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9 de dez. de 2009

COISA DE OFÍCIO

OFÍCIO delicioso e nefasto
esse que TOMO como meu,
e ESCREVO-me em linhas que nunca
DESFAÇO.
Ofício MALQUERENTE, desses
que é preciso DOER prá saber a
ALEGRIA e beleza dos tons
de FIM de semana.
Ofício SAUDÁVEL, saber-se de si
e da SOLIDÃO como etérea amiga,
QUE se esvai em minhas mãos
e CANETAS.
OFÍCIO desastroso ter que sonhar
e NÃO fazer-se real,
POIS de realidade,
não me VALERIAM tantos escritos.
Ofício HUMANO e metamorfoseado
em SOLIDEZ, disso que eu chamo
SAUDADE, meu peito arde
e SINTO a vontade alcançada
de DOER.
Ofício sem RESPOSTAS,
de um JEITO que eu, somente em
ALMA* fingidora
poderia DAR contornos a um
CORPO sem modorras
e mediocridades.
POBRE desse homem que sou
e QUE altero todas as manhãs
quando me PERCO em escrever-me
em LINHAS laterais do
que SINTO, e pressinto,
e SUCINTAMENTE me abraço,
no cálido SILÊNCIO do
quarto.




*Não creio em ALMAS. Alusão ao poeta FINGIDOR.

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