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[EU sou o que você não pode VER]

2 de out. de 2010

CRÔNICA DO DIA

Ele era INVERSO,
intenso demais como o SOL, e planejava noites prá se esquecer
dos FRIOS amanhecidos nos corpo.
Um homem em DESCAMINHOS, com o escaninho d'alma
enlaçado, TRADUZIDO em letra e prosa silenciosa,
assombrosa MANHÃ de sábado.
ELE era um verso,
presidiário do seus DESENCANTOS, desacatos,
árduas FRASES que nunca continuam,
desencontros.
Ele em MIM, sou eu a anti-moderação do que
DIZER,
ele em SI, não-eu
é um TEMPO astuto
de LONGAS chuvas e beijos,
ele-eu SOMOS um,
e DOIS quando é DEZEMBRO.
É que não SABERIA falar de si
sem as APOLOGIAS d'um eu que se orquestra
nos SONHOS,
e na prática, eu sou APENAS o ele,
etéreo,
FUGÍDEO,
fugaz.
Esse ELE que sou é só um traço
de TANTOS que me brotam em tempos de
GUERRA.
Essa HORA de dizer
é quando, enfim, CALO.
Calmo me ADEQUO ao ele,
um eu SOZINHO,
indo.

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