somente terão
CIÊNCIA que são dos tons
que VIVENCIEI.
Por HORA o cinza e o
PRETO me parecem exatamente
COMO me sinto.
FRIO como o cinza
e VAZIO como o preto,
indubitavelmente.

SEM MAIS

Já não se sabe mais
se nesse peito bate UM coração
desgovernado ou uma VÁLVULA
de trem sem controle.
EM mim
as emoções já se confundem
COMO parte de um corpo sem ação,
sem conserto.
Não contenho MUITO do passado,
o presente é VAZIO
e o futuro tão incerto QUANTO
a cor dos meus olhos fechados
À sete chaves.
E sabe?
EU não sei mais
se vale a pena consternar
a dor e figurar o momento
em que o RELÓGIO
parará de seguir
em horas vãs
e sem razão.

O QUE SÃO?

TENHO me perguntado sobre o que são as PAIXÕES...

Por certo uma ENFERMIDADE, com cura, e amputações.

EU DORMI

Eu DORMI,
estou dormindo, profundamente.
Não como a UM corpo sem
vida,
MAS com uma vida
sem CORPO.
Tudo EM mim está pairando no ar,
feito CONFETES em carnaval,
jogados SEM interesse de
que VOLTEM, afinal,
é festa.
DAQUI de cima eu sinto que
vento nÃO é tão amigável
quanto DEVERIA.
Eu dormi,
não VOU acordar, mesmo de olhos abertos
CONTINUAREI dormindo,
sem JEITO de ser
diferente.

QUESTÃO DE PROVA

Acho que PERDI tanto tempo
falando de AMOR,
refletindo sobre ele,
divagando COM estrelas,
QUE me esqueci de perceber
o QUANTO nunca fui amado,
o quanto AMAR era importante,
e não RECEBÊ-lo de volta
é tão DOLOROSO.
O que FAZ quando se descobre?


A) MORRE-se
B) Desiste-SE
C) REVOLTA-se
D) Finge-SE

?????


Sem RESPOSTAS, eu opto pelas
MÚLTIPLAS solidões.

DESAGRAVOS

É tão FÁCIL enxergar as coisas,
quando do seu ponto de PARTIDA
parece, então,
que VOCÊ será feliz.
TUDO à contento do que os
OLHOS podem enxergar.
E nada SE faz tão verdadeiro
QUANTO a luta.
Que não te consagra,
MAS te oferece chances,
reais DE quem sabe
PENSAR que valeu a pena
TER tenado.

POUCO OU MUITO RANCOR?

PASSEI uma vida inteira suportando os fracassos alheios, como eles fossem uma obrigação de BOM sujeito, me vendo POR cima, nivelando tudo e todos por cima.
UM certo ar de tranquilidade por ser superior, UMA certa dose de sarcarmos por ser melhor, um CERTO tom de alegria, ao ver que eu era indispensável.
O tempo passou, a VIDA cresceu, as horas diminuiram, e EU contínuo em ser assim, acima dos níveis de qualquer ser que comporta, que ERRA, que desconhece, e esquece.
Então, VEIO o amor, as conquistas, as DESILUSÕES, o desacordos, as DESONRAS e mentiras.
Tudo aliado, COMO se eu fosse inimigo, do meu próprio ego, que também, assim como os outros QUERIA amar.
E, num PASSE de mágica, aquele que sempre OBTIVERA a ponta da supremacia sobre todos que o redeavam, agora ESTÁ fora do páreo, em ser feliz.
Eu, sempre analisando as COISAS, como elas fossem insignificantes, todos com suas pequenas vidas e CULPAS, com seus feriados lotados de SEXO e sensações, as noites COBERTAS de bocas e desventuras.
Tão fácil VER de longe o que não me acontecia.
Tão simples OBTER resultados positivos, quando não se tem adversários.
TÃO correto manter-se intacto quando a GUERRA deveria ser benéfica.
Isso é o AMOR.
Esse sou eu.
Finalmente ASSUMINDO que sim, eu perdi.
Sim, eu FALHEI e não fui feliz,
SIM existe aqui um peito em descontrole e lágrimas.
E todos lá FORA serão felizes de algum modo.
Enquanto me SOBRARÁ o rancor de nunca ter enxergado,
que em MIM, os outros não cabiam.
Eu ERA pequeno demais.

29 de out. de 2009

ESSE AMOR

O meu amor é tão intenso
e vago,
que mais parece obra do acaso.
Amor sem condição,
sem querer desvãos,
se aguenta,
sobre a dor,
cor de quem sofre sem jardim.
O meu AMOR é de carne,
é de OSSO,
começa no pescoço
e TERMINA em teu chão,
molhado, em GOZO e desajeito
de QUEM só quer o espesso
BEIJO,
que eu sei,
NÃO mais virá.
E aceito a FLOR da separação
SEM lágrimas,
agora OPOSTAS ao sorriso
em MIM,
eu saio calado
sem o TERMO assinado,
de SER feliz.

DOR MERETRIZ

Não VOU advogar em favor
da MINHA dor.
Ela que SE instalou em
MIM há um dia de sair
e SER meretriz em outro
CORPO.
Não ME sobra muito de
uma VIDA que foi degelada pelo
INVERNO tardio do seu
SILÊNCIO.
Bastava ME dizer que não
VALIA a pena existir em você,
e NENHUM de nós seria
CULPADO de mortos e feridos
NESSA guerra calada,
ENTRE meu ódio e a sua
INDIFERENÇA.

EMBORA EU FOSSE ADIANTE

SEMPRE que penso em ir embora,
mas há uma força que me PARTE ao meio,
e faz-me ver
o quanto a COR dos dias
muda o tom do meu jardim.

ARTES

PRO que der e vier
eu TENHO as máscaras
que ENXERGAM longe e me fazem
SENTIR assim,
igual a VOCÊ.
A arte DE dissimular é similar
a EXISTIR em partes,
COMO carne que estraga junto
AO chão, sem amor,
MAS não se deixa perder
o JEITO de ser atraente.
E nem sente, o TEU cheiro arredio
de ser, INSTÁVEL.
Quando APRENDI a bobagem de fingir,
entendi QUE prá você
O QUE é em mim defeituoso,
EM ti era só virtude.
NO fundo do espelho,
ÉRAMOS iguais,
apenas EM doses diferentes
de VIVER.
MAS, você morreu,
e eu PERMANEÇO intacto,
em detrimento AO cataclisma
do SEU olhar.

LÁGRIMAS E SÂNDALOS

POESIA se faz com lágrimas e sândalos.
ESCÂNDALOS são artes de se AUTO-destruir,
e eu ME calo dentre os meus
MAIORES desejos.
PERCO o freio,
perco a HORA
e a melhora do PEITO incide
sobre o QUE antes era
GLÓRIA e fantasia.
NADA agora faz sentido,
nada EM mim vive abrigado e sem
CHUVA.
TENHO deixado em minhas costas
o REVÉS da saudade,
QUE hoje arde como carne
DESILUDIDA.

DESENCANTOS DE LIVROS MEUS

Quando me faltam palavras,
eu DEIXO escapar olhares... espios.

DEPRESSA

SÓ peço aos dias que,
a VIDA não me faça mais viver
AMORES servis,
de ALMA domesticada,
fera CONTROLADA em favor
do ABRAÇO que não chegou.
Só ESPERO não mais ter
que CONSTRUIR castelos
para DELE ser despejado,
e QUE no fundo dos meus
ABISMOS haja sempre
um FIM,
que me ABRIGUE,
quando eu CAIR.

28 de out. de 2009

OUTRO INSIGHT

BEM, eu gostaria muito de começar a escrever e DIZER que tudo está bem, mas de verdade, está BEM sim.
Nós é que sempre entendemos QUE bem só está quando tudo se coaduna na ORDEM do que sonhamos, sem AGRAVOS e greves do coração.
DEPOIS de muitos empurrões, pancadas, surras e centelhas apagadas, enfim, eu posso dizer QUE tudo tem permanecido bem, porque a contento do QUE sinto e do que faço, eu durmo, eu acordo e SOBREVIVO aos contratempos abusivos dos que ME odeiam, mesmo quando me amam (falsamente, claro).
Isso é não é uma novela, OU um capítulo de um filme, ao contrário... O que se escreve nesse ESPAÇO, é pura cor da carna NUA de quem não tem como se esconder.
E prá não se REVELAR, acaba-se rebelando contra o silêncio ensurdecedor QUE me aquece nesta NOITE fria e cauculista, que ME quer em desacordo com o dia de amanhã.
NOTADAMENTE eu não sou artista, nem CIRCENSE nem sedutor. Tenho aversão AOS insinceros que se CAMUFLAM na pele de bonzinhos, e SUPORTO menos ainda, os maus QUE se aconselham com as luas, e ATACAM sempre no escuro.
Não que eu GOSTE de embates justos, não, ao contrário, ACHO até que justiça é vencer com astúcia, mas NÃO preciso me esconder por sob máscaras de alegria e CONTENTAÇÃO para desferir sobre o outro, o CURARE que habita em meus dentes.
ESSAS palavras não tencionam ser abusivas, conclusivas ou negligentes, ao contrário. Também não quero o MEU espaço coberto de sangue.
ESSE aqui é só o meu momento frio e DESAJEITADO de dizer, que não há PERDÃO, que não há salvação AOS que me ferem, mas eu SIGO...
SEMPRE sigo, sozinho, alone.

HIEROFANTE

TUDO em mim é chegada,
tudo AQUI é partida.
Convivo COM a dura realidade
DO que em mim
não se ALIVIA nem se
agiganta.
SOU pequenino, sou gigante,
e ANTE ao perigo
eu VIRO mesmo o hierofante
QUE chora e lança mão
DA vida em favor
da SUA saída
(de emergência).

JÁ NÃO SEI MAIS

O QUE SEI
É QUE HÁ EM NÓS UMA INTERRUPÇÃO,
UM VÃO QUALQUER
QUE NÃO NOS PERMITE SOBREVIVER
JUNTOS.
UM ESQUISITO TEATRO
EM QUE SOU O PRIMEIRO
E VOCÊ O SEGUNDO ATO.
VIVENCIO AS SUAS ALEGRIAS DA COXILHA,
NÃO POSSO ATUAR JUNTO,
OU POR FRAQUEZA SUA,
O POR INÉRCIA.
NÃO CONSEGUES ENXERGAR
EM MIM SOBRIEDADE,
POIS A MINHA VERSÃO HUMANA É DESGARRADA,
DESABITADA DE MATÉRIAS COMPLETAS.
E ASSIM VIVEMOS,
NUM ENTREATO ETERNO,
ENQUANTO UM ENTRA EM CENA
O OUTRO PROCURA A SAÍDA DE EMERGÊNCIA,
COM MEDO DO QUE PODE
DEIXAR DE ACONTECER.

DIGA lÁ, CORAÇÃO.

UM MINUTO APENAS
E POSSO OUVIR UM PEITO GRITANTE
ARFANTE DE DESEJOS MEUS
QUE NEM CONSEGUEM MAIS
INSTAVELMENTE VIVER.
E QUEREM A LOUCURA DAS ORGIAS
E QUEREM A DOÇURA DAS ALEGRIAS
DE FESTAS INFANTIS
E QUEREM A CANDURA DAS PRIMAVERAS
TÃO VIRIS.
DE TANTO VIVER SOZINHO
ME ACOSTUMEI A ME FAZER CANTADAS
PALAVRAS ESCOLHIDAS A DEDO
A SEREM DITAS AO ESPELHO
E FORTALECER UM "EGO' CRIANÇA
QUE SONHA EM SER HUMANO
E MENOS "DEUS".
ENQUANTO NÃO CONSIGO VERTIR-ME
COM TAMANHA FORÇA
PENSO AINDA SE VALE A PENA
ANDAR POR ENTRE A GENTE
E PARECER COM ELAS.

PARE, LEIA, SIGA...

PARA CADA OPÇÃO, UMA CLAUSURA
PARA CADA DOR, UMA CURA
PARA CADA SENTIMENTO, UMA PURA E SINCERA AMARGURA
PARA CADA PARADA, O TÃO SONHADO DESCANSO
PARA CADA CAMINHADA, A MAIS VERDADEIRA CERTEZA DA PARTIDA
PARA CADA CENTÍMETRO PENSADO, UM PECADO QUE MORA AO LADO
PARA CADA PALAVRA SUSSURRADA, UM ARREPIO NAS ENTRANHAS
PARA CADA SIM PERDIDO, UM DIA DE MARTÍRIO
PARA CADA NÃO PROFANADO, UM VAZIO IMENSO A SER ENCONTRADO
MAS, PARA CADA DIA VIVIDO, UM ELO A SER DIVIDIDO, E AMADO.

PORTA-RETRATOS VAZIO

PELA FORÇA DOS SEUS OLHOS
IMAGINEI MUITAS LÁGRIMAS IRROMPIDAS
PELA DOR DA PERDA.
E, NA VERDADE,
ERAM APENAS REFLEXOS DO FLASH
DA MÁQUINA
INCIDINDO SOBRE TEUS ARGUTOS OLHOS.
TANTAS VEZES PENSEI
EM NOSSO ÁLBUM,
UM CASAMENTO DE SONHOS
ENTRE MINHA ALMA E TUA POESIA
MANIFESTADA PELA PELE LUMINOSA
DA CRIANÇA QUE REPOUSAVA
EM MEU COLO.
E SOMENTE TENHO TUA CARA
AMARRADA
EM FOTOS ESMAECIDAS PELO TEMPO QUE NÃO
VOLTA.
VIVO A PLANEJAR NOSSA SALA
PARA ESTARMOS JUNTOS.
E ME DEPARO
COM O PORTA-RETRATOS VAZIO
A ESPERA DA SUA IMAGEM
QUE GUARDEI TÃO BEM EM MINHA MEMÓRIA.
E ME ESQUECI DE MATERIALIZÁ-LA
EM MINHA VIDA.

O AMANHÃ

UM DIA DISSERAM
QUE O MUNDO MUDARIA DE COR,
E VI NOS TEUS OLHOS
AS CORES QUE ESCOLHI
PARA ORNAR OS MEUS DIAS.
E QUERO FAZER DOS SEUS LÁBIOS
UMA PONTE
ENTRE MEU SER E O
CÉU PINTADO DE AZUL
PELOS OLHOS CASTANHOS QUE ILUMINAM
MEUS DIAS POR AQUI
NESSE FRIO DE AGOSTO.
E QUANDO SENTIRES VONTADE
EM COLHER DE MIM O MEL
VENHA AOS MEUS APOSENTOS
E FAÇA DA MINHA VIDA,
NESSE INSTANTE, O QUE QUISER
POIS, O PERTENCIMENTO É MOMENTÂNEO
E DE MIM TENS O AGORA
O AMANHÃ,
AINDA TEMOS QUE CONSTRUIR.



Texto antigo, reencontrado em escombros de vidas e blogs passados.

SETEMBRO QUE JÁ PASSOU

QUERO EM SETEMBRO
ENCONTRAR FLORES MAIS VELHAS
AQUELAS QUE NÃO
SÃO COLHIDAS
AQUELAS QUE ESTÃO EM IDAS
MESMO SEM TER A CHANCE DAS VIDAS.
EM SETEMBRO
QUERO UM PRIMEIRO DIA ALEGRE
NOTURNAL E SEQUENTE
AOS MEUS ANSEIOS DE HOMEM
VIAJANTE DAS HORAS.
EM PRIMEIRO DE SETEMBRO,
PRIMEIRO EU QUERO DOCES,
SABORES DA BOCA
QUE JÁ PROVEI OUTRORA
E SINTO A NECESSIDADE DE AGORA
PODER TER A SAUDADE
COMO VÃ COMPANHEIRA.
QUERO AS BELAS ARMAS
DAS NOSSAS VIDAS ARDENTES.
EM SETEMBRO,
QUERO CORAGEM,
QUERO FOGO,
QUERO ALGO
QUE PAREÇA OUTRO.
em setembro,
quero ser outro
ainda que permaneça
com as vestes de sempre
vertendo as mesmas palavras...

SETEMBRO QUE J´

QUERO EM SETEMBRO
ENCONTRAR FLORES MAIS VELHAS
AQUELAS QUE NÃO
SÃO COLHIDAS
AQUELAS QUE ESTÃO EM IDAS
MESMO SEM TER A CHANCE DAS VIDAS.
EM SETEMBRO
QUERO UM PRIMEIRO DIA ALEGRE
NOTURNAL E SEQUENTE
AOS MEUS ANSEIOS DE HOMEM
VIAJANTE DAS HORAS.
EM PRIMEIRO DE SETEMBRO,
PRIMEIRO EU QUERO DOCES,
SABORES DA BOCA
QUE JÁ PROVEI OUTRORA
E SINTO A NECESSIDADE DE AGORA
PODER TER A SAUDADE
COMO VÃ COMPANHEIRA.
QUERO AS BELAS ARMAS
DAS NOSSAS VIDAS ARDENTES.
EM SETEMBRO,
QUERO CORAGEM,
QUERO FOGO,
QUERO ALGO
QUE PAREÇA OUTRO.
em setembro,
quero ser outro
ainda que permaneça
com as vestes de sempre
vertendo as mesmas palavras...

ON/OFF

EM OFF,
TODOS TEMOS NOSSOS SEGREDOS
NOSSOS MOMENTOS DE LOUCURA
NOSSAS MENTIRAS
NOSSAS PEQUENAS E BELAS IGUÁRIAS.
EM OFF,
TEMOS AMIGOS OCULTOS,
DESEJOS SECRETOS,
AMIZADES COLORIDAS
E CORES ESTRANHAS
NOS OLHOS, AOS SÁBADOS À NOITE.
EM OFF,
VIVEMOS AMORES ESCUSOS
SEXOS EXCLUSOS DE AFETO
E PALAVRAS VÃS,
AS VEZES, CHAMADAS DE FILOSOFIA.
EM OFF,
DIZEMOS INSULTOS AOS INIMIGOS
E ELOGIOS AOS AMIGOS,
EM OFF,
TEMOS VIVIDO, MAS E AÍ?
SERÁ QUE PARAMOS PRÁ PENSAR
EM ALGUM MOMENTO
EM NOS MOSTRAR NO MODO "ON"?
ON LINE,
ON TIME,
ON LIFE?
PARE E PENSE
REPARE EM SI
NÃO NO OUTRO.

DAS ANTIGAS

Não quero mais ser astronauta!
Cansei de viajar na vida
e perder meu trem na hora
da partida.
É sempre assim...
ninguém se importa com você
até que as coisas pareçam
não fazer mais sentido
para elas.
Mas quem disse que sou
guia de estaçãode rádio?

DISFARCES

NEM ADIANTAM FLORES
PARA ACALMAR MEUS DIAS
SUFOCADOS NUMA MARÉ
DE CONSENTIMENTOS E ERROS
AO AVESSO...
OS MEUS ACERTOS!
QUANDO SAIO A NOITE
VIAJO EM PENSAMENTOS RECONVEXOS
VOLTADOS PARA A MINHA FUGA,
A MINHA INCIPIÊNCIA FALSA.
CAMINHO SOLITÁRIO E DESCUBRO
AS MINHAS VERTIGENS
EM LUGARES INDA CONSCIENTES
COMO SE, NA VERDADE
OS DEVANEIOS FOSSEM
UMA TRAIÇÃO DA NOITE AO DIA
E ABRAÇO FORTE AQUELE CORPO
CINTILANTE
TENTANDO CONCLUIR A MINHA FUGA
E PUBLICAR MEUS SEGREDOS
SEM ESCÂNDALOS JORNALÍSTICOS
QUE PROVAVELMENTE
NÃO VENDERIAM TANTO
MAS APONTARIAM A MINHA CORAGEM
DISFARÇADA EM LOUCURA.

CORAÇÃO CAMINHANTE

MEU CORAÇÃO ANDA SILENCIOSO
SEM PRONÚNCIAS
NEM DENÚNCIAS DE
SAUDADES.
TENHO MEDO DAS
INDICAÇÕES DE DOR QUE NÃO
ACONTECEM
QUE NÃO CESSAM SUAS POSSIBILIDADES
E NÃO SE TORNAM REAIS.
MEU CORAÇÃO ANDA CLAUDICANTE
REPLICANTE
ESPERANDO MOMENTOS
QUE NUNCA SE ANUNCIAM
JAMAIS SE DEIXAM MOVER
PELOS MEUS APELOS.
MEU CORAÇÃO ANDA CANSADO
ESTIRADO EM MEU PEITO
QUERENDO ESPAÇO
PARA QUE POSSA ENFIM
DESCANSAR
E NÃO HÁ ESPAÇO NESSA VIDA
QUE POSSA ESSE CORAÇÃO
BALDEAR SUAS EMOÇÕES
E FILTRAR SUAS SENSAÇÕES
BOAS E MÁS.

SEM ALEGRIAS

TOMEI CAMINHOS INADEQUADOS
PERDI-ME NAS HORAS
QUE NÃO VIVI
NOS DIAS QUE NÃO COLHI FLORES
E DORMI EM CALÇADAS
QUE NEM LEMBRO ONDE
FORAM MESMO.
TIVE MOMENTOS DE INDULGÊNCIAS
MOMENTOS DE INSURGÊNCIAS
E COLIDI COM OS MUROS
DE LAMENTAÇÕES
DE OUTROS
E DE OUTROS EM MIM.
ALEGRIA ERA O QUE FALTAVA
EM MIM
E JURO QUE NUNCA ENCONTREI
ESSE CAMINHO.
NÃO VI A PORTA ABERTA
PARA ME ENVOLVER EM SEU
INEBRIANTE SOM
DE SAUDADES.
ALEGRIA ERA O QUE FALTAVA EM MIM
E NUNCA TIVE.

PERDENDO HORAS

TEM UMA HORA
QUE É HORA DE IR,
PARTIR PRA PODER FICAR,
TALVEZ MARCADO,
TALVEZ APENAS LIMITADO,
ALIVIADO DAS DORES.
TEM UMA HORA
QUE O SILÊNCIO
DIZ POUCA COISA,
NOS DEIXA À MERCÊ DOS INSTINTOS
NÃO MENOS HUMANOS
QUE AS DORES.
TEM UMA HORA QUE É PRECISO
LARGAR TUDO
E FICAR APENAS
COM O QUE NÃO NOS SOBRA,
COM O QUE NÃO É NOSSO.
TEM UMA HORA,
QUE É HORA DE DIZER ADEUS,
E NÃO SOFRER COM ISSO,
APENAS SUSTENTAR AS PALAVRAS
COM A FORÇA DOS OLHOS.
E SE CHORAR,
DESCOBRIR QUE É HORA DE PERDER
AS HORAS.

NÉ?

SOMOS todos prostrados e decididos
em QUERER ser,
em ser AQUILO que gostaríamos,
ou COISA parecida.
TENDEMOS à incoerência
ao DIZER que somos HUMANOS
se não PERDOAMOS,
que somos AMIGOS
se não entendemos,
QUE somos REAIS
se fingimos.
TALVEZ eu não tenha SIDO
a pessoa CERTA prá mim
Talvez eu tenha ERRADO
em publicar MINHA vida aos teus OUVIDOS
Talvez eu tenha SIDO fraco
ao ERRAR repetidas VEZES,
TALVEZ até eu TENHA sido MAU,
ao não ver o seu SOFRIMENTO,
mas o TEMPO não PASSOU,
nós é que PASSAMOS por ELE,
e se PASSEI me PERDOE,
ou ao menos FINJA prá si,
PORQUE o que você gostaria de SER
eu dispensei na SEMANA passada.
Eu não sou LEGAL,
eu não BONZINHO,
nem SOU MALVADO,
sou alguém que ERRA,
que acerta, e que SEMPRE peca.
PARABÉNS por não PECAR como eu,
VOCÊ realmente está
um NÍVEL acima de mim,
TALVEZ meu erro maior
tenha SIDO optar
em SER ainda HUMANO,
humano DEMAIS por mim.

MEU EU DIVERSO

EU que sou diverso
em MUITOS dos meus DESEJOS,
não VEJO como em SER uno,
indivisível,
estável demais PROS
meus CANTINHOS de alma.
Eu que SOU diverso
OLHO meus avessos
e ENCONTRO poesia
nas MINHAS cores e CÓRNEAS
filtrantes das ILUSÕES vividas.
Eu que sou DIVERSO,
entendo IDÉIAS,
pontos de VISTA
e visito ERROS,
alheios e MEUS, sempre meus.
NUNCA em mim
a verdade é UMA só,
sempre COM tonalidades disformes
em MEUS atalhos de ALMA.
Eu que SOU DIVERSO
me AFASTO do normal,
do CONCRETO, inteligível.
PREFIRO o perdido,
o PROSCRITO, o ERRADO,
instável aos TEUS olhos,
PORQUE eu sou DIVERSO
de momentos e AÇÕES.

POH, DIZER O QUÊ?

EU só sei que quando QUERO
exagero esforços em TER,
por mais QUE seja dificil a CAMINHADA,
não vejo PARADAS em meu seguir.

REGRESSO DO QUE NÃO MORREU EM MIM

NÃO ME FAÇO CONCLUIR HISTÓRIAS
SEM VIVÊ-LAS.
DEIXO-AS CRER QUE PASSARAM
E NUMA DAS VOLTAS QUE A VIDA DÁ
ASSUMO O LEME DO BARCO
E MUDO A ROTA DOS MARES.
PARA MIM NÃO EXISTE HISTÓRIA
MAL VIVIDA,
O QUE HÁ É O NÃO CONDUZIR
DA NAU,
O QUEBRAR DA BUSSOLA,
O FENECER DAS VONTADES.
HISTÓRIAS DE FINAIS TRÁGICOS,
É CERTO QUE SE ACABAM
POR DESCAMINHOS,
E HISTÓRIAS SEM FINAIS
INEXISTEM POR DESENGANOS.
AS MINHAS HISTÓRIAS SEMPRE ACABAM,
PARA NÃO HAVER EM MIM
O SENTIMENTO DO TREM
NO FIM DA LINHA.
E QUANTO A MIM,
VIVO TRANQUILO NO MEU MUNDO,
SEM LUGAR PARA INTRUSOS,
MESMO OS CONVENIENTES,
POIS,
SÓ ME CABEM MEUS ETÉREOS CAMINHOS,
E NADA MAIS.

PERSONA NO GRATA

Não acredito mesmo
em palavras nem em gestos,
a minha crença reside na certeza
dos momentos em que palavras
estão caladas,
gestos estao cansados,
mas ainda existem os olhos...
A mudar s trajetória
das setas,
a mudar o curso das retas.

MEU ATO

ESCREVO O QUE NÃO SINTO
O QUE NÃO VEJO
O QUE NÃO PRINCIPIA EM MIM.
E ME FAÇO POETA
PELO ATO DE NÃO VIVER POESIA,
E SIM AGRURAS.

NESSE ADEUS

EM enterros, e festivais
de MORTES em vida,
o TEMA deveria ser somente,
o silêncio dos sorrisos
de CANTO de boca.
PORQUE pouco, não dá prá
querer MAIS.




SORTE DE HOJE

DEIXA o que seja ser.
Não há como LUTAR enquanto a vida
ESTÁ em pleno feriado nacional.
A derrota AS vezes me parece
a MAIOR das glórias
quando a VIRTUDE se concentra
em LEVANTAR-se e prosseguir.

SEM RAZÃO

Não HÁ razão para perdermos
o CONTROLE da nave louca
chamada VIDA.
POIS aquele que não se resigna a
SER o que se é,
tampouco há de CONSEGUIR superar
a CULPA da dúvida que paira
SOBRE a sua cabeça
durante OS instantes de
SILÊNCIO antes dos sons
de LÁGRIMAS caindo por sobre
o chão da ALMA.

27 de out. de 2009

DESCASO

É com esse AR de descaso
que EU refaço as malas agora
DESFEITAS e deleito o meu acaso
EM ir embora sem deixar
SAÍDA.
MEU peito fora feito em partidas,
e já não ADIANTAM mais instantes
de lágrimas e LÁSTIMAS a consolar
meu GOZO estancado pela
SAUDADE consumida em hora
imprópria DE dor e
abandono.

INSIGHT

O que AQUI escrevo não é prá ser entendido, se quer lido, ou visto como arte. Esse não é o sentido do que falo, do que penso, DO que ejaculo como excesso, grotescamente cuspido na tela dos meus sonhos, vestidos de computador.
Não sou quem se PENSA ser, eu estou além das expectativas, e aquém das esperanças de mudança PRUM futuro, torpe ou delicado. EM mim e sobre a minha pele, crescem corpos estranhos, que entranham sobre a vida em minha volta e se fazem novos, seres ENCORPADOS no que não conheço mais.
As músicas tocam, e SINTO que silêncio nunca se dissipou. As vozes conspícuas se VANGLORIAM do poder de seduzir, e eu AFASTO, com senso de: -PAPAI, o que devo fazer? E no fundo, eu sei como proceder, na DOR e desonra.
Fui forjado em FOGO como espadas, fui TRAJADO de luto para viver no carnaval da vida,
fui CRIADO como escravo, e escrevo o que não COMO parte de mim, mas como pedaço que fora EXTIRPADO pelas carícias do que SE foram.
Aqui, não são PALAVRAS descritas em favor de uma MÉTRICA qualquer. Há sangue POr todos os lados, as minhas mãos, ao invés de CORRER os dedos sobre o teclado, elas ECOAM dores e dissabores.
Em mim nÃO existe mais uma face, ou BELEZA qualquer. Eu me dissolvi na chuva de ONTEM, hoje eu sou SOMENTE brisa, que evaporará rapidamente.
Os instantes já não passam mais com a constância correta, e os MEUS minutos tem sons de horas, e as HORAS tem durado dias inteiros a passar. Não sei SE o relógio quebrou, ou se o meu RETRATO na parede é que me diz o quanto sou mais velho.
O tolefone que toca, a ALMA que chora. São tantas discrepâncias que já não administro certeza e LOUCURA com a mesma calma de antes.
O itinerário do ÔNIBUS me faz chegar atrasado ao trabalho, em que os meus COLEGAS todos foram tragados pela ignorância, e VIVEM escusamente me olhando, COMO se eu fosse algum OBJETO não identificado sem prazo DE validade.
Os faróis dos carros me PARECEM todos azuis, quando deveriam ser brancos, COR de cor de nenhuma.
As crianças que MENDIGAM atenção monetária nas RUAS, não se interessam pelos meus desagravos e DESGOSTOS, só querem mesmo brincar de malabares e TINER espirrando pelas narinas.
Tudo o que acontece à minha VOLTA é um desespero TOTAL, e ainda me sobra tempo ESCASSO de escrever coisas sem sentido e SEM fantasia.
As minhas palavras TEM me despido das verdades que já não OBTENHO mais em ser honesto.
TALVEZ o chauvinismo seja o meu FUTURO glorioso, como dos que riram pelas minhas costas, MAS não tiraram os chapéus quando a CHUVA chegou.
Eu não me DESPEÇO dos que aqui pararam para TOMAR nota da minha desgraça.
Apenas os deixo COM a carnificina que MEU português ruim é CAPAZ de pormenorizar.

DESCAMISADO

A máscara tornava tudo REAL, porque era vísivel, mesmo sendo TEATRAL.
Eu me furtei a VONTADE de ser quem SOU,
prá SER por você o que te fazia bem.
E agora VOCÊ me diz que não valeu a pena?
A máscara era REAL, condicional ao que eu sentia.
E agora ESTOU nú,
descamisado DE mim mesmo,
sem TER onde me esconder desse mundo
QUE me maltratou.

CRÍTICA AOS CÉUS

Com o PASSAR do tempo você descobre
QUE nem tudo tem sentido,
NEM todos sentem o mesmo
que VOCÊ.
Descobre NO silêncio,
a RESPOSTA para as mentiras,
e NOS dilúvios, a certeza das
VERDADES.
VOCÊ, então descobre em si
FORÇA para lidar com as perdas,
e MUITO o que perder
no DECORRER das suas escolhas.
Descobre e APRENDE que sonhos
não SÃO viáveis,
MAS são fáceis de carregar no
PEITO.
SUSTENTA a descoberta de que
valeu a PENA ter tentado,
mas DOEU ter perdido a batalha.
Descobre então que o SUCESSO não
será ETERNO, nem tampouco
FAZ parte de você,
POIS bom mesmo é ter paz.
E como NÃO bastasse toda a dor
e AGONIA das separações,
VOCÊ descobre no fim de tudo,
QUE, enfim nada te pertence,
ao contrário, SOMOS fantoches
numa BRINCADEIRA suja
em que DEUS se diverte com a nossa
desgraça
e SUPÕE fazer o certo,
COM o que não temos MAIS.

LUZES DO SOL POENTE

POR hora me bastam os sons
que OUÇO silenciosamente da minha
CAMA.
Amanhã eu QUERO ir ver
as LUZES que o sol deixa
quando se PÕE.

DESAJUSTE

As DORES se irmanam em CORES que desaconselho em mim.

ALVO CERTO

Há um ALVO certo a se conseguir chegar,
eu só NÃO sei mais
se VALE a pena alcançá-lo.
Já não BASTAM mais os objetivos,
eu AGORA preciso de
CERTEZAS...
Tenho MEDO de tudo quanto for
estranho AO meu mundo
de COISAS e calmas caladas.





PERDAS E DANOS

Eu perdi...
Eu tenho perdido sempre.
Tudo confuso, encoberto por notícias e afeições que desconheço.
Todos querendo todos, e ninguém me amou de verdade.
Tudo se ajeitou no final,
e EU continuei a ver os navios que naufragaram em meus pesadelos.
Eu perdi...
Eu vou perder de novo, e de novo.
Eu tenho um sobrenome, que mais parece rocha.
Mas, até as pedras perdem, quando não arremessadas.
Eu perdi...
Perdi porque joguei, agora já não jogo mais.

ET's

QUANDO deixei de ver
ET's no meu quintal,
é QUE percebi a minha
cegueira.
Era mais FÁCIL viver de brisa
e SER medíocre
à VER a realidade lá de
FORA, dentro em mim.

PARTE DE MIM

PARTE de mim suporta tudo quanto
PESA,
vale o quanto REZAS em ser
FELIZ.
Uma parte QUE supostamente morre,
e DECORRE que sou assim,
MORRO horas a fio,
e POR dias, eu renasço
COMO chuva que engana,
FRIO que emana,
sonho que ACOMPANHA.
UMA outra parte é transgressora,
NEM todos a servem,
NÃO são de números e medidas
PARECIDAS,
pouco ou MUITO humanas,
e eu SOU metricamente desumano.
Eu CONHEÇO gente assim,
UMA horda de ser sozinhos,
CLARAMENTE anárquicos ao que
comanda os DESEJOS.
Não ESTOU aqui prá ter esse
ou AQUELE corpo,
OU me enganar quanto ao
TOPO do meu mundo.
Eu só aqui estou,
PARA dar sentido ao resto
DO meu fundo,
de ALMA,
de supostos ESPIRITOS que me
contém.

TINHA DE SER

CALCULO medos pela intensidade da DOR.
MEUS olhos cor de saudade
CHORAM,
se consomem em DISTÂNCIA
e desilusão.
MEUS ouvidos silenciados
TENTAM rever seus intentos
e NÃO mais fugir
DO som intenso de partida.
É a porta QUE bate,
o CARRO que parte,
o SONHO que evade,
e EU, somente eu
PERMANEÇO.
Como tinha de SER.

ME DESPEÇO

PASSADO o que se passou
PELO retrovisor de ontem,
EU estou bem...
Cotidianamente BEM,
com traços autárquicos,
SORRISO débil,
FOME intrínseca e
falsamente CALMO.
O meu estado DIÁRIO consome
em MIM metade da força
que TENHO
e SAIO em busca de pilhas,
RECARREGÁVEIS,
prá me fazer VIVO até amanhã,
PORQUE agora estou
atordoado
PRÁ viver mais.

CONTENSÃO

O tempo quando teu AMIGO, lhe avisa da reprise em sua VIDA, no dia de amanhã. Porque nada é novo, NADA se refaz, e tudo se COADUNA na perfeita origem DO que não é art noveau, nem velho, é APENAS contensão do que EXISTE.





AO MEU JEITO

AO meu jeito eu amo,
FALO,
eu CALO cores e dores que
só EU sinto.
Ao MEU jeito eu tento,
sinto o SOM da sua boca
e ROUCAMENTE aproximo
a minha VOZ da sua garganta.
Ao meu JEITO lento
eu PENSO em você,
HORAS
e SEI que não é muito.
Assumo a CULPA,
e REPENSO quem deve
ACHAR um outro jeito
de AMAR.




risos'

TEMPORADA

Rosas ABREM em sua temporada,
ALMAS se calam em suas
ENXURRADAS de amor esvaído
em VÃO.
A calma perdida no CHÃO das madrugadas
ENFÁTICAS de dor,
RETORNAM, quando
ao AMANHECER se reconhece a cor
do SOL sem precisar rever
a SUA luz.
A lama DETIDA com teu corpo
retesado SOBRE a cama
SE vai, quando a tua
CHAMA se acende
e QUEIMA a imprópria pureza
do QUE dói.
E na TRAMA envolvida com teus dedos
TU fazes um apelo
ao AMOR,
que não DEMORE, nem chegues,
POIS o bom é a sua
ESPERA.

MEU ESPELHO

TUDO que me é diferente
TOMO como espelho
e REVEJO as antigas imagens
enrrugadas DE amanhã,
que nÃO duram o instante
de MUDAR a cor dos olhos.
Não USO lentes,
mas NÃO importa,
se NEM sentes o novo
DIA surgir nessa
MANHÃ.

NUMA BOA

Não nos VALEM crer que a vida
SE recomeça em eras ou histórias
CONTADAS
com ERA UMA VEZ
e FORAM FELIZ PARA SEMPRE.
Nada se faz ao ACASO e fazemos
tanto CASO de ser feliz,
sem MESMO notar,
o quanto o INÍCIO é pendente
prá QUEM sou quer um
HAPPY end.
Eu quero MEIOS, maneiras,
CONVERSAS, brigas e desordens
em MEUS olhos.
Talvez não HAJA muito o que seguir
quando SE diz o que se
QUER,
mas EU sei que
QUANDO a alma pede
o CORPO clama,
CHAMA teu nome em vão.
Eu SEI que sem finais felizes
ou INÍCIOS mágicos,
em MIM o que vale
é o que ESTÁ no porvir.

UMA ILHA

Há uma ILHA se formando dentro
em MIM,
águas ROLANDO, revoltas,
areia SEDENTA de saudade,
e EU,
a ermo em mim mesmo,
COMO eu fosse um pássaro
que CANTA sozinho
no verão QUE já passou.
Tudo se AFASTA, todos retesados
querendo um POUCO de si
mesmos,
e não SOBRA nada prá mim.
Tudo se RETRATA forte,
como em MONÓCULOS que guardam
imagens ETÉREAS e sem fim.
Uma ilha SE confunde em mim,
MAR como náufrago,
em que NUNCA eu soube
ME ver assim, tão diferente,
tão INCONSTANTE, e permeável.
É um DESCONTROLE feroz se ver
ao LONGE, e não poder
ACHEGAR-se do próprio peito,
e LER nas entrelinhas dos olhos,
QUE de longe eu sempre
FUI assim,
meio ilha,
MEIO calmo, fervente,
meio RELUZENTE,
algo que desconheço EM mim.




26 de out. de 2009

EM EXCESSO

SOU sempre em excesso
e NUNCA o bastante
ao QUE me diverge.
Sou TANTO, e pouco
em contrapartida,
SOU ilha e imensidão,
UM cão ladrando,
um CHÃO rachando,
e o MEDO imune ao tolo
e árduo INSTANTE
em que ME congelo na chuva
FRIA aqui de dentro.
Sou SEMPRE velho demais,
NOVO sem saber
que DO lado de fora
TODOS te julgam
SEM te entender.

OUSO A TE CONTAR

EU tenho pouco,
mas sou ESSENCIAL
a mim mesmo.
E me chamo de MEU!!!

25 de out. de 2009

À VOCÊ QUE ME LÊ

Quando te faltarem palavras...
Se ofereça o silêncio das manhãs mornas e
delicadas.

POR MIM

Há DE ser intenso
cada instante que eu
ME vista de mim MESMO,
e faça DOS meus sonhos
ALGARISMOS na matemática
DO destino.
Há de SER real,
cada beijo DADO,
CADA olho orvalhado
da lágrima POSTADA
no email de AMANHÃ.
Há de SER constante
os meus DEVANEIOS,
a poesia EM minhas veias
e OS olhares,
dos que me desconhecem.
Há de ser SINCERO
o toque que me APANHE,
o PECADO que me assanhe
(os cabelos).
E, por fim,
QUE sejam fortes os meus
meandros,
PORQUE sem eles,
sem dúvidas, eu SERIA
frágil demais
PRÁ suportar a DOR
de ser humano.

TEMPO QUENTE

Quando o QUERER for bom
demais POR ser verdade,
eu JÁ serei mentira contada
em VIDA.
Quando a COR dos olhos
alheios ME fascinarem
novamente, JÁ não me será
VALIOSO o toque,
logo, a VIDA terá outra
conotação.
Quando VOLTARES do mar,
o MEU ar já terá se sacado,
e a ÁGUA dos meus
OLHOS, congeladas,
me valerão de ARMA,
à caça de OUTRO tempo,
QUENTE.

SEM EXCEDER

MORDES a língua
quando ME comes
em OLHOS e desejos,
sem PRECISAR exceder
ao TOQUE.
A mágica de ser
é não QUERER,
e ainda SIM
sentir CALOR no frio
DESSA noite
em que TE escrevo,
eu, a mim mesmo,
COMO eu fosse um outro
transeunte que PASSEIA
desavisado em meu
REDUTO deslavado,
chamado QUARTO,
mas que agora EU prefiro
chamá-lo de DUO,
eu e a MIM,
não mais 4º...

SEM SENTIR

Eu não SINTO
o frio QUE vem
de DENTRO.
Antes, sim,
a DOR que vem
de FORA.

FUGIR É BOM

EU tenho desejos,
íntimos,
ULTRAJANTES,
viagens de nunca MAIS.
Em meu alcance eu TENHO
pouco,
MAS me interesso ao impossível,
o QUe é incontável aos
DEDOS e desdéns dos
OUTROS.
Eu TENHO medos, metáforas
e MENTIRAS a dizer,
tenho FOME, fantasias e
ARDORES a sentir.
Não ME lembro quando a felicidade
se PRONUNCIOU, mas isso
não IMPORTA,
não ME faltam horas e seguí-la,
DESPÍ-la em minha mente,
e DIZER indecências em seu
ouvido.
Não me VALEM os presentes e
PROMESSAS,
mas me LEMBRO de quando
eu SEREI feliz,
amanhã,
CEDINHO,
quando o CÉU ainda for
claro,
às retinas DOS
que já anoiteceram.




Seu DESEJO pode se tornar real...

Feat. Joelma Carvalho.





AMOR À 4 MÃOS

DIZEM que amar
é o FATO de estar bem,
CONSIGO,
com a atmosfera,
SER fera e criança.
Amar é dança e DISCREPÂNCIA
em ser humano.
ESTAR bem com o outro,
SEM trocos, nem promessas,
sem ESSA de você primeiro,
OU você errou,
AMOR é consolo e desvelo,
o amor quer TÊ-lo por perto.
O amor está SEMPRE certo,
e ESTANDO bem,
é que ele VENCE,
e já nem sente MAIS
a tua PARTIDA.
Porque o amor é saída de
EMERGÊNCIA pro coração
alheio.
Amor é cheio DOS vazios
guardados em nós mesmos.
O amor é inflável,
INSTÁVEL,
inflamável e CONDUTIVO,
ou amor é DILÚVIO e atenção.
À 4 mãos se FAZ o amor
que nunca SERÁ em vão.




Feat. Joelma Carvalho.

TEMPERATURAS²

SENTES o frio?
Eu,
sinto-o,
CALOR...

MR. JONES

A vida parece um MAR,
não de ROSAS,
nem tormenta.
Esse TOM só é visto por
NOSSOS olhos,
ORA cegos demais,
ora OBTUSOS em seus próprios
MARASMOS.
Quem PASSOU morreu,
quem FICOU renasce, a cada
DIA,
quem VIRÁ é um somente
um PLANO, ainda sem assistência
de AMOR e desejos.
E ainda HÁ, os que nunca
ESTIVERAM vivos, mesmo
tendo SUAS parcelas de culpa
NA dor e na delícia
que NOS fez sobreviver.
Tudo tem sua métrica, SUA
rima e fantasia,
TUDO é incoerente com o que
é REAL,
mas é o FATO em si,
e dele não SE pode
forjar ou fugir.
Tanto QUE já morri
NA vida dos outros,
e TANTO que ainda vivo,
e JÁ nem sei mais
COMO seria ser diferente.

ONDE ESTAMOS?

Há uma moça CAÍDA,
estirada em suas próprias lágrimas.
Um HOMEM intranquilo
e PERDIDO em seus
CASULOS e solidões.
Crianças SUJAS, ressequidas pela
FOME, pela falta de som,
e GRITOS, incessantes.
CARROS, cirandas,
POUCAS carroças, animais,
VIDAS.
Tudo se acumulando SEM vera
necessidade,
UMA tarde que arde
AO sol em pino.
Há MORTE, azar e sorte,
ALGUNS humanos, outros SUB,
outros PÓS, menos ainda,
UNDERGROUND, revelações.
Há tudo e não há NADA,
o mundo se ENCHEU de coisas e
bugigangas,
MAS me faz ver,
QUE se perdeu
NAS suas necessidades e cegueiras.
O MUNDO calou-se quando questionei
a SUA dor,
que deveras SENTE,
mas COM alma fingidora
SE faz de forte, e sorri dos
CORTES em suas mãos.
Em QUE mundo estamos?
Mundo sado-MASOQUISTA-metalinguístico-estranho-ESTRANHADO-sem RAZÃO-incoerente-coeso-esemNORTE.

EU SOU

SOU o revés do que vês,
o solo primitivo de mim mesmo,
eu SOU o vão
e o encontro,
a perda e o escombro.
Eu SOU ante-perigo,
pós-alívio e
pré-estréia,
eu SOU platéia
dessa e daquela escada,
eu SOU nada,
SOU tudo
e SOU mais,
SOU tudo o que mereço,
e cresço sempre mais,
porque SOU,
não finjo.

I DON'T KNOW

Eu não SEI quando aqui cheguei,
NÃO sei se perdi
ou SE ganhei.
Não sei ONDE te achei
ou DEIXEI a minha vida,
SÓ sei que de saída estou
SEM querer perder
o FOCO do meu
PORVIR.
Não SEI das horas
nem DOS escombros,
não sei DE mim
nem DE ninguém,
só SEI que mais além
HÁ sim um tempo
NOVO de se ver
CHEGADAS e não mais
partidas.





ATÉ ME ESQUEÇO

Até ME esqueço das horas
em QUE suas mãos
estiveram POR perto,
porque NOS sons do silêncio
QUE ouço
na ERMA loucura do
MEU domingo,
SINTO-me sendo
APENAS instante
que SE acaba
e SE renova,
DIFERENTE,
distante
e DOLOROSO.
ESPASMO que me cabe
na palma da MÃO,
ESVAINDO pelos dedos,
indecentes.








24 de out. de 2009

NAQUELA ESTAÇÃO

Noutro DIA era fácil passear entre
OS campois minados
DESSA dança infame
QUE me fizeste praticar.
HOJE, me pedes que vá,
PERDÃO e coisa e tal.
Amanhã,
ESTAREMOS mortos
e pouco SOBRARÁ do que fomos,
PORQUE só interessa
MESMO, quem somos
AGORA.
É o que quero, AGORA,
sem medo,
SEM forças de querer parar,
sem DESISTIR.





COISAS DITAS

DORME em mim o sonho de
ser FELIZ.
Enquanto ACORDADO
eu VIVO de realidades
e transgressões,
de QUEM sou,
ONDE vou
e se VOLTAREI.
Não me valem mais os PLANOS,
falidos com a decisão
DE que mentir era melhor.
Eu, POR mim prefiro a dor
da DESCOBERTA, que o fascínio
da ignorância.






De resto EU tô vivendo, e pronto.

MORTE

VENHO morrendo incansavelmente,
adoencendo,
DECAINDO,
disputando espaço com
a DOR.
Desde o DIA em que te vi,
eu SABIA que morreria,
AOS poucos, aos berros,
às GOTAS de sua falsa harmonia
em MEUS olhos.
FUI me contentando com restos,
ACEITANDO o lixo dispensado
das SUAS mãos,
e ME sujeitando ao regalo
DOS seus sentimentos,
nunca MEUS.
Fui me PERDENDO, me esquecendo
degladiando COM a certeza da morte
e a VONTADE da dor.
Fui dessensibilizado, tragado
NO teu mar de mentiras e
FALSAS promessas,
me VI tomado pelo álcool das
suas ILUSÕES, embriagado
pelo SUOR imundo que teu corpo
SUPUROU.
Me odiei, VASCULHEI meus defeitos
a ACHAR a culpa em mim
PROS seus devaneios.
E AGORA nos meus últimos
MOMENTOS vivo,
é na escuridão de mim
MESMO que descubro:
VOCÊ nunca esteve aqui,
fugiu tão LOGO viu que a minha
COR é densa demais
PRÁ superficialidade de hipócrita.
E não CONTENTE, me abandona
COM peito sangrando,
ALMA arfante
e OLHOS desiludidos com
o que não TEM mais sentido.

NEVER TOO FAR AWAY

O título ACIMA não tem importância,
quando a COR dos nossos
SE perdem na frieza
DO afastamento.
Não é UMA morte,
é PIOR.
É resultado DA indiferença,
DAS coisas não acontecidas
DAQUILO que temos medo
e não aceitamos COMO fato.
Somos PEDAÇOS, mal costurados,
e QUEREMOS o encontro,
sem NOTAS a falta do outro.
Buscamos AMAR como
se DEVE ser,
sem SABER que não há
incidente, num mundo
de CORES e cicatrizes.
Somos PEDAÇOS,
e o resto são
retalhos.





EU E A NEGAÇÃO

NOMES e negações tem o mesmo
DESTINO,
servem apenas PARA indignar
e DEVORAR o que deveras
já é CONSUMIDO.
Não tenho nomes,
um TRANSEUNTE, eu sou,
sem RECORDAR que a identidade
é SOMENTE um corte
entre o que SE é o que
TE querem ser.
Não NEGO,
assumo as culpas e SAIO calado,
SEM precisar sorrir debilmente
COMO os heróis.
Eu TENHO preferido a calma
DA solidão
QUE o absurdo das multidões
FOCADAS em mentir.

COISA QUE SOU

COISA
que
sou
é
verdade
demais
prá
SER
real,
e
EU
sou
um
sonho
pairando
no
intermédio
do
PESADELO.

DESABAFO DESCONTENTE

Quando NÃO se está certo do que fazer,
é MELHOR olhar-se de mais
PERTO,
e ver que NADA se pode realizar
COM nuvens negras no olhar.
Perdi TEMPOS em ser
HUMANO, e me esqueci
de SER eu mesmo,
me ENTENDER, me amar, me causar
INVEJA por ser real.
Tanto que FIZ prá te
FAZER feliz,
que me ESQUECI de ser
intenso na DOSE certa prá me
ACORDAR dos sonhos lindos
e PESADELOS nefastos.
VIVI muito o que te apetecia
e não ME deixei crer
no que EU mais
CRIA.

AQUELES

EXISTEM aqueles que negam
CRER em verdades e tolices,
os que SE forjam em aço
e lágrimas ESCONDIDAS
e EU,
que ME afago em feridas
e ECLIPSES nos olhos
cegos DE amanhã.

RESPOSTA

Não
me
PERGUNTE
quem
sou,
quando
VOCÊ
não
sabe
de
onde
VENS.





23 de out. de 2009

BEM DE MIM

Quando o SEU peito se perder na alma de alguém, não se ILUDA, é lá que ele BATE bem.

ENTREGA

Não me QUEIRA bem porque mereço. Apenas me queira. Merecimento a gente OFERECE, querer bem A GENTE entrega, em mãos.

POR MIM

Por MIM há de ser prá sempre. COMO são as palavras que não SE calam, mesmo que GUARDADAS no frio reservatório do COMPUTADOR.
Por mim há DE ser igual, como da PRIMEIRA vez, como da última VEZ que te vi, quando saias do QUARTO a desnudar meus SONHOS e vestir-me em tua língua ENSAIADA em meu teatro de CORES e carnes vãs.
Por mim HÁ de ser intenso, COMO o primeiro beijo, COMO pedido de realejo, COMO arte e ENSEJO, do que não SE compra nem se AGIGANTA mais que o meu eu no teu INTEIRO olhar.





SOU PARTE

NO fundo,
sou SÓ
um pedaço,
AO acaso
abandonado entre
FLORES e florestas,
como CARNE
que se
ESQUECE esmaecida
D'UMA vontade
que não
SE esquece.
SOU parte,
e o
MEU todo
resguardo em
VOCÊ, inteiro.

MORAS EM MIM

Moras em MEU sonho como a uma FADA enclausurada por seus PRÓPRIOS encantos e feitiços desmedidos.
Moras EM mim, como arte QUE evade do desejo e se reporta ao DESASSOSSÊGO de ser pecado, todo MEU.

UM POUCO DE CALOR

Eu só quero que NAS noites de calor e ABANDONO, eu não seja apenas ILUSÃO do deserto para os TEUS olhos, como tua ALMA foste para o meu encanto.
Não quero QUE tua carne seja somente ALIMENTO para o meu espírito, como os MEUS olhos lanternas para o TEU caminho.
Porque TE quero em todo território do teu SER, e quero mais um POUCO de amor em troca das NOITES e tormentas que vivi em FAVOR do teu desatino.





ME LEMBRO

LEMBRO-me sempre das noites inteiradas
de LUAR e cansaço
em QUE meu corpo
SOBRE o seu
ERA, enfim o remanso
DOS meus sonhos
AGORA extenuados de esperar
UMA verdade que só
enxergo
EM teu corpo,
SUADO como o meu,
EM chamas feito
EU.




DE TUDO

De todo o AMOR que eu tenho
SOMENTE a semente
é que EU valorizo,
PORQUE o resto é produto,
é FINAL
e não início.
O que SE mostra aparente
é APENAS estado,
o QUE se esconde na raiz
DO que somos
é o QUE nos forma,
a essência, o SENTIDO.

COMOVE-ME SER

Pelo EXCESSO
do que
não dizer
é que
EU falo,
como exceção
do SER
calado.

22 de out. de 2009

NADA EM MIM

Mas, em mim nada acaba,
tudo transborda
e DEIXA
o tempo rolar,
como se eu fosse
PRISIONEIRO,
réu confesso
de mim mesmo.
TÔ assumindo os pecados
e EXPIANDO os
medos do vizinho
do lado de lá.

MINHA

Dias
são como armas
que conduzo em guerras.
ME cansa o dedo em RISTE,
a fala triste
e o tom de pesar
em VOZ e delinquência.
Eu SOU perdido
das MATIZES e nuances
que se recordam
em TEUS olhos.
Passa HOJE em meu peito
e DEIXA um recado,
ELE te aguarda,
te recorda,
TE assume,
MINHA.

ALENTO

Me
olhas
e não
me conheces.
Me
tocas
e não
me apeteces.
Me
ama
e não
me enlouqueces.





(E quando finalmente SENTES, é tarde. Arde a tua pele, enquanto meu relógio pede passagem pro MEU tempo iminente de vida.)

SATISFAÇÃO X PRAZER

Enquanto VOCÊ confunde felicidade com prazer, eu ME resguardo o direito da satisfação, ainda QUE moemtânea, me mantém consciente DE que há caminhos há seguir, e não PRECISAREI fingir na HORA do adeus.
Os URROS que ouves não são de DOR, nem do gozo ESTANCADO no verão, MAS sim, da minha alma QUE se sustenta em sons, não DE sins, mas de tons.




CONFISSÃO NOTURNA

VOCÊ me pergunta o que sou, e não SEI entender que me vejo FOTO sem fundo, corpo sem CALMA, arte sem COR, texto desmembrado em epígrafes deliberadas de um mundo in-contente com a sua própria PRECISÃO.
Você me OLHA como se eu fosse um pedaço de intenção, FILME em preto e branco, SONHOS sem jardim, morto ANTE que nascido.
E não me aconselho te RESPONDER, que a minha morte
é CULPA da sua sensação de ser EM si
o que NÃO me interessa,
fingindo de SI um ser que atravessa ruas
SEM pensar,
MAS se altera, como rota EM transição, estrada CURVADA sem segurança.
E eu, CARRO desgovernado, ME mato à contento das suas indagações
DE que és finalmente grande,
SEM nem ao menos ser ENTREGUE.

ESOTÉRICO

T
O
D
A

V
E
Z

Q
U
E

C
H
O
R
O


ignoro a REGRA sútil de ser feliz,
o fato DE ser mutável.
Quando choro PERCO o meu relógio
da VIDA,
e DESONRO os meus olhos
tangíveis da ALEGRIA que cultivei
no OUTONO.





TEMPO CERTO

SÓ peço ao tempo
que não CORRA,
DÊ-me o tempo certo
prá que EU faça nascer
o MEU amor.

SECADOR, MAÇÃ E LENTE

São DIAS,
SÃO noites,
são armas INSONE,
em riste,
em RISCO de disparo,
em ato,
TOMADO de assalto,
sótão de solidão.
E eu AQUI calado
sem SABER se parto
ou figuro instantes
de DISTRAÇÃO.
Morro PALHAÇO sem mover
a FACE do espelho quebrado
do PORÃO.
visto-me DO que sou,
e FAÇO da vida
um tratado de separação,
PORQUE prá ser
FELIZ
não SÃO preciso
DOIS corações.

21 de out. de 2009

NO COMEÇO...

Tudo parece MAIS interessante quando se
TEM a desculpa do início.
Eu PREFIRO redescobrir aquilo
que JÁ sei como começa
e COMO termina,
assim me ALIMENTO do que
não me FARÁ mal algum.

PINTURA EM TOM DE SOLIDÃO

Dê-me as CORES certas,
que PINTO em teus olhos o som
da MINHA solidão
relutante EM ir, quando
MAIS preciso de vocÊ,
ao LONGE, sempre.





PERDER É GANHAR

A única verdade com a QUAL não podemos lutar, é a DE que perdemos, sempre, invariavelmente PERDEMOS. E quando GANHAMOS, perdemos o senso.
E SEM senso, estamos sem relógio, sem ARMAS prá lutar, estamos SÓS.
E sós, a guerra PARECE inglória, RESTOS de destruição, que FICAM, marcam a cor dos nossos OLHOS, e clarificam, a PERDA.




20 de out. de 2009

NÃO

Não sou prá você,
UMA ponte.
Não CONTE aos teus olhos
que PARTI,
não sonhe NAS noites
de TORMENTA,
não minta PROS meus
medos que ALIMENTAS.
Já não SOFRO pelo que não tenho,
já NÃO quero o que
PROMETI.

DÚVIDAS

Não POSSO conter
a dúvida sobre o que sou...
Se sei que SOU, me salvo.
Se vivo o que sou ME acabo.
E dos meus PARADOXOS
eu me exagero
em olhos e imensidões
das SUAS perdas.




PARADOXO

O olho que se ATRAI, é o mesmo olho que condena.

CORES

DE hora prá outra
eu PERCO o freio
e CAIO na realidade
que me ESCONDE a cor
dos TEUS olhos.
Basta VOCÊ ir
e EU me vejo sem nexo,
sem DESEJOS e pertença,
sem HERANÇA de amor.

DIAS E SOL

Os meus DIAS são como cores que se amontoam
em ARCO-íris,
e se PERDEM na imensidão dos
OLHOS de quem vê,
SEM a intenção de ter
EM seu mar.





19 de out. de 2009

FRISSON






Do DOCE da vida
eu quero o SOM,
o tom, GOSTO,
revés e SUOR.
Do resto, EU espero
a vida me DAR.

TEUS OLHOS

DESDE que as minhas
souberam
o que ERA viver
em teu calor,
o meu PEITO atinou
porque o CORAÇÃO
sem responsabilidade
do PORQUÊ.
E desde então
ESTOU entranhado
NAS coisas
que peito e
MÃOS fazem com a tua pele
rósea e orvalhada
por MINHA boca.




FOGUEIRA

De onde meus olhos te vêem,
a SAUDADE parece menos intensa.
E permito-me SENTIR-te por perto
ainda QUE seja só pela
TUA roupa que ficou lançada sobre
a CAMA, a me
ABUSAR com teu cheiro doce
de QUERER bem.
Por baixo DOS meus lençóis
EU deixo guardado
o CALOR que esqueci por tempos
no ARMÁRIO
e AGORA só te esperam chegar
PRÁ fazer do meu corpo
UMA fogueira,
EM chamas pelo teu nome.






LEMBRETE

Cante UMA canção de amor
DIGA que me ama, por favor,
SINTA o frio e o calor, intensos
e SEJA você a ponte
PARA que vida a dois se abrigue
DOS desmaios e decadências que é
SER imperfeito.
Saiba SE esquecer quando preciso,
e LEMBRE-se só de que tem ama.

18 de out. de 2009

FEITO

Tudo em mim SE reparte em desejos QUANDO a tua mão encontra o MEU ardor.
Tudo em mim é DESEJO quando perco o tino te ABRAÇO, enfim, sem medo e sem vontade de
TE deixar ir.





OLHOS LAICOS

Eu tenho OLHOS laicos
que TE conservam
e TE trazem prá perto de mim.
Olhos de IMENSIDÃO e saudade
QUE arde a minha pele
COMO ponta do meu florim.
Só TE peço que volte
e TRAGA, enfim a chuva
NO deserto dos meus olhos cansados,
QUE não desistem de te
EM mim, como tatuagem,
PEDAÇO da minha vida.




17 de out. de 2009

MULHER

Mulher,
é como ARTE cubista,
antes de se ESTABELECER um
CONCEITO
é preciso CONCEBER
a observação e o gosto
pela DISCREPÂNCIA com o todo
que já TENHA visto.
A arte está no íntimo, não
na PLÁSTICA.





MEU TEMPO CORRE DEVAGAR

Todos temos um tempo,
de SER feliz,
de SE encontrar,
encontrar ALGUÉM
e perder-se.
Temos TEMPO de correr atrás
de SONHOS,
deixar os PESADELOS para trás
e ESQUECER o que nos doeu.
Há TEMPO de sobra prás férias
PROS carnavais
e CONSOLOS de fim de semana.
EXISTE um tempo de sabedoria
e IGNORÂNCIA,
sem perder-MOS a inocência.
Há tempo prá ir À feira
e FESTEJAR com os amigos,
e o tempo SEM os inimigos por perto.
Eu queria não TER mais tempo
e FAZER tudo de uma só vez,
MAS acontece que eu o tenho,
e DEDICO a cada momento da minha
vida,
UMA dose dele, e uma pouco de mim.

15 de out. de 2009

SUSPIRO

Não interessa SABER se você será feliz prá sempre, POIS o que vale é ser feliz AGORA, e nada mais.

COISAS

ASSINADO EU







14 de out. de 2009

INCERTO







MEU MEL






PALAVRAS DO CORAÇÃO






JOVEM PRAZER








VERÃO INADEQUADO

Há um mundo NOVO em mim, que se ABRIU quando tu deixaste MEU peito descoberto, à MERCÊ da chuva que não cessou NESSE verão inadequado em meu LEITO.




VAPOR

6 de out. de 2009

TEM DÓ

Tem DÓ, que de saudade e desespero,
UM peito arde,
de AMOR e romanceiro
o POETA bate seu leito arredio
de QUERER bem.
TEM dó, que dos meus medos
SOMENTE a ausência
se CONFIGURA próxima, intacta,
implacável como GUERRA
que me assola a ALMA e me acalma
em SOLIDÃO
sem JEITO.





DO MEDO

DOS medos que tenho
somente a SOLIDÃO
se corrompe em companheira.
Os OUTROS
continuam vilões
do MEU sono intranquilo
de MORDAZ e humano,
paradoxo homem.

RECOMEÇO

Em OUTROS tempos o silêncio previa em meus olhos o odor das manhãs nas madrugadas CALADAS que me reportei outrora.
E tanto que em mim a dor era PASSADO, que agora se faz brinquedo, de correr e CAIR.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::