::.Leve.::

[Esse que SOU]

Minha foto
[EU sou o que você não pode VER]

31 de ago. de 2010

CASO CONTRÁRIO

POR muito menos
eu VENDO os dias que perdi
no OUTONO.
Embora eu SEJA intenso,
o INVERSO de mim
é o DESAJEITO,
o desconsolo,
o TOLO com cara
de BOBO, em pleonasmo...
O meu REVÉS é o
meu CASO constrário.

DESORIENTO

Eu, já tão TORTO de promessas
não CUMPRIDAS,
vidas não VIVIDAS,
idas.
Já CONFUSO de janelas,
entreabertas,
ESTAS que não me deixam cair,
só não SEI inda como seguir,
se é em TEU jeito que
me oriento.

30 de ago. de 2010

QUALQUER

Qualquer COISA que me deixe
a CALMA acesa,
qualquer MESA que te caiba,
e EU sobre você,
sua PRESA.
QUALQUER coisa às voltas
de VOCÊ que me aqueça,
sua BOCA à beça em mim,
num FIM de semana inteiro,
derradeiro SONHO bom,
enfim.

PREVALECI

Aprendi a me AMAR mais
quando TE tocar tornou-se insano.
E, DEIXEI de lado o quereres,
quando, ENFIM
toquei de DENTRO prá fora
a minha PROFUSÃO de vidas
amontoadas COMO em brincadeiras
de RODA.
Não seria BOM permanecer,
então PREVALECI.

AS VEZES SIM

É...
As vezes,
a aparente presença engana.
E a ausência
é também reveladora.
A hora de ir
é sempre a HORA de seguir,
em frente.
À minha FRENTE
a única LENTE que me acompanha
é o SOL,
que dói na PELE,
que sonda os VÃOS e esclarece
o TODO.
É a verdade DE que tudo passa,
até a GENTE.

CORAÇÃO

Meu CORAÇÃO está engasgado,
DESASTRADO de tanto cair,
corar-se de VERGONHA,
versando o TEXTO inverso,
ao EU.
CORAÇÃO encanado,
ENGANADO, desprovido de
SI,
das suas MÃOS, minhas.
Coração CALADO,
caleijado, desistindo.
Coração CORRENTE,
indulgente, destituído do PEITO,
sem o LEITO de se acolher.
Coração PESADO, impoderado,
impreciso.
Coração, APENAS.





29 de ago. de 2010

NÃO-GENTE

Não entendo NADA
de ser não-gente.
Porque ERRO,
PORQUE espero,
as VEZES pouco,
demais as vezes.
E, se SOU menos louco,
não QUE adquiri lucidez,
mas CALEI o grito
no PEITO.

LINDEZA

De LEVEZA,
de sentido,
de LINDEZA.
Era DISSO que eu tinha
medo,
do que FICAVA escondido.
Os idos TODOS,
o TODO indo,
embora FOSSE fácil ficar.
DE tristeza,
de ABSURDO,
de augustos SONHOS sujos.
ERA disso que eu tinha
FEITO meus muros,
d'uma SOLIDÃO penosa,
de uma ILUSÃO ruidosa,
do VULTO.
Tudo em VOLTA no deserto,
DECERTO não era mais
difuso.

SENTIR-SE

É de SENTIR-se só
que eu me abraço...
que me CAIBO bem.

PEDRAS E PESOS

POR mais pedra que sejas,
há de LAPIDAR-se;
Por MAIS pena que sintas,
HÁ de endurecer-se;
POR mais PESO,
por MAIS que pesas
há de ALEVANTAR-se,
do chão.

GOSTO

GOSTO da semelhança
e da DIFERENÇA,
sem que NECESSARIAMENTE
elas SEJAM arbitrárias.
GOSTO da gandaia,
das PEDRAS
de TODO o medo que me cerca,
desta e DAQUELA sensação.
Eu GOSTO do pão.
São TANTOS gostos,
gozos e COMENDAS,
eu gosto QUE entendas
a minha IMPERFEIÇÃO.

ESPERO

Eu ESPERO, na dor.

Na dádiva de SENTIR e continuar seguindo,
indo e VINDO... vivendo.


Tendo POUCO, sentindo muito...
Caindo TANTO e sendo íntimo de mim.


EU espero, na cor...


Dos TEUS cabelos, enleios de meus sonhos.


Medonho esse PONTO de separação.
Coração calado, ardido, árido...


Eu ESPERO, na dor.
Dor de SER seu, menos meu.

28 de ago. de 2010

AUSÊNCIA DE SONS

É ASSIM que me visto,
de transparências,
da AUSÊNCIA de sons e
sinfonias.
As minhas MÁGICAS são
absurdas,
se elevam na IMENSIDÃO
do que me ESCAPA
e se alastra NO calçadão
onde PASSO.
Ato-me como em NÓS,
e sim, sou NÓS...
sendo UM, sendo só,
sendo in.
Sim, eu SOU o mote do
que ESCREVO,
do que REVEJO nas entrelinhas
desiguais,
nos MEUS ais.

PRÁ COMEÇAR

Estamos para além
das idéias TORTAS
e desejos torpes.
Estamos no longe
do que VOCÊ
pode ser.
SOMOS crianças e
HOMENS,
cegos sem QUERER saber.

27 de ago. de 2010

METADE DE MIM

Eu SOU metade,
um inteiro PARTIDO,
um ido.
EU sou sua parte,
um CORTE que arde,
o DESRESPEITO do choro,
quase um GOZO.
Eu sou METADE,
indo EMBORA,
sem hora de sair de
VOCÊ,
ou sou VOCÊ chegando
em casa?

JURA SECRETA

É apenas uma PALAVRA,
fala boba de quem SE perdeu
no querer de VOCÊ
em mim,
enfim,
PASSOU.
Juro,
SECRETAMENTE eu urro de
dor,
de DAR de mim a lágrima.
Página VIRADA,
agora eu DIGO...
Indo bem,
causando SONS e silêncios,
ganhando TEMPOS e solares
sorrisos.
Sabendo MAIS de mim,
do ir,
no FIM de tudo
eu REMI os teus pecados.




QUEDA

Mas,
veja BEM...
Não quis te esquecer...
É que de PERTO, as coisas
perdem o FOCO,
as fases PASSAM, e agora
você MÍNGUA em minha lua.
A rua parece LINDA,
e eu quero SAIR...
brilhos não me CONTENTAM,
risos já não me CONVÉM.
Estou INDO,
você partindo...
E o céu PERMANECE azul.
Acho que não VOU pro céu,
PREFIRO a calmaria desse
chão que te ACOMODA, agora.




INDO

SEI pouco,
mas sei TUDO o que me
apetece.
ESQUECE,
você não entenderia
MESMO.


PEITO REFRIGERADO

ARRUMO as malas.
Arremesso MEIAS e desmedidas
SENSAÇÕES pela janela.
Aquela de SE dar.
Amasso PAPÉIS e recados deixados
no PEITO refrigerado,
o LADO esquerdo do
TORTO homem, esse
que sou.
AMONTÔO lamentos,
lentos SORRISOS profissionais,
LINDOS e carnais desejos,
os BEIJOS.
LEMBRO-me do sono,
e deito,
SEM dormir.
DINAMITO a cama,
distraio o RISO,
desminto os RITOS,
já não fico MAIS em mim.
Parto...

SOBRE O TEMPO

O tempo é MEU amigo.
E é POR isso que digo,
que não DESISTO de ser
um TEMPORAL.



VISGO

Não.
Não CHORE a uma partida absurda,
dessas de NOS cortar inteiros.
A ida só REFORÇA a vontade
da VOLTA,
e se não VOLTARES,
eu fico, cá COM minhas digressões,
DESEJOS e dormências.
É que EU já não preciso mais
do CRIVO de quem me passou,
prá EXISTIR.
Eu TENHO armas,
carma de VIVER sozinho,
apinhado de SERES que não
contemplam o VISGO dos olhos.

ÚLTIMO BLUES

Se PUDER esqueça,
se não DER feneça.
Desça do TABLADO,
árduo como a TARDE
e caia em SI,
no terreno de mim,
EM mim.
Se quiser FLORESÇA,
se não BELEZA.
Peça prá MIM a distância,
que na ÂNSIA de sair
te deixo um BLUES,
um som que TE aqueça.
Se GOSTAR mereça,
por MELHOR que seja,
não SEJA menor, assim.
Se TENTAR, seduza,
tira-me a BLUSA inteira
e queira em MEU peito
deitar.
Se CANSAR desapareça,
me DEIXA só a me acompanhar.




[Ode à Último Blues - Chico Buarque]

26 de ago. de 2010

VERSANDO

Não há AMOR.
A cor do dia é TOM de
sabedoria.
Antes de VIVÊ-lo,
primeiro ENTENDA-o.
As VEZES,
o que começa BEM,
desastrosamente TERMINA
melhor:
prefiro o ANTES só...
de MAU
quero APENAS a minha
companhia.

DESAFETO

É quando MORRE em mim
a VONTADE,
que MAIS deixo o
sorriso CO-existir
com a FARSA.
A graça da VIDA não é
ser FELIZ,
mas VIVER, ainda que
sem ela.

UM SAMBA

Um SAMBA.
Desses de lágrimas,
átimos que NÃO passam,
pousam em MIM vertigens,
e caio.
Samba CANÇÃO,
de gente ALEGRE e triste,
com o dedo em RISTE,
o peito em DESOLAÇÃO.
Samba RASGADO,
delatando o JEITO meu
de ESCONDER carícias,
me PERDER em pistas
já esquecidas.
Samba HOMEM,
homem tolo,
CEGO homem,
homem, POUCO remédio,
pr'um tédio IMENSO.
Lenços já NÃO secam
a tina DOS olhos.

FAZ BEM?

O que me FAZ bem
é a DESORDEM,
o destempero.
Não me AGRADAM lagos,
se posso me PERDER
em ondas.




E, SÓ

SOU só,
e feito de INTENÇÕES.
Deixei de CRER nas divinas
submissões
prá CRER nas comas
das minhas SENSAÇÕES.





NÃO ERA PRÁ SER ASSIM!

Não. Não era prá ser assim.
Onde estão as luzes d’uma ribalta colorida e BELA? Onde estão elas, as luas que do céu me guiariam? Algo deve ESTAR errado, ou eu me fiz em erro.
Perdendo alguns anos de vida na VALIDEZ inválida de existir no agora, mesmo tendo como tempo, só o PORVIR.
Ir é a minha genuína ação, e estou parando, pouco. Estrada, estrondos na avenida... TANTA ida, tanto desencontro e eu, no relento. Ventando pouco nas bandas de cá, chovendo lágrimas nos fins de semana. E minhas manhãs, não se secam mais com o sol. Saiu!
Eu sei que não era prá ser assim...
Mas, onde estão meus espelhos? O reflexo tolo que vejo no eu, não sou.
Sinto falta de mais alma em mim, de gastar sapatos nas ruas vendo vidas cor carmim.
Tinto os dedos prá esquecer o rio que calei de ontem, mas ainda sim, esse vinho me escorre pelos lábios, pelos olhos, pela coisa inteira de ser.
Só não posso mais DESPIR em mim as vestes, nem palavras. Eu não rego mais as plantas, eu não presto mais. Atenção em mim é OUTRO desajeito.
Confesso as cartas que rasguei, ABANDONADO.
CONTESTO as regras que criei, bitolado.
REVERTO os freios do carro, e sou aceleração inerte, bebo mais...
Resto em resíduos cômicos. Me intoxico DESSA comédia e rio sobriamente de mim. Eu não VERTO mais alegrias em festejos.
ERGO as mãos como em súplica e digo-me:
- Não era PRÁ ser assim, mas sou assim, esse, enfim.





[Sou apenas ESSE que não é do seu jeito de querer]

...

CRER
além de monótono,
me cansa
LANÇA sobre mim
a cruel VERDADE da
dúvida.
Prá não CRER,
e não SOFRER...
me AFASTO!

CÁLCULO

Não,
não EXISTE cálculo.
Não se FAZEM mais dados
de MEU coração.
Os processos de
AMOR se fizeram inertes,
e nas MINHAS contas,
a matemática DESISTIU
de me contar.

25 de ago. de 2010

OLHO POR OLHO

DO meu lado avesso,
o preço é DIFERENTE.
O que antes ERA
dente POR dente,
agora nem SENTE a hora
de ir.
AFORA o olho por
olho,
EU continuo
à frente dessa QUESTÃO
de poder.
Porque não me VALE poder,
se não POSSO
entender.

PRÓXIMO

O próximo PASSO?
Alguns centímetros ABAIXO
da tua CINTURA.
Certeza NENHUMA,
e muita necessidade,
dessas QUE ardem
e faz DOER.
O fim de TUDO?
Meu braço em TEU busto,
tomado de DESEJO,
num LAÇO profundo.

QUEM SABE

Quem SABE um dia...
eu RIA sem dizer porquê;
eu cria sem QUERER saber;
eu DIGA.
Quem SABE siga,
e que nas BRIGAS
eu POSSA calar a dor.
Quem SABE, assim como na
palavra, o PASSADO,
presente e DEVIR
não SEJAM tão ínfimos.
Quem sabe eu TINJA
de AZUL o cinza do céu
que VIVE a me percorrer
em NOITES-dia.

NÃO MENTIR

Eu que NÃO queria mentir,
dividi ESQUINAS e
marquizes COM sorrisos
bobos,
MERETRÍCIOS e maldizeres
de NÃO viver melhor.
Eu que não QUERIA mentir,
medi MENOS na caminhada
seguida.

INCONFORMIDADE

Que horas são essas,

Em que eu me VEJO vendo tão

O vazio?

Perdendo na carnificina DOS olhos

o QUE já não entendem nada,

Não QUEREM,

Não têm nada.

ALMA inconformada,

Palmas das MÃOS desoladas de saudade,

E CALMA,

Perdida na ilusão de amar.

Eu,

Não sei mais como VIVER,

Se em mim o VERSO é fogo,

E o sono

Um POÇO sem fundo.

NÃO ESPERO

ASSENTO a saudade,
e deixo ARDER o teu
beijo mordido
em MEU lábio.
Tento NÃO admitir
o LEVE gozo, em vão.
Desespero,
e DEIXO você passar.
Quando QUISER
que VOLTE...
Eu NÃO espero,
mas não ME deixo passar.

22 de ago. de 2010

GIZ

Melhor SERIA não estar,
se digo QUE estou.
É que de DENTRO
pareço VAZIO,
e de FORA, me vejo
tão FRIO...
Não valeriam MILHÕES de
palavras se QUER,
se ainda eu PERMANECESSE
fingindo.
Deixa eu IR,
deixa SEGUIR comigo os idos
de NADA que fiz.
O mesmo GIZ que escrevi teu
nome,
HOJE, some na chuva.

SOBRAS

É só o que SOBRA...

Essa sensação sem JEITO,
um peito FERIDO.

E quando PENSO numa vida
inteira...

Penso no INTEIRO que sou,
sendo infeliz.

NÃO EM VÃO

Nas PALMAS caladas,
a VOZ enternecida,
bonita PARECE inteira.
No SORRISO de veludo dos
seus JEITOS,
o meu CORAÇÃO ferido
apenas GRITA,
FUI eu.




SEM AGRADECER

E eu não PEÇO nada.
Nada quero,
nem MESMO sonhar.
do ritmo que PERDI
me sobraram APENAS
as ARESTAS,
a toada perdida,
TUA ida sem volta.
Noutra VIDA,
quem sabe EU saiba melhor
como VIVER sem mágoas.



TÃO MOÇO

E eu SOU tão moço,
prá me PERDER na contramão
do NÃO...
Sem nem SABER
o sabor do SIM!!!

DOMESTICÁVEL

Tô deixando de SER domesticável...
Aplausos ME causam insultos,
furto de mim
a SAUDADE, e a guardo em casernas
perdidas em MIM.
Já não SEI dizer adeus,
já não SEI rezar à Deus,
nem deus me CONVENCE de si.
Perdi nas ESTRADAS e esquinas
as brincadeiras de CRIANÇA,
ingenuidade nunca FOI meu maior
apêlo.
CRESCI vendo vidas se jogar
das ESCADAS,
deixando-se SÓS, ao chão.
Quando, ENFIM, libertei
minha ALMA de todo medo,
perdi o PRUMO de como contar
aos OUTROS que verti as lágrimas,
e CONTIVE a inquietação no
lamento.
ADENTRO em mim
como PESO que ecoa ao
chão, no DERREAR.

O QUE É O AMOR?

O que é o AMOR?
Como sentir,
MEDIR, mostrar?
Não me SERVEM mais
as instintivas DESCRIÇÕES,
d'um AMOR convincente,
CHEIO de RETALHOS,
cheio de atalhos.
Quem que AMA na verdade?
Na ponta da FACA,
no tiro da ESPOLETA?
Quem se VALE do amor na dúvida?
Não POSSO constar verdade
no que não VEJO,
não posso CONTER questões,
quando SE ama e não se
CONTEMPLA ser o outro.
Será que VALE quanto pesa?
QUANTO pensas amar?
Será que CABE arder
quando o JOGO é de perder?
Não sei.

20 de ago. de 2010

DIGO

Se DIGO que sei
é PORQUE já não entendo mais
ONDE seguem meus olhos.
É tudo tão SIMPLES:
QUERER,
ter,
AMAR...
Mas, eu não SEI.
Se há AMOR espero.
SE há querer, preserve-me.
Se é de TER, quem sabe um dia,
que SEJA em FIM DE SEMANA,
único TEMPO em que sou
de POUCAS palavras,
e muito SENTIR.




SORRISO AMARELO

E eu SÓ tenho esse sorriso
inglório,
IMPÓPRIO mesmo,
prá quem PENSA ser feliz.
Um RISO amarelo,
arbitrário,
quase um CURARE sem perdão.
Mas,
não SERIA melhor
se eu NÃO soubesse fingir.
O resto é MÁGOA,
é água ESCORRENDO dos olhos,
é praga do EGITO.
Não há GRITO que acalme,
não HÁ beijo que repare
o MEDO de seguir sentindo-se
SÓ.
É só o que SEI.




SAUDADE

Saudade
é a MARGEM do rio
que CORRE nos olhos.
SAUDADE é só parte
de um TODO que
incomoda o JOGO de viver.

19 de ago. de 2010

ATÉ O FIM

E que me ENTORTEM estradas,
PARADAS,
piradas SENSAÇÕES.
Eu não SOU bom,
não MENOS ruim,
e sim,
sou de IR até o fim.
Partir é COISA de
fraco,
FICAR é coisa de louco,
mas eu ACESSO no acaso
um jeito de PODER sair
sem TER que fugir,
ou ficar SEM ter que
cair.











Ode à música da minha VIDA.

VIDA VIDA

Por CERTO,
há algo de ERRADO em ser
prático:

- Ou se SABE tanto do devir
que não SE deixa pensar
em IR.
-Ou se VAI, sem querer partir.

Falta-me o TATO de mentir aos
olhos,
o que já NEM vejo.




REVOADA

E, prá ser BEM honesto,
as VEZES finjo.
Deixo a RESSALVA da dúvida
de LADO,
e ataco a VIDA
como a um ARLEQUIM
que chora, a HORA
de partir, em CARNAVAL
seu amor.
Deixo a MÁSCARA forjar
o FARDO que carrego,
apregôo SORRISOS árduos,
faço MALDIZER o silêncio
com ALGAZARRAS.
E, não SENDO menos humano,
me ASSENTO
como POEIRA
na HORA de dormir,
prá me LEVANTAR em revoada,
nada a SENTIR mais nem menos,
apenas nem SENTIR.

POUCO

CAIBO pouco em mim
pelas TANTAS ilsuões
descabidas,
PELAS desilusões
invasivas,
pela DOR sem som,
pelo SOM de uma risada
partida,
pela IDA.

18 de ago. de 2010

ÁREA DE GUERRA

Deixo-me MUDAR,
emudeço em SONS
saudades
SOLITUDES
e sinais.
DEIXO-me mudar,
e saio em direções
CONTRÁRIAS,
em áreas de GUERRAS
e chuvas,
saio SEM querer voltar.





DA DOR

É da DOR de ser humano
que FALO
quando CALO a voz
solene.

O EU LOUCO

Embora me FALTE espaço nesse mundo,
me FALTEM unos sorrisos
a RECEBER,
ou ainda me faltem DOUTOS
abraços que não se VENDEM,
eu sinto.
Eu vivo VINDO em direção
é um PRESENTE constante esse,
de ESPERAR o futuro,
DESISTIR do passado
e CONDENSAR um instante que seja
em VERDADE.
Parte de mim
é SENTIDO
a outra PARTE
sentimento.
Esse RACIONAL que carrego
só me ENLOUQUECE,
de tanto contar MINUTOS de lucidez.
E ainda DIZEM que o eu louco
é que me FURTA
a matiz da RETINA.





NÃO, NÃO

Não QUERO descansar,
nem quero ESTANQUES em meu
porvir.
E se DEIXO teu beijo
me ACERTAR
é porque meu SEIXO mais
profundo se ESQUECE
de dizer
ADEUS.





NÃO EXISTES

E eu SEI que não existes,
sei que NÃO insistes
em querer FICAR,
em mim.
Mas, de TUDO ficam
águas que rolam,
que se DEIXAM cair
por ENTRE correntezas,
e OLHOS lavados
da lembrança.




VERMELHO-VERDE

Eu ACHO que sou meio
VERDE.
Verde, DESSE
verde que é ensimesmado,
prematuramente ENVELHECIDO,
acho que SOU verde
amarelado.

Eu TAMBÉM
sou MEIO vermelho
QUENTEFRIO como noites
à sós,
um CIO estranho,
um tanto ÁRDUO.
FARTO mesmo.

Um VERMELHO desaforado,
desfavorecido de SAUDADES,
e a sinto.
Eu acho QUE sou vermelho,
VERDE
e nem é VERDADE.




SER-SE

SIGNIFICADOS,
as vezes só me confundem.




17 de ago. de 2010

VISAGEM

O preço POUCO que se paga
PELAS perdas
reflete o TODO peso
da vitória.
A HORA de ser feliz é
agora.
Sem ESSA de amanhã,
nem me INVENTE
que não VOU parar.
Acordar é PROS tolos.
Eu não quero NEM dormir.

SENTENÇA

O silêncio SENTENCIA
uma verdade.
ARDE aos ouvidos dos
que ESPERAM ouvir
a voz.

O CONTRÁRIO DO AMOR

O que SERÁ o contrário do AMOR?

A dor QUE assoma lágrimas
aos OLHOS?
A cor que se PERDE no imenso
azul de um CÉU indiferente?
Será o ÓDIO?
O amor contrário SERIA
o amor em DOBRO?
Sem ESSAS respostas,
eu me DEIXO caber
que o CONTRÁRIO do amor
é a FALTA de certezas.
O amor é clareza,
DESSAS que a gente na ignorância,
na ÂNSIA de viver,
se oferece,
uma VERDADE que mesmo falsa,
enaltece...





16 de ago. de 2010

PLEONASMO

Quem SABE um dia
eu CAIBA bem em meus próprios
quereres.
QUEM sabe
eu POSSA morar, enfim
nas entranhas que
ATRAIO,
que eu POSSA, quem sabe,
saber MAIS de mim
do tanto que não SEI,
e exagero sem SABER.
O amor é pleonasmo em
minha BOCA.




TÃO MENOS

Sou TÃO menos
quando MAIS me adianto
em querer CHEGAR.
É que as HORAS em mim
não me DEIXAM cegar
o tempo,
nem FAZER do leito
um acerto LÓGICO
de amar.




PENSO

Eu que NÃO entendo de amor,
ainda ENTENDO menos
de AMAR.
E amei TANTO na ignorância
do SER,
que me VI inundado
de ALMA e corpo que já
não me PERTENCIA.
E me DESPEÇO na hora de
DORMIR, apenas com
lágrimas, no travesseiro
calado que GUARDO.





MEIO TERMO

O meu VERSO hoje soaria
senil,
sem ALGUM argumento que
FOSSE,
e mesmo DOCE
seria amargo.
Meu verso CADENTE,
caiu de repente na MESMICE
de querer BEM,
um bem CALADO,
acalmado NA profusão
das DISSIDÊNCIAS que acomodo
no peito.
Esse JEITO de ter em mim
o PEITO extravasando
é um MEIO termo pros meus
DESALENTOS.

QUÍMICO-FÍSICA

Meu ESTADO físico?
Sublimando.
SUBLINHANDO a saudade,
mascarando as VONTADES,
ardendo em VERDADES
que desaconselho.
Querendo MUITO,
pedindo POUCO.
Partindo pro ENFIM,
dando o TROCO.

15 de ago. de 2010

DE VIDRO

Antes que em TEMPO de mudar
a idéia,
eu VOS digo:

- Não VERSES contra a própria
natureza QUE carregas.
Ser é tão DÍFICIL,
que NOS acostumamos a
ESTAR.
Os estados são FULGAZES,
quase sempre SE desdobram
em MENTIRINHAS contadas a ermo.


De RESTO, o nosso teto
é de VIDRO.

APROVEITOADOR

Não SOU ator,
apesar de CONHECER bem as
facetas do ROSTO que
carrego.
Não sou CANTOR,
apesar de NA voz trazer
melodias JÁ abrasadas
pela ALMA.
Não SOU poeta,
nem APRENDIZ...
O que sou é
APROVEITADOR!
Aproveito a PRÓPRIA dor
a criar CONFISSÕES que
degelam o PECADO e
divergem com a SOLIDÃO
que trago,
sem TRÉGUA.

14 de ago. de 2010

HAVIA

Havia uma CIDADE,
um sinal.
HAVIAM gentes perdidas,
a FALTA do sol,
o SOM aturdido.
Havia paisagem,
COLINAS e saudades.
Havia TANTO na minha ilusão,
que EU ouvi pouco
o SEU chamar.

DEIXA

Deixa eu PASSAR do ponto,
DEIXA eu passar e, pronto!
Deixa eu CHEGAR,
me deixa IR...
Deixa eu te GANHAR,
deixa eu PERDER a hora,
rever a GLÓRIAS do querer.
Deixa eu CAIR,
cair em TENTAÇÃO,
do chão NÃO passo,
eu já não te PASSO em
vão?

COMIGO METADE

Comigo eu só TRAGO
metade.
A OUTRA parte,
e mais IMPORTANTE,
fica na ESTANTE
de qualquer LUGAR.
Talvez SEJA meu peito,
TALVEZ seja somente
um jeito de SER seu.

POR VEZES

As vezes me PRESERVO,
as vezes ME reservo
o direito de CALAR,
as VEZES, falo pouco.
As vezes páro,

E

C
H
O
R
O

Por VEZES, cobro menos
sentir,
menos DEVIR,
menos PORVIR.
POR vezes pretendo,
por vezes SETEMBRO não
chega.
E espero a PRIMAVERA
chegar junto COM meu
dia.

13 de ago. de 2010

VENTOS BONS

Quando os VENTOS sopram
do meu LADO errado,
eu MUDO de tom,
viro o DISCO,
mudo de SOM,
e grito.

AOS PARTIDOS

Só PRECISO de um pouco de
silêncio,
prá FILTRAR os monóxidos de
SAUDADE,
esses DIÓXIDOS de maldade
que me TOMA a pele.
Sinto-me FRIO,
num CALOR abrasivo.
Deito-me TORPE,
numa embriaguez DANADA,
sem nem TER me embebido
de ALCÓOIS e parcerias
mal FADADAS.
É que já não SEI amigo
ser,
se de LONGE é tudo tão
pequeno.
Eu quero o PERTO,
do lado,
PAREDE e meia,
dividindo o ZINCO, telhado.
Será que só sei ANDAR em vias
de mão PROIBIDA.

JÁ NÃO SOMA

Eu não FUI feito prá
sentir por POUCO,
nem PELO tanto que me
falta.
Eu SINTO muito,
mas VOU cair na tentação
da SILENTE madrugada,
e me BANHAR nas águas
estanques do AMANHECER.
Com tão POUCO prá dizer,
sentir já não SOMA
kilometros em MINHA estrada.

CHEGA

Prá que OLHAR nos olhos
se de LONGE ou de perto
a gente PERDE sempre a
visão?
Tô cansado de SER semblante
TRISTE,
e cansando DESSA alegria
medida em XÍCARAS de mentiras
e mordaças.
Abrindo VAGAS pros absurdos,
pros ABISMADOS.
Eu quero GESTOS
e gentilezas.
Chega de BELEZA e bugiganga
no coração.

SEI LÁ

O que não SEI sentir,
eu DIGO.
E se MINHAS frases
são BOBAS,
eu pinto um QUADRO em
tons SEI lá,
sem dizer NADA,
nem sentir,
mas DEIXO em cores
o que me ESCAPA.

POEMA SUJO

Há que se DIZER adeus
ainda na COXILHA desse palco.
Dizer-me: Deus,
porque DESISTISTE de existir,
aqui?
Há que se PENSAR em saudade,
e ter EM si a própria alma
morta, na TORTURA do querer.
Há que SOFRER em vão,
prá então SABER-se sim,
infeliz.
HÁ que conter as lágrimas
em TROCOS,
moedas de PAPEL sem dono.
Há que REFAZER os verbos,
reduzir os VERSOS,
e trazer sonetos, pro quarto.
Há que se PERDER
em VEIOS, esquinas
e POEMAS,
na sujeira LIVRE do dizer,
na SUJEITA ação
do VIVER.
Há que SER gente, sendo menos
ainda,
sendo ENTE, não querido.
Há que se DESDOBRAR em mentes
e insanidades,
e não MENTIR.
Há que DIZER a verdade,
e dela não PRECISAR fugir.
Há AINDA que crescer
na LENTE,
do aumento, do sustento
da ALEGRIA.




VEEMENTE

Faço do RETRATO tirado ontem,
lembrança.
Da DANÇA um ensejo,
do BEIJO, o uso do desejo.
E se VEJO bem,
tiro a ROUPA.
Visto-me das MÃOS que me
desobedecem,
e DESCEM em meus poucos
PÊLOS.
Pelo MENOS eu tenho
VERSOS,
e não me CALO no tato
da sua BOCA,
já rouca de GRITAR
por mim.





ENSINA-ME

Ensina-me o PASSO, primeiro.
Depois, ENSINA-me o gesto,
desses QUE derradeiro
DIZEM adeus.





TÃO ALTO

Do alto,
eu vejo MAIS,
menos um POUCO que antes.
Vejo tanto,
TUDO
pequeno.
Tínhamos o TRAÇO,
um braço ao OUTRO,
agora TEMOS tolos
peitos SOLITÁRIOS.
Temos HORÁRIOS de semi-deuses,
temos TRAUMAS,
disritmias,
desvãos.
E da ALMA temos somente
a FALTA.






CONTIDO

Contendo em MIM
o RITO,
passagem,
a PARTIDA.
Correndo MAIS que a minha
EUFORIA,
deixando PRÁ trás
a tua AGONIA.
Sendo COVARDE,
sendo FORTE,
os cortes em carne viva,
NAS veias
são minhas ELEGIAS.





LABIRINTO

Sinto TANTO,
o pranto ESVAI
recai sobre MIM a
calma ENGASGADA num soluço,
e durmo.
Um labirinto TINTO de vinho
SECO,
secos são MEUS olhos
no amanhecer,
e CLAREIO o dia com reflexos
sem NEXO algum,
uma PENUMBRA tola no
quarto,
atraso o RELÓGIO
e acalmo MEU corpo,
agora FEBRIL.




TUDO É FIM

Há um COMEÇO,
e prá começar um apreço
LOUCO,
o abraço, TATO apertado,
querendo um COLO.
São os TROPEÇOS que indicam
um MEIO, um ponto de
DESEQUILÍBRIO,
uma forma de SENTIR a dor,
o amor QUE se compõe
da FALTA,
a saudade.
A calma ACABA,
o FIM se aproxima,
a rima TERMINA,
e tudo é FIM.
Uma finalidade da FUGA,
um fatalidade e uma
DÚVIDA,
a ida.





12 de ago. de 2010

LÂMINA

Antes que eu PERCA o verbo
ao DORMIR,
quero DIZER-me apenas,
calma...
Que o TEMPO revela sons
e COMPÕE os tons
da música de se DANÇAR.
A lâmina que ME dói os dedos
também me DÁ a dúvida
de DIZER, TE AMO.

O OLHAR

Da VIDA,
o mais RARO é o olhar.
As gentes APRENDEM a ver,
não a TRANSITAR os olhos
por ENTRE as coisas
sem SE perderem sós
no ABJETO produto.

DE FESTIM

São nas LÁGRIMAS que guardo
nas RETINAS
que MAIS construo meu argumento.
E, VIVO só, por ser
ASSIM, semente do que
MORREU,
e renasceu no ontem QUE
acordei.

PEQUENAS DORES

NOS cantinhos das minhas
horas,
ME sobram minutos
de DESEJOS
que VERSO triste
nos NÓS de garganta
que DEIXEI escondidos.
E só ASSIM tomo conhecimento
das PEQUENAS dores
que me ACONSELHAM,
elas que ME acobertam
quando SÓ,
eu CHORO lento prá não
ESCUTAR gemidos.

POR DIZER - POR MIM

Eu que SEI tão pouco do céu,
me PERCO em horas e promessas
por VISLUMBRAR o longe
do AZUL que reluz bonito
na MANHÃ.
Por AGORA?
Me veste a CHUVA de lembranças
que ACORDO madrugando
os BEIJOS de um amanhã,
talvez.
Redobro as CHANCES de perder as
chaves de CASA, e ir ter
na TUA o meu alento.

TENTO...

TANTO...


E é tão pouco pro
MEU intento solar.

Que desacordo NAS manhãs,
reluzindo,
feito OURO,
carne de LUZ e lamentos.


Tento...


E é tão SIMPLES brincar
de VENTO, nesse sereno,
logo de MANHÃ.


Penso...

E é tão NÍTIDO o brilho
do MEU acordar.

9 de ago. de 2010

RESSUSSITA-ME

É do amor que FALO
quando DEIXO o pranto rolar,
de UMA vontade imensa,
de um SONHO reverso
na MEDALHA que trago no
peito.
Ao longe,
REVEJO os versos que
DECORAM a tua estrada.
Ao FIM da noite,
só te PEÇO que
ressussite-me em TOM
e tenacidade na TUA cama,
na desordem DOS teus lençóis
e LAMENTOS.
E, tudo o que ME cabe
somente SERÁ parte
dessa VIDA que te assume
em AÇÃO e solidez.
em VEZ do beijo,
o abraço.

8 de ago. de 2010

VERSOS QUE SÃO SEUS

Poesia e PRAZER
se constrói em DUO,
um COM o par, uma PARTE
de si.
E o outro se FAZ com
o PEITO, próximo da dor.

FILHO

Eu,
já FUI filho,
fui PEQUENO, malino.
Hinos CANTADOS prá dormir,
CHOROS e sensações
de COR, daqueles beijos
de MÃE e pai e prazer.
Agora, PAI...
Das minhas AÇÕES,
assuntos e CANSAÇOS.
Tanto o que FAZER,
me RESPONDER ao dormir pelos
ERROS e acertos inequívocos,
naturezas QUE não tolero
tanto.
Preciso SEMPRE enxugar
o pranto QUE me rola nos
olhos,
e OLHO bem em frente.
Meu FILHO,
agora sou EU.






[Ao meu PAI, que me deixou. Mas, deixou comigo a doce lembrança do que é ser AMADO.]

7 de ago. de 2010

FRASE

SEJA você
portador do AMOR
que VOCÊ merece.
Só ASSIM o mundo fará
sentido.

PRÁ VOCÊ, JOELMA

Eu não PODERIA cobrar da minha
VIDA,
uma lida MAIS simples que essa.
E todo o PESO que carrego,
não NEGO,
jamais ACABARÁ.
E não por isso HEI de sofrer
mais.
A minha COTA facultativa de dor
é MENOR que a minha
obrigação de FAZER doer as
feridas.
Tão BEM eu sei que o tempo passa,
que NÃO espero sentado
do LADO de fora
a HORA de entrar.
Se eu PRECISO de amor,
que eu POSSA comprar um pote
de DOCES.
Se eu QUERO amor,
que EU possa seduzir os teus
VESTIDOS,
e despí-los de VOCÊ.
Agora,
já não ME importa mais
desistir.

...E ENTÃO?

...E desde ENTÃO
eu dei RAZÃO ao silêncio.
Apaguei as VELAS, ao vento
e SELEI o verso,
no SECRETO lábio que
guardei.

CHAMA

Quando FOR do teu gosto,
me CHAMA,
me clama CALOR que te dou.
Me peça COM jeitinho
que TE empresto o meu
tempo,
o TERMO certo de te
esquentar.




DISFARCE

Fui me PERDENDO em pedaços pelo caminho.
Deixando as ARMAS,
de CORTE,
de forte explosão,
de LADO.
Fui LARGANDO as facas,
fontes e FARRAS nos olhos.
Esquecendo SAUDADES,
semblantes, SOLIDÕES.
Vendendo TERRENOS, terreiros,
pedras e PIEDADES.
Arrastei até onde DEU
a tua LEMBRANÇA,
e deixei-a NO fim da casamata,
na esquina.
E, agora...
Chegando,
VEJO-me de perto
encerrando um CICLO,
um sopro,
DIFERENTE de antes,
e ainda SIM,
com o MESMO disfarce na alma.

?

O que ACONTECEU?
O que me tornou ASSIM?
Um sopro?
Um SALTO?
Um tiro?
A tarde...
O que DEIXOU silenciado?
Os passos?
OS calços?
os TRAÇOS apagados?
Já não sei.
Apenas CALEI em mim
o que ANTES era festejo.

LAICO

Temendo o FRIO que assola
os meus DEDOS.
Tramando um TEMPO que
me SEJA mais coerente.
Trazendo de LONGE,
o laico DESEJO,
tombando em CALÇADAS,
correndo DOS riscos.
E, ainda RISCANDO de giz
teu NOME no
passeio.

DESAJEITOS

Éu já não PRECISO mais conter
meus RIOS nas
encostas DOS olhos.
Abri a COMPORTAS da saudade
e deixei CERRAR a vontade
de persistir.
Os vãos, as VEZES
são APENAS dúvidas desajeitadas.

6 de ago. de 2010

TRAJETO

O que não PODE mudar,
não PODERIA habitar em mim.
Eu SOU das fases,
das FUSÕES,
das feitas e DESFEITAS camas
de AMANHÃ.
Eu SOU como as manhãs,
CLAREIAM, mas não
se CEGAM.





SINTO O SECO

Sinto o SECO desse frio
noturno,
UM inverno em meu
amanhecer,
um ETERNO entardecer
no meu JARDIM,
e ESSE interno desvanecer
que me ACOMPANHA,
me apanha a ALMA
e traça a PALMA da tua
mão como VESTES minhas.
Perco os PASSOS,
desato os LAÇOS,
caio,
na sua TENTAÇÃO.




TUDO QUE RESPIRA QUER COMER

Talvez,
ESSE gosto eterno de infelicidade
seja APENAS uma arte
de MANTER-me vivo e
EMOCIONADO.
TALVEZ,
o peso no PEITO seja apenas
uma FORMA de dizer-me
que ainda HÁ o que se fazer,
o que MUDAR,
o QUE tecer.





DEVANEIOS

Diálogo com o ESPELHO:


[Eu]- Não que eu SEJA indiferente.
É que VOCÊ não me faz
diferenças.

[O reflexo]- Eu NÃO faço diferenças,
PORQUE na sua crença
o meu RETRATO é só o
teu PASSADO.

[Eu]- ...

5 de ago. de 2010

SO HAPPY, SO SAD.

É que quando eu FOR normal,
o mal JÁ terá tomado conta
de TUDO.
Eu, que SEMPRE fui impedido
de ESCOLHER,
agora recomendo
MENOS água e menos açucar
nos FILMES.
Tô indo DORMIR
sem os REMÉDIOS da alegria.
A gia está lá fora,
e ACORDA a gente toda que
TEM medo de mim.
É o fim da MINHA calmaria.
Não me DEIXE mais assim!
Helpe ME, happy END?
I'm trying,
so sad,
VERY bad.




SEREI EU

Vamo só FINGIR saudade agora,
não amanhã.
Vamos FESTEJAR lembranças
que nunca TIVEMOS,
nem lembramos mais.
Rever CARTAS e cortesias
perdidas.
Rasgas RETRATOS velhos
e ENVENLHECER os novos.
Seremos só NÓS,
e mais ninguém.
Serei apenas EU,
e não o seu CASTIGO.





CORAÇÃO DE LATA

É que quando EU sinto,
sobram-me ESTILHAÇOS de
estradas PRESAS em
minhas FERRAGENS.
Meu coração de LATA,

amassou,

meu OLHAR de vidro,

rachou

e os BEIJOS de combustão
PERDERAM-se na profusão
de CALOR que contive
no ENTORNO das veias,

nas VELHAS saudades
não esquecidas,

NAS idas e vindas,

voltas e VARANDAS que sonhei
contigo.

E, se eu PENSAR bem,
você nem EXISTOU,
nem EXITOU em fugir,
antes QUE eu visse.




SEM TRILHOS

Perdi os TRILHOS,
a direção.
A DIVERSÃO diverge dos meus
ESTADOS de inglória
satisfação.
Tanto, TUDO,
e nada NAS mãos.
O tanto que perco,
ESQUEÇO no chão.

4 de ago. de 2010

UMA POESIA

Eu queria UMA poesia sem
palavras,
SEM almas ao meio,
sem DORES e desajeitos.
QUERIA uma poesia perdiz,
dessas PERDIDAS nos solstícios
de OUTONOS
em HEMISFÉRIOS não mais
feridos.
Uma POESIA calma,
QUE caiba na palma da mão,
no MEIO.
Poesia COMO chuva fina,
como SINA dessas de se
convencer.
Alma,
CALMA,
palma
tudo em ENLEIOS.




QUERERES

O QUERER é um tanto
involuntário,
MAS é preciso ser você mesmo,
quando a querência TRAZ
consigo, a CARÊNCIA
da própria IMAGEM.

3 de ago. de 2010

SOBRANDO

Estou SOBRANDO,
em LOUCURAS.

O que EU busco não se
concede EM procissões,
nem AOS aldeões é possível
SER, tão ingênuo
quanto ao FUTURO.

Esse RUMO não quero prá mim.
E, que do PRESENTE
eu seja o LAÇO.

TOQUE

ME PROVE?
E NÃO PROVO,

APENAS MOSTRO,

NUM BEIJO,
E O MUNDO CALA

ENQUANTO NOSSO TOQUE ESTALA.




Das loucuras dos 20 anos.

PEGANDO FOGO

HOJE TÔ NA GANDAIA,
E SAIO,
OLHO,

PROCURO E NÃO VEJO.

TO DESESPERADO,
E TE ACHO.

TREMO, QUASE CORRO,
MAS MORRO,
DE MEDOS,

SEM MEDOS TE DOU A MÃO.
NOS OLHAMOS,

TOCAMOS, AS MÃOS.
E QUANDO VOCÊ PASSA

PEGO FOGO,
ME MOVO,

EM DIREÇÃO A SUA BOCA,
E LOGO MORDO,

SEU ROSTO.

2 de ago. de 2010

NÃO SONHO MAIS

EM NOITES DE AMOR,
NÃO ACORDO MAIS,
MEUS SONHOS SE SOBRAM
ME ROUBAM A CALMA,
ME ESQUENTA A PALMA,
DA MÃO.
VOCÊ FOGE,
QUER ALGO QUE NÃO TENHO,
CHORAS UM CORPO QUE NÃO VEIO,
NÃO HÁ VEIOS EM TEU RIO.
MEUS SONHOS RECALCADOS
ABREM SUAS ASAS DE HÁRPIA
E NUM LANCE DE SEGUNDO
ME DEIXAM EM TEU NAVIO,
VAGO,
SEM ÁGUA,
AFUNDANDO,
EM LÁGRIMAS.
VOCÊ ME DEVE,
NADA MAIS QUE UM SONHO,
E NÃO COBRO,
RECOBRO A LUCIDEZ
E FUJO, PRÁ LONGE,
PERTO DE MIM,
DISTANTE DE VOCÊ.




Das dores dos 20 anos.

GUARDA EM TI MINHA FALA

VOLTE LOGO MEU AMOR,
MEUS SONS AINDA TE CHAMAM,
MEUS VERSOS AINDA TE CANTAM,
MINHA VOZ AINDA RECLAMA.
SOU UM SERVO SEM SENHOR,
UM DEUS ENTREGUE
E NÃO MENOS HUMANO.
CONSOLA-ME EM NOITES QUENTES,
ASSOPRA-ME EM DIAS FRIOS,
ESQUENTA-ME NO ESTIO,
DELICIA-ME EM QUALQUER LUGAR.
GUARDA EM TI A MINH’ALMA,
RESGUARDA CONSIGO MINHAS PALAVRAS,
INSANAS,
INSTANTES,
EFEMERAS.
LEVA CONTIGO MINHA ALMA,
ELEVA CONTIGO MINHAS CALMAS,
TODAS,
QUE PUDERES,
SE QUISERES.
E SÓ QUANDO NÃO MAIS ME QUISERES
É QUE RESOLVO TE TOMÁ-LA.
MAS, GUARDA CONTIGO MINHAS FALAS.




Dos amores de 20 anos.

IR

QUERO SAIR,
CORRER MUNDO,
SENTIR PERIGOS.
QUERO FOGOS,
ARTIFÍCIOS,
MESMO SACRIFÍCIOS.
FUGIR E ME DESMANCHAR
ESTRAGAR PLANOS E PROJETOS,
MANCHAR MINHAS CAMISAS DE PRAZER.
E ME PERCORRER NO SEU CÉU,
DA BOCA
DA BOCA PRÁ DENTRO.
QUERO ME LEVAR DAQUI,
E ME CONSERVAR EM TI,
MESMO QUE SEJA ALI.
NA CAMA,
NA GRAMA,
NOS DIAS DE SOL,
NOS SÁBADOS DE CHUVA,
NOS FERIADOS DE CINZAS.
ME LEVO ATÉ AÍ,
E ME ESQUEÇO DENTRO DE TI,
BEM DENTRO DO SEU MAR.



Dos 20 anos.

VINDE

VINDE A MIM CRIANÇA,
VINDE A MIM COMO EU,
HOMEM,
COM MEDO E COM DECISÃO.

VINDE A MIM COMO A UMA ILUSÃO,
SEM CRENÇAS NEM TAMPOUCO INQUIETAÇÃO.
VINDE A MIM COMO BARDO,
UM ARAUTO EM DIAS DE CONFUSÃO.
CHEGASTE E FICASTE,
EU,
PRESO POR VONTADE.

AQUI CHEGASTE
E COM OLHARES ME CUBRISTE DE PÉTALAS,
ME DESTE UM RITMO.
VINDE.

VENHA, ME DÊ O TREMOR QUE NÃO SENTES,
DEIXA EU SENTIR SEU CORAÇÃO PARAR,
POR UM SEGUNDO,
E DEPOIS RESSOAR COMO UM TAMBOR,
LEIA MEU CORAÇÃO
E VINDE EM MIM,

NÃO EM CARNE, NEM OSSO.

EM MIM OBJETO,
SEGREDO,
SUSSURRO.
EM MIM, ÂMAGO.



Era como me QUERIA, como me via. Um eterno querer de si.

JÁ FUI TOLO

NÃO DURMO,
SEI QUE SOU RAPAZ MUDADO,

MAS NÃO DURMO,

NÃO CONSIGO ESQUECER SUA FACE,
É FASE, O AMOR É FASE.

PENSO E DESCUBRO QUE É UMA FRASE.

O AMOR É UMA FRASE.

E AINDA ME COMOVO, ME EMOCIONO.

PRÁ VOCÊ EU FIZ,
NÃO UM TEXTO, SEM ODES NEM POESIAS
NÃO É UMA DECLARAÇÃO,
SIM, UMA CONFISSÃO.
TE AMO, E MAIS QUE TUDO
AMO TE AMAR.

ME CONCEDA ESSA DANÇA!
ME CONCEDA DANÇAR COM SEUS SONHOS,
AMONTOÁ-LOS EM MEU SER,
E TRADUZÍ-LOS PARA MINHA LÍNGUA,
EDITAR SUAS FANTASIAS,
REVELAR SEUS ÁLIBIS,
ME DEIXA EM TI, ME DEIXA INVADIR.
FIZ PRÁ VOCÊ,
UMA SERESTA, NÃO ESTA,

UMA SERESTA INÁUDIVEL
AOS OLHOS E OUVIDOS DOS OUTROS.

PRÁ VOCÊ ME FAÇO,
ME CRIO, ME TRAÇO,
DO JEITO QUE SONHARES ME CONTRASTO,
DO JEITO QUE QUISERES,
ME ENTREGO,
E ME DEVOLVO A VOCÊ,
QUANDO O QUE EU FIZER PRÁ VOCÊ
JÁ NÃO FOR MAIS INDELÉVEL.



Dos 20 anos.

NA PAZ

SÓ SE VIVE A PAZ EM GUERRA,
SÓ SE BUSCA A PAZ EM QUEDA.

NÃO SE VIVE EM PAZ

AO MENOS QUE SE SOFRA,
AO MENOS UM BOCADO.

NA PAZ ESTÃO MINHAS IDÉIAS,
IDEOLOGIAS,

UTOPIAS, SEMPRE ELAS.

MINHA PAZ É UM TURBILHÃO,
UMA PROFUSÃO DE SONHOS, NÃO VIVIDOS
UM EMARANHADO DE FIOS DE VIDA
SEM NENHUMA AMARRA.

A MINHA PAZ É UMA CIRANDA,
QUE ANDA E ANDA,

FINGE POR HORAS,

E NO FIM, SEMPRE DORME.
É A MINHA PAZ EM GUERRA
QUE ESCUTAS TODAS AS NOITES,
EM SEU QUARTO, COMO TIROS DE ARMA,
CANHÕES, ALABASTROS.
MINHA PAZ É MINHA LÂMINA,
COM ELA CORTO A APATIA AO MEIO
E A SIRVO EM PRATOS DE SABADORIA
NA MESA DOS DESEJOS.
A MINHA PAZ É CONSTRUÍDA COM TIJOLOS
DE DOR E LÁGRIMAS.
A MINHA PAZ ESTÁ NA PAZ,
SÓ POR HOJE NÃO QUER GUERRAS.




Dos 20 anos.

DIAS DE CHUVA

DIAS DE CHUVA SÃO LINDOS,
SEMPRE CINZAS,
COR DE SOBRIEDADE E NÃO LUCIDEZ.
NOS DIAS DE CHUVA EU VIVO,
ENCANTO OS PÁSSAROS MUDOS,
RACALCO MEUS PECADOS,
DESCALÇO, CORRO ENTRE AS POÇAS.
SÃO NOS DIAS DE CHUVA QUE
MINHA VERDADE APARECE
SEMPRE MOLHADA,
SEMPRE MINHA.
QUANDO CHOVO,
EU CHORO, DE ALEGRIA,
SIMPLES EXISTÊNCIA MESMO.
QUANDO CHOVO, ME PERMITO.
ME CONCEDO DORES,
LÁGRIMAS E RISOS MANCOS.
QUANDO CHOVER DE NOVO,
PROMETO TE DIZER
O QUE EM MIM NÃO SE PASSA,
POIS SÃO NOS DIAS DE CHUVA
QUE ME ENCONTRO VERTIDO
DE VESTES HUMANAS
E NÃO MENOS DÉSPOTAS.




Dos 20 ANOS.

AO ENTARDECER

QUANDO O SOL CAIR
PROMETO NÃO MAIS TE VER,
PELO MENOS POR HOJE,
CONCEDO-ME NÃO TE BEBER.
ENCANTA-ME A CHANCE DE
PELO MENOS EM PENSAMENTO
NÃO QUERER SER FUGAZ.
QUERO E PRECISO DE PAZ.


VAI ME DEIXA SOZINHO,

FOGE AO VENTO,
SENTE A PELE CORTADA PELA BRISA
SENTE O CORPO QUENTE ESFRIAR
PELO MENOS POR HOJE,

FAZ DE VOCÊ UMA REALIDADE.


AO ENTARDECER,
EM TODOS OS DIAS DE MINHA VIDA
SINTO QUE PELO MENOS EM INSTANTES
EU POSSO SER ASSIM,
DIZER O QUE NÃO PENSO,
SENTIR O QUE NÃO SINTO,
FUGIR QUERENDO FICAR,
SEI LÁ,
TE TER E NÃO QUERER MORRER.

AO ENTARDECER,
ME PARECE O ÚNICO MOMENTO
EM QUE NADA SERÁ PARA SEMPRE
E ME CONVENÇO DA SERIEDADE QUE É
VIVER.

FORMAS E FORMAS

AS FORMAS E FORMAS DE SE DIZER ADEUS
SÃO MUITAS.


MUITAS SÃO AS FORMAS DE FUGIR.
FORMAS UM ELO COMIGO,
UMA CORRENTE,
FRÁGIL, FÁCIL...
TALVEZ.


AS FORMAS DO SEU CORPO
ME ENVOLVEM,
UMA CONSPIRAÇÃO EM ME TER.


FORMAS MEU PAR AO AVESSO,
TEÇO UMA NOVA TEIA,
UM NOVO LAR.
UM SUBMUNDO QUE ME CAIBA.
UM ADEUS SE FORMA,
EM FORMA DE TCHAU.


DE MAL, ESTAMOS.
COMO SE DIZ EM CIRANDA.


AS FORMAS DE SE DIZER ADEUS,
FORMA EM MIM A MÁGICA DOR
E ME CONSERVA NO ETERNO PASSADO
DOS SEUS SONHOS GASTOS.

DISCUSSÃO

UM LEVE TOQUE DE SABEDORIA
UM BREVE MEXER DE CABELOS
UMA DOCE E CÁLIDA SINFONIA
DE OLHARES.

UMA FORTE E DENSA NOITE
MEXE COM MINHAS ENERGIAS
UMA DISCUSSÃO ME COMOVE
UM SONHO ME MOVE.

MENINOS SÃO MOINHOS
MENINAS ELEGIAS,
EU SOU CATAVENTO
O QUE NÃO SOU É SINERGIA.

MINHAS ELOCUÇÕES ME CONDENAM
SOU UM RÉU À REVELIA
UM CRIADO QUE MUDO FICA
NÃO FICO MAIS NESSE LUGAR.

E ME SEPARO DE MIM
E ME CONSERVO INEXATO
E ME PRENDO A VOCÊ
E MAIS UMA VEZ EU FUJO DE TI.





Dos 20 anos.

MÚSICA

A MÚSICA É COM SUBLIMAÇÕES
QUE A ESCUTO,
MÚSICA É EFEITO, SENSAÇÃO,
CAUSA DE TUDO.
A MINHA MÚSICA É INGRATA...
NÃO CABE EM MIM,
EXPANDE-SE POR MEUS DELÍRIOS.
INVADE MINHAS SONORIDADES TODAS,
CONVERTE-ME EM FUSÕES DE ACASO,
DEVOLVE-ME ABDUSIDO
E CONSTRÓI-ME
EM CASTELOS DE AREIA E CALMA.
REVERTE-ME COM PELE
DILACERADA DOS INSULTOS,
DITA-ME A REGRA DO SEU JOGO.
E POR FIM,
DIZ-ME QUE SUA MÚSICA
É APENAS CONSTRUÇÃO
DA MÚSICA QUE TOCA EM MEU SER.





Dos 20 anos.

DESENREDO

SUA CARA ME ESPANTA,
COMOVE-ME ATÉ.
DEIXA-ME INSEGURO
E PARAFRASEADO.
SUAS SINTONIAS NÃO ENCONTRAM
AS MINHAS ANTENAS.
TODA A SUA SIMPATIA,
É COMO GIZ EM DIA DE CHUVA,
ESCORRE PELA SARJETA
E DEIXA APENAS A MARCA
DO QUE NÃO HOUVE.
IDNIGNAÇÕES SÃO SUAS,
SIMPLISTAS DEMAIS PARA MIM.
PREFIRO AS RESIGNAÇÕES,
FAZ-ME UM POUCO IGUAL AO RESTO
DO NADA.
O QUE BUSCAS EU NÃO SEI NÃO,
SEMPRE INVIAVÉIS AOS
MEUS OLHOS.
O QUE DESEJO É SEMPRE
NÃO BUSCAR O INVIÁVEL,
CONTENTO-ME EM TER
O INTOLERÁVEL.




Dos 20 ANOS.

AUTO-RETRATO

EM MINHAS VEIAS CORREM
O LÍQUIDO VISCOSO DAS
IDEOLOGIAS PERDIDAS
NAS ENCOSTAS DOS RIOS REVOLTOS
DA AGONIA.
MINHA PELE EXALA
O CHEIRO DOCE DOS SONHOS FUGÍDIOS
E DESENCONTRADOS.
MEUS GESTOS RESGUARDAM A
DOÇURA FEBRIL DOS OLHOS
DE CRIANÇA AINDA SONOLENTA.
MINHA APARÊNCIA É
TOLA COMO A DE UM ARLEQUIM,
MINHAS ENTRANHAS SUPORTAM
APENAS O FRACASSO COMO MÉRITO.
OS MEUS DESDÉNS SÃO
INDIFERENTES A MIM E
A TODOS QUE SOU.
MINHAS ELOCUBRAÇÕES NÃO INVADEM
PENSAMENTOS ALHEIOS,
NEM TAMPOUCO
OS QUER INVADIR.
MINHA DOÇURA É COMO LÁSTIMA
DE UM CASAMENTO FRACASSADO,
MAS HÁ ALGO EM MIM
QUE NÃO SE CONSEGUE MENSURAR
NEM DITAR SUAS DEFINIÇÕES,
MINHA IGNORÂNCIA.
ESSA É DETENTORA DE TODA;
E QUALQUER POSSIBILIDADE
QUE ME ELEVA AO ACASO
DAS HORAS INFERNAIS E DAS
NOITES INSEGURAS.




Dos 20 anos.

SER POETA

SER POETA É CATALIZAR TODA
A LOUCURA NUMA FORMA DENSA
E ELOQUENTE.
LIMITAR SUAS INSANIDADES
AO ILIMITADO.
SER CICERONE ONDE TUDO É DESCONHECIDO.
SER POETA É MALDAR AS ILUSÕES
E FORJAR INEXATAS SITUAÇÕES,
QUE AOS POUCOS SE TORNAM INSUSTENTÁVEIS
A OLHO NU.
POETA É QUEM EXPRIME MEDO
COM GALHOFA
E AMOR
COM SUBLIMAÇÕES.
SER POETA É ACORDAR NA MADRUGADA
E TRANSFORMAR SEU DESEJO EM POESIA.
SER POETA É DOAR O QUE NÃO SE TEM
E RECEBER O INQUESTIONÁVEL.
É ANTES DE TUDO CAMINHAR EM DESALINHO,
GRITAR QUALQUER COISA AOS VENTOS,
É SER HUMANO,
QUE AMA,
QUE CHORA E BERRA,
MAS NÃO SE ENGANA.




Das minhas IMAGINAÇÕES aos 20 anos.

ESSE CAOS

[Ah, esse CAOS que me orienta.
OSTENTA em mim a força,
a forma mais BONITA.
Esse CAIS que me alimenta,
que me TRAZ o peixe
e a PAZ,
a PASMA alegria.]

1 de ago. de 2010

AO DEVIR

Quanto ao DEVIR,
me SOBRAM explicações
para DESVESTÍ-lo
de FUTUROS,
para ADMIRAR esse presente.
Esse QUE nem pressente
o TANTO que mudou
em mim.

CHEGADA

Mas, eu SINTO tanto,
o DESEJO,
DESSA entrega
que o MEU corpo
instável ARREPIA-se
num gosto INTERMINÁVEL
de se DAR,
por TODO,
para TODO o sempre.
Logo EU,
que pouco SEI lidar
com CERTEZAS,
preciso ADMITIR aliviado,
a TUA chegada,
meu curare.

ACOSTUMADA

Quando DIGO que não tenho
medo,
é APENAS pelo simples objeto
de UMA mentira
já acostumada na VOZ
dorida que TRAGO.
Um AFAGO seria certo,
mas o ESTRAGO da ida,
me AFETARIA o peito.

ATEUGOSTO

TALVEZ,
eu não tivesse amado,
AINDA.
E, se AMEI,
amei pouco,
diferente.
Amor COM fronteiras,
de PASSAGEM,
amor de verão,
de carnaval.
Eu, que ENTENDO bem
da cristalina SOLIDÃO
me SOLIDARIZO com o tom
do AMOR,
que, dos OLHOS meus,
brotaram,
ateugosto.




Peito ARDE de vontade de te ver...

FLORES

[Eu TENHO flores prá te DAR...
Prá enfeitar o MEU refrão,
te ACARINHAR
Eu tenho FLORES, de cores
DIVERSAS,
deveras LINDAS,
em TEU olhar
Trago flores,
sem ESPINHOS,
tênues COMO a mão lisa
da tua SAUDAÇÃO
TRAGO flores,
indolores COMO aquelas
que SENTI ao te beijar
de ASSALTO no elevador]



Adap. da música de Roberta Campos - Flores prá te dar.

A LETRA A

É de SER simples esse ABRAÇO,
e por ISSO mesmo
é de SER convidativo,
ao TEU redulto,
teu REVÉS,
e mesmo que EM teu nome
não HAJA o 'A' que espero,
eu POSSO escrever
amor com teus
DEDOS,
uma dádiva EM meu rosto.

RAINBOW

E FOSSE tão estranho te
QUERER,
eu não TERIA forçado
o TEMPO a me recompor,
só prá TE receber,
prá te FAZER presente em
minhas GLÓRIAS solares
de SORRIR,
de ser um tanto TEU,
inteiro.

AFINIDADE

E por SUGESTÃO dos seus lábios,
o MEUS já não tem razão
ALGUMA em ser só.
Precisa-se CALÁ-lo ao
verso DOCE do seu.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::