::.Leve.::

[Esse que SOU]

Minha foto
[EU sou o que você não pode VER]

29 de jan. de 2010

DEIXA EU ME PERDER






Deixa eu ME perder prá
te ACHAR,
deixa EU saber menos de mim,
prá te ENCANTAR,
deixa eu SER alguém que nunca
HÁ de te machucar,
deixa MEU peito te sentir
como ARTE ao luar,
e no LUGAR dos meus olhos
deixa eu TE colocar.

SER TÃO

Ser tão HUMANO,
o sertão é ÁRIDO,
ácido pros OLHOS.
SER tão sozinho,
e no sertão a GENTE toda
é quente própria PRO amor,
entende?
Ser TÃO ardente, sente?
No sertão o TEMPO rente com
a VIDA, segue,
SECA todas as vontades,
volições.
Ser tão GENTE,
sertão sem gente ALGUMA,
coração.

PONTEIO

Paro.
Penso,
PRECISAMENTE perco.
Parto,
PERTO,
longínquamente ESPERO.
Calo,
CORRO,
corrompo meus OLHOS com cicatrizes.
Caio,
CONTO,
e meu VERBO é silente.
CALMO,
carrego-me,
CONSPIRO todas as guerras comigo.
E nenhuma AÇÃO me reporta em
alegria.
Salto,
DO alto do medo
e PASSO, pro mérito do
início, INSATIFAÇÃO.

DESENCANTO DE POEMA

CAMA vazia,
corpos ARDENTES em meu pensar,
e que PENA a tua distância
em MEU mirar.
É muito de MIM o que sobra nesse
VAZIO de horas.
é POUCO o que me detenho em silêncios,
e as LÁGRIMAS caem,
calmamente, COMO em passeios
doentios, que me DECAEM em dores,
dormências
e DEMÊNCIAS.
Eu já nem sei MAIS o que digo,
prá onde FUJO,
por ONDE me refaço.
já não me SERVEM as descrições
de FELICIDADE,
os livros SÃO supérfluos,
os INDÍCIOS de vida em mim,
ainda MUITO recentes.
É POUCO o que tenho para continuar
VIVENDO.
E calo-me, CALMO que sou,
na DESONRA da minha tradução sem
respostas.

PONTO DE PARTIDA

Meu PONTO de partida é o
PRANTO.
Tanto que não CHORO,
tanto que ENGASGO,
engulo,
ensino-me a SER frio,
friorento.
Meu PRAZO de validade é o
vento que não SOPRA,
que não TROCA-se com a brisa,
com o SUOR da pele,
não se MOVE em minha
derme, FRIA e quente,
um tanto MAIS ciente
das SUAS indagações e
emblemáticos SORRISOS tolos.

MEDIDA

MEU sol,
minha MEDIDA.
Ilha dos meus SONS e sinais.
Eu de TANTO amor sofri,
de TANTO rir,
chorei.
De TANTO ser, não fui.
Não Há mais espaço em mim,
COMO um deboche
que NÃO cabe no silêncio
dos DIAS.

EU, DE PLÁSTICO

E eu que SEMPRE pensei a
MORTE ser a minha redenção,
descubro que NEM por suas
mãos, eu TEREI mais
salvação.

MARGENS E CORRENTEZAS

E quantos SERÃO os meus sorrisos torpes
até que NO amanhã, o ontem não
se FAÇA mais presente?
Quantos SERÃO os meus abraços tolos
no VAZIO, até que o HOJE me seja
mais AMENO?
Enquanto isso,
EU rio,
de MARGENS e correntezas mil.

INCERTEZA

Insanidade FOI meu sobrenome
até eu DESCOBRIR a
INCERTEZA.
E com ELA, me dou o direito
de ERRAR, ainda que no
MEU acerto.

RASTELO

OS sorrisos dos que se perdem em meus
DEFEITOS,
mais me PARCEM rastelos,
que CATAM em seus dentes
os RESTOS medonhos das minhas lágrimas
COMUNS.
Aprendi que OLHOS não são prá
VER, mas para ir além do horizonte.
E se não VÃO,
se perdem NAS luzes mentirosas
dos ABRAÇOS da contramão.

TANTO ASSIM

Com TANTO que a vida seja assim,
no PRANTO lábio dos meus
ARDIS eu caio,
e CHORO, e já não sei mais
de MIM.
Meus ARREDORES, meus melhores
artifícios,
ILÍCITOS ou não,
eu SOU de mim a parte mais
profunda.

INUTILIDADE

Onde a GENTE vai chegar com tanta inutilidade?
A vida ARDE lá fora,
e a gente AQUI dentro
dependendo SEMPRE da autopiedade como
PARTE do devir.
Deixa SER essa gente tola que se perde,
deixa VER a gente de longe,
que lá FORA eu vou chegar, aqui
AGORA.

MUNDO MEU

Mundo MEU
que se perdeu nos vãos
das HORAS incertas
e incestuosas
do SEUS desejos.
Mundo MAU
que na nau aportada em
MIM, se perde,
se esquecer de fazer-me
BEM.

MEDO

Nos dias em que a VIDA mais parece comoção
de SAUDADE,
é que eu SINTO a infinda alegria
da INÉRCIA.
Eu tô chorando, e não PORQUE.
Eu tô CHORANDO e é de alegria.
Eu tô saindo, MAS já não é de dia.
E quando ABRO as minhas janelas dos
OLHOS,
altero-me em DISSOCIAÇÃO de medo
e meretrício.

DEIXA-ME

Deixa-me SER mais bonito nas tuas cores,
que as FLORES desse jardim se abrirão
OUTONAIS,
primaveris e AINDA sim carregadas
de VERÃO.
Deixa-me BRINCAR de menino em teus cabelos,
que NO brilho luar das tuas
MECHAS, essas minhas mãos vão se
ANINHAR.
Deixa-ME cair em tuas tentações mordazes
que MEUS trajes todos eu tirarei,
e SEM roupas e verbos,
no silêncio DAS horas eu te
deixarei me POSSUIR,
como VENTO, como tempo que não passa.

28 de jan. de 2010

SAUDAÇÃO

Antes do ABRAÇO
eu PREFIRO sempre o olhar.
Ele que me AQUECE
antes do FRIO das noites
que ENFRENTAMOS.
E os dias são MELHORES
quando te VEJO acordar
ao meu LADO,
de frente.

EMBEBIDO

Não,
não é IMPORTANTE esse toque intenso.
não me VALEM mais as horas sonantes
de ABRAÇOS e ruídos.
É do traço mais FORTE que o artista
faz o SEU reinar,
EM telas, em tons,
SONS e sinergias.
Dias,
são os DIAS a me atrapalhar o encontro.
O concreto dos ARRANHA-céus
não me DEIXA ver além das suas paredes,
e PAREÇO um louco,
que INSANAMENTE sofre,
chora e DESFAZ-se em falsas
ALEGRIAS,
embriagando-se,
EMBEBENDO-se nas noites de sereno,
sem a chance de SE calar,
porque o CHORO invade,
transborda.

27 de jan. de 2010

QUERO-OS

É tudo o que QUERO.
Um terno AZUL para não vestir
e UM dia de sol,
para ME despir
DOS sonhos,
das VONTADES,
das noites que nem
TE senti por perto.
O RESTO é incompreensão.

MEMÓRIA FALHA

Dessas HORAS sem som
e AUSÊNCIA de silêncio,
eu DESFAÇO as minhas malas,
e me ACALMO no entremeio
das COISAS ditas no passado
GIGANTE das minhas
memórias,
AGORA falhas.
Não é que EU queira esquecer-me
de VOCÊ,
é que já não dá MAIS prá
lembrar.
E prefiro VER-te nos sonhos,
conservado nos instantes
que A GENTE se via,
e nem se RECONHECIA.

ROTAS

Nota-se um ESTADO de calamidade
emocional NO meu peito.
São tantos ABRAÇOS,
tantos silêncios,
SEDUÇÕES.
Tudo se reparte
em MINHA carne, em função
dos encontros QUE eu falhei.
As minhas ROTAS e estradas
são TRANSITÓRIAS,
e vez POR hora eu me
acho em DESLIZES nos seus
braços,
caindo EM teu acaso,
somente SEU.



[E não sei onde se ENCONTRAM as tuas vestes]

ENCAIXE

Quando SEREMOS só eu
VOCÊ e o abraço?
Enquanto ESPERO,
vejo se ACHO o encaixe
certo DOS meus
braços.


Bye.

NÃO DEIXE O TEMPO CORRER

Não DEIXE que o tempo corra
através DOS seus sonhos,
nem SONHE através dos
TEMPOS.
Sonhe, enquanto VOCÊ ultrapassa
o VALOR que é dado
ao RITMO dele.
E realize, TUDO quanto puder
no SEU devido tempo.





BEIJO

ويبدو من القبل ،
أجد لحن الحق
من رغباتي ،
وهاج
غير ملائمة.






E nos SONS dos seus
BEIJOS,
eu encontro a MELODIA
certa dos MEUS desejos,
incandescentes,
IMPRÓPRIOS.

QUEIXA

De tantos que SÃO
os meus argumentos,
sinto que APENAS
o silêncio é
CAPAZ de te traduzir em
sons e SAUDADES.
Isso porque a VOZ,
reduz o tom
do SENTIR,
e amplia a vontade,
que ARDE feito fogo,
que CORTA.





DISTANTE

Distante.
O único significado de SAUDADE
pro teu nome.
E, mais que SEJAM as minhas
palavras, CATACLISMAS dos seus
medos,
é ISSO.
Distante.
É quem SOMOS
e nem sabemos ESTAR mais perto
no INVERNO.

ENTANTO

E dos meus entantos e
OUTRORAS, a única verdade
é o NADA sei.
E de mais nada ME servem
as agruras e COMENDAS.
Sou precipitado EM águas
CURVAS.

26 de jan. de 2010

EIS QUE NÃO PRESTAVA

Eis, que o HOMEM que não prestava,
hoje CHORA saudades do seu
TEMPO de meninices e
LOUCURAS.
D'um tempo de POUCA vergonha
e MUITA aliteração, sem medos,
SEM gestos dissecados aos olhos,
sem RESTOS de lembranças
VAZIAS.

BAGUNÇA Nº 2

Tudo EM minha vida
esteve ORGANIZADO para dar
CERTO, ainda que desse
ERRADO.
E VEM você
promovendo a MAIOR bagunça
que MEU coração já viu,
TRAZENDO o erro,
prá consertar TODOS os meus
ACERTOS.
E desde ENTÃO me sinto melhor,
ainda QUE solitário,
PORQUE penso em você.




[Peito DESAJEITADO]

HOMEM CALADO

Faço o TIPO homem calado, e no MEU cavalo ALADO
eu ladro contra as TUAS janelas,
aparentes, de VELAS acesas e MESAS a me reservar
o teu BANQUETE.
Neste INSTANTE eu perco a cabeça e me ressalvo
em TUAS inseguranças, todas, tímidas mãos que
ME aliviam a tensão dessa ESPERA
exasperada nos BEIJOS que inda não recebi.

25 de jan. de 2010

PASSOS

Os meus PASSOS
seguem rumos que ainda não
SEI onde vão se dar.
Mas, entendo
que na VIDA a maior das
ALEGRIAS é ter onde
CHEGAR,
mesmo que não se SAIBA
como começar.

MEU QUERER

O meu QUERER
é a parte
mais PRÓXIMA
que tenho
dos teus LÁBIOS.
É tudo FATO e estilhaço
de UM beijo sonhado.
Teu ABRAÇO sempre me
FORA apertado,
em VEZES que nos devaneios
TIVE teus traços
marcados em MINHA pele.

MORREU DE SAMBA, DE CACHAÇA E DE FOLIA

Prá SABER como será o dia
de AMANHÃ é preciso apenas
DUAS coisas:

1 - Mantenha-se CALADO às surpresas;
2 - Aceite sem MEDO as cores que te dão.

Os dias não NOS pertencem,
SOMENTE temos direito ao prazer
de VIVÊ-los.
Esse é o LIVRE arbítrio
que nos FOI ofertado.





CHAOS

É difícil
NÃO fazer nenhum sentido
na ORDEM
e o CAOS te revelar
os maiores SEGREDOS
perdidos.

REMEMBER

O que em MIM não tem mais cura
e NEM perdão
é o que DE fato mais
TEM significado em manter-me
VIVO.
O resto de quem SOU
é um TANTO confuso.
Bondade e ESPERANÇA não
caminham JUNTOS.

BRISA GELADA

O TEMPO, sempre implacável,
EM pleno verão me deu
AO sol, o vento,
FRIO, fantasiado nas
CORES incolores de sentir
SAUDADES.
E a BRISA gelada,
maltrata a minha CALMA
já dorida dos vendavais
de AMANHÃ.

MENTIR = ARTE

Descobri QUE era capaz de mentir
sem SOFRER,
no dia em QUE o meu sorriso
incontido,
LARGAVA em seus cantos de
BOCA, lágrimas suprimidas
em DORES que não contive mais
NO ser, que perdi,
no ONTEM que nem se foi.

DE AGORA PRÁ FRENTE

Por ENQUANTO,
a gente ainda SORRI.
Mas, até quando ESSA guerra
inglória há de se FAZER maior
que a TEMIDA paz?
Eu TENHO medo.
Freio o carro, e CAIO
na contradição.

AGRADECER E ABRAÇAR

E meu PRANTO rolou
quando era tempo
de SORRIR,
por CAUSAS alheias,
internas a MIM,
afora os MEDOS,
foi você quem me FERIU,
e eu deixei.
Essas LEIS que me negam
seu RESTO de atenção,
essas VEZES que você
se FOI, e eu não quis
MAIS voltar aqui.
E AGORA, dói mais que eu
POSSA me conter.
Me conte uma HISTÓRIA
que eu PRECISO morrer,
prá DORMIR,
e acordar outrora.




PRO RESTO DA VIDA

Os MEUS legos já não se
COMPOEM em partes adequadas
num TODO.
E tudo o que SOU é pedaço,
sem ALÇA de contentamento,
sem CARNE que me alimente,
agonia e PRESENÇA
se SUSTENTAM nesse lado
MAIS obscuro dos meus
OLHOS.
E os MEUS dedos
são PUNHAIS que me apontam
os degredos FUTUROS,
desse que AGORA me faço.
Passo pro resto DA vida,
infinda em sofrer.

AO MEIO

Entre os ESTADOS de cheio
e VAZIO
há o LIMIAR de quem sou.
E ESTOU ao meio.

EU ERA O SEU BRINQUEDO

Eu ERA o seu brinquedo,
LEDO infante
que me AMAVA aos berros
de quem se FAZIA seu,
e nunca em PARTES.
O meu TODO apenas te
COMPUNHA na doçura e
LEVEZA, que só as crianças
SERIAM capazes de sonhar.

PRÁ VOCÊ GOSTAR DE MIM

Prá VOCÊ gostar de mim,
me VESTI de coisa alguma,
me TRAÍ em noites inteiras,
dei-me o PASSO mais distante,
e caí.
PRÁ você gostar de mim,
deixei a CORRENTEZA me levar,
e voltei prá TE buscar,
cedi AOS encantos do teu canto,
e me PERDI em ti.
Prá você GOSTAR de mim,
alcei CAMINHOS longínquos,
e nunca PARTI,
saí de CASA prá nunca mais
OUVIR, lágrimas e lamentos,
culpas e TORMENTOS de meus
olhos.
Prá você gostar de MIM,
alterei MINHAS promessas,
e essas NÃO serviram para te
manter AQUI,
ao ledo, ao CENTRO do meu mundo,
no FUNDO da minha alegria.

PIERROT E COLOMBINA

Em mim
combinam as máscaras
de PIERROT e arlequim,
pois NELAS escondo
as dores de AMORES
de carnavais.
Tais como SÃO as cores
de SAUDADES e solidão.

PRÁ SER DIFERENTE

Pode SER
que hoje o dia seja diferente.
Mas, com o PEITO marcado,
enchardo de TUAS cores,
será POUCO provável que
as HORAS passem em outro estágio
de INTENSIDADE.

24 de jan. de 2010

MEIO CAIO F. ABREU

Há tanta CALMA em mim,
que chego a SER impaciente
dessa ESPERA.

MUDARAM AS ESTAÇÕES

Algo mudou em detalhe,
destituindo o TODO
do que eu era antes.
E ESSE um que me vem
agora,
AFLORA em minhas consoantes
e FAZ-me rei do que
NÃO fui,
do QUE não soube ou
VIVI.
Essa ARTE de ser matéria
do PORVIR
é NOVA em minha carne,
mas JÁ me faz um bocado
PREMENTE de querer o ato
que OUTRORA era prospecto
de AMANHÃ.

O MAR SERENOU

Quando MEU coração se distrai
em TORMENTAS e feriados
NACIONAIS é preciso sempre
VER o mar, ainda que nos
SONHOS, e dele fazer um
instante de PAZ, ainda que
EM águas revoltas d'uma
RESSACA, que me abala os
OUVIDOS.





DÚVIDAS?

Entre as RAZÕES e os porquês
EXISTEM somente os quereres.
Que nem SEMPRE são alidados.

DANGER

Eu corri PERIGOS ao vento norte.
E cheguei ATÉ aqui agora
à NOITE.
Eu PRECISO descansar,
acalmar os meus PÉS e poemas,
prá DORMIR sem mais dilemas.
A saudade ERA tanta,
que agora eu sei
da FALTA mais que da
presença.

RAIOS BROTADOS

Dos mistérios QUE cultivei
no CALABOUÇO dos meus olhos,
APENAS um era irrestrito
ao TEU corpo:
o intento de VER-te
inteiramente,
como SE fosse você
um REFLEXO de sol nascente
em MINHAS mãos,
trazidos PELOS raios
BROTADOS no meu telhado
DE zinco, quebrado,
QUERENTE, e quente de
SONHOS.

BRINCADEIRA






Os meus AMORES, ainda que não de
CARNAVAL, se foram.
Deixaram de SER ainda pequenos.
A coisa da MORTE, evade os
NOSSOS conhecimentos afetivos.

EM MINHAS MÃOS





Trago em MINHAS mãos,
um PUNHADO de palavras encantadas,
que se PERDEM,
e me acham em SUAS nascentes.
As minhas PALAVRAS
são lentes dos MEUs olhos,
que nada VÊEM,
mas conseguem ir AO longe,
pelo SOM do silêncio.

LÍBIDO

De uma DELÍCIA acanhada,
já tão EXPOSTA.
Palavra POR palavra a gente entende,
o ESTADO,
fato de SER gente que deseja,
e aproveita o INTENTO,
como arte,
parte de UMA poesia carnalista.
E nesse CARNAVAL de cores e sensações,
sobra-nos o CHEIRO dessa líbido.

SEM LIMITES

Se eu VIVESSE com os limites de
uma VIDA, simplesmente,
por CERTO já teria me
abandonado AO revés das chuvas,
em DESERTOS friorentos
e ESCALDANTES.
Eu PRECISO do tempo,
apenas a SUA contagem,
porque VIVO estritamente
na CONTRAMÃO.

EU ME ACERTO

No FINAL dá tudo certo
prá NÓS dois.
Esse TANTO mar,
amar é pouco DEMAIS prá
QUEM se deseja instinto.
Nos meus TROPEÇOS e colisões
as VERDADES em contramão
com TEUS olhos,
me AFASTAM.
Retardam a MINHA chegada,
eu PREFIRO ficar em casa,
evitando as tuas fotos
SOBRE a mesa.

ACHO QUE EU TÔ INDO EMBORA

É tanto MAIS,
quando nos deixamos ser
esse UM
somado em outros traços
de poesia e PRAZER.





JÁ É DE MANHÃ

Na PRAIA, entre as pedras,
os TEUs sonhos todos ali,
prostrados,
ESPERANDO-me, nús.
Na AREIA,
meu CORPO ardia e sentia
teu CHEIRO cru,
de quem NÃO sabia mais
se ESCONDER.
E eu TE achava, toda nua,
sem ENDEREÇOS e identidades,
e já ERA tarde demais
prá TE deixar
em PAZ,
e eu TE fazia parte do
meu SER, nas águas frias
do OCEANO atlântico.

APELE PRÁ PELE






E no centro DE quem somos
a única VERDADE é o
SENTIR.
O resto é IMAGINAÇÃO
e mentira.

CAUSA SEM EFEITO

A noite começou silenciosa. SEM muitos instantes de perdição nos meus olhos.
Tudo AO redor era uma GRANDE verdade, dessas que a gente atesta, sem MESMO precisar compor JÚRI de protesto.
Eu sempre FUI um desses homens céticos, sem INTENSAS celebrações à fé.
PUDERA, onde quer que eu FOSSE havia de se consolidar a descrença e solidão.
Comecei até PENSAR que era eu o proscrito.
Mas, NÃO.
O mais incomum é saber que o RESTO do mundo também se comporta assim, ainda que mintam mais que EU.
Sempre que ME imagino fraco, eu ABRO a minha janela, e vejo o MEU vizinho ao lado. Pobre HOMEM de auto-sabotagens.
Mas, enfim, a MINHA madrugada chegou, escura.
Era COMO se de longe, o céu nem existisse MAIS de tanto que o negrume me afetava os OLHOS. E, sempre que a NOITE me oferece a concupiscência, me VEM aos desejos e intentos a TUA voz, manchada com o frescor DOS teus gemidos, esses que jamais me FORAM esquecidos.
E cá de DENTRO do meu peito, eu SAIO a espíonar a tua FALSA chegada.
Todas as NOITES me engano que virás.
Ao menos ASSIM, ainda sei que estou vivo.
Só não SEI até quando.

PARTIR, ANDAR

A ESSA palavra que não mais
detém a MINHA alvorada,
uma SALVA de palmas.
E que AS mentiras do fim
dos SONHOS não sejam mais
AS dores caladas
nas RUAS de madrugada.
E SE eu chorar que não seja
MAIS apenas por que
a TUA mão me deixou
AFASTADO do toque
que TANTO me alimentava.



[E mais uma VEZ derramo-me em
LÁGRIMAS silentes. E que ninguém
ESCUTE meu pranto]





23 de jan. de 2010

AS LÁGRIMAS CAEM

Já PENSEI muito em você.
HOJE, não penso mais.
Mas, ISSO não quer dizer
que TENHA te esquecido.



[Da SAUDADE que tenho
do abraço enterrado
em meu corpo no VERÃO passado]

MAL ESCRITO

Não me LEIA como se eu fosse
um PEDAÇO de novela mal
ESCRITA.
Pois, se o FIZER, logo
descobrirá que NÃO passo
de uma SIMPLES metonímia.
E, em VERDADE eu ainda sou um
POUCO mais que uma troca
de palavras QUE se atestam
por SEMELHANÇAS.

CHEIO E VAZIO

De PISTAS e lágrimas
eu já ESTOU cheio.
Preciso AGORA de um pouco
mais de REVERSO.
Dá-me de VOCÊ um instante
de PALAVRAS trocadas,
que eu DEVOLVO em
NOTAS de rodapé do meu
CABELO.
Dá-ME de você só o olhar,
que EU prometo não mais
te DEIXAR só, em mim.

DISTÂNCIA

Para ALÉM do resto que nos
RESTA
há um TEMPO que não é
SOMADO ao RESTO que não
PRESTA.
Esta que a palavra POUCA,
me deixa a VOZ rouca de tanto
silenciar TEU nome.
E já é HORA de meus olhos
se VOLTAREM ao presente.
Que de FUTURO eu já não
entendo MAIS.

MINHA CARNE, CRUA

Nas PAREDES da minha carne,
a EUFORIA que invade a
minha ARTE mais sinistra
é a LÁGRIMA,
SEMPRE interrompida
PELO sorriso débil que
ASSEGURO aos visitantes
de MINHA alma.
Na HORA 'H',
o REALEJO me remonta em
PROMESSAS que não serão
CUMPRIDAS.

DISFARCE DE LOUCO

É o medo,
é a MORTE,
é a SORTE.
É TANTO com o que
se PREOCUPAR
que já NEM me olho
tanto NO espelho.
E nem sei MAIS se me
vejo de PERTO.
Certo MESMO é ser louco.
AO menos os que são
não se DESFAZEM
dos poucos ANOS que
OS restam.
PERTO de mim tem um
ROSTO, e sei que já
NÃO me pertence mais,
ainda que ME reconheça
nele.
Mas, eu SOU tão racional.

CÃO SEM DONO

Parte de TUDO isso
que JÁ não vivo,
é a VIDA.
E o RESTO é o
exagero do SILÊNCIO.

COMEÇO, MEIO E FIM

Erro MEU acreditar que a vida
TEM um início e um fim.
Ao CONTRÁRIO, ela apenas tem
UM meio.
E nele NOS perdemos,
sonhando SER um fim,
e NOS achamos
enganando o PEITO, sobre um
COMEÇO.
O fim é sempre o MEIO mais
esperado de um ESPETÁCULO.
E o COMEÇO é parte mais
difícil DE todo meio,
o meio-FIM.





[Tô cansando de GENTE cafona, que acha da vida um presente. Quem sente a DOR é quem a pariu no PEITO]

MENTIRA EM VERDADE

Ter em mente um SONHO
é mentir a SI mesmo.
Ter em FRENTE um plano,
é DAR a si uma chance.
E PARTE de mim se faz
em PLANOS.
a outra parte é PURO
sonho.

ESTE QUE SOU É MUITO(S)

Solitário,
SEDENTO de mim mesmo,
saudoso de QUEM se foi,
QUERENTE de quem virá.
E lá no meu VERÃO que
no QUINTAL se fez,
eu PLANTEI os ventos
do meu OUTONO.
E, com SORTE, o norte
dos MEUS olhos
acharão PROMESSAS cumpridas.

ASSIM SOU

E SEREI sempre
esse entreato,
de ir e VIR,
sem nunca MESMO
ser o mesmo ASTRO.

PARTES E TRAÇOS MEUS

Parte de MIM ficou no passado.
PESADO demais prá que eu
CARREGASSE as suas dores.
Traços DO meu eu, convivem
comigo, AGORA, em presente,
que nem PRESSENTEM terem
perdido IRMÃOS de pele.
Outro EU ainda está por
VIR, chegando ao longe,
EM passos CURTOS,
querendo um FUTURO se
apropriar.
Ainda não SEI,
mas ACHO que dá prá chegar
LÁ.

VISÃO APARENTE

[E de tanto VER o mundo em preto e BRANCO, descobri que minha VISÃO era só aparente. Porque, de FATO, o mundo tem apenas as CORES que a gente der. E não o FIZ jamais.]

AUTOPERCEPÇÃO

O que NOS torna
atraentes ao outro
é a DISTÂNCIA.
E quando PRÓXIMOS,
somos todos ESTRANGEIROS
nos CORAÇÕES alheios.

DOR

Em silêncio,
MEU livro se abre
e EM sua contra-capa
APENAS a brancura negra
do PASSADO se apresenta.
Curioso COMO nunca quis
escrever NADA que fosse
verdade.

AINDA POR AQUI

No TRATO da minha mão com a
VIDA, a dor é sempre
tida MAIOR do lado
de CÁ.




SEMENTE

Dei-me MUITAS explicações
no DECORRER de uma vida contida
em VINHO tinto de
sangue GROSSO e silente.
DEI-me estações de um ano bom,
BOCADO de alegrias e versões
de AMOR.
Dei-ME poucas palavras quando
a DOR ardia em meio ao frio
de SETEMBRO,
mas ESQUECI, de em outubro
SEMEAR teus sonhos em meu
JARDIM.
E, desde então,
MEU sono tem sido perdido,
sem as CORES do seu sorriso.





DEVOÇÃO

Devo a mim AO menos
essa explicação.
é que TODA uma vida não pode
SER consumida apenas num
arroubo.
Tolo é o HOMEM que se perde em
seus PRÓPRIOS quereres,
mas TOLO sem precedentes
é aquele QUE se condói na
verdade INANIMADA de ontem.
E eu, SOMATÓRIA de todas as
loucuras num SER só,
abri mão das VIRTUDES e dos
defeitos, à SER sentido óbvio
aos meus DIAS.
Devo a DEVOÇÃO certa aos meus
alfanjes, que se PERDERAM
em guerras.
E me MANTIVE vivo,
mesmo sem QUERER.




A TAL FELICIDADE

Havia uma PROFECIA
que me DIZIA sempre que
a FELICIDADE não era um
COLAR de brilhantes,
mas uma ALGEMA de deserção.
E, então eu SOUBE que
ser FELIZ era não ver além
do que OS olhos são capazes
de MENTIR para si mesmo.

NÃO EU

Desde CEDO aprendi a dissimular
ALEGRIAS,
forjar meus SORRISOS
e captar os SONS que o silêncio
ERA capaz de produzir.
Me FIZ na solidão dos
dias, e NA acinzentada lembrança
do QUE nunca fui.
Me VIA de longe,
e ERA como se eu fosse alguém
TÃO próximo,
tão PERTO desse sentir que me
agradava a PELE.
Mas, sabe?
Só AGORA,
só eu me VEJO
sem MESMO me enxergar de fato.
Acho QUE desapareci quando o
INVERNO foi embora.
E ISSO já fazem alguns anos.

10 CONTADOS

Mora em MIM essa vontade
da IR até você.
Parte de MIM que não me
CABE,
mesmo TARDE eu atiro pedras
em TUA janela.
E nela, ESPERO teu rosto
APARECER,
para FAZER, enfim,
da MINHA vida um tanto mais
que TEM valido.
Eu, HOMEM partido ao meio
das SUAS horas,
carne que não SERVE mais
para TER sentido,
se SEM teu toque eu não
sei EXISTIR.

POUCA FALA

As POUCAS explicações que
TENHO,
não respondem NADA.
E DO muito que calo,
quase TUDO é desimportante.

DO AMOR E SUAS CONTRADIÇÕES

Ele chega, se ASSENTA, acalma-se em teu
COLO, e te abrasa a alma,
AFOGA a tua calma em meio
AOS rios embriagantes de
PERFUMES e enleios.
ELE vem, em noites, NORTES ao teu sul
e SABES como te conseguir MOLHAR a
palma DA mão de sonhos.
Ele VAI, se deixa, DORME em tua teia,
e TE tranca nas CADEIAS mais profundas
do QUERER bem,
mas FERE, remexe as feridas.
Ele MUDA de lar, de par,
de ARES até, mas não te deixa,
o AMOR é gueixa, que te acompanha,
mas VOCÊ não o detém em teus
LAÇOS.
O lado mais CALMO do amor é a
distância.
O LAGO mais profundo do AMOR é
a paciência.
E todas as SUAS contradições são
PERDIDAS, quando a gente se esclarece
no MAR do amor que vem,
VAI, e vamos juntos.

MUDANDO AS ESTAÇÕES

Talvez, SOMENTE talvez,
o EXISTIR não seja produto
de SONHOS.
Mas, ONDE a realidade se
esconde, QUANDO o medo
toma de ASSALTO a nossa
janela, e ATESTA verdade
na SOLIDÃO?
Como é que a EXISTÊNCIA é
fato, se ELA ao acaso
se DESFAZ no pó dos anos
que NÃO passam, mesmo
mudando as ESTAÇÕES?



[Sem as MINHAS respostas,
as TUAS já não me valem
grande COISA]

AND ME?

Tem coisas
que sem RESOLUÇÃO,
me parecem TÃO certas
do que são.

SEM TE ENCONTRAR

Sem TE encontrar, eu sigo.
Sabendo DOS medos e subterfúgios,
SOFRENDO de sede e solidão.
SEM te encontrar, eu ligo.
O TELEFONE não responde,
o SILÊNCIO te esconde longe
de MIM.




MISTURO O AMOR

Misturo o AMOR com a sensação
de SAUDADE e medo,
e AÍ eu tenho a solidão,
à MINHA porta,
louca e POSTA a me vigiar.
SEMBLANTE alçado em vôo triste,
SONHOS estados em verões
que JÁ não se postam
mais COMO era o estio.
No meu RECORTE,
a FOTO já parece esmaecida
pelo SILÊNCIO do porta- retratos.

22 de jan. de 2010

JOGOS

Brincando DE ser eu, o dono da
BOLA, num jogo
não de VITÓRIAS, mas
de DESACERTOS.




CONTRA A MARÉ

Quando o TEMPO corre contra nossa
MARÉ
é HORA de sentir um tanto
MAIS de frio nas madrugadas
e UM pouco mais de medo no
VERÃO.
Mas, se ele ESCORRE dos nossos
DEDOS,
já é SINAL de inverno
em NOSSO futuro.

QUALQUER COISA

Qualquer COISA que não seja
ALÉM,
qualquer coisa AQUÉM,
a quem pedir PERDÃO,
carinho e paixão.
QUALQUER coisa que se peça,
que SE esqueça na presença
ou AUSÊNCIA,
dessa que é COISA atada
em MINHAS mãos,
pulsos, PULSÕES.
Qualquer UM que seja bem,
o MAU já se faz com quem
não MERECE,
mas TECE a cor de qualquer
DOR que já não se balança.
É bom, qualquer coisa QUE
dance, ALCANCE você de
longe.
Qualquer PROBLEMA solução.

MEUS PASSOS





[Os meus PASSOS correm em tua direção,
e sei QUE tu foges dos meus laços.
LADO a lado a gente se perde, e quanto
mais TE vejo, menos entendo a tua
PRESENÇA, tão ausente em mim]

NO ENTORNO

Amo a TUA parte mais bela,
os CONTORNOS,
no entorno das coxas,
a PELE,
no RETORNO do beijo,
o lábio,
DOCE,
decisivo em meu VIVER.
AMO a tua raiva escorrida,
CABELOS que correm com
o VENTO,
lento é o TEU toque,
mote DESSE meu sorver,
de MEL,
e mal TE conheço,
carne que ME alimenta
a ALMA.

AVISO

Querer
é UMA arte que só os ignorantes
promovem PRÁ si.
Quando ALGO há de ser seu,
o será GRATUITAMENTE.
O ESFORÇO é o consolo
dos QUE sempre perdem.

NO FUTURO

No FUTURO, este há de ser
somente MITO do que já nem é
no PRESENTE.
E se sente SÓ por tanta
GENTE perto, de longe sorrindo.
e SE sente pó,
na CURVA de uma estrada deserta,
ESTA que engarrafou os olhos
VIDRADOS do meu
retrovisor.

CAMINHADA

Enquanto CAMINHO no silêncio
das RUAS,
as minhas MÃOS pedem socorro,
silenciosamente.
O medo me ATACA a calma
e deixa-me INSTÁVEL ao futuro
que já DEMORA a chegar.

PRÁ SER ASSIM

É tão intensa
a desumanidade contida
nas palavras.
E isso além das próprias
coisas que somos,
e se nem somos mais nada.
Onde vou,
tudo o que se parece
com isso é desejo,
espelho das minhas horas
incontidas no gozo,
lento,
lapidado nas mãos
de quem se deixa
entregar-se.

PEQUENO

As proporções me TORNARAM menor
agora
se FIZERAM nas minhas próprias
CONJUNÇÕES de tempo e
espaço.
Era mais FÁCIL viver na sutileza
dos meus DESVÃOS,
que na GRANDEZA dos meus
desatinos.

21 de jan. de 2010

INSPIRA

Tira-me TEUS gestos, que meu dia
CEGA, como flecha que
ME acerta no peito errado.
E se QUERES me inspirar a manter
a COR dessa estação calada,
MOSTRA-me teu rosto intacto
à LUZ do sol,
que MEU corpo se altera em
VERSÕES de quem já me reconheço
como TEU.
E no fim, eu SOU teu.

ESPELHO ENTREGUE

Os BEIJOS cessaram com tua
ida,
mas o TEU gosto permanece
INTACTO, nos meus lábios,
como se EU fosse apenas
cópia do TEU existir.
De FORA prá dentro
eu me ENTREGO ao deleite
do ESPELHO,
e TESTO as minhas forças
prá TE sonhar mais uma
VEZ.

DEVANEIIO

Já tive MEDO de ser feliz,
hoje TENHO medo de não
mais SABER de mim.

AO SOL

Ao sol,
as SUAS mãos ardentes eram
o MEU maior presente
do VERÃO.
Agora, sem elas,
é INVERNO intempestivo
em MEU quintal.
e da SUA alegria transitada
nos meus VERBOS,
sobrou-me apenas MÚSICA,
que ora se cala
quando a PILHA dos meus sonhos
EMUDECEM-se.





TEU CARNAVAL

No teu CARNAVAL de cores e sons
SEDENTOS,
eu já fui o ARLEQUIM que chora
a DOR de um pierrot apaixonado,
sem COLOMBINA,
sem a CHANCE, menina.
Agora, nas CINZAS da quarta-feira
que CHEGOU, o todo do meu sofrer
se FAZ em tuas mãos,
MINHAS cicatrizes,
nossas TROCAS de querer bem,
MESMO sem querer mais seguir.
E a gente BRIGA
nesse JOGO de ferir,
a gente GRITA nesse tom de
silenciar-se,
e PARTE o peito ao meio,
em MIL pedaços, desses que
já nem se CONTAM mais às mãos
doridas de CANTAR sambas
e CHORAR valsas de amor,
perdido.

PRÁ SER

[É de ser humano
esse sentimento propagado
das palavras que se perdem,
quando não mais, e calam]

LOUCO QUE SOU

E, quando FINALMENTE me detive
nessa normalidade das COISAS
acontecidas,
DESCUBRO que fiquei louco.
Saí da MINHA contenção de gestos
prá CABER mais firmemente
entre OS grotescos provérbios,
desses, QUE homens,
já não são MAIS humanos.
Prá me COMPORTAR como normal,
precisei FINGIR a loucura
posta em MINHAS mãos.

PRETÉRITO

Haveria eu, de SER o estranho,
quando é VOCÊ que não se
LIVRA de ser do seu passado
o ATOR, e passa a tratar
de NOVO do que é agora
COMO se fosse antes?
Como POSSO ser duvidoso, se
é em SUAS mãos que se guardam
as HORAS que te ofereço?
Por que são MEUS os defeitos
e DISSABORES, que voê procede,
no MESMO instante que é a tua
PAISAGEM que perde as cores,
sonhando ALGUÉM que já se foi?
De ONDE você tirou as certezas
que me DEIXAM em dúvida,
senão da PRÓPRIA vontade de
ser ESSE, que você tanto nega,
e ME promete a diferença,
sendo VOCÊ essa igualdade
com teu PASSADO?
É melhor pararmos de SEGUIR em
vias de MÃO dupla,
porque do MEU lado a dor é
forte, e DO teu,
o que dói é cômodo,
e RÓI em você, saber que sou
ESSE teu presente,
mas não me FAREI mais futuro
nos OLHOS que vêem pelo retrovisor
o QUE já passou,
sem ESTAR atendo ao que
está CHEGANDO.

DE SORRIR

Quantos INSTANTES desesperados me são
NECESSÁRIOS para lidar com a
tua AUSÊNCIA?
E de tanto COEXISTIR com essa dor
que eu ME aprovo, nesses TRAJES
e mortália, de seguir,
se SORRIR e ainda sim,
PENSAR-te melhor em mim.

CANTO APRISIONADO

Coisas das MINHAS horas,
são em PARTE, o que escrevo
e juro,
NUNCA entendo o que em mim
é PALAVRA.
Pois, se NELA me escravizo,
me CONDENO, me contorço em sílabas
desconexas, FRASES sem pressa,
mas ELAS correm das mãos e
BOCAS que tenho, prá se
TORNAREM distantes,
disformes,
DISTOANTES.
Calado,
O estado MAIOR da minha desumanidade,
que eu NÃO sei mais manter
intacto.
Lá FORA, todos esperam de mim
o ÓBVIO, provas de vida,
e EU morro, sempre nas expectativas
de QUEM me espera.

ADENTRO

[Noite ADENTRO, eu já nem ENTENDO mais o que se passa nesse PEITO torpe.
Que me DEIXA entregue, FUGÍDEO, faminto dos seus olhos, e FAZ tempo que
EU saio de casa, na BUSCA dos encontros com teus PASSOS]

DE LONGE

MESMO com a perda
irreparável da minha
PRESENÇA nesse cômodo silêncio
do TEU quarto,
ainda SEI que meus olhos
hão de REVER em pretextos
a VOSSA chegada em meus
CANTINHOS guardados no
ESCANINHO da alma vadia,
desse que SE esqueceu de
parar no TEMPO prá te
esperar.
E, no FINZINHO desse inverno,
o SOL se fará parente dos meus
DEDOS, a te esquentar,
ao LONGE.

COTIDIANAMENTE

APESAR de ser inteiro,
as METADES que me compõem
SE desfazem,
no PÓ da poeira de
ONTEM, no toque perdido
de HOJE.
E apesar de ACORDAR ao
teu LADO todos os dias,
me VEM cotidianamente ao
PENSAR, a sensação
de PERDA e desatino.
Não há em MIM se quer um instante
de SILÊNCIO.
Pois, quando vais e LEVAS
teu som,
eu FICO com meus gritos.

SEMPRE, ALI

DESSA vez era prá sempre.
E, mesmo ASSIM, acabou.
Por mim,
O QUE é prá sempre
não precisa, enfim
SER eterno.
Basta se VALER nos seus
instantes de VIVÊNCIA
como definitivo nos
SONHOS, e na voz
de QUEM, saudade sente.

20 de jan. de 2010

MENTIRA

Pedaços de MIM se perdem.
Deixam à LUZ do amanhecer
o ECO.
Grito de quem JÁ se foi,
carne de quem VIRÁ.
Parte desse TODO sou eu,
e o RESTO também
me CONDENSA,
em HOMEM e mentira, posta
à mesa,
do JANTAR.

SEM SENTIR

Os meus PEDAÇOS armam,
buscam LÓGICA no não
SER.


[coisa de TENTAR se encontrar
no TRATO mais fino de
VOCÊ]

ARTE

Na TARDE que me passa longe de você,
SILÊNCIO e solidão me agitam
a TUA falta.
Enquanto RESISTO, persisto na tentativa
de PROSSEGUIR.
Mas, quando PÁRO,
de assalto, descubro que VOCÊ é meu
LAR,
minha ARTE, confusão.

TE QUERO

Te quero.
E se JÁ não nego mais
é PORQUE quero ainda mais
QUE as minhas forças
conseguem TRADUZIR nesse
português RUIM.
Te espero.
E se me SOBRESSALTO,
é que do ALTO da minha janela
a tua MORADA parece
longínqua.

19 de jan. de 2010

TUDO A VER

No rádio a SUA voz parece
sempre COM a música que
me TOCA, na falta de
CALMA que sinto.
Tudo a VER,
meus MEDOS e desilusões
e TUA ausência.





ELE NÃO ESTAVA LÁ

Aquele que NÃO estava lá,
não POR isso deixava de
estar.
Era SOMENTE uma coisa de não
PRECISAR se mover de lugar
para LÁ estar.
E a gente LEVANTA todos os dias
para ESTAR nos lugares,
sem SABER que estamos sem
ESTAR.
Ora ESSA,
o homem que não ESTÁ onde deve,
não PRECISA sair de lá,
para, ENFIM estar.
É porque SAIR de onde se
está, PARA chegar
é DEIXAR de estar,
e jamais SE dar por chegado.
O AMOR também o é assim.
Nunca ESTÁ,
mas NUNCA deixou de
PERMANECER.

ABRIGO NA RETINA

É ESTRANHO como o querer se faz
NAS coisas mais simples
do OLHAR.
E não me ADIANTARIA ter em mãos
teu CORPO e tua saliva,
se NA calma do verso,
os TEUS olhos não se
CRUZASSEM com os meus.
Preciso do SEU abrigo nas
RETINAS, para saber que
me VALE a pena seguir.



[Querendo-te sem ter FIM]

ASSIM

Havia lá, um DESEJO.
Hoje, uma CERTEZA.

18 de jan. de 2010

QUANDO NÃO

É quando MENOS se sabe o que
se PASSA no peito,
que a GENTE mais tem consciência
de QUE se é humano.
A perdição e a DÚVIDA são
os MAIORES indícios
do NOSSO real estágio.

BABY

Lê-se na MINHA camisa:
O tempo ATRAVESSA o homem
com sua FORÇA de seguir.
O HOMEM ao revés do tempo,
QUER é permanecer.

DISCORDÂNCIA

A vida é um LAÇO de discordância,
que em SUA teia,
sempre NOS deixa à beira
do ABISMO.
O nosso MAIOR elo de ligação
com o ETERNO não é a queda,
mas a REFLEXÃO.

NADA SEI

Que do AMOR, nada sei.
É fato.
Mas, que de MIM o amor
se REFEZ...
Ah, isso é coisa
que ENTENDO sim.
Desde QUANDO a tua mão
tocou à MINHA na rua.

A VIDA É LONGE

Por que a POESIA haveria de ser
PIEDOSA?
Cheia de IMOBILIDADES e amabilidades
quando a VIDA cala e FALA mais
que a FACA à pele, cortante.
Por que EU deveria me prever
em ASTROLOGIAS e fantasias de
VIDA boa, enquanto que o fato
é SEMPRE marcado na dor e
dormência de QUEM somos?
Vida CHEIA de esquinas e tumores
que se DISTRIBUEM em segredos
sacrifícios e FORTUNAS esfarrapadas.
Por que OS caminhos têm de ser
LONGOS ou menos cansativos?
Deixa a COISA de seguir mais rente,
sem FIM, sem começo,
APENAS no prazo da consumição.
A vida é LONGE pro que a gente
TESTA como vital.
E tão PERTO, quando desatentos
ao que é REAL.



De fato A GENTE não está preparado
prá VIVER de esse lado,
então ENCENAMOS.

CIRANDA E DESTINO

Esse que é o SONHO de hoje,
furtivo,
FIRMADO na vontade de se
achegar ao TEU braço,
faz de MEU lábio,
o laço do TEU finito
caso.
Intrigado ESTOU com a sua
FALTA, sentida nas mãos
de MINHAS horas,
e os MINUTOS custam a
chegar ao FIM.
E recomeçam, RAPIDAMENTE.
Lá, POR longe,
o CERTO desse sonho é a
CALMA que me conserva intacto,
ao ACASO de suas intenções
que AINDA não ditas
me DIZEM que sim,
você VEM.

DESENCONTRO

Prá mim,
QUE nunca soube o que era
SILÊNCIO,
me atraso na HORA de te ver,
PORQUE lá fora, agora é
FERIADO e eu não entendo
a FALTA de carros e buzinas
a ME retardar.
É tudo COMPOSIÇÃO de um
desencontro em PLENO carnaval
na AVENIDA.
A vida PEDE ritmos,
e eu SÓ quero mais um pouco
de VOCÊ.

17 de jan. de 2010

MAS.

Mas, tudo vai EMBORA,
já PASSA da hora de ir.
MAS, tudo se faz no agora,
AFORA os medos o tempo faz
PASSAR a dor do porvir.
Mas, TUDO se faz inglório,
se NOS olhos só vejo
o VAZIO.
Mas, tudo JÁ é quase sonho,
REMONTO os detalhes do beijo,
e ainda ME faltam gostos.
Mas, tudo DEIXOU de ser,
e ERA melhor ainda sim,
ESSE teu sorriso se desfazer
no FIM.

DESDE QUE...

Desde que TE vi eu te quis,
refiz os MEUS planos e
passagens de VIDA,
e resolvi FICAR.
DESDE os tempos que te sonho
comigo, é FATO parecer
teu FARDO mais pesado,
pois me ABRO,
me ENCONTRO sempre a dizer-te
as COISAS mais estranhas
e APAIXONADAS,
mesmo SEM entender o que
se PASSA aqui, no ÍNTIMO.
Não DÁ prá ficar só,
se VOCÊ torce pelo meu
CALOR contigo.





COISA DE SAUDADE

Enquanto ESPERO o teu retorno,
eu me FAÇO um trato de silêncio.
É preciso me CALAR nas ruas
e RUDIMENTOS de uma gente
estranha,
única MANEIRA de concentrar-me
no REVERSO desse instante
que me PASSA a cabeça.
Loucura à FLOR da pele
e minha LUCIDEZ passeia em teus
CABELOS, fartos.
Saudade é COISA que a gente
sente SEM nem saber das suas
RAÍZES e reações.



A MENTE AS VEZES MENTE

Eu entro EM casa e tento
imitar o teu SILÊNCIO na
sala de ESTAR.
Estou FARTO desse barulho
que me INCOMODA.
É tanta GENTE indo e vindo
nas RUAS,
que me FAZ falta ver teus
OLHOS,
e dormir de ENCANTAMENTO
sobre teus braços,
quando EU mais parecia estar
em EXTASE.
A mente, as VEZES mente prá
gente, e ME deixa um tanto
LOUCO prá te ver
naquela LENTE das fotos
NEM tiradas de você.

OXÍMORO

A minha CERTEZA
é somente de estar por AQUI,
indeterminadamente.
A minha DÚVIDA
é se quero permanecer.
Vivo NESSE dilema.
E não HÁ contexto que me possa
tirar CONCLUSÕES, pois
enquanto QUERO ir,
você me PEDE prá ficar.
E quando FICO, a necessidade
de PARTIR me consome.
Eu SOU oxímoro dos meus
PRÓPRIOS intentos.

QUASE ACABANDO

Lá BEM longe há um tempo novo
para SER vivido.
Só não SEI ainda, qual
o MEIO mais fácil de chegar
nesse LAPSO de tempo,
que me POSSA ser mais
inteiro que o AGORA, já quase
acabando.

MANUAL DE ESQUECIMENTO

TUDO o que ainda não joguei fora,
nem é PORQUE ainda me serve,
MAS, de fato,
o CASO de querer bem
vai ALÉM da simples vontade
de LIMPAR o peito.
EU deixo os teus registros
na AGENDA do meu tato,
e PASSO prá outra afirmação.
O meu MANUAL de como deixar seguir
FOI escrito por mim,
e NÃO acredito tanto assim
no QUE digo.
Digo MAIS além,
se NÃO te esquecer, não é PORQUE
você ainda está EM mim,
mas PORQUE a tua reprise
DEMORA acabar.

DEFINIR QUANDO

E você NESSA cena óbvia,
CHORA, se retorce,
FORMICIDA nas mãos,
mas o CORAÇÃO tão tranquilo.
Pura DISSIMULAÇÃO em dizer
te AMO,
e CHAMO teu nome no
ESCURO, ainda que estejas
pensando NELE.
É CALMA, falta de fazer coisas
NOSSAS, mas eu te perdôo,
ainda que não TE queira mais.
Ah, não, MENTIRA.
PERDOAR é perder com classe,
e eu NÃO tenho tanto a
CONSUMIR das minhas horas
assim.
Lá FORA os carros correm,
as CASAS saem do lugar,
e eu SIGO em direção ao caos
do MEU apartamento,
ESCANDALIZADO de ainda existir
entre os TEUS retratos.
Porque é FÁCIL dizer que esqueceu,
o DÍFICIL é definir quando.

SWEET DREAM

Os meus SONHOS têm transitado
entre a NORMALIDADE de tua
AUSÊNCIA,
e a LOUCURA de tua chegada.
Espero CADA instante,
e VIVO, esses momentos
COMO últimos.
Pois se VAIS, preciso te
guardar em MIM,
e se FICAS,
necessito URGENTEMENTE te
marcar em minha PELE,
meu PULSO,
que BOMBEIA todo o sangue
pros SEUS desejos.

A CHUVA LEMBRA

A chuva me LEMBRA
querer a sua boca,
MOLHADA,
manchada de VERMELHO,
como ARTE.
E o TEU jeito já me era
ESTRANHO,
ainda que ESTIVÉSSEMOS juntos,
HORAS a fio.
Esse RIO que corre em
VOCÊ,
me FASCINA, dá-me um tanto
de SENSAÇÕES que nem mais
CONHEÇO,
e desço a CORRENTEZA do teu
abraço, em BUSCA do teu
LADO mais profundo.

16 de jan. de 2010

MATO-ME, VIVO-ME

Eu mudo, MUDO sempre.
MATO-me.
Vivo-me COMO projeto,
imperfeição.
Aceito-me, CARNE, colisão.
DETESTO-me, em partes,
heresias.
Caso-ME, caso queira ser
FELIZ, é o que faço.
PASSO pro infinito,
tinto-me EM cores saudosistas,
saudações e PARTIDAS.
Dos MEUS lados, o que me
LADRA não é cão,
MAS a temporada de frases
e FUSÕES.

NO SILÊNCIO, OS MEUS GRITOS

No meu SILÊNCIO, os gritos ecoam
SURDOS,
insondáveis,
POUCO contrários ao
DESRITMO do peito,
procissão.
Eu, PRATICAMENTE triste,
ainda RIO, vocifero carinhosamente
teu NOME,
e peço QUE vás.
Embora VOCÊ não me veja mais
de PERTO, a tua partida
foi um PRÊMIO prá nós
DOIS.
Dias e DRÁGEAS eu tenho engolido,
não à ESPERA,
mas em BUSCA, de trens e
ATMOSFERAS novas, que me conduzam
e não me TRAGAM mais
aqui.

CORRENTEZA

EM sua boca,
eu tenho a MINHA,
em meio aos DENTES,
mordidas e LEVANTES.
Em SUA rouca voz,
os MEUS sorrisos,
entre TONS e tímbres
sem PEDIR mais brilhos.
As manhãs se AMANHECEM em
cores de OUTONO em primavera,
em PLENO inverno
de SONHOS e saudades.
Lá FORA a chuva cai
e o SOL reabre o teu
ABRIGO,
seio RECEBIDO junto ao meu,
o TOQUE, de um peito
TORTO,
acalentado PELO ninho.





CORPO QUENTE

MEU corpo quente,
CALA a essa hora,
PORQUE espera as tuas
MÃOS chegarem a
ME atrair.
A dar de SI o teu maior
PRENÚNCIO,
o alento do meu
CONFUSO dia de inverno,
em PLENO verão.

AOS OLHOS

A sua CULPA tão inocente,
sempre DISFARÇADA da
DOÇURA vitimada dos seus
OLHOS furtivos.
Era um DESLUMBRE te ver
entre as MENTIRAS e alegrias
que VOCÊ exalava,
como PARTE do hálito doce
que te ACOMPANHAVA.
Você ERA das mais encantantes
PESSOAS, que jamais SOUBERAM
amar,
e MESMO os seus
oxímoros ERAM todos relegados
ao PRESENTE,
que VIVI, sem saber que
PASSARIA.

TEUS OLHOS

POR mais que eu tente,
SÃO somente com as lentes
do TEUS olhos que
eu VEJO um mundo
MELHOR.

15 de jan. de 2010

CORES IMAGINADAS

CORES quando imaginadas pelo peito
são FEITAS de tons tangentes,
que a GENTE poucas vezes pode se
SEPARAR.
A diferença ENTRE o meu e o teu
OLHO
é a NUDEZ.
Enquanto me DESFAÇO do que não
CONHEÇO,
você se REVESTE de querer ir além.
E assim, A GENTE se contempla,
na completude DE não fazer
a miníma DIFERENÇA,
essa diferença.
É como SEGUIR no sentido,
SENTIDO.





[CORAÇÃO aos saltos]

AS COISAS

Não CONSIGO entender porque as coisas
me SÃO tão estranhas quando se trata
de VOCÊ.
Não te SEI quem é.
Não te VI chegar,
nem PARTIR.
Não OUVI sair da sua boca
meu NOME,
e tenho chances de
ESTAR apaixonado.
Por UMA idéia,
POR um desejo,
uma ALMA que me desnorteia
pela PRÓPRIA mensagem
de não SABER de mim,
assim como DE você não
SEI.

DIAGNÓSTICO

DIAGNOSTIQUEI meu mundo, errado.
E tudo o que SENTI era só causa,
nunca CONSEQUÊNCIA.
Nunca fui AÇÃO, mas reagi em
tantos INSTANTES,
que pareci estar em GUERRA.
Essa TERRA de ninguém chamada
PEITO, agora me serve de leito,
NA busca da cura inglória
do DESAMOR.

DESVALOR

NUNCA fui dado em grande valor por quem
ME viu. Talvez POR isso que eu ainda seja
o SUJO homem que se partiu em PEDACINHOS
de vogais em ABERTO.
E quando me AGRUPO, sou apenas
remendo de QUEM já não se vê mais por
AQUI.

IDA

DE nada me valeu sentir.
Melhor SERIA apenas ter seguido
em FRENTE.
Quem sabe eu TENTE de uma
próxima VEZ,
ou vida.
A ida é CERTA, mas a essa
HORA, o trem já passou.

DOIS LADOS

Te assumo em MEU leme,
e peço APENAS que reme
contra a NOSSA maré.
Te PEÇO que pense,
e que NADA mais seja só
idéia.
EM mim já não cabem mais
os MEDOS e mentiras
de ANTES.

MAIS DE MIM

Se queres UM tanto a mais de
mim, NÃO se perca no
caminho,
nem SE faça perder
em HORAS de querer em
silêncio.
A palavra quando NÃO dita
não EXISTE, pois a idéia
é MERA consoante
do SONHO.





INDO

No PASSADO era um só,
NO presente é falta,
e SÓ.

14 de jan. de 2010

ACORDE AGORA

ACORDE para os sonhos,
e deixe que a REALIDADE se faça
em VERSO e prosa.
E torça PARA o tempo não se
PERDER em você.

POR DIZER

[O todo é a concepção mais clara de TUDO.]

VARRE DOS MEUS OLHOS

VARRE dos meus olhos guardados
o PÓ de um passado amargurado
e SEDENTO,
que eu te MISTURO em minhas
tintas e TE faço mais
MODERNO.
Traz do MEU futuro o teu
PRESENTE, e me presenteie com
tua LÍNGUA que eu mudo a
mão de LADO das ruas
e TE recebo em minha
ALFORRIA, como assinatura,
como LEI, lado mais belo
de quem NEM pensava ser.
Me ACUSE em teu reverso,
que eu DESFAÇO das dúvidas
e DIRFARÇO as tuas dívidas
COMIGO e te acalmo em meu
LEITO de hora em HORA prá na
HORA certa te ver acordar.

LOUCURA X LUCIDEZ

PRO início da loucura, basta então
que a LUCIDEZ se refaça em sono
ou PERCA a hora do trem.
É tudo um CONJUNTO, de precisarmos
ENLOUQUECER de vez em quando
prá entender o RITMO das coisas.
No DESVIO de olhos e
BOCAS que se erguem em silenciosos
GRITOS,
e se ALTERAM em variantes de
SORRISOS debéis
e DISSONANTES do que antes
era IMPULSO.
A LOUCURA é princípio,
a LUCIDEZ é vício.

É DE SER

[O que é
nem precisa de conselhos.
Mas, ainda sim
se aconselha em cartas,
já marcadas.]

ALMA

A ALMA é a ciência da loucura.
É nela que a gente GUARDA as mais
ALTAS cartas de amor
e ÓDIO num jogo
de FALTAS e feridas.
É nela que FECHAMOS os ciclos
de QUERER, bem ou mal,
AINDA que nela nos façamos
MAIS aquém de si
QUE do próprio existir.

EU, HEIN!

[Amor é coisa
que a gente descobre
quando nada mais faz sentido.
O amor é a FALTA de contexto,
daquilo QUE nos é desprevinido.]

ATO ENSIMESMADO

NAS coisas que faço
nao EXISTEM dúvidas,
MESMO que haja arrependimento.
Lá NO ápice dos meus
intentos,
o QUE se perde não os
ELEMENTOS de minha chuva,
mas os RAIOS dos sóis
de QUEM se foi.
E PASSO então a compor
VERBETES de pouca verdade
e NENHUMA intenção
mentirosa.


[Me CALO no ato seguinte]

PENSA SER

ESTANDO disposto pro que a vida oferece,
VOCÊ acaba se deixando resolver
pelos ACASOS das noites
de CONVERSAS e
VINHOS casados com olhos
SEDENTOS,
os intentos ENTREGUES ao fato
do QUE nem somos.
As HORAS são FORMIDÁVEIS
quando A GENTE se esquece
que é GENTE e pensa ser
somente IDÉIA.

ÓPERA DO ESPELHO

Não se CONFORME,
com a FORMA que você
me VÊ,
refaça OS cálculos
e DITE os novos trabalhos,
afinal EU estou aqui,
SOMENTE para ser
VOCÊ.

QUE PENA!

TANTO com que o se abater
e FOI o pássaro logo
se PERDER em sua curva,
LONGA e reta,
DESTA que é a vida,
TIDA como uma só.

O EU

O eu nunca falha.
Tarda em seu DEVIR.
O EU nunca é frágil,
FÁCIL de se distrair,
apenas.

13 de jan. de 2010

RETRATO-ME





[Quanto RETRATO-me em fotos,
os FATOS de sorrisos dados
SÃO tão ao acaso
que MAIS parecem obra
DERRADEIRA d'uma vida que
DESCONHEÇO, mas ainda sinto
o CHEIRO dessa, que já se foi.]





NÃO LEVE A MAL

Na mesma MÁSCARA
que escondo as lágrimas
APRESENTO as alegrias incontáveis
dos DIAS de chuva e
SOL,que de mim já fazem
PARTE.

QUANDO O CARNAVAL CHEGAR

Quando o MEU carnaval chegar
o PORTA-estandarte se abre
e RECEBE o teu beijo
COMO ensejo do
ENCONTRO certo
de DOIS, que mais que se amar
se PROPÕEM o toque
COMO troca.





PRÁ TOCAR NO RÁDIO

Do rádio ESCUTA-se os sons de
SUA voz,
RIMADA com meus versos
e intentos.
Tudo em MISTURA de ser o nosso
JEITO de amar.
Estranhamente eu DANÇO,
como FOSSE esse som,
de CARNAVAL,
mas era a TUA valsa que me
embalava, quando EM noites de
chuva, em NOSSO rádio
você DIZIA que eu era o
TAL do homem que te fazer
PERDER o salto,
SAIR da estrada
e NADA mais tinha importância,
se DE lá você me
avistava.

DO ZERO

Do ZERO só se começa quando
a gente ASSENTA a poeira dos
TEMPOS,
e sem DESESPERO se dá o
minímo de CONTROLE do barco,
ARCO e flecha
que POR vezes nos acerta
a CALMA destemida.
DO zero só se refaz
quando NÃO há mais mistérios,
MENTIRAS e montanhas
a ALCANÇAR,
porque do zero
NEM precisa começar do
PASSADO,
mas do LADO de fora
da dúvida,
CULPA de não ter feito
do ZERO desde o começo
do INVERNO.





POR VEZES

As VEZES eu não sirvo muito.
E as vezes me SIRVO à vontade.





TAL DO TEU BEIJO

Eu não QUERO o desvendar das
TUAS vestes,
nem o DISTRAIR dos teus
feriados.
Eu QUERO ser parte,
CARNE que te alimenta,
PRONTO, o homem que te sustenta,
a FALA que te escuta
e TE diz as coisas sem
SENTIDO das manhãs indencentes
e SEM roupas.
Quero a PRAÇA mais delicada
do TEU sorriso,
o DESFECHO dos teus cabelos
sobre os olhos,
e a TUA distração comum
AOS que se apaixonam pelo
ÓBVIO,
não pelo INCERTO.

TOMO DE ASSALTO

Te TOMO de assalto nesse abraço
e ME acalmo em tua
TORRENTE de energia,
que se IRRADIA por minha
PELE,
o teu estado de
DESCANSO maior.
Se te AMO mais nessas horas
é PORQUE tua delicadeza
se PERDE na ferocidade
de QUEM tem fome,
SEDE de se entregar.

[?]

Interrogações
devem exprimir QUESTIONAMENTOS,
nunca DÚVIDAS.
Se não,
o resto não vale a pena.




PREÇOS

O muito do AMOR que se tem a dar
é quase SEMPRE perdido
em MEIO ao desgaste das
coisas não TIDAS,
do que não é VIVIDO,
do TANTO que é sofrer
por se ENTREGAR.
O estado DAS coisas quando
amadas é quase NUNCA dadas
em GRANDE valor,
e isso PORQUE se pensa o amor
VIR de graça.
Mas, DE graça nada se faz aqui,
e POR onde se andar
haverá SEMPRE um preço
que se PAGAR,
para ser OU por ser
FELIZ.

SERENO

o SERENO que escorre
pelas horas da madrugada
me ESFRIAM os sonhos quentes
de CADA dia.
Tô DEIXANDO quieto toda
ESSA euforia,
prá SABER um pouco mais de mim
que a PRÓPRIA sintonia
de RÁDIO que me toca,
como FOSSE música.

LEI DA FÍSICA

O ESTADO temporário das coisas é a VIDA.

DOIS







[Dois SÓ se constrói com a união de ALGUNS.
As VEZES muitos, tirados aos POUCOS são
necessários para SE fazer o DOIS.
Não QUE fosse preciso mais, MAS a gente ainda
não SABE como definir esse tanto,
APENAS com EU e você. Por isso mesmo que
se EXPERIMENTA, se comenta, se refaz,
até QUE o todo esteja certo de ser somente
DUO.]

COR DO MAR

Tão DOCE é crer na cor do mar,
que ELE deixa de ser
INCOLOR, e passa
a ser AZUL.
Cor DE saber mais do amor
que do MUNDO.



TIÊ








[Não SABEREMOS nunca quem começa e quem TERMINA a vida,
mas SEI que no meio dela ESTOU eu.]

DESTINATÁRIOS

[As cartas a ti mandadas,
me acalmam a tormenta
de nem mais te saber LER.
As faltas EM ti alcançadas,
nem mais se diferenciam
dos MEUS pecados,
tudo é subtração sem a TUA parte,
o teu encontro com o MEU,
todo.
O teu REMETENTE se esconde
em meu destinatário,
e a tua ESPERA se faz
no meu OSTRACISMO,
que me escondo em tuas PERNAS,
tuas carnes DOCES,
mordidas entre meus DENTES,
dantes escondida sob a tua ROUPA,
clara, desnudada de jeitos.
O NOSSO entremeio
é feito de charmes,
CLAVES e sintonias,
nunca PERDIDAS,
pois jamais encontradas.]






DAQUI

Se te vejo, NÃO
vejo NADA longe de você.
O meu AMOR tá em mim,
e SAI correndo por
VOCÊ.
Se de mim EU fujo,
é em VOCÊ que me escondo,
se FAÇO graça
é POR teus olhos que
me ATRAVESSO as ruas.
E, se POR acaso eu choro
ACERTO em cheio onde
te ENCONTRAR,
lá no FUNDO do meu peito,
LOUCO, torto,
atormentado a TE construir,
PORQUE não há nada
sem VOCÊ.





COMO SERÁ

Daqui prá FRENTE
tudo SERÁ como sempre se quis,
CASAS abertas,
janelas NUAS, a te esperar.
O sol BRILHANDO sonhos,
BEIJOS alçados em vôos
RASANTES,
calmas ELOQUENTES,
e o TOQUE, irrepreensível.
Toda a GENTE de braços abertos,
e de LONGE, tudo será
como SEMPRE se quis.





SOB O SOL

Sob o SOL,
eu me AQUEÇO só,
e me REVEJO e só.





REVERSOS

De que ME adiantam tantos reversos
se me VALE mais é o espelho
quebrado que REFLETE a parte mais
intante de MIM:
o fato.
A FACE é somente carne,
PARTE de um castelo de cartas,
que MARCAM-se com o tempo.
Por isso, que me FAÇO infante
sempre que PENSO em verdades.
E as VERDADES pensam sempre
em ser MAIS reais,

LÓGICA DO PASSADO

POR mais que se tente chegar ao ápice
dos ABRAÇOS nunca acalentados
de QUEM se foi,
ainda VALE sonhar.

12 de jan. de 2010

PROMESSA

Me EMPRESTA a tua casa, que te DAREI um lar.






EU-TRAÇO

NESSE verso ainda calado,
eu traço
o RESTO do descaminho que
NOS afeta,
AFASTA a dor e
DISSEMINA a vontade de
ir,
além de VOCÊ e de
mim.
O PASSO que nos resta,
atesta a minha VONTADE
de te ver passar,
na CALÇADA,
na alça dos MEUS sonhos
e certezas.

CALOR E CALAMIDADE

CALO-me em calor e calamidades.
É tão FRIO que nem mais faz,
que já ARDO desde cedo,
até a HORA de dormir.
Peito,
PERNAS,
pontes e
PAUSAS todas
estão em descontroles
de MIM e do meu próprio
DEVIR.
Nada ESTÁ para depois,
mas o AGORA tão parado
me DEIXA estático de
TEMPO e treponemas.

REFAÇO-ME

Bem, não é muito convencional a gente sair por aí distribuindo ALEGRIAS incontáveis, muito MENOS dar-se em mudez, quando a PALAVRA te exala, exaspera a vontade de EXISTIR.
Nem estou aqui PARA dizer que me propus a contabilizar as ALEGRIAS doadas.
Não é isso.
Os meus DOIS olhos nus, me custam responder onde SE encontra meu coração.
E faço essa PERGUNTA, como quem necessita de PULSAR uma vida vista de perto,
partindo a VONTADE de ser mais no colo desse que é meu OBJETO maior de vida, a alegria.
Tenso, eu não me REDIMO mais dos pecados, não rescindo mais os MEUS contratos do passado, nem MAIS atribuo carinho ao LEITO que me entrego em noites, a sós.
Tudo, PORQUE ainda recorro ao desejo imune de te ENCONTRAR, alegria.
Lá no BEM longe que nem posso VER.
Cá NO instante que me FALTA,
e ainda hei de ACERTAR no teu encanto.

QUASE LÁ

EU tava quase lá,
e já nem SABIA mais que
NÃO era mais hora
de VOLTAR.
De MAIS a mais,
eu VIM,
dei de MIM os maiores esforços
prá ESTAR aqui.
Se não POR ti,
permanecerei por AQUI
ao meu FAVOR,
à minha PRÓPRIA condição
de ESTAR.

DE PERTO

DIZ-me que de longe
tu me vês com
mais ATENÇÃO,
que eu DE perto te deixo
BEM longe do
meu CORAÇÃO.





[põe-se a PARAR o trânsito todo dia de noite]

[Não sabemos onde chegar
mesmo quando já estamos lá.]



A VIDA cresce sempre do lado
de FORA do camarim.
E na coxilha SE vê de longe
a SORTE atuar em nosso
TEMPO, que resta.

VENTO MEU

O VENTO que me sopra prá longe,
também me RECOLHE os cacos
quando ESQUEÇO-me
das HORAS de confusão e
DESTERRO.
É o vento que ME acompanha
como BRISA,
e do PEITO sai feito
FURACÃO em busca de
DESCONTROLE e decisão.

CAUSA E EFEITO

[É doce MORRER nesse mar de causa e EFEITO, deleite do GOSTO.]

VENTOS SUL

De TUDO o que eu já vivi,
NADA me interrompe em
seguir.
Eu, paro de CONTROLAR o tempo,
deixo de SEGUIR as rotas
de VENTOS sul,
e CAIO na mesma contradição.
Não SEI de onde eu parti
para AQUI estar,
mas se ESTOU,
já nao me PERCO mais
na SUA última liçao.
Se PRECISAS se livrar do
passado,
eu QUERO continuar perseguindo
o PRESENTE.



[É essa a nossa DIFERENÇA fundamental]

LADOS

Do meu LADO esquerdo, o espasmo,
em MIM no direito, o CHOQUE.

PRETEXTO MAIOR

Desde que ACORDEI hoje,
senti que havia algo estranho.
Era o CALO no pé
que já não feriam as
MINHAS andanças.
No RESTO do contexto,
o pretexto MAIOR agora é
ser FELIZ.

REWIND

'A VIDA não tem
REWIND'*,
então pare de querer
um PASSADO que
já não TE cabe
mais.






SÓ AGORA

Só AGORA entendo o lance de quase acontecer.
E VEJO o tanto que ser dissimulado
AJUDA a conter os enganos
do QUE poderia ser.





TODO O SENTIMENTO

Tô DEIXANDO todo o sentimento
guardado,
AGORA fazendo sentido
num PASSADO, que se foi
e SE fechou em caixas
de QUERER bem,
ou mal.





CHORAR DE SER FELIZ

Eu odeio quando a coisa
fica assim.
A paixão escorre rente
aos OLHOS
e molha-me como
ARTE noveau.
Deixa QUE a parte
mais dura
DA vida,
tida como a dor
se REFAZ e passa
a ser
o SILÊNCIO.
Meu MAIS novo intento
é CHORAR de ser feliz,
prá SER mais intenso.
PUTA que pariu o resto
das COISAS,
porque EM mim agora
me RESTA apenas o
enleio.

BOCA DE MENINO

Pode SER que lá na frente,
a GENTE saiba mais como ser
FELIZ, mas e daí?
Ser GENTE é sempre um tormento,
e eu TENTO nem tanto
ser ASSIM.
Quero e SOU como silêncio na
BOCA de menino,
SINO sem badalar,
NOITE que chegar
sem CHEGAR,
e sei QUE sim,
o FATO estranho que me apatece,
merece MEU mais novo
instante de loucura e LUCIDEZ enquanto
amanhece.

[O QUE SERÁ QUE TE ANIMA?]

Tudo o que NOS domina,
ANIMA a alma,
NA perda de calma,
na FALTA de se saber chegar
onde a CHAMA arde.
Tudo o QUE nos domina,
ensina MELHOR como ser
GENTE,
prá FRENTE se anda
e FAÇO desse verso
UM toque,
não QUERENDO mais nenhuma
diretriz.

11 de jan. de 2010

MAIS DE MIM

Para onde SEGUIREM
os meus instintos
eu DIGO:
-Não vou.
eu QUERO mesmo é o constante
RELATO de paz,
que a MÍNIMA verdade de
CAIS que vive um homem
sem DESTINO certo.
Prá MAIS de mim
há ainda o MEU desconhecido.

O BAGUNÇO

NO silêncio das minhas horas,
eu me deixo BAGUNÇO,
eu meio ao MOCAMBO de coisas
em minha CONTRAMÃO.

MONTE DE COISAS

Quando eu NÃO tem mais o que dizer,
AO invés de calar,
eu REMONTO as cartas lidas
em DIAS e dias
de TORMENTO,
e faço UM novo rito de
PASSAGEM,
desses que ARDEM como fogo,
nas FAGULHAS dos meus olhos,
e me REACENDO em contornos
de SOLIDEZ,
sem mais SOLIDÃO alguma.

MUI CALMO

O meu ESTADO maior de calma,
eu REVEJO nas guerras.

BEM

PRO bem dos meus sentidos
eu QUERO água,
eu quero QUE saias daqui
AGORA.
DEIXE-me a sós com minhas
intenções e
DISSABORES.
OS rubores em meu ROSTO são
apenas CARMA.
O resto em MIM é
o TODO que me faz ser.

10 de jan. de 2010

ESSE É SER VOCÊ [EU]

[SER você mesmo
é sempre ser AQUELE
que se desconhece,
mas SE deseja conhecer.
É ter por si
uma CERTA aparência
sem PRECISAR necessariamente
estar SE precipitando com
REFLEXOS de espelhos.
É sempre SER
o complemento,
nunca o TODO.]

NOSTÁLGICO?

Nostálgico?
NÃO...
Detesto SER burro por tempo indeterminado.
AMARGO?
Ah, que NADA. Amargo é o olhar de quem se
FOI.
Solitário?
Risos. DE forma alguma. Quando os amigos
voltam aos SEUS lares, eu ligo a TV.
SOBERBO?
De CERTA forma. A sabedoria nos cega de
vez em QUANDO.
SILENCIOSO?
A partir de AGORA sim. Me cansei de carnavais
sem MINHA fantasia.

WHILE MY EYES GO LOOKING FOR FLYING SAUCERS IN THE SKY

Enquanto MEUS olhos buscam o que
VALOR não tem,
eu PERCO o meu tino,
DERRAMADO todo nos rios
dessa incompreendida FALA,
de SER gente, e viver
FEITO tal.
Mas, alguém em SÃ consciência
SABE lá o que é isso?
POR isso, é que deixei de ver
DISCOS voadores.

INSCREVO ASSIM AS PALAVRAS

DIZ-me sim dessas horas que PASSAM arrastadas, coisa alguma que me REFAÇA as malas, e por FIM levante-me desse ESTADO sem relevância.
A minha NATUREZA é de euterpe, pouco ENDEUSADO, quase nada humano, ainda sim GESTUAL.
Tô ainda LETÁRGICO, herético, complascente com a DOR.
Permaneço no ROL dos que não matematicam mais suas EQUAÇÕES desossadas, nem fomento
AS guerras como antes.
A ironia, MEU sobrenome, agora é antítese DESSE que sou, réu julgado, PLEBE do reino alheio, sem DÓ dos impostos que ainda PAGO com os olhos, calados.
Nada MAIS se acaba com fim do meu DESEJO, nem desejo preservar ESSA desordem elegante
das LÁGRIMAS, louco.
DEITO-me, prostro-me, APAGO-me em borracha engatilhada com MEU dedo em riste.
Já não RESISTO ao frio desse QUARTO, crescente.

MAIS UM COMEÇO

ALI, já era a despedida
e eu NEM sabia disso.
Eram tuas mãos, POESIA e presença
que me CEGAVAM.
E eu, ao PARTIR,
sem nem TER a condição de voltar-me
AOS seus braços,
dar-me EM segundos, ao menos,
um TOQUE, último no rosto que
me ILUMINARA tanto.
Agora, que LÁGRIMAS se responsabilizam
por MINHAS horas
nem me ADIANTAM essas palavras.
Já são ANTIGAS,
feito JORNAL de ontem.

YOUR HANDS

CANSEI de dar festas dentro de mim, à SUA espera.
Cansei DE flores falsas no JARDIM, em suas MÃOS.
Cansei os OLHOS de tantos sonhos, e TUDO é, menos você.
Cansei MEUS poros no calos das MINHAS mãos, que me tocam,
tentando REFAZER teus passos em mim.
Cansei de PORQUÊS e porcarias que me obrigo a dizer
só prá NÃO admitir que enfrentar teu MUNDO é guerra
inglória,
AFORA isso, TUDO está em seu devido
LUGAR, tudo menos ESSE carnaval que insiste
em PERMANECER nos meus corredores,
nos APARTAMENTOS, em mim.
E meu MUNDO em movimento me leva,
LAVAM as minhas horas,
como MÃOS sujas que precisam de um
POUCO de mais de atenção.

SEM DIZER

[Já era de se ESPERAR,
enfim,
que o SILÊNCIO versasse
sobre o meu VERBO]

HÁ VIDA, DE FATO?

VOCÊ jura que consegue
enxergar lágrimas
em MEUS olhos?
Pois OLHE,
que AQUI são apenas páginas
de UMA vida virada ao avesso,
um TEXTO perdido sem
ENDEREÇO,
um SONHO maltrapilho
VESTIDO de gesso.
Não HÁ em mim um só átomo
de ÁGUA que desça pelos
OLHOS,
pois REPRESEI tudo que me
POSSA doer,
e DESDE então
FINJO tudo.
Finjo HARMONIA,
finjo alegria,
FINJO fantasias e
DIZERES.
Eu já nem SEI mais onde
se ENCONTRA verdades no meu
átimo de VIDA.
Nem se HÁ vida de fato.

É BOM PRÁ SE TER CERTEZA

A VANTAGEM de ser só,
é que se PODE ser você mesmo,
sem PRECISAR bancar
CARISMA só prá ter que
agradar a quem SEM dúvidas
um DIA irá partir.

TUDO PASSA SEM CHEGAR

O problema é TODA essa diversão
sem GRAÇA, esse passo
RUMO à desgraça de ser
COMO o resto do mundo.
Olho e NÃO vejo marcas,
tudo MUITO arrumado,
arruinando a MINHA vidraça,
ANTES forjada em cores
e VENTANIAS,
e que AGORA se deixa ser
LIMPA todo dia.
É tanta CACHAÇA sem beber,
e EMBRIAGO-me de mim
MESMO.
É tanto LAÇO prá manter,
e QUERO-me ao longe de
TODO o mundo,
num INSTANTE que passa,
e nem CHEGOU ainda.

MORTE

DEPOIS que a morte chega,
é MUITO difícil voltar
ATRÁS.
Principalmente QUANDO se pensa
da MORTE em vida.
é tudo UMA questão de escolha.


poesia e VIDA só se faz com
o VERBO.
Por isso, que NUNCA deixo em
silêncio nenhum DOS meus
DESEJOS.

FLINCH Nº 2

Nós que nos pegamos AS vezes pensando em
COISAS que fogem ao emaranhado
NATURAL de uma vida insípida
DEIXAMOS tanto de ver
ao LONGE,
o que é DE fato importante,
GENTES que passam,
carros QUE param,
oportunidades PERDIDAS.
Lá FORA há tanto o que chover,
e MEU sol insiste em permanecer
CALADO.
Sem IR,
não estando, me ESQUENTA
me deixa TENSO sem saber de onde
VENS.
Prá MIM, a maior fuga
é a FORJADA nos laços e palavras
INDECISAS.
Para TANTO, eu tenho pernas,
POSSE da minha sensatez
prá IR.

À VOCÊ SEM NOME

Tô inundado de TUDO quanto é cheiro teu,
GOSTOS,
abundâncias DAS tuas alegrias.
ANDO, páro, reteso meus DEDOS,
e tua mão continua DOCE em meu
caminho.
Não SEI bem se faço o certo,
mas é CERTO que estou
no meu CAMINHO intensamente,
me OFERECENDO de você
as MELHORES sensações,
e DE longe
eu te AVISTO, nunca a mim
ENTREGUE,
mas MESMO assim,
não PODERIA querer coisa melhor.
Afinal de CONTAS,
a vida se RESUME aos pequenos
FLASHS de máquinas desconhecidas
e OLHARES,
que se APAGAM quando nos
AFASTAMOS.




[COELHIM]

ÁGUA LIMPA

E já FAZ tempo que eu sonhei.
Uma ARTE que já não sei traçar
com MEUS lápis e
tintas.
O ASFALTO é minha grande verdade,
e minhas ESTRADAS, todas de
TERRA, sigo-as.
Tô bem,
sem DESTINOS incertos por agora,
COISA de quem só viveu
o que o TEMPO nem permitia mais,
a VIDA, em si.
As minhas SÍLABAS, antes tidas
como PROMESSAS,
agora são fontes
de ÁGUA limpa.
Tô CHEGANDO perto do meu EU mais
longe,
e NEM do lugar me reportei.






INTERNO AMANHECER

Há um INTERNO amanhecer em mim,
ETERNO jeito de ser
ASSIM,
ora BOM e perigoso,
ORA mal e deleitoso.
Pouco de MIM se faz no sol,
e na CHUVA me desfaço
em querer e CALAMIDADES.

MANTO DE SENSATEZ

[Tão FÁCIL de ser COMO a gente que sofre e que CHORA, que me livrar do manto da sensatez DESMEDIDA, torna-me insensato]






ESTADO DE SAUDADE

SENTES tão de perto
esse gosto presente
em TUA boca,
DOCE-amargo,
CHEIO de querências.
E ELE sou eu,
em estado de SAUDADE.

9 de jan. de 2010

POR ASSIM DIZER

[Considero ORDEM o maior regresso no ATO de tentar ser gente.]
Admiro o CAOS,
a falta de CALMA.
Em REPOUSO parece tudo em
COMA.
Me DIVERTE ver o mundo do lado
de DENTRO dos meus olhos.
Dou SEMPRE um jeito de ACHAR
lugares pouco CRISTÃOS.

AUTO DO SANTO DE BARRO

O ANSEIO maior de quem se engana é,
sem DÚVIDAS,
enganar o OUTRO.
O velho OURO de tolo
nos VERSOS,
canto da SEREIA
AUTO do santo de barro,
SALTO sem para-quedas,
QUEDA sem maiores consequências.
Assim,
as MINHAS mentirinhas jamais
SERÃO dolorosas a quem
POUCO interessa crer.



[Prá que QUERER saber que horas são? Se o caso aqui é MENTIR à tempo do tempo te dar MAIS um tempo de ser FELIZ?]

DESDE ONTEM

POBRE de mim que acordo já sabendo
ONDE chego,
ONDE me deito.
Nada SE faz contente
QUANDO o fato nem é mera
OBRA de acaso,
MAS puramente o ato
DERRADEIRO de ontem,
que AINDA virá.
Venho TENDO muitas certezas,
onde HAVERIA de existir
DÚVIDA.
É COISA do fim dos tempos.

A MEDIDA DA PAIXÃO

Não é de DOR que falo,
mas DA falta de sentir
o BEM do querer.
Não é na COR que eu calo
o vermelho das LÁGRIMAS,
mas no AZUL de um gim estranho
que NÃO tomo,
e ainda embriago-me.
Não é a INSÔNIA que me entristece,
mas o SONO alterado,
de nem QUERER mais
acordar.
Tudo é TÃO distraído quando,
enfim,
FICO só.





APARÊNCIA

[MUITO perto dos olhos, tudo PARECE feio]





POUCO SOZINHO

SE não era eu o dono do teu
ABRAÇO,
me RESPONDA de que lado
VOCÊ está nessa
LUTA prá se viver
em PAZ?
Não PRECISO muito,
mas TAMBÉM ter pouco,
me PARECE melhor ter
SOZINHO.




[DESCULPANDO-me com meu peito]

ASTRONAUTA SÓ

DE fato, no céu do meu sol,
sozinho,
EU já não vejo mais a
tua LUA a me contemplar
com o LUME dos seus brilhos
e BELEZAS.
Sinto, que APESAR de ter vocÊ
comigo,
EU ainda seja um ASTRONAUTA,
e só.
Queria eu SER teu.




VUELVE A SI

E quanto mais ME faltam destinos a
CHEGAR,
mais me SINTO entregue
ao QUE está por vir.
Como CARTA que se escreve
em vão,
LÓGICA incerta dos 'nãos',
e SIM,
ALMA que segue em seu
ESTADO de coisa alguma,
só PORQUE alma é.
Mesmo ENTERRADA no abraço
dos QUE já não são.

DESDE CEDO

TENHO estado com a sensação
de que DESDE cedo,
já ESTÁ ficando tarde
DEMAIS.
UM sentir que molda,
multiplica em MIM
o ÓCIO do devir.
DEIXA ser, que eu quero
TER o que sonhar,
MESMO na madrugada marcada
em PLENA alvorada.

CUT

[MEUS cortes, a vida inteira VÃO doer.]

DEUS TEMPO

O deus TEMPO me assume em teu leme,
e ME conduz, como
ARTE,
parte DE sua lucidez
e me INVADE como loucura,
dessas que NOS tiram o avesso
e o REVÉS de quem somos
se MOSTRA.
Sabe MAIS de mim
que o PRÓPRIO relógio
que me CONTA,
em instantes de vividos,
REVISTOS.

PEDIDO AO TEMPO

Quando o TEMPO passa,
meu CORAÇÃO se acalma,
e SABE das suas condições
de VIDA e frio.
E se FOR eterno esse ir
e VIR,
que vão e nem
PRECISAM tanto assim,
VOLTAR.
Meu PEITO é forte,
e que SORTE a minha ser o menino
MAU das ruas de outono.





OUTRO LADO

Do outro LADO da rua,
os sonhos são SEMPRE
mais interessantes,
PORQUE não são partilhados
nas SUAS mãos de querência.
A BUSCA alimenta mais
que a REALIZAÇÃO.

CONVITE

[CONVÉM, toda proposta
indecente,
VOCÊ aceitar.]

LONGES

Enquanto a VIDA ardia lá
FORA, a minha hora
PASSAVA,
deixava de SER imaginária,
e IA seguindo o seu
CURSO,
prá longe,
pro LONGES de onde eu
quero CHEGAR,
enfim.

8 de jan. de 2010

SEM MAIS

DAS minhas certezas,
a única INCOMPREENDIDA é que
quero.
E FAÇO do querer arma
DE fogo e gelo,
que ORA esquenta o peito
de QUEM busco,
ou ESFRIAM meus olhos
quando ENSIMESMADOS pelo
que OUÇO.
Recolho os meus ESFORÇOS,
e torço PR'UM final feliz,
MESMO sem um fim,
exato.




[Não me adiantam LÁGRIMAS, quando a certeza da queda é MAIOR que a vontade da subida]






SEM FLORES

Não ADIANTAM ramalhetes,
SORRISOS pagos à prazo,
CASOS de amor às escondidas.
A VIDA sabe o que te assombra,
e é o MEDO que machuca
a MINHA alma
com TANTO desvelo em querer-me
TENSO,
sem a resposta,
sem o DESFECHO dos meus atos,
NESSE teatro maltrapilho
e BARATO,
chamado PALCO e vida.

SUPER

Se eu TIVESSE um adjetivo apenas
PARA te definir,
SERIA super.
Super NECESSÁRIO tua chegada,
super ESTRANHO te deixar ir,
SUPER monótonos os dias sem você,
super SAUDÁVEL te desejar.
A SUPER condição de te querer
é APENAS um passo
pro SUPER abraço a te
ENVOLVER.

AQUI

SOMENTE preciso de um sim, prá te dizer que
FAÇO, que falto pouco prá te
CONVENCER a se entregar
prá MIM.
AQUI, teu jeito faz TEMPO que não
me
TOCA o peito.
APENAS volte, chegue mais
PERTO,
certo de QUE não vais partir.

YOU LEARN

EU aprendi que te olhar apenas,
me SERVIA de bálsamo pras
DORES mais intensas.
MAS, os meus desejos
ERAM apenas acalmados com
TEU toque.
Minha PASSAGEM direta pro
que me FALTA,
o que ESTÁ por ser em mim,
VOCÊ.

DEIXE-ME SÓ

PODE me deixar calar a voz,
que EU deixo o tempo
vazar nessa nota SEM
sintonia.
E o RESTO se fará em SOM
de afasia e DESTERRO.
Deixa-me SÓ,
que o resto do medo
me ACOMPANHA.

BORDADO

TE ver, foi como existir num mar
de CALMARIA, em meio à guerra.
FOI tempo de paz,
o TEMPO que me dediquei a te
ver,
REVER tua boca,
dose MAIS quente do meu verão.
E AGORA longe,
EU sinto que ainda é
inverno, EM pleno
CALOR das minhas mãos,
VAZIAS,
sem teu toque,
SEM tua harmonia,
MÚSICA mais doce no meu
silêncio dos
DIAS.

VAMOS DEIXAR SER

Me DEIXA ser,
crer que HÁ saída.
ME deixa ver,
SENTIR que ainda há alívio.
Me faz CONTER os olhos
a água QUE me invadiu
POR ontem.
E SEJAMOS nossos,
como PROVÉRBIO que nunca
se FEZ mentira.





CONTRA_A_MÃO

Já não caio mais em CONTRADIÇÃO.
O que me é DÚVIDA
eu RESSALVO sem culpa,
o que ME é verdade,
eu DIVAGO em outra língua.
Já não SAIO da contramão.
PRÁ mim, agora vale mais
TER o que dizer,
do que SIMPLESMENTE ter que
conter EM mim o gesto.





DOCEMENTE

E falta um traço,
que tanto se ESPALHA na foto.
E FALTA um tanto mais
que EU possa ver,
mas é COMPLETO,
no teto DO quarto
eu TE vejo,
NUM beijo mordido,
LIDO em teus lábios,
COMO meu português
ruim, REAL,
revestido do QUE te quero bem.





LUZ

O que me ILUMINAVA o coração era
a TEZ de seu rosto,
tranquila, SILENTE,
sem precisar de MAIS prá ser.
Eu, HOMEM de pouco tempo na vida,
NEM sabia que no teu
CORPO se escondia a
CHAMA mais clara que
MEUS olhos se poderiam deixar
ENTREGAR.
E FIZ-me parte do teu encanto,
QUANDO no canto do quarto
me DEIXEI a te observar,
de PELE intacta,
pronta PRÁ mim.



[Sem contar as marcas do teu corpo,
QUE meus dentes deixaram.]






POIS É

Os PLANOS que fiz, no passado
MORRERAM.
Agora, eu FAÇO as malas
prá TE encontrar.



[Gente... Que doideira]

SEM

[QUE não me faltem palavras na HORA de calar.]

ANTÍTESE

E COMO se eu não soubesse ser
para ALÉM das minhas próprias
INCOMPREENSÕES
me VERTI em silêncios
que DEGREDARAM o vínculo com
o RESTO de vida,
daqui PRÁ frente.
Pois, que AGORA me bastam
os EUFEMISMOS para me dirigir
a VIDA,
que de RESTO a minha antítese
JÁ não se confunde mais
COM o inverossímil
DAS suas agruras.
Já não me COMOVEM lágrimas
nem SORRISOS,
e eu DÉBIL a flertar
COM tua boca,
ainda que à DISTÂNCIA.

FINZINHO

Esperando o FINZINHO da chuva chegar
prá GENTE se aninhar aqui,
NO lado certo da calma.
E DORMIR,
sentir-se em PAZ,
pro SONHO chegar.


[Aff, q drama]




FICAM AS MÃOS

Se o DIA não amanhecer por AGORA, você me DARIA um tanto mais das SUAS mãos sobre as minhas?
É que AQUI dentro faz tempo que NÃO sinto medo, mas me precipito AS vezes em sentir algo que ERA antes, AMOR, e agora é a tua ausência, somente.
Só me RESPONDA e vá. Ficam as MÃOS e vão as memórias de QUEM já esteve no LIMIAR dos dias, comigo.

PROS QUE...

PROS que me olham com desprezo,
MUITO prazer...
Eu SEI jogar o jogo da incompreensão.
Pros que me DESEJAM em silêncio,
uma PENA...
Daqui de dentro EU sou mais quente.
Pros que CHORAM a minha ausência,
TENHAM calma...
A vida nos DÁ outras oportunidades.
Pros QUE não querem mais desculpas,
OK...
Já não ESTÁ mais aqui quem falou.
Pros que SABEM de mim mais o tempo que passou,
CUIDADO...
Eu não CHEGO na hora marcada.
E pros que se ALIMENTAM da minha alegria ou dor,
ESPERE...
Eu não SOU tão humano,
nem TÃO deus prá supor viver além
das MINHAS próprias expectativas.

ÓBVIO

NOS meus óbvios gestos,
estão claros os meus
TEMPORAIS.
Agora já NÃO chove mais,
mas AINDA sinto o calor
da PELE marcada à minha,
em PELNO carnaval.
O que quero é SOMENTE passar
as HORAS te olhando,
as ESTAÇÕES do ano num abraço
e o TRAÇO feito com teus olhos,
em MIM.

7 de jan. de 2010

MANUAL

Na DÚVIDA, compre um manual de
COMO ser gente.
Porque o MEU já perdeu seu
PRAZO,
e agora,
eu SOU deus.

[eu acho]

NÃO SEI DE MAIS NADA

ENQUANTO o universo não der conta
de RECRIAR o teu sorriso no
SOL e na chuva que
APRECIO, ainda prefiro
AS tuas fotos,
que ME acolhem com olhos
de QUEM sabe de onde vem,
e COMO há de chegar em meu
PEITO.




[Ops, já chegou]

ARREBOL

NO arrebol que me transcende cores
AO nascer dos dias
eu FAÇO preces que
ME levem até VOCÊ.




[PEITO destemido, querendo-te.]

DIVAGAÇÃO DO ALCOOL

E eu a SONHAR com teu beijo árduo,
a MINHA parte mais colorida
dos DIAS.
Só não me FALTE a oferecer
de NOVO teus lábios,
que DELES eu farei meu
PASSO prum estado
de SER além,
em VOCÊ.

MEUS

A tua CHEGADA espalhou luz
na CASA vazia.
As minhas MÃOS vadias
tiveram ENTÃO onde
se ACALMAR.
POUSEI em ti o topo
do MEU rosto,
BOCA na tua,
BEIJO aninhado em teus
GOSTOS,
agora MEUS.




[You]

DE MIM, EU SEI

[A vida TRABALHA em silêncio,
e FAZ dos nossos medos
os MAIORES feitos de
CORAGEM].




Coração PROTEGIDO²

POSSO NÃO

Tu me TENTAS com teu jeito
manso, QUENTE e libertário.
FAZ de mim o teu silêncio,
NUMA noite de pura explosão.
Eu, de LONGE sendo seu
já não me ACALMO mais não.
Pára de DIZER que posso,
porque se EU puder
de FATO,
vou te BUSCAR em qualquer
imensidão.
QUERO-te e já não
SEI brincar de
falsear não.

6 de jan. de 2010

SENTIDO QUE FAZIA

EU ando pela rua no sentido
QUE eu nem sei que
FAZIA.
E para ISSO camomila e
distorções SÃO bons aliados,
NA força da calmaria
e na COSTRUÇÃO da minha
EUFORIA.
Louco VARRIDO na marquês de
SAPUCAÍ dançando em
PLENO feriado de
NATAL.

PESSOAS

QUANDO as pessoas menos parecem
ser QUEM são,
é que REALMENTE algo elas são.
PORQUE é sempre nesse estado
que ELAS mais conseguem nos
FAZER admirá-las
e SONHAR com o que
ELAS podem nos dar.

MINHA CHUVA

A minha CHUVA, sim.
Esta, está PARA
começar.
E vai inundar-me,
em SONS e águas doces,
no sal DO meu rosto.

AFASTAMENTO

ME diga oh Deus, de como ser mais
GENTE, como ser semente,
PORQUE aprendi apenas
SER chão.
Me diz como GERMINAM os sonhos,
porque em MIM nada se faz
mais NÃO.
Já me cansei de tanto
não CHORAR e ver as minhas
lágrimas ecoarem NO lustre do
quarto.
É de ENLOUQUECER querer e não poder,
PODER e não querer.
Por que não me DESTE o direito de viver
na PURA intenção do pensar?
Nada em MIM fora dado
em CONTATO,
porque nada em mim SE aproxima,
e vejo TUDO se afastar.

MATEMÁTICA DA SOLUÇÃO

Dizem que EU sou o motivo da infelicidade alheia.
Porque SOU o filho que não se CASOU nem
se DEU em acertado momento na vida.
Sou o AMIGO que fere com as palavras,
MAIS do que acarinha com as mãos.
Sou o NAMORADO que crítica ante a elogiar
o FEITO do outro.
Sou o INIMIGO que atraiçoa e maldiz os
que SÓ fazem o bem (mas, vejam que SÃO inimigos, quase irmãos).
Sou o VIZINHO que não olha os que passam
na RUA, e choco-me ao DESCONHECER aqueles
que me DESEJAM bom dia, todo santo dia.
Eu SOU, o colega de trabalho, que SABE mais,
e portanto, USA mais do outro, ignorante.
Sou EU, o irmão que não dá a mão ao fraterno,
MAS pede a mão do outro em troca.
Eu que não SOUBE viver, porque diante
DOS olhos de todos,
sou ERRANTE,
mas ante ao PERIGO de ser como toda a gente
que FALA e faz doer suas necessidades,
eu COLOCO-me em silêncio e deixo
a VIDA me deixar viver.
É só isso que TENHO,
o resto é SÓ palavra, que eu estoco no rol
da MINHA memória, prá um
DIA cuspir em rostos já conhecidos
dos MEUS ouvidos.

PRÁ MIM³

[Tô SILENCIADO como EFEITO do próprio gesto de falar]

FASE DAS DÚVIDAS

De vez em quando
eu me LIVRO dos mimetismos que
AGREGUEI no tempo
e PASSO a ser quem sou, de fato.
Mas é um FARDO muito grande
se DIXAR levar pelo que nem
SEMPRE nos revela.
ASSIM, quem sou em verdade
é apenas PARTE do que compõem
em MIM a aquarela.
E quem me FAÇO no traço
desse TEATRO sem chão
é o QUE me afeta,
me REPRESA e faz de mim
o ser QUE já não sou.

MATE-O

[Meus monstros guardados
no CAFÉ da manhã de ontem
acordaram.
Eles nunca esquecem o PASSADO
e não se deixam corromper
com os PRESENTES.
Se ainda sentes ALGO,
mate,
porque AMAR
é perder de si
o dom de ser FELIZ]

FUI FELIZ?

Já FUI tão feliz. E era TÃO mentira,
Que hoje RIO da desgraça
de ser triste,
e AINDA ser real.

DEIXA ENTÃO

[Deixa o MEDO correr entre os DEDOS
como água que chova lá FORA.
DEIXA o tempo arder
em sua carne,
COMO parte do que nos
INVADE nesse estado
QUE é estio.
Que ainda VERÃO em nossa pele
a ARTE mais forte
do que é SER, então].

DIÁLOGO

Um dia me PERGUNTARAM, o porquê de
não VIVERMOS a certeza
do FATO à dúvida
do ACASO.

E, de FATO a minha resposta,
ao ACASO tem força de consoante.

Digo que PREFERE-se os sonhos,
PORQUE a realidade,
quando ACORDADA,
nos FAZ crer numa DOR imensa
sem COR e crença que
FAÇA desaparecer.

SONHA-se, ou entorpece-se,
daquilo QUE mais lhes apetecer.

SOBRE NÓS

NÃO peço que aceites
meus jeito de ser,
nem MINHAS horas de confusão.
Eu não SABERIA ser diferente
sendo ASSIM como sou.
NÓS que nos perdemos em volições
AGORA não nos serve mais
QUERER voltar atrás.
TRAZ de você um tanto de silêncio
que DOU-te de mim
o MUITO das minhas algazarras,
multidão.
A minha GARGANTA pede o teu
encontro,
o MEU intento pede o teu
REMENDO aqui no meu braço,
LAÇO dados de mãos,
sem CONTAR os dias,
sem SABER das estações
que PASSARÃO.

PRÁ QUÊ MEDO?

Mas, de ONDE surgem tantas dúvidas,
se a VIDA é só coincidência?
Deixa SER, que o resto o tempo
assume no seu LEME, e segue.

::.Nem POR razão.::

::.VEM.::