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10 de mar. de 2009

Do Amor (Khalil Gibran)

Quando o amor o chamar
Se guie
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados
E quando ele vos envolver com suas asas
Cedei-lhe
Embora a espada oculta na sua plumagem possa feri-vos
E quando ele vos falar
Acreditai nele
Embora a sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento devasta o jardim
Pois da mesma forma que o amor vos coroa,
assim ele vos crucifica
E da mesma forma que contribui para o vosso crescimento
Trabalha para vossa poda
E da mesma forma que alcança vossa
altura e acaricia vossos ramos mais tenros
que se embalam ao sol
Assim também desce até vossas raízes e
a sacode no seu apego à terra
Como feixes de trigo ele vos aperta junto ao seu coração
Ele vos debulha para expor a vossa nudez
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas
Ele vos mói até extrema brancura
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis
Então ele vos leva ao fogo sagrado e
vos transforma no pão místico do banquete divino
Todas essas coisas o amor operará
em vos para que conheçais os segredos de vossos corações
E com esse conhecimento vos convertais
no pão místico do banquete divino
Todavia se no vosso temor procurardes
somente a paz do amor, o gozo do amor
Então seria melhor para vós
que cobrísseis vossa nudez,
abandonásseis a ira do amor
Para entrar num mundo sem estações onde rireis,
mas não todos os vossos risos
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas
O amor nada dá,
se não de si próprio
E nada recebe, se não de si próprio
O amor não possui nem se deixa possuir
Pois o amor basta-se a si mesmo
Quando um de vós ama,
que não diga 'Deus está no meu coração'
Mas que diga antes
'Eu estou no coração de Deus'
E não imagineis que possais dirigir
o curso do amor pois o amor se vos achar dignos
determinará ele próprio vosso curso
O amor não tem outro desejo
se não o de atingir a sua plenitude
Se contudo amardes e precisardes ter desejos
Sejam estes os vossos desejos
De vos diluirdes no amor e serdes
como um riacho que canta sua melodia para a noite
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria
De acordardes na aurora com o coração alado e
agradecerdes por um novo dia de amor
De descansardes ao meio-dia
e meditardes sobre o êxtase do amor
De voltardes pra casa à noite com gratidão
E de adormecerdes
com uma prece no coração para o bem-amado
E nos lábios uma canção de bem-aventurança

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