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25 de jun. de 2010

ENTRE O SEM E O SAL

Tudo que eu digo,
não diz muita coisa.
Não digo tudo.
Não sei tudo.
Sei pouco de mim,
das minhas esperas,
esparsas chuvas que me molham menos.
E, se não posso fazer
da conversa um sentido prático,
não posso praticar a vida,
pôr ela mesma,
em mim.
Aumento o volume do rádio,
mas as expectativas sonoras
são sedentas,
são músicas incoerentes,
lentes de contato,
e a música inerte em minha inércia.
A sala de estar
tão quieta quanto o cemitério
que guardarei meus ossos,
oscilo entre o sem
e o sal.
O CAOS ordena em mim
o ritmo da CHUVA pouca.
O tal viver é ESTRANHO,
quando ao LONGE amamos
um pedaço que NÃO é nosso.

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